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Capítulo 9 - Por Naruto

Sabia que sua ideia não seria bem aceita, lidava com Hinata Hyuuga, que desviava o olhar diante da menor sugestão de duplo sentido. Uma parte de si até desejava que desistisse, a mesma parte que se ofendia nesse momento com a expressão de horror de Hinata.

— No que dormimos juntos ajudará? — murmurou aflita, automaticamente cruzando os braços em sinal claro de proteção. Protegendo-se dele, que fazia o esforço supremo de relevar seu comportamento.

— Você se acostumará com a aproximação masculina e poupará o meu rosto — explicou, levando Hinata a corar de vergonha. Sasuke jamais a deixaria esquecer seu impulso. — E não se preocupe. Garanto que permanecerá virgem ao amanhecer — disse caustico, acrescentando com um sorriso debochado: — Não ataco mulheres, é bem o contrario.

A falta de modéstia de Sasuke fez Hinata revirar os olhos. Censurando-se pelo gesto, agradeceu mentalmente por ele não poder ver sua expressão. Irrita-lo seria desastroso, ele desistiria de ajuda-la e todas as suas chances de reaver o amor de Naruto acabariam.

Pelo canto do olho o viu se inclinar em sua direção, imediatamente tensa se forçou a ficar parada. Sasuke tinha milhares de defeitos, mas acreditava quando dizia que não a machucaria. Ele tinha sido bom ao oferecer ajuda e seus beijos... Aguenta-los não seria um problema. Ergueu o rosto para Sasuke.

Ele abaixou-se, passou direto por ela e pegou o bloco de notas da mesa de centro. Em silêncio leu as anotações.

— "Comer só alface" e "gastar suas folgas na academia" farão mais mal que bem — comentou olhando da lista para Hinata.

— É que sou... rechonchuda — explicou sem graça.

Devagar, percorreu o corpo de Hinata de cima a baixo com os olhos.

— Não tem nada errado com seu corpo — comentou, acrescentando para descrença da Hyuuga. — Naruto foi um santo ao manter as mãos longe.

— Naruto escolheu uma modelo alta e magra para a propaganda da Namikaze. E você só sai com modelos assim — retrucou seca.

Sasuke sorriu de canto e voltou a olhar rapidamente para a lista.

— Verdade... Mas, e chegamos ao item roupas da sua lista, as quero nuas — A crueza do comentário não surpreendeu Hinata, mas sim o que disse em seguida. — O que te prejudica não é o seu corpo ou roupas, é seu comportamento introvertido e rígido. E, quanto à modelo escolhida para a Namikaze, a fórmula original da nova linha foi criada pelo pai dele com a ajuda da Kushina, então ele quis uma modelo parecida com ela, para homenageá-la.

— Ela é parecida com a Sakura — comentou baixinho.

— Talvez, mas — ergueu a lista e a observou enojado. — cortar seu cabelo e pinta-lo de vermelho é uma péssima ideia. — Arrancou a página e a partiu ao meio, colocando o bloco de notas e a folha rasgada na mesa de centro antes de encara-la com dureza. — Se pretende se transformar na Sakura nada do que lhe ensine será de utilidade. Desperdiçara o meu tempo e o seu.

— Eu... eu não quero ser a Sakura...

— Não é o que parece. — Respirou fundo e a olhou profundamente. — Se quer reconquistar o Naruto será como Hinata. Você é linda do jeito que é.

Sentindo o peito aquecer com o elogio, Hinata sorriu.

— Obrigada!

Sasuke deu de ombros, fazendo Hinata recordar que os elogios dele eram vazios, acionados pelo costume de conquistar a apreciação das mulheres.

— Temos que dormir. — Hinata abriu a boca para contestar, mas Sasuke se antecipou. — Enquanto discutimos Naruto convence Sakura a casar e suas chances diminuem. Engula seus medos e aceite o tratamento de choque.

~*S2*~

Parecia fácil na teoria, mas a prática, mais uma vez, apresentava os obstáculos. Em seu quarto, depois do banho tomado e de colocar uma camisola longa com mangas e gola alta, Hinata parou em frente à porta fechada e observou os pés nas pantufas brancas de algodão, sentindo-os pesados, presos no chão.

