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Capítulo 16

A primeira coisa que Matsuri notou ao sair do elevador foi à porta do apartamento dos Uchiha totalmente aberta. Parou no vão da porta levando uma mão à boca para evitar emitir qualquer som quando viu os diversos objetos quebrados no chão. A portaria seria alertada no caso de assalto, não seria? A menos que...

Entrou devagar na sala temendo encontrar uma cena digna de seriado policial, retirou a alça da bolsa do ombro e a segurou em frente o corpo, pronta para usa-la como arma caso fosse necessário, o que orava não ser. Iluminado pela luz do corredor, o apartamento possuía uma aura carregada e o único som que Matsuri captava era do próprio coração assustado. Estava prestes a pegar o telefone para comunicar à portaria que o apartamento tinha sido invadido, quando viu o corpo sentado no chão, as costas junto à parede, pernas estiradas, braços largados ao lado do corpo e a mão direita sangrando em cima de uma foto.

– Senhor Uchiha?! – Chamou baixinho, aproximando-se nas pontas dos pés. Agachou ao lado do corpo e o tocou de leve no ombro. – Senhor...?!

Sem levantar a face, Sasuke afastou sua mão.

– Deixe-me em paz!

O tom grosseiro do Uchiha a fez recuar, mas ao mesmo tempo deixou-a aliviada. Pelo menos estava vivo.

– Onde está à senhora Uchiha? - Questionou sem conseguir conter as cenas pavorosas que explicavam o caos que reinava na sala.

No silêncio que se seguiu a pergunta, Matsuri sentiu a pele arrepiar-se com o som melancólico da inspiração profunda do Uchiha e o olhar vazio que lhe lançou.

– Foi embora.

– Embora?! Para onde? Por qual motivo?

– Porque quer saber? Vai notificar que Sasuke Uchiha foi largado pela esposa?

Endireitou o corpo, tensa diante do olhar e do tom acusatório. Ele sabia sobre sua relação com Ino?

As luzes acenderam e, sobressaltada, Matsuri ergue-se, esperançosa de que fosse Sakura, porém era Hinata que acabara de chegar e encarava com descrença e irritação o que sobrara de seu trabalho.

– O que aconteceu aqui? – Sua expressão mudou para preocupada quando Sasuke levantou-se, fazendo-a reparar nas roupas bagunçadas e no estado do Uchiha, parecia ter bebido. - Sasuke, o que...?

A pergunta foi interrompida pela ordem imperativa:

– Saiam da minha casa! – Sem verificar se seria obedecido, Sasuke seguiu para seu quarto. Necessitava ficar sozinho, pensar em como sua vida seria solitária dali em diante.

– O que houve? - Hinata perguntou para Matsuri.

– Ele disse que Sakura o deixou.

– Céus! – Pegou o celular na bolsa e ligou para o marido, contando tudo o que vira e ouvira. – Destruíram tudo. – Lamentou ao fim.

– E a Sakura onde está?

– Não sei. – Respondeu forçando-se a manter a calma. – Por favor, venha logo, não sei o que fazer.

*S2*

Mesmo após despertar com batidas na porta, Sakura não levantou, preferindo fitar o teto branco do quarto que ocupava enquanto, do outro lado da porta, sua madrinha informava que o café da manhã estava pronto e que Jiraya ficaria no apartamento.

– Também deixei uma muda de roupa no banheiro, toalha e escova de dente para que use. - Após alguns instantes em silêncio, Sakura imaginou que Tsunade partira, porém logo a ouviu perguntar com receio. - Querida, ainda quer que busque suas coisas na casa do seu marido?

Apertou os lábios pensando em que resposta deveria dar. Após uma noite insone se dera conta que durante anos deixara as decisões difíceis nas mãos de outras pessoas, Sasori, Itachi, Sasuke e agora Tsunade. Nunca assumira seus erros, preferindo apontar os dos outros, se desviando de suas responsabilidades e forçando situações quando não conseguia o que desejava. Por muito tempo repetira o padrão de seus pais, culpar o exterior em vez de olhar para dentro de si, algo que na juventude prometera não fazer, mas agora estava disposta a colocar um fim no ciclo vicioso.

– Não precisa.

– Certo... Qualquer problema telefone que virei imediatamente, entendeu?

– Sim, madrinha.

