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Capítulo 2

Quando o mundo cai sobre nossa cabeça o que se deve fazer?

Essa pergunta não queria calar na mente de Sakura enquanto se olhava no espelho do elegante banheiro do quarto do hospital, passou a mão de leve sobre a atadura que cobria o alto de sua cabeça e reparou nas sutis mudanças em seu rosto.

Mesmo com os arranhões e hematomas continuava bonita como sempre, mas agora seu rosto parecia mais maduro, e seu corpo não ficava atrás, nos últimos anos conseguira curvas perfeitas e seus seios estavam maiores, estava bem mais mulher, bem mais feminina.

"Lógico, Sakura, você tem vinte sete anos, queria continuar com o corpo de uma menininha?", fez uma careta diante das palavras que vinham do seu interior, podia ser uma mulher madura por fora, mas por dentro era outra história, se sentia uma criança perdida diante do desconhecido mundo que de repente se abrira a sua frente.

Passou os dedos pelos fios longos e rosados, isso também lhe causara certa surpresa, preferia o cabelo curto, um pouco acima dos ombros, mas pelo jeito nos últimos dez anos decidira deixa-los crescer e alcançar o meio das costas, não que estivesse feio, mas era estranho se ver no espelho e olhar pra uma completa desconhecida muito parecida com ela, mesmo que fosse ela. Tudo era muito confuso e quando mais buscava em sua mente, mas desnorteada ficava.

- Ai! Droga!- Respirou fundo e com esforço ao sentir uma pontada dolorosa na cabeça.

Andou cambaleante até sua cama, se deitou e olhou pra enfermeira dormindo na poltrona a alguns metros.

Com certeza a mulher acordaria com muita dor nas costas, esperava que estivesse recebendo um bom salário, pois ela não saíra do seu lado em nenhum momento, sempre pronta a atende-la em tudo o que precisasse, parecia ter pavor de deixa-la sozinha por um segundo que fosse. Aquilo as vezes lhe causava a incomodava, principalmente quando queria conversar com sua madrinha e a mulher não tirava os olhos dela, atenta em cada palavra, ato ou gesto executado, só não falava nada porque sabia que a mulher estava sendo paga pra fazer exatamente aquilo, não tirar os benditos olhos dela, Sakura.

Respirou fundo resignada, se ajeitou melhor na cama e voltou seus pensamentos pra tudo que estava lhe acontecendo. Fazia algumas horas que acordara naquele quarto, descobrira que esquecera alguns fatos de sua vida, dez anos pra ser precisa, que um desses fatos incluía estar casada com um homem lindo, porém muito sério e calado, e tudo isso a assustava de uma forma que não sabia explicar muito bem.

Suspirou ao relembrar o quanto Sasuke, seu marido esquecido, a tratara de um modo muito estranho, somente a comunicou que estavam casados a quatro anos, que assim que ela recebesse alta do hospital iria leva-la pro apartamento onde moravam, do qual obviamente ela não recordava, e que logo tudo voltaria ao normal, depois ele simplesmente foi embora, sem falar mais nada, nenhuma palavra de carinho, nenhum "fique tranqüila meu bem", ou um beijo no rosto. Não que quisesse que ele a abraçasse ou beijasse, longe disso, o problema era que ele agia como se não ligasse muito pra ela, era frio demais, indiferente demais.

Quando é que mudara totalmente de gosto pra homens? Até onde se lembrava preferia os mais sensuais, que demonstravam o que sentiam, seu "marido" estava longe de ser assim.

"Pelo menos ele é um pedaço de mal caminho", sorriu com o pensamento, isso era inegável, mas isso não mudava que até onde se lembrava estava namorando outra pessoa. Onde estaria o seu ruivinho? Queria saber, mas tinha vergonha de perguntar, mesmo pra sua madrinha, afinal estava casada, com um homem do qual não se lembrava, mas estava, além disso a enfermeira na certa passava informações sobre tudo que ela fazia e falava pra ele.

Fechou os olhos com força, segundo sua madrinha precisava relaxar e aguardar com paciência, mas isso era mais fácil na teoria do que na prática. Não conseguia relaxar sabendo que assim que tivesse alta teria que morar com um completo desconhecido que afirmava ser, e parecia ser de fato, seu marido.