"É por Naruto. É por Naruto", repetiu mentalmente, buscando forças para mover-se. "Não precisa temer nada", complementou apertando o celular em uma mão e levando a outra a maçaneta. Abriu a porta e saiu. Sasuke não era Hidan, não a machucaria, não abusaria de sua confiança.

Com passos arrastados caminhou pelo corredor em direção ao quarto principal, repetindo baixinho os incentivos, garantindo a si mesma que tudo ficaria bem, que no fim tudo daria certo. Naruto seria seu de novo.

No que pareceu uma eternidade entrou na suíte. Vazia e iluminada apenas pelos abajures de cada lado da cama. Trêmula, relanceou o olhar pelo cômodo, até pousa-lo na cama. Era enorme, podia dormir ali sem encostar em Sasuke, refletiu antes de sentar nela e colocar o celular no criado mudo. Deslizou uma mão na macia colcha azul royal. Pelo menos estava limpa, sem nenhum resquício das "amigas" de Sasuke. Era um detalhe bobo, mas odiaria deitar em cima do suor e outros fluidos delas.

— Retiro o que eu disse. — Pulou de susto e encarou Sasuke, que saia do banheiro vestido somente com a calça do pijama listrado de preto e cinza —, essa camisola deve ir para o lixo.

— Minha mãe que fez — murmurou na defensiva, apertando os dedos na gola alta com tamanha força que o sangue se esvaiu deles, dando lugar a dor e formigamento. Ele podia ter a sensibilidade de usar a parte de cima.

— É horrível — Sasuke comentou entortando a boca com desprezo. — Parece que sou o lobo mal e você a vovozinha.

Resistiu à vontade de retrucar que meses atrás ele aprovara uma camisola parecida. Argumentar com uma pessoa que preferia nudez, dele e de suas "amigas", era perda de tempo.

Prendeu a respiração quando Sasuke sentou ao seu lado, afastou sua mão dormente da gola da camisola e abriu os botões que terminavam no pescoço e começavam acima do peito.

— Pronto, pode respirar. — Hinata corou e ergueu o olhar dos botões abertos para Sasuke. Ele sorria de canto, aquele sorriso malicioso que precedia algum comentário impertinente. — Agora parece a chapeuzinho.

Para seu alivio, ele se afastou, contornou a cama, deitou e apagou a luz do abajur do seu lado. De cabeça baixa, o observou de canto, iluminado pelo abajur do lado dela. Todo relaxado, sem um pingo de preocupação em cobrir o tronco nu.

Fingindo uma despreocupação que não tinha, apagou a luz do abajur, afastou a colcha e deitou na beirada da cama. Encolhida e de costas para o Uchiha, indagou a si mesma se seu plano não era uma loucura, logo respondendo que valeria a pena quando Naruto a enxergasse como mulher e não uma irmã.

— Hyuuga, não precisa ficar perto de uma queda para me evitar. Essa cama é enorme e acomoda quatro pessoas facilmente. — Hinata cerrou os olhos e fungou com asco. Não duvidava que ele testara a possibilidade. — Mas, se deseja mesmo recuperar o idiota do Uzumaki, aconselho a tolerar o meu toque — comentou, acrescentando com aspereza: — É ofensiva sua atitude. Se sempre vai agir como uma mártir, a pobre virgem jogada ao monstro, desista e deixe o Naruto para a Sakura.

Apertando os lábios com força para segurar a vontade de chama-lo de insensível, virou irritada e moveu-se até chegar perto dele.

— Nunca dividi a cama com ninguém — explicou após empurrar goela abaixo um insulto, agradecendo a escuridão por ocultar a raiva em seu rosto. — Não sei o que fazer.

— O que faria na lua de mel? — Após alguns segundos de silêncio questionou: — Nunca pensou na lua de mel?

— Sim... Pensei... — respondeu sem segurança.

— Mas não no momento que dividiria os lençóis.

— Pensei... bem pouco, mas pensei... — repetiu gaguejando. Ouvindo o riso de descrença, procurou se justificar. — É esquisito estar aqui... com você... nessa cama... E a sua regra de não dormir com empregadas? — recordou de repente, reprovando logo em seguida a pergunta. A última coisa que precisava era que Sasuke reconsidera-se ajuda-la.