Agradecia por Tsunade não insistir no assunto e nem querer que ela fosse trabalhar. Embora uma parte de si quisesse ir, confusa como estava não seria de grande utilidade. Estava batalhando contra si mesma, contra os sentimentos conturbados da colegial e da mulher de vermelho. Uma que suplicava pelo amor de Sasuke e a outra que estava cansada de sofrer para obtê-lo.

Sentou e sorriu com desgosto ao olhar para o relógio. Enquanto a angústia a consumia, Sasuke devia estar em sua amada empresa, provavelmente telefonando para o advogado que redigira o divórcio que meses atrás ela se negara a assinar. Agora não haveria resistência e logo ele poderia retornar aos braços de sua adorada Karin. Não era tola em pensar que Sasuke continuaria fingindo ser um marido apaixonado e dedicado após saber que recobrara a memoria, o agradecia pela generosidade de colocar seus planos de lado por algum tempo, por fingir se importar ao ponto de convencê-la. Era tão burra que desperdiçara uma oportunidade valiosa ao apaixonar-se novamente pela pessoa que desejara apagar da mente e do coração.

A culpa não era só sua, concluiu secando rapidamente os olhos umedecidos. Ele podia ter feito como antes, mantido distância e dedicado cada momento que passara ao seu lado para sua empresa e ex-noiva. Também deveria ter a empurrado para os braços de Sasori quando teve chance, em vez de bancar o marido ciumento e possessivo.

"E se não foi fingimento?". Soltou um breve riso desgostoso diante da dúvida que seu coração inútil lançava a todo o momento. Era fingimento, tinha de se conformar e não viver em um castelo de cartas, chorando pelo que não podia ter. Seria forte e enfrentaria o que viesse de cabeça erguida, utilizando a razão acima da emoção.

Levantou, saiu do quarto e seguiu até o banheiro, encontrando sobre o gabinete branco com bancada de mármore uma sacola com os itens que Tsunade mencionara. Todos eram novos, o que significava que sua madrinha perdera minutos preciosos comprando-os, a constatação aumentou o sentimento de culpa de Sakura. Quando deixaria de ser um peso na vida dos outros?

Apoiou as mãos na bancada e encarou seu reflexo extremamente pálido e com olheiras, formadas pelas horas que passara chorando. O sono demorara a chegar e fora atrapalhado pelas lembranças, que agiam como pesadelos em sua mente, atormentando-a, deixando-a ciente do quão vil fora desde que se apaixonara por Sasuke. Desejava desaparecer, tirar toda dor e culpa de suas costas de uma vez por todas e sumir, assim Sasuke poderia refazer sua vida e não precisaria saber o que ela fizera.

*S2*

Mesmo chateada, Hinata decidiu que não deixaria Sasuke cercado pelos cacos do que antes fora mais um de seus trabalhos, ajudara Matsuri a arrumar e lamentara as lindas peças que não tiveram salvação. Quando Naruto chegou ao apartamento à sala já estava apresentável.

– E o Sasuke?

– Trancado no quarto. – Hinata respondeu e logo depois seguiu o marido até a suíte do apartamento. - Não creio que ele queira a nossa presença aqui. - Comentou temerosa de que o orgulho do Uchiha impedisse que aceitasse a interferência de Naruto e os dois acabassem discutindo.

– Mais um motivo para ficar.

Naruto bateu na porta e chamou duas vezes antes que o amigo, com as roupas e cabelos desgrenhados, a abrisse com a raiva presente nas feições masculinas.

– Terei de chuta-los pra fora da minha casa?

Ignorando a pergunta rude, Naruto se aproximou do amigo, que imediatamente se afastou, voltando para dentro da escuridão que dominava o aposento.

Hinata levou a mão até o interruptor, porém Naruto a segurou e balançou a cabeça em uma negativa. Anos de amizade haviam ensinado ao Uzumaki que quando Sasuke se escondia nas sombras, no mundo escuro e frio de seus próprios medos, o melhor era puxa-lo devagar para fora, força-lo só o deixaria mais hostil e destrutivo.

– Hinata contou que Sakura foi embora. Vocês brigaram?

De costas para o casal parado na porta, Sasuke soltou um riso baixo e sem humor.

– Até sinto falta das brigas... A Sakura que arremessava tudo o que via não... – Sua voz falhou e com aflição esfregou as mãos na face e nos cabelos. – Vocês são prova de que me esforcei para salvar meu casamento. - Começou com a voz baixa, que aumentou gradativamente conforme falava indignado, o nervosismo obrigando-o a andar de um lado para o outro. - Segui cada maldito e estúpido conselho, esforcei-me para ser um marido presente e carinhoso, tudo para receber um pedido de divórcio na cara, sem nenhuma justificativa, nem um: Obrigado pelo esforço babaca.