* S2 *

Os dias passavam devagar pra Sasuke Uchiha, que se dividia entre o trabalho, o hospital e a solidão de seu apartamento. O pior era que em nenhum desses lugares se sentia bem, no trabalho pensava na esposa, no hospital evitava chegar perto dela, que o encarava como se ele fosse um extraterrestre ou coisa do tipo, e no apartamento... o lugar não era o mesmo sem ela.

Durante esses dias solitários tivera tempo de sobra pra repensar tudo o que o levara a discutir com ela no dia do acidente, o que só aumentara a sua culpa, a raiva que sentia por si mesmo por ser um maldito imbecil com a esposa.

Se pudesse voltar no tempo nunca teria...

- Sr. Uchiha...?

Despertou de seus devaneios e olhou irritado para o funcionário que se atrevera a lhe chamar a atenção, fazendo com que o pobre homem se encolhesse em seu lugar, logo depois passou o olhar para os demais funcionários sentados ao redor da grande mesa de reunião de sua empresa, que repetiam o gesto do primeiro.

Era temido por ter gênio difícil, por não gostar de ser interrompido de forma alguma, mas naquele momento quem estava errado era ele, pois estava numa reunião importante e sua atenção estava em outro lugar, mas lógico que nunca admitiria isso.

- A reunião está acabada, voltem para suas funções.- Ordenou impassível.

Sem cerimonia, os funcionários recolheram seus papéis e saíram com o passo normal, mas querendo correr pra bem longe do chefe, somente sua secretaria permaneceu sentada ao seu lado, mas assim que ficaram a sós a ruiva de belas formas se levantou, se colocou atrás de Sasuke e massageou seus ombros.

- Essas preocupações desnecessárias te deixam tenso, isso não lhe faz bem, Sasuke.- Desceu as pequenas mãos com unhas pintadas de vermelho pelo tórax do chefe com intimidade.- Você deve assinar os papéis e sua vida será muito mais agradável com certeza.- Se inclinou para sussurrar no ouvido de Sasuke.- Eu prometo que te ajudo no que precisar...

Sasuke afastou as mãos da secretária com brutalidade.

- Quero ficar sozinho por um tempo, saia e volte pro seu devido lugar assim como os outros fizeram, Karin.- Ordenou sem olhar nem um segundo para a surpresa estampada no rosto da ruiva.

Karin não podia acreditar que Sasuke estava praticamente expulsando-a, justamente quando oferecia seu amor incondicional pra acabar com a solidão dele.

Estava indignada com a rejeição constante de Sasuke. Sabia muito bem o porque da distração do chefe, todos sabiam, mas isso seria passageiro, logo conseguiria que o poderoso Sasuke Uchiha fizesse o que queria, se arrastasse pelo chão atrás dela e a desejasse como esposa, só precisava remover a pedra rosada de seu caminho e ele seria todo seu. Mas naquele momento teria que se retirar, era a unica opção que o homem que mais amava no mundo lhe oferecia, por enquanto aceitaria, por enquanto...

- Como queira, Sasuke.- Resmungou insatisfeita.

Assim que Karin saiu e bateu a porta com força atrás de si, Sasuke se inclinou pra frente, colocou os cotovelos sobre a mesa de madeira polida, manteve as mãos unidas na frente do rosto, fechou os olhos negros e repassou alguns fatos daquela semana incomum.

Não houvera nenhum progresso com Sakura, exames e mais exames foram feitos, mais ela só lembrava de coisas que não o incluíam, amigos, lugares e, mesmo que nunca tenha dito, devia ser lembrar dos namorados que tivera antes de conhece-lo... Tudo isso o deixava muito estressado, não conseguia disfarçar seu desagrado com a situação, o que por sua vez só deixava Sakura ainda mais incomodada com sua presença e gerava reprimendas da parte da doutora Tsunade. A doutora aliais era o demônio em forma de mulher, não temia ele de forma alguma e gritava, sempre que podia, que ele era um ignorante e coisas piores, nem sua mãe fora tão dura com ele quanto a madrinha de Sakura era.

Não conseguia se concentrar com tanta preocupação rondando sua mente, seus pensamentos tão calculistas tinham entrado em desordem e seu trabalho se encontrava totalmente atrasado, era difícil não misturar o pessoal com o profissional quando sua vida se encontrava de ponta cabeça, se fosse um de seus funcionários já teria sido demitido, pois nunca acreditara que problemas pessoais interferiam no trabalho, com certeza seria um pouco mais tolerante dali pra frente com esse tipo de caso.