— Se aplica ao sexo. Não haverá sexo — respondeu, acrescentando para embaraço da Hyuuga. —A menos que você queira.

Sentiu a garganta seca. Ela precisaria transar com Sasuke pra conseguir Naruto de volta? Sakura, obviamente, tinha a experiência sexual que ela não possuía. Teria coragem de fazer isso só para ganhar essa experiência? Jogar fora todas as fantasias de se entregar por amor?

— Eu... eu...

Para seu aliviou e confusão, Sasuke a interrompeu.

— Até que etapa podemos chegar?

— Etapa?

— Estou cansado demais, mas antes que desabe, precisamos estabelecer até que etapa posso avançar.

— Como assim?

Sasuke soltou um suspiro exasperado.

— Explicando. Etapa dois é o flete, os olhares, toques e beijos ocasionais. — Para demonstrar, Sasuke acariciou o rosto de Hinata, deslizou a mão até sua nuca e a puxou devagar para roçar os lábios nos dela. — O cinco envolve a sedução total, o sexo — sussurrou contra seus lábios.

— Como são... as outras...? — questionou em um fio de voz, o coração retumbando em seus ouvidos.

— Um é a confiança, em si mesma e no seu interesse; Três é a conquista, convívio, beijos e carícias mais ousadas; Quatro, são as preliminares e jogos que te preparam para o cinco.

— Como funciona o quatro? — Agradeceu a escuridão por ocultar sua face dos olhos inquisitivos do Uchiha. — Como são essas... preliminares... jogos...?

— Nem todos exigem nudez ou penetração. Seria bom que soubesse já que deseja seduzir o Naruto — aconselhou. — Só chamei de etapas para ficar claro para você, porém, nem toda relação às segue nessa ordem. As minhas pulam direto para a cinco.

Hinata sabia disso.

— Não no meu caso...

— No seu caso voltamos para zero no momento em que se espremeu na beira da cama — comentou secamente.

— Podemos ir até o quatro... — decidiu. — Sem nível cinco.

— Nunca esperei chegar até cinco — disse, acrescentando com irritação: — Mas não quero retroceder toda vez que tiver medo de mim, quando me encarar como um estuprador em potencial.

— Não o enxergo assim.

— É o que parece.

— É que não sei com agir... — justificou novamente.

— É só me copiar, como um espelho, do jeito que fizemos com o beijo. — Ele tocou sua face com os dedos e após alguns segundos de hesitação Hinata fez o mesmo. — Quando se sentir confortável será espontâneo, até lá faça o que eu fizer e não recue por medo. Fale o que te preocupa, o que não gosta ou não quer, podemos negociar.

— Obrigada — disse com a voz embargada. Sasuke estava sendo tão bom e compreensivo.

— Não agradeça. Ambos podemos lamentar muito até o fim. — Pousou a mão na cintura dela. — Entre essas paredes fingiremos ser amantes. Você me acompanha, imita. E eu prometo não passar dos limites.

Resoluta, Hinata pousou uma mão trêmula na cintura dele.

— Tudo bem...

Sasuke a abraçou e percorreu suas costas com as mãos, antes de depositar um beijo em seu pescoço.

— Huhum...

Envolvendo-o em um abraço inseguro, Hinata chegou à conclusão de que não era tão terrível dividir a cama como pensara. Sentia arrepios pelo corpo e um frio estranho na barriga, mas aguentaria, por Naruto.

~*S2*~

De manhã não se surpreendeu em encontrar o lugar ao seu lado vazio. Sasuke sempre acordava cedo para seus exercícios na academia do prédio. Era o fato de ter passado a noite com ele, mesmo que platonicamente, que bagunçava sua mente. Tudo pareceria um sonho de mau gosto caso não estivesse no quarto de Sasuke e os lençóis e travesseiro do lado dele não estivessem em desordem e com cheiro dele.

Levantou e ainda sonolenta arrumou a cama antes de ir ao banheiro do próprio quarto no fim do corredor. E a dúvida a dominou novamente. Tomara a decisão certa? Fingir ser amante de quem quer que fosse parecia um absurdo, ser de Sasuke e seguir suas etapas era surreal. As "amigas" dele tinham corpos espetaculares, nuas pareceriam deusas sensuais. Nunca se imaginara nua na frente de outra pessoa, nem mesmo de Naruto. Ora, evitava até observar longamente o corpo nu quando tomava banho ou se trocava, mas sabia que tinha peitos, coxas e traços avantajados. Em comparação com as "amigas" de Sasuke e com Sakura era gorda e desengonçada. Talvez o seguro fosse ir até a etapa três. Repudiou o pensamento. Precisava da experiência e ser sensual tinha sido o principal motivo para aceitar a ajuda de Sasuke.