Impressionada em ver o Uchiha prestes a sofrer em colapso, Hinata agarrou-se ao braço do marido. Se Sasuke, conhecido por ser uma pessoa controlada, estava naquele estado, duvidava que não houvesse discutido com Sakura ao ponto dela querer a separação.

Apenas uma vez Naruto havia visto o amigo em um estado semelhante, após as oito horas de cirurgia e o anúncio de que Sakura entrara em coma, porém agora era muito pior, Sasuke parecia não ter esperança de reverter à situação.

– Porque ela quer o divórcio?

– Como vou saber? - Praticamente gritou voltando-se furioso para os amigos. Respirou fundo para se acalmar ao notar o espanto na face de Hinata. - Ela nem mesmo quer falar comigo. De manhã me despedir de uma mulher apaixonada, que parecia estar. – Comentou, completando confuso. – E a noite, ela diz coisas desconexas, se esconde na casa da Tsunade e sem explicação nenhuma anuncia que nosso casamento acabou.

Mesmo com medo da fúria que emanava do Uchiha, posicionada atrás do marido, Hinata desistiu de não se envolver no assunto.

– Sakura não tomaria essa decisão sem uma boa razão. Nós sabemos o quanto ela te ama.

– Nós sabemos o quanto a Sakura de antes me amava, essa não me ama. - Retrucou avançando inconscientemente em direção aos Uzumaki.

– Vamos Sasuke, deve ter acontecido algo. - Naruto insistiu, movendo o corpo de forma a ocultar a esposa. Preferia que Hinata os deixasse a sós, não por receio do amigo, mas por saber que ela seria capaz de tudo para evitar que se ferisse. Como se colocar entre eles caso Sasuke se tornasse mais agressivo. Ficou aliviado ao observar Sasuke voltar a se afastar e sentar sobre a cama de casal.

– Ela procurou a Ino que, segundo me informaram, contou algumas mentiras sobre o nosso casamento.

– Se foram mentiras que a fizeram tomar essa decisão é só aclarar tudo.

– O problema é quanto da verdade Ino contou.

– Avisei que fugir do assunto não era boa ideia.

Mesmo sem conseguir ver a expressão do Uchiha, o resmungo que ouviu fez Naruto saber que seu comentário não fora bem aceito.

– Posso perguntar para a Ino. – Ofereceu Hinata. – Mantenho contato com ela.

– De qualquer forma, o ideal é parar de lamber as feridas e procurar a Sakura. – Naruto sugeriu e, sem se importar com o incomodo que causaria aos olhos de Sasuke, ligou a luz. – E meus conselhos não são idiotas.

*S2*

Desceu do táxi e fitou o enorme arranha céu como se o visse pela primeira vez. De fato, era a primeira vez como ex-noiva e ex-secretária de um dos sócios.

Passou pela segurança sem grandes dificuldades, ainda possuía o prestigio de seus status anteriores, não que isso servisse de algum consolo, somente reaver Sasuke devolveria sua antiga vida e a felicidade.

Não esperou a nova secretária de Sasuke anuncia-la, sequer dedicou uma segunda olhada para a criatura ao entrar com passos rápidos na sala dele, que estava vazia.

– Senhora...

– Onde está o Sasuke?

– Ainda não chegou. Acompanhe-me...

– Esperarei aqui. - Informou sentando em frente à mesa do Uchiha e lançando a sua substituta um olhar petulante. Só sairia depois de falar com Sasuke.

*S2*

Nunca imaginara que um dia estaria fazendo por vontade própria as malas para deixar o marido. Matsuri parecia achar o mesmo, pois não parava de falar que era loucura, que Sasuke não aprovaria e que devia ligar para ele antes de partir definitivamente. Sakura duvidava que ele se importasse.

– Senhora... Sakura. - Se corrigiu ao receber um olhar contrariado da Uchiha. - O senhor Sasuke saiu decidido a fazer as pazes com você, esta triste e até descontrolado por você deixa-lo.

Carregando as roupas do closet para a mala sobre a cama, Sakura contradisse incrédula.

– Descontrolado é um termo que Sasuke desconhece.

– Diz isso porque não viu o apartamento hoje de manhã.

– Garanto que não foi por minha causa.