- OIE, TEME!

O grito estridente ecoou pela sala e fez Sasuke abrir os olhos, encarando com raiva um homem alto, olhos azulados e cabelo loiro arrepiado. Não que seu melhor amigo e sócio, Naruto Uzumaki, parecesse se importar, na verdade sempre agia como uma criança que só sabia falar as berros.

- O que quer com todo esse escândalo, baka?

Naruto não se importou com o tom nada cordial, estava habituado ao comportamento anti-social de Sasuke. Andou até uma das cadeiras ao lado do amigo com as mãos cruzadas atrás da cabeça e se sentou, fingindo não notar o olhar rubro que Sasuke lançava em sua direção.

- Por acaso ouvi que o "supremo senhor Uchiha" estava sonhando acordado na reunião do balanço semestral.

Sasuke bufou irado, odiava que falassem dele pelas costas.

- Quem falou isso?

Naruto deu de ombros despreocupado, abrindo um sorriso enorme, sua marca registrada.

- Ninguém em especial, afinal não quero ser responsável pela demissão de ninguém.

- Aff... onde estava com a cabeça quando montei sociedade com você?

- Provavelmente na grande soma de dinheiro que contribui.- Naruto respondeu rápido, depois apoiou as mãos na mesa, a expressão ficando séria.- Mas não vim aqui para lembra-lo disso... É o estado da Sakura que está te deixando aéreo, certo?

Sasuke já imaginava o rumo que a conversa tomaria dali pra frente. Desde que vazara a noticia que sua mulher o deletara de sua memória, era isso que constava nos jornais e revistas de fofocas, várias pessoas se aproximaram pra tentar "consola-lo" com palavras de apoio, demorara até demais pra que Naruto se incluísse na lista.

- Isso não é da conta de ninguém.

- Sou seu amigo... da Sakura também, embora tenha me afastado um pouco dela...

Sasuke levantou a mão para deixar claro que não queria que ele falasse mais nada.

- Não preciso de explicações sobre o porque de ter se mantido afastado.- Sasuke desviou o olhar e murmurou chateado.- Embora, nesse momento, Sakura provavelmente lembra de você com carinho.

- Provavelmente.- Naruto fez questão de deixar claro que ouvira o sócio.- Por isso pensei... na verdade é uma idéia da Hinata... não conseguiria pensar nisso sozinho...

- Fala logo, baka.

- Hinata quer visitar Sakura, afinal eram amigas, talvez ajude na recuperação.

Aquela oferta fez Sasuke olhar o amigo com desconfiança, Naruto querer ajudar Sakura em sua recuperação não era surpresa, mas Hinata...

- Hinata quer tentar isso mesmo? Depois de tudo que a Sakura disse pra ela da última vez que estivemos todos reunidos?

- Você sabe que a minha esposa não é de guardar ressentimentos, a idéia partiu dela, pode ter certeza que Hinata só quer ajudar.

A idéia era tentadora, mas Sasuke logo pensou na possibilidade de Sakura recobrar a memória rapidamente, o caos que seria o reencontro, fortalecer os laços desfeitos com certeza não seria bem aceito por sua tempestuosa esposa.

- Creio que seja melhor esperar até Sakura voltar pra casa, depois podemos pensar nessa possibilidade.

- Não seja cabeça dura, Sasuke, essa é uma boa alternativa.

- Prefiro pensar que Sakura recordara tudo assim que estiver em casa, nesse caso ela não vai aceitar a presença da Hinata por perto.

Naruto riu com nervosismo, levantou o braço até a cabeça e coçou a nuca. Já podia ver objetos pesados voando em sua direção e na de Hinata.

- Você está certo, melhor não irritar a Sakura, mas qualquer coisa saiba que estamos a disposição.

Mesmo sem demonstrar, Sasuke ficou feliz por saber que os amigos queriam ajuda-lo, mesmo que isso significasse fechar os olhos para as atitudes desagradáveis que Sakura tivera nos últimos tempos.

* S2 *

Após duas semanas de exames e testes sem qualquer sucesso, Sakura recebeu alta do hospital, o que não sabia se era motivo pra ficar feliz, por deixar aquele ambiente tão frio e impessoal, ou apavorada, por ter como próximo destino morar com seu recém descoberto marido.