Pesando todas as alternativas, recuando e avançando em suas reflexões, decidiu, enquanto preparava o café da manhã, que luzes apagadas resolveriam o problema. Esconderia qualquer expressão de desgosto de Sasuke com seus quilos a mais, nem mesmo perceberia.

As outras etapas não a preocupavam. Um é dois eram as mais fáceis. Nunca tinha paquerado, Naruto fora seu amigo antes de pedi-la em namoro, mas não parecia difícil lançar olhares e tocar rapidamente alguém. A etapa dois estivera em seu relacionamento o tempo todo. A três... Por intenso devia se tratar do beijo de língua.

Sentiu a face em chamas ao recordar como se sentiu com o beijo de Sasuke. Agora sabia algo para atrair Naruto e reacender seu relacionamento. Começaria, assim que tivesse oportunidade, por beija-lo intensamente. Se tinha sido tão bom com Sasuke com Naruto seria ainda melhor. Ele sentiria o corpo em chamas, vontade de nunca abandona-la e perceberia que eram feitos um para o outro.

Entretida em suas divagações, em que os beijos de Naruto a faria derreter em seus braços, não notou a presença de outra pessoa na cozinha até ter a cintura segurada e uma voz grave sussurrar em seu ouvido.

— Bom dia, Hina!

Virou com o coração aos pulos e um grito assustado.

Sasuke riu deixando-a sem graça. Aproximou-se e Hinata recuou, as costas encostando-se ao armário.

— Não percebi sua presença...

— Estava ocupada cantarolando. — Acariciou seu rosto com o torso da mão. — Precisa me dar um beijo de bom dia — indicou com voz sedutora.

— Eu... eu... não alcanço... — Era meia verdade. Podia se erguer nas pontas dos pés, mas do jeito que suas pernas tremiam duvidava que se equilibrasse nelas.

— Sem problema.

Hinata soltou outro pequeno grito ao ser erguida pela cintura, girada no ar e colocada sobre a bancada.

— Ainda está distante — Sasuke indicou pousando as mãos nas pernas juntas de Hinata, cobertas pela longa saia preta. — Posso?

— O que...?

Com um brilho travesso nos olhos e sorrindo enigmático, Sasuke se abaixou diante de Hinata. Ela arregalou os olhos e suspendeu a respiração quando ele segurou a barra de sua saia e devagar a ergueu acima de suas coxas, movendo suas pernas para se ajeitar no meio delas. Temeu desmaiar quando seus corpos se encostaram e antecipou uma nova aula com beijos.

— Você fica linda corada, embora não sei se é por vergonha ou por segurar a respiração — Hinata soltou o ar e ele sorriu. O sorriso conquistador que endereçada as suas "amigas". Um sorriso que, concluiu fascinada e envergonhada, era capaz de derreter uma mulher, de transformar sangue em lava, fazer o corpo todo formigar e latejar. Ele acariciou seu lábio inferior com o polegar e se inclinou para beijar seu queixo. — Você é tão doce. Ansiei por esse momento, quando a teria em meus braços. Você também? — Com fogo no olhar ele esperou sua resposta. Hinata assentiu sonhadora, desejando que ele a beijasse logo e acabasse com a espera. — Então prove.

Instintivamente sabia o que ele queria, que era o que ela ansiava. O enlaçou pelo pescoço e juntou suas bocas em um beijo suave, apreciando a textura e o calor dos lábios masculinos, como correspondiam aos seus.

Suspirou quando a mão de Sasuke segurou sua nuca e ele tomou o controle, aprofundando o beijo. Encantada com as sensações que percorriam seu corpo da cabeça aos pés, se entregou aos lábios vorazes e sedutores e apertou-se contra o corpo masculino, acariciando os fios curtos e macios no mesmo compasso que a mão em sua nuca a acariciava e atraia.