Observando Sakura guardar seus pertences em uma mala, Matsuri tentava faze-la desistir, mas a Uchiha era teimosa e refutava cada uma de suas argumentações. Lamentava que Sasuke e seus amigos tivessem partido minutos antes da chegada de Sakura.

– Meses atrás concordaria, mas agora é diferente, vocês estão diferentes. Cometerá um erro.

Os lábios de Sakura se inclinaram com tristeza.

– Cometi um erro há muito tempo e é por isso que devo partir.

*S2*

Cansado e decepcionado por não encontrar Sakura como planejara ao sair de casa, Sasuke entrou em seu escritório e analisou friamente a ex-noiva.

Tinha procurado Sakura na casa de Tsunade e não a encontrara. Com humor desnecessário, o marido de Tsunade dissera que devia ficar feliz por Sakura sair para passear, que caminhadas fariam bem a saúde dela e ajudavam a pensar. Gostaria de ter tamanha certeza que uma caminhada colocaria na cabeça de Sakura que deveriam ficar juntos.

No caminho para o hospital Senju recebeu um telefonema da empresa informado que Karin se apossara de seu escritório, mas só decidira confronta-la porque Tsunade garantira que Sakura não estava no hospital. Entre retornar para o apartamento e amargurar a solidão que se instalara ou expulsar Karin de sua sala, decidira-se pela segunda.

– Traga-me uma xícara de café. – Ela pediu sem se voltar.

Antes de fechar a porta decidiu que precisava fazer Karin entender que sua presença era inconveniente, que não havia mais espaço em sua vida para ela e que com muito custo talvez sobrasse tolerância da parte dele. Cansara de ser controlado por uma promessa que perdera o valor no momento em que casara com Sakura. Odiava discutir, ela sabia disso, afinal cresceram praticamente juntos, mas agora diria tudo o que tinha de dizer mesmo que ela caísse em prantos. Tinha sido bondoso no passado, "esquecera" a infidelidade e a ajudara, agora não sentia a menor inclinação, nem mesmo pela lembrança de seu pai.

– Katsui está ocupada com coisas mais importantes. - Proferiu aproximando-se. - O que quer Karin?

– Você. - Ela respondeu de imediato.

– Então pode ir embora, não estou disponível.

Karin levantou.

– Depois de lhe contar o que sua mulherzinha fez, tenho certeza que mudara de ideia.

– Karin, não importa o que tem a dizer. – Retrucou cruzando os braços.

– Lembra porque cancelou nosso noivado e casou com aquela... - Evitou dizer à palavra que tinha em mente ao perceber o semblante irado do Uchiha. - Com a Sakura?

– Que tipo de pergunta é essa?

– Itachi nos separou por ordem da Sakura.

– Quem te disse isso? - Ele questionou sem alterar a expressão indiferente, porém Karin o conhecia suficiente para notar que suas palavras o atingiram, talvez por relacionarem o nome do irmão traidor ao da esposa.

– Ontem, na galeria do Akasuna, Sakura confessou que forçou o Itachi a me seduzir. Como ele a seguia como um cachorrinho não é muito difícil supor como conseguiu fazer isso, afinal a única moeda de troca que Sakura tinha e que ele aceitaria era o próprio corpo. – Comentou venenosa.

– É uma conclusão sua. – Sasuke retrucou entredentes.

– Conclusão óbvia.

Aproximou-se do Uchiha, sentindo a tensão que o envolvia enquanto a mente prática e racional concordava com o que acabara de ouvir, corroendo o pedestal em que colocara a esposa.

– Eles armaram contra o nosso amor. - Murmurou envolvendo o pescoço dele com seus braços. Os olhos sombreados pela decepção se fixaram nos seus. Sorriu para anima-lo. - Não podemos deixa-los vencer.

Ergueu os lábios para encontrar com os dele e cerrou os olhos, o que a impediu de ver as sobrancelhas negras crisparem enquanto Sasuke afastava a face, porém não ignorou a rispidez com que seus braços foram removidos do pescoço dele e os pulsos segurados com força, impedindo um novo avanço.

– Mesmo que esteja certa, não foi a Sakura que vi enroscada no meu irmão enquanto carregava a minha aliança. – A soltou e deu alguns passos para trás, colocando uma distância segura entre eles.

– E quem garante que ela não continuou com o Itachi. - Revidou massageando os pulsos. – Com você concentrado no trabalho, oportunidades não faltaram.