Se apoiou na pia do banheiro e respirou fundo enquanto olhava pra própria imagem, já se tornara um habito ficar horas na frente do espelho avaliando a atual imagem com a que tinha em suas lembranças, procurava respostas mas ali estava claro que não conseguiria. Passou os dedos pela pequena cicatriz no topo da cabeça, escondida entre os fios rosados.

Tinha medo de sair daquele quarto de hospital e ficar sozinha com o "marido", pra piorar, trancada no apartamento que o mesmo dizia ser lar dos dois, mas que nem fazia idéia de onde seria ou como seria.

"Seu marido é um gato, se joga mulher", fez uma careta de desgosto, da onde saia tanto pensamento besta?

Cansada de tentar avaliar seu estado de espírito atual, Sakura pegou o vestido azul marinho que a enfermeira Mizu lhe dera, o colocou e prendeu os longos fios rosados em um rabo de cavalo, logo depois saiu do banheiro muito tensa só em imaginar o que poderia acontecer dali pra frente. Mal deu um passo pra dentro do quarto a enfermeira Mizu lhe estendeu uma caixinha preta.

- Trouxe sua maquilagem, senhora Uchiha, daqui a pouco o senhor Uchiha vai chegar e a senhora tem que estar linda pra recebe-lo.

Sakura entortou a boca em desagrado ao se dar conta que o objeto era um kit de maquiagem. Estava com mil e um motivos pra se descabelar e a mulher queria que ela se embelezasse pra um homem do qual preferia manter distancia? " Quer não", entortou mais ainda a boca, a droga do seu eu interior não calava a boca.

- Se sente bem, senhora Uchiha?- Perguntou Mizu interpretando como dor a expressão de Sakura.

- Me sentirei melhor se me chamar somente de Sakura.- Respondeu pegando o kit das mãos da enfermeira.

Mizu se manteve calada, Sakura tinha certeza que dali meia hora a mulher voltaria a chama-la de "senhora Uchiha", não se sentia uma senhora, isso era o mesmo que chama-la de velha, no momento se sentia com dessesete anos e, princialmente, não se sentia casada com o senhor Sasuke Uchiha, portanto não merecia carregar o sobrenome do homem.

Guardou a caixinha preta na pequena mala que Mizu levara pro seu quarto de hospital há alguns dias, odiara a maioria das roupas, muito sérias, não pareciam ser dela... desde que despertara nada na vida que descreviam parecia ser dela, nem mesmo a imagem que observava toda vez que olhava em um espelho.

Ouviu uma batida firme na porta e imediatamente ficou tensa, nem precisou se virar pra saber que seu "marido" chegara pra que retornasse pro seu "lar".

- Está pronta Sakura?- Sasuke perguntou encarando as costas da esposa.

Sakura não respondeu, fechou a mala, a segurou na frente do corpo e se virou com a cabeça abaixada, evitava os olhos negros de Sasuke.

- Eu levo.- Afirmou Sasuke pegando a mala de suas mãos.

Sakura sentiu um arrepio estranho ao sentir os dedos de Sasuke tocarem de relance os seus, seus olhos buscaram os dele, porém Sasuke olhava para a porta, por onde Tsunade acabava de passar.

- Não poderia deixar de me despedir de você, Sakura.- Abraçou a afilhada com força- Se eu pudesse te levaria pra minha casa, mas assim creio que vai ser melhor pra sua recuperação. Descanse e não ligue para o seu marido grosseiro.

Como Tsunade não fizera questão de falar baixo, Sakura olhou para o marido que observava a cena com a cara fechada, o que talvez não tenha sido boa idéia porque sentiu novamente um calafrio domina-la no encontro de seus olhos com os dele.

- Está com frio, querida?

- Não madrinha, estou bem.- Sentiu a face esquentar.

- Vamos.- Sasuke praticamente ordenou.

Tsunade a soltou, encarando Sasuke com antipatia.

- Veja como vai tratar a Sakura de agora em diante, ou eu mesma te dou a surra que sua mãe esqueceu de lhe dar.

- Madrinha!

Sasuke não disse nada, embora seu olhar frio o fizesse muito bem.