A outra mão de Sasuke se infiltrou por baixo de sua blusa, tocando a pele nua de sua cintura. O toque quente, as caricias e apertões trouxe um turbilhão de sensações, engolindo qualquer raciocínio lógico e insegurança. Escorregou ambas as mãos pelo pescoço e costas deles até para-las em sua cintura, deslizando-as por baixo da camiseta que usava e acariciando o tórax definido, sentindo a textura e dureza dos músculos do Uchiha.

Alguém gemeu, mas Hinata não soube identificar quem fora. Identificou outra coisa, algo que a lançou para anos atrás, para outro corpo prensado no seu, para mãos a obrigando a tocar a parte que se esfregava em seu quadril. Tensa, Hinata empurrou Sasuke para longe com força, quase levando-o a colidir nos armários.

— Eu... e que...

— Não se preocupe.

Evitando olhar para qualquer parte dele, Hinata desceu da bancada de cabeça baixa.

— Falei com o pessoal da academia — ele disse de repente, como se nada demais tivesse acontecido segundos atrás. — Você deve levar seus documentos para cadastro, fazer alguns exames e pronto. Porém, não quero que passe todo seu tempo livre lá, e os fins de semana serão meus. — Hinata o olhou confusa e Sasuke retificou: — Nossos, para as aulas. Entendido?

— Ok — murmurou ao concluir que Sasuke agia como se nada tivesse ocorrido porque tudo fora fingimento. Tudo que dissera, cada toque e beijo. Fingimento. E devia ser agradecida, aprendera muito com a experiência, e, mesmo sendo fingimento, o corpo dele reagira aos seus beijos e carícias. Dera mais um passo em direção ao seu objetivo.

— Ah, os homens da academia, melhor evita-los — recomendou explicando em seguida: — São inconvenientes e não queremos novos traumas. — Hinata assentiu, dizendo para si mesma que o único homem que desejava era Naruto. — O melhor é que diga que tem um namorado, ou noivo, o que achar melhor, afinal, não pretende ficar solteira por muito tempo.

Não pretendia mesmo. Fingiria ser a amante de Sasuke, aprenderia rapidamente todas as etapas - até quatro - e seduziria Naruto, decidiu enquanto arrumava a bancada com o café da manhã, focando em sua meta final para não corar ao lembrar-se do que fizera sobre ela minutos antes.

— Vou me trocar e depois te levo até a Tenten — Sasuke disse ao afastar o prato vazio e levantar.

— Melhor não... — Sasuke a olhou com desconfiança e Hinata corou. Não queria contar sobre a briga, dizer que não era bem vinda à casa do primo. — Tenho que ir à academia, levar os documentos — explicou agradecida por ser verdade. Mentir normalmente piorava sua gaguejara. — Outro dia a visito.

— Certo. — A surpreendeu ao puxa-la em um abraço. — Agora, que tal um beijo?

Sem titubear, apoiou as mãos nos ombros dele e se ergueu na ponta dos pés. Faltava pouco para beija-lo quando ouviram a campainha tocar.

— Mikoto — disseram em uníssono.

Hinata riu, encostando o rosto no peito de Sasuke, inebriando-se com sua fragrância.

— Ela aguentou 24 horas, temos que lhe dar crédito — Sasuke brincou esfregando as mãos em suas costas antes de se afastar. — Pronta para ser engolfada pela dona Mikoto?

Sorrindo assentiu.

~*S2*~

Como imaginaram, por causa da falta de aviso do porteiro, era Mikoto na porta. Disse que passou para ver o filho antes do trabalho, mas tanto Hinata quanto Sasuke sabiam que o motivo era outro. Sasuke até verbalizou isso, ao que Mikoto riu e não negou. Enquanto Sasuke se arrumava para trabalhar, Hinata ficou na sala conversando com Mikoto, ou melhor, ouvindo.

Paciente, aceitou as condolências da Uchiha, que lamentava o fim de seu noivado, não soltou uma palavra quando ela garantiu que encontraria alguém melhor, agradeceu e forçou-se a ocultar seus verdadeiros pensamentos atrás de um sorriso ao escutar que era muito boa garota, uma alma maravilhosa que influenciaria Sasuke a ser um homem melhor. Declarar que Sasuke é que a influenciava a ser uma mulher melhor pareceu inadequado.