– Caso não lembre, o passatempo preferido da minha esposa era seguir os meus passos.

– Não pode ter certeza, uma mulher quando trai sabe ser discreta.

– Diz por experiência?

– Foi culpa dela...

– Não! Você escolheu me trair e, pelas risadas que ouvi naquele dia, estava muito feliz em fazê-lo. - Rebateu secamente.

Karin segurando a vontade de gritar para extravasar sua raiva, com dificultada o lembrou:

– Você prometeu ficar sempre ao meu lado.

– Estou farto de citar a promessa que fiz ao meu pai, que aliais o Itachi também fez, embora meu irmão não tenha ido tão longe, talvez por não ser induzido a um noivado. – Comentou com desgosto.

– Você não foi induzido, nos amávamos.

– Será? Sempre me questionei porque sai daquele apartamento sem brigar, sem sequer dizer uma palavra enquanto você chorava e colocava a culpa no meu trabalho e Itachi nos observava como se não tivesse feito nada demais. Eu os perdoei em menos de uma semana... – Relembrou com a mesma sensação de vazio que tivera na época. - Achava que fosse pelo choque, mas hoje percebo que estava aliviado, dali em diante eu escolheria o meu destino e, mesmo que movido pelo desejo de retaliação, eu escolhi a Sakura e é ela que desejo ao meu lado. - Finalizou sentindo o peito apertar ao recordar as últimas palavras da esposa. - Se quiser dinheiro, posso fazer um cheque com uma quantia suficiente para comprar uma casa e viver bem por alguns anos.

– Não quero seu dinheiro, quero você.

– Repito, não estou disponível.

– Vai continuar com aquela louca?

– Minha esposa não é louca. Sakura é a mulher que amo, a única com quem quero formar uma família.

– Não pode ser sério. – Exasperada, Karin buscou acercar-se de Sasuke, porém novamente foi repelida.

– Aceitando ou não, essa é minha decisão final.

– Não vou desistir de nós dois. – Sentenciou abandonando a sala. Se não podia convencer Sasuke a deixar a esposa, daria um jeito de afastar Sakura dele. Faria o que fosse preciso, essa era a sua decisão final.

*S2*

Retornou ao apartamento de sua madrinha sendo recepcionada por Jiraya, que estava sentado no sofá da sala com um notebook no colo, mas levantou para ajudar a carregar a enorme mala até o quarto.

– Seu marido te procurou, pediu que telefonasse para ele e avisou que de qualquer forma virá mais tarde.

Sakura sentou na beirada da cama sem dizer nada. Não telefonaria e preferia só voltar a ver o marido quando assinassem o divórcio.

–Tsu ficou preocupada em saber que saiu sem comer, pediu para que se alimentasse corretamente.

– Estou bem. – Mentiu. – E não tenho fome. - "Não sinto nada", queria acrescentar, mas se limitou a olhar para as próprias mãos inertes sobre o colo.

– Deveria comer mesmo sem fome, no seu estado... – Jiraya se calou ao notar as lágrimas que desciam pela face pálida. Ficou sem ação, não sabia o que fazer quando alguém começava a chorar. - Vocês irão se acertar. – Garantiu para anima-la, mas o resultado foi Sakura tremer ao cair no choro. Odiava isso.

*S2*

Tsunade foi pessoalmente comunicar às enfermeiras que Sakura ficaria em casa, aproveitando para ler os relatórios de cada um dos pequenos pacientes daquela ala, ficando satisfeita com a visível melhoria na fisionomia deles. As crianças lamentaram a falta da Saky, como apelidaram, e a encheram de perguntas, só ficando satisfeitas após Tsunade contar o motivo da ausência da rósea, obviamente omitindo grande parte da verdade, e garantir que ela estava bem.

– Sakura não vem hoje?

– Não. - Foi à resposta sucinta, após levantar rapidamente o olhar da prancheta que carregava para Sasori que acabara de chegar. - O que realmente pretende com a minha afilhada?

– Somos amigos.

– Um amigo não destrói casamento. Sakura estava se entendendo com o marido até você reaparecer em seu caminho. Não sei o que fez para que convencê-la a se divorciar do Uchiha, mas é melhor que desfaça. – Exigiu dando as costas ao Akasuna para falar voltar a sua sala.

Longe de gostar do que ouvira, Sasori preocupou-se com Sakura. Doía reconhecer que contribuirá para o sofrimento dela, que suas atitudes tinham perturbado tanto a rósea ao ponto de querer largar o marido. Queria se explicar e, se possível, curar a ferida que abrira no coração dela com sua deslealdade.