- Vou levar vocês dois até a porta dos fundos do hospital, porque os jornalistas ainda estão na frente a espera de uma imagem do "casal perfeito".

Sakura queria entender porque aqueles dois se davam tão mal, mas isso com certeza também teria que esperar. Seguiu a madrinha e Sasuke até uma parte afastada do hospital, parecia estar em fuga pois estavam indo na direção de uma saída de emergência. Porém havia jornalistas esperando naquela parte também, assim que abriu a porta pra sair do hospital, foi alvo de vários flashes e ouvia várias perguntas desencontradas, olhava desnorteada pra todas as direções, até que Sasuke a abraçou pela cintura e a escoltou até um carro preto, um homem de terno escuro abriu a porta e se sentiu praticamente sendo empurrada pra dentro do automóvel, compreendia que Sasuke tentava escapar do cerco feito pelos repórteres, mas pelo menos podia ser um pouco mais delicado com ela.

- Droga...! Vamos embora logo daqui, Takamoto.- O tom de quem era acostumado a mandar e desmandar nos outros.

O homem de terno escuro, que agora Sakura reconhecia como motorista, deu a partida, os repórteres ainda correram um tempo atrás do automóvel, mas logo estavam bem longe do hospital.

- Odeio repórteres... Está se sentindo bem, Sakura?- Sasuke quis saber passando os dedos devagar entre os fios rosados do cabelo de Sakura.

Esta por sua vez olhou Sasuke com espanto, era a primeira vez que ele demonstrava algum tipo de preocupação com ela e que a tocava com um pouco de carinho.

Sasuke interpretou a expressão como medo e se afastou.

No restante do percurso ficaram em total silêncio, Sasuke fingia ler uns documentos enquanto observava Sakura olhar curiosa a paisagem a sua frente. Era a primeira vez que ficavam sozinhos e Sasuke, o seguro e orgulhoso homem de negócios, não tinha coragem suficiente pra chegar perto da esposa e dizer que sentira falta dela, dos momentos felizes que as vezes tinham. De que adiantaria afinal? Sakura esquecera esses momentos, todos os momentos que passara ao lado dele na verdade, além disso parecia ter pavor dele, só tocara o cabelo dela e parecera que Sakura sairia correndo pra bem longe se tivesse a oportunidade.

- Que prédios lindos!

A esposa apreciava tudo como uma criança na frente de uma loja de doces.

- Aquele é o prédio em que moramos.- Disse apontando pra um prédio enorme a frente deles.

- Nossa!

Takamoto dirigiu até a garagem do prédio, estacionou em uma vaga, abriu a porta do lado de Sakura e pegou a mala que fora jogada no carro durante a "fuga" do hospital.

- Vamos por aqui.- Avisou Sasuke apoiando a mão nas costas de Sakura e direcionando-a pra um elevador.

Sakura encarou o marido que continuava com a mão em suas costas, mas Sasuke fitava a porta do elevador, parecia não fazer questão de sua presença, estranhamente isso lhe causou um aperto no coração, uma sensação de que isso acontecia sempre, talvez fosse verdade, não via aquele estranho como alguém que se importava com outra pessoa que não fosse ele próprio.

O elevador parou no último andar, Sakura reparou que não havia outro apartamento ali, Sasuke tirou a mão de suas costas pra abrir a porta do apartamento, entraram em uma sala lindamente mobiliada com objetos luxuosos, Sakura olhava tudo com curiosidade, pois desde que recebera alta do hospital aquele momento, a volta pra uma casa da qual não lembrava, povoava sua mente, mas nunca imaginara que fosse tão magnífica, grandiosa.

Takamoto deixou a mala na sala e se retirou, enquanto Sasuke olhava a esposa andar distraída pela sala, tocando alguns objetos de vez em quando, esperava que isso estivesse ajudando na recuperação dela, queria que a esposa voltasse a ser como antes, mesmo com as brigas, preferia isso a ser uma espécie de página de caderno que foi arrancada e jogada fora, por que era assim que estava se sentindo no momento e isso incomodava demais.

A viu pegar um porta retrato e se aproximou devagar, era uma foto deles juntos.