Imaginou o caos que seria a descoberta do acordo deles. Mikoto exigiria sua demissão. Por mais amiga de sua mãe, duvidava que a Uchiha aceitasse tal abuso de confiança. Seu pai a repudiaria. Há anos ele estava insatisfeito com suas decisões, desde que apresentara Naruto como seu namorado e saiu da casa dos Uchiha para trabalhar para outra pessoa. Na mente de seu pai a família era atrelada aos Uchiha. Aceitar ser governanta de Sasuke foi uma das poucas alegrias que dera a ele. O escândalo o mataria de desgosto, se ele não a matasse antes.

Dividida entre as complicações de fingir ser amante de Sasuke e prestar atenção no que Mikoto dizia, não notou o papel rasgado que continuava na mesa de centro até que a Uchiha o pegou e, para seu constrangimento, o leu. Arrependia-se de escrever aquilo, no fim nem fora útil, Sasuke desaprovou cada um dos itens.

— Oh, Hina! — O rosto de Mikoto transmitia compaixão, pena, sentimentos que não precisava.

— É só uma lista boba — murmurou com vergonha.

— Entendo... — Pelo olhar de piedade Hinata imaginou o que Mikoto entendia. — Bem, posso ajuda-la com as roupas.

— Pode? — Foi a primeira declaração a despertar seu interesse naquela conversa.

— Tenho uma amiga estilista. Te levo na loja dela e escolheremos juntas o seu novo guarda roupa — anunciou empolgada.

A empolgação não alcançou Hinata. Presumira que Mikoto a acompanharia a uma loja escolhida por ela, uma de acordo com sua situação financeira, não para um lugar com roupas caras.

— Deve ser caro.

— Não se preocupe com valores. Você precisa de algo para levantar o astral — disse pegando o celular na bolsa. — Só preciso dar um telefonema.

— Dona Mikoto... — começou a falar, mas foi rapidamente interrompida.

— Só Mikoto, meu bem — pediu selecionando a pasta de contatos.

Abriu a boca para dizer que não tinha condições para gastar em roupas de grife, mas perdeu a fala ao avistar Sasuke. Não havia nada de diferente nele. Estava de terno cinza, camisa imaculadamente branca e gravata com detalhes geométricos em preto e vermelho, em sua mão direita a pasta de trabalho com seu notebook. Passara os últimos meses o vendo ir e voltar do trabalho, mas era a primeira vez que pensava na maciez dos lábios e do cabelo dele.

Quando os olhos negros encontraram os seus imediatamente abaixou a cabeça, torcendo para Mikoto não estranhar sua atitude e o fato de seu rosto queimar em carmim.

Longe de notar seu embaraço, Mikoto esqueceu a ligação e foi até o filho, encaixando um braço no dele e o arrastando até os sofás, até Hinata. Levantou constrangida e se obrigou a erguer o olhar, no entanto, temendo pensar em algo inapropriado e corar ainda mais, o fixou em um ponto entre o queixo e o pescoço dele.

— Filho, hoje faremos um dia só de mulheres — informou, questionando sem necessidade, uma vez que Sasuke jamais dizia não aos seus planos. — Posso sequestrar a Hina por algumas horas?

— Faça o que achar melhor — respondeu com pouco caso, erguendo o braço para verificar o relógio de pulso. — Tenho que ir.

Soltando o braço, inclinou-se para beijar o rosto de sua mãe antes de caminhar em direção à porta.

— Esqueceu de se despedir da Hinata.

De costas, Sasuke acenou com a mão.

— Até mais Hyuuga.

Hinata desejou a capacidade de fingimento do Uchiha, quem sabe assim não se ressentiria da demonstração de desprezo dele em relação a sua pessoa. Também evitaria pensar que naquele momento amantes trocariam um beijo de despedida.

~*S2*~

O dia estava péssimo. Enjoos matinais pareciam não se limitar as manhãs. Sua colega de apartamento tivera a péssima ideia de preparar bacon no café e agora a cozinha e a sala, separadas somente por uma bancada, cheiravam a toucinho e bile. Seu carro pifara de vez, o valor do conserto faria uma diferença enorme nos seus gastos em um momento que não podia esbanjar. E, para coroar, seu chefe mais ranzinza a flagrara comendo biscoitos na