Ainda pensando no que fazer para resgatar a amizade de Sakura, ouviu o toque alto de seu celular, atendendo antes que as enfermeiras chamassem sua atenção para a necessidade de fazer silêncio dentro do hospital.

A voz feminina aumentou sua inquietação com os planos que fizera para prejudicar a união dos Uchiha.

Sasori, precisamos conversar.

– Para que? Já conseguiu o que queria.

Do que está falando?

– Sasuke e Sakura vão se separar, acabei de saber por Tsunade... Não sabia?

Não houve resposta, apenas um click encerrando a ligação.

*S2*

A conversa generalizada na mesa que ocupara no refeitório junto com dois colegas divertiam Ino, a fofoca não era presente só nas folhas da revista, a vida de todos, dentro e fora da empresa, era discutida diariamente no mesmo horário.

– Abriu uma vaga para redator chefe. - Contou Shion, responsável pela coluna de moda, ao sentar entre Yume, uma morena que cobria eventos de famosos, e Chouji e de frente para Ino.

– Como assim?! O Gaara foi promovido? – Chouji perguntou de boca cheia, o que sempre causava arrepios de nojo em Ino.

– Não. Pelo que ouvi da Yun, secretária da administração, hoje de manhã o senhor Sabaku entregou sua carta de demissão.

– Demissão...? – Murmurou Ino com os olhos arregalados de surpresa. Queria perguntar o que levará Gaara a fazer isso, se realmente tinha certeza, mas as palavras pareciam presas na garganta.

Yume que deu voz a sua pergunta:

– Por quê?

– Ela não soube dizer, mas garante que houve uma comoção e até propuseram um aumento, mas o senhor Sabaku está irredutível e ficará somente mais uma semana.

– Uma semana...! – Balbucio.

– Sabe quem será seu substituto? – Yume aguardou a resposta de Shion, uma negativa, antes de voltar a questionar: – Será que dessa vez teremos alguma chance?

– O que acha Ino? Essa pode ser sua oportunidade, você sempre almejou esse cargo. – Lembrou Chouji com um sorriso solidário.

Estava muda, perplexa com a notícia de que Gaara não trabalharia mais na Famous.

– Se preparei Ino, pois concorrerei.

Ino olhou para Shion sem realmente focaliza-la, levantou e, ignorando o chamado dos colegas, seguiu apressada para fora do refeitório, indo direto para a sala do editor-chefe, aonde entrou sem bater.

– O que...? - Sua voz falhou ao vê-lo arrumar seus objetos pessoas em uma caixa. - É verdade, vai nos abandonar?

– Não deveria me surpreender com a rapidez com que a informação corre pelos corredores. - Comentou com humor ácido sem tirar a atenção do que fazia. - Respondendo sua pergunta, não "abandonarei" ninguém, apenas recebi uma proposta ha algum tempo e decidi que era hora de mudar.

– Que proposta?

– Redator em um jornal Nova Yorkino.

– Vai se mudar para Nova York? Mas... Isso é em outro país...

– Da última vez que verifiquei era.

– Não pode fazer isso comigo. – Retrucou revoltada com o ar irônico que Gaara utilizava para falar de um assunto sério, como se não se importasse.

– Com você? - Gaara ergueu os olhos frios como aço. - Corrija-me se estiver errado, mas você deveria dar pulos de felicidade com a minha saída. O cargo que tanto sonhou está livre, quem sabe dessa vez o consiga.

– Isso é alguma espécie de castigo?

Deixando de lado o que fazia, Gaara cruzou os braços em frente ao peito, encarando Ino com um sorriso sarcástico.

– Claro! Sairei da Famous e do seu caminho para puni-la. Imagino que isso a fará sofrer por... – Ergueu o braço direito até a altura do rosto, olhando fixamente para o relógio antes de encara-la e completar com zombaria. -... Dois ou três minutos após a minha partida. Estou certo?

O silêncio constrangedor que dominou o ambiente, somado ao olhar obscurecido do Sabaku, incomodavam Ino, porém não sabia o que responder para quebrar o vazio que crescia entre eles.

– Sabe Yamanaka, quase recusei essa proposta, mas não tem nada aqui que mereça a minha permanência.

– Ah! Faça o que achar melhor. - Resmungou saindo irritada da sala do Sabaku e indo para sua cabine.