Se antes considerava que tudo pudesse ser alguma invenção, uma brincadeira de mal gosto, agora, vendo aquela foto dela abraçada a Sasuke, seu marido, do qual não se lembrava, agora sabia que tudo era real, que aquela era a sua vida, mesmo que não recordasse de nada. Colocou a mão sobre a pequena cicatriz na cabeça, queria lembrar, pois mesmo todos dizendo que devia ter calma, estava desesperada, era difícil achar que tudo ficaria bem quando se estava mergulhada no escuro, quando se era lançada pra uma vida nova e desconhecida.

- Tiramos essa foto no meu anivérsario do ano passado.

Pulou de susto ao se dar conta que Sasuke se encontrava tão perto, colocou a foto desajeitadamente no lugar.

- Me desculpe!- Se afastou.

- Pelo quê? A casa também é sua.- Sasuke não gostou da forma com que ela praticamente fugiu de perto dele.

Ele se virou para o outro lado, mas não rápido o bastante para Sakura não perceber que de alguma forma o irritara.

Na verdade desde que saíram do hospital mal se falaram, nem ao menos olhavam um para o outro. Sakura por constrangimento e pressumia que ele por estar incomodado por ela o ter apagado da mémoria. Que tipo de esposa ela fora? Que tipo de esposa esquecia o marido?

- Juro que farei o possivél para lembrar de tudo o mais rápido.- Prometeu nervosa com a situação.

Ele a encarou e sorriu, o primeiro sorriso que via naquela face extremamente fria, um sorriso fraco mas que mesmo assim o deixou lindo demais. Pela primeira vez algo nele a agradou, o sorriso.

- Se tem alguém aqui que precisa se desculpar ou se esforçar, esse alguém sou eu.

Estranhou aquelas palavras, mas não teve tempo para pensar muito sobre elas pois Sasuke a segurou pela mão, a levou até um corredor e abriu uma porta, era um quarto, com uma cama enorme de casal... só conseguia enxergar a cama...

- Esse é o nosso quarto.

Sakura sentiu a face esquentar e o olhou tensa. Ele pretendia algo...? Com ela...? Não estava preparada pra nada, principalmente com um homem que mal conhecia. "Ele é seu marido", comunicou sua mente, mas se não lembrava dele, então não o conhecia, oras. "O cara é gostosão, qual é? Pula em cima e agarra o homem!", Sakura balançou a cabeça pra tentar clarear as idéias, se afastando de Sasuke um pouco nervosa.

Sasuke suspirou alto, parecia frustado.

- Não se preocupe, ficarei no quarto ao lado.- Apontou pra uma porta a alguns passos dali.- Durante o tempo que precisar é ali que ficarei.

Respirou aliviada, não estava pronta pra partilhar nada com o recém descoberto marido, muito menos uma cama como aquela. "Boba", mesmo que seu interior se rebelasse.

Tentou soltar sua mão mas Sasuke não deixou, ao invés disso a puxou pra mais perto dele e a abraçou pela cintura. Sakura sentiu o coração bater mais forte no peito, seus rostos próximos, os lábios dele ganhando sua total atenção, suas pernas tremiam e seu o corpo estava mole.

Sasuke tinha uma vontade louca de beijar Sakura, na verdade de ir bem além de beijar, sentia que ela estava entregue, que o desejava, mas seria certo? Ela era sua esposa, mas Sakura não lembrava disso. A estreitou um pouco mais entre seus braços, ajustou o rosto no pescoço dela, sentindo o cheiro que dela exalava, as mãos passeando pelas costas de Sakura, sentira falta demais da sensação de toca-la, acaricia-la e ouvir o som que saia da boca dela quando se tocavam. Beijou a curva do pescoço dela devagar, ouvindo o som que tanto apreciava.

- Bem vinda ao lar, Sakura.- Sussurrou no ouvido dela, antes de solta-la e entrar no quarto ao lado.

Sakura ficou parada, sentindo as pernas bambas, os olhos esverdeados vidrados na porta que Sasuke fechara com um estrondo. Que que fora isso? Por um momento esquecera que não queria nada com o marido e a idéia de dividirem o mesmo leito parecera uma ótima opção. Se ele não tivesse se afastado... Sacudiu a cabeça pra afastar as cenas que se formaram em sua mente, embora talvez fossem lembranças, quem sabe? Suspirou alto, entrou no quarto e se jogou na cama enorme, sozinha, precisava descansar, aquele fora um longo dia, cheio de fatos inesperados.

Dormiu com um sorriso singelo nos lábios rosados.

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