Não ficaria abalada pela saída dele, nem por um segundo. Como todos fizeram questão de dizer: Aquela era a sua oportunidade e mostraria que era digna do cargo. Era capaz e qualificada para ocupar a vaga, logo a porta da sala do redator chefe teria uma placa dourada com seu nome inscrito e seus colegas morreriam de inveja de seu novo status.

Abriu o arquivo em que trabalhava, para a última revisão antes de leva-la para a aprovação de Gaara, mas as palavras pareciam não fazer sentido, sua mente traidora resolvera divagar sobre a falta que sentiria de seu redator chefe.

*S2*

Após um dia inteiro sofrendo e evitando falar sobre o que a deixara naquele estado, Sakura sentia-se cansada e a beira da depressão.

A companhia de Tsunade e Jiraya de certa forma a distraia, mas só porque ambos respeitavam seu silêncio. Tsunade dissera que a hora que quisesse desabafar estaria disponível, não a forçaria a nada. Jiraya era galante e bem humorado, sempre tentava faze-la rir e às vezes conseguia, Sakura percebia que ele se esforçava ao máximo para não vê-la chorar novamente.

Ofereciam carinho, perguntavam se queria algo diferente pra comer e quando o telefone tocava, e era Sasuke do outro lado da linha, eles atendiam com os olhos grudados em sua face, bastava um sinal e informavam que ela não podia falar. Tanta atenção e carinho deixavam Sakura envergonhada. Não podia passar a vida toda se escondendo, obrigando Tsunade e Jiraya a convencer Sasuke a lhe dar mais tempo. Por isso, e por querer rever os rostinhos de suas crianças, decidiu voltar ao trabalho, embora não se sentisse preparada para correr o risco de encontrar Sasuke, duvidava que algum dia estaria, a vida tinha de continuar. O melhor era dar início aos procedimentos do divórcio e se acostumar a viver sem o Uchiha.

– Tem certeza de que é isso que deseja? Não vai ter como evitar o Uchiha no hospital.

Sakura notou que, embora não verbalizasse, Tsunade desaprovava sua atitude.

– Não se preocupe, evitarei qualquer tipo de discursão em público.

– Não é isso que me preocupa. Jurei que não iria me intrometer para não estressa-la, mas sinto pena do Uchiha. – Declarou amável, avisando em seguida: - Não creio que aceitará sua decisão e acho que está sendo precipitada.

– Você não entende...

– Entenderei se me contar o que te afligi. – Cortou com frustação. - Guardar isso não te fará nenhum bem.

– Agradeço a preocupação, mas não me sinto preparada para falar sobre isso. – Comunicou categórica.

Conhecendo a teimosia da afilhada, Tsunade decidiu dar-se por vencida naquele momento. Sakura só mudaria de ideia por conta própria.

Em silêncio seguiram para o hospital.

O frio e embrulho em seu estomago, frutos do temor que tinha de encontrar Sasuke nos corredores do Senju, só cessou ao recebeu os abraços calorosos e empolgados das crianças, até as enfermeiras pareciam felizes em revê-la.

Distraída com os pequenos, notou a chegada de Sasori somente pelos gritos de boas vindas que um grupo de crianças soltou, correndo para cercar o paralisado Akasuna, que a fitava fixamente.

Não se abalou, estava preparada para isso, visto que Tsunade contara que Sasori aparecera no dia anterior, tanto para vê-la quando pelas crianças. Deixou Sasori a vontade, divertindo todos com suas marionetes, enquanto se ocupava com seus afazeres.

– Podemos conversar? – Sasori pediu quando o horário de visitas terminou e Sakura o acompanhou até o corredor.

– Não. – Respondeu sem olha-lo.

– Por favor! Preciso me explicar.

– Não me deve explicações. – Retrucou encarando-o com o olhar vazio. - Não sou ninguém para repreendê-lo. Fique tranquilo que não guardo rancor.

Sasori não se deu por vencido e, passando os dedos pelos fios rosados que caiam do coque alto, contornado o lado direito da face feminina, suplicou:

– Aceite, só dez minutos, por favor?

– Não entendeu que ela não quer falar com você?

Sakura gelou ao ouvir a voz grave de Sasuke e sentir os dedos possessivos apertarem de leve seu ombro. Ergueu os olhos para a figura que parou ao seu lado e sentiu o coração bater acelerado, desejoso, os dedos coçando de vontade de toca-lo, mesmo que levemente, o corpo aquecendo diante da esperança de ser envolvido pelo dele. Tinha a impressão que seu amor duplicara após o tempo que ficaram separados, talvez não fosse só impressão, afinal, a mulher que casara com Sasuke retornara e o amor dela unido ao da que nascera após o acidente se avolumara em seu peito. Amava cada nuance dele, boa e má, o amava de todo coração - antes, depois e naquele momento -, temia nunca deixar de ama-lo.

– Só quero me explicar. – Reenterrou Sasori despertando Sakura de seus devaneios.

– Não quero que chegue perto da minha esposa.

Sasuke deu um passo ameaçador na direção dele, que não se moveu e nem demonstrou ter medo da expressão carregada do Uchiha, ao contrário seu olhar brilhava em desafio.

– Como vai impedir? Me batendo como fez com meu amigo? Impedi que ele fizesse queixa contra você, mas não farei isso uma segunda vez. – Alertou.

– Pouco me importa. – Sasuke retrucou entredentes, desferindo um soco no nariz de Sasori. – Queixe-se agora.

– Sasuke! – Sakura tentou socorrer Sasori, mas teve o braço agarrado pelo marido.

– Você vem comigo. – Comunicou forçando-a a acompanha-lo.

– Me solta! Não vou a lugar algum com você.

Tentou se soltar, porém sendo mais forte, Sasuke tinha uma vantagem maior.

O que aconteceu a seguir surpreendeu a todos, principalmente Sasuke. Vendo assustadas Sasori machucado e Sakura sendo arrastada por um estranho, as crianças juntaram coragem e avançaram contra ele com o firme objetivo de liberta-la.

A gritaria fez com que as enfermeiras chamassem Tsunade, que encontrou Sasuke acuado e Sakura pedindo calma aos seus salvadores.

– Que bagunça é essa no meu hospital?

As crianças cessaram a algazarra e correram para o quarto, preparas para receber a bronca da diretora, porém Tsunade estava ocupada demais com os adultos, observando primeiro o estado lastimável que deixaram o Uchiha, depois o sangue que escorria do nariz de Sasori e, por fim, a palidez da afilhada. Colocaria ordem no circoque se transformara a vida da afilhada.

– Os três, me acompanhem!

– Tsunade... – Sasuke começou a falar com aspereza.

– Silêncio! – A Senju comandou autoritária. – Não quero ouvir uma palavra até que cheguemos ao meu escritório.

Obedientes seguiram a Senju, que fechou e baixou as cortinas da janela para oculta-los dos olhares curiosos.

A única a sentar foi Sakura, que sentia as pernas bambas.

– Onde pensam que estão? Em um ringue?

– A culpa é do Uchiha. – Reclamou Sasori.

– Pouco me interessa de quem é a culpa. – Ela interrompeu furiosa. - Deveriam se comportar como adultos.

– Queria conversar com a Sakura quando esse cara me atacou e tentou leva-la a força.

– Sakura é minha mulher, o lugar dela é comigo e não sendo tocada por esse imbecil.

– Vou ter que expulsar os dois ou podemos entrar em um acordo?

Tsunade respirou fundo e pela primeira vez reparou na afilhada encolhida na cadeira e pálida como cera.

– Está bem? – Perguntou preocupada.

– Não... Posso ir ao banheiro?

Sem esperar pela autorização que viria a seguir, Sakura seguiu apressada para o banheiro do escritório, sendo seguida por Sasuke. Sasori moveu-se, mas Tsunade evitou que seguisse o casal ao se colocar a sua frente.

– Vá cuidar do seu ferimento e depois me procure. Tenho algo muito importante para lhe dizer.

*S2*

Sakura molhou o rosto, o pescoço e os pulsos e apoio as mãos na pia, fitando no espelho oval seu rosto lívido. Por pouco pensou que desmaiaria. Deveria ter se alimentado direito durante a manhã, mas o estresse tirara seu apetite.

Pronta para enfrentar a ira de Tsunade, virou, dando-se conta só naquele momento que não estava sozinha no pequeno banheiro. Encostado na porta fechada, braços cruzados e expressão fechada, Sasuke a observava como um leão prestes a atacar sua vítima.

Desviou o olhar e forçou as pernas a seguirem em frente.

– Com licença. – Pediu olhando para um ponto entre o queixo e o pescoço dele.

– Até que me ouça e decida de boa vontade retornar para nossa casa, não sairemos daqui.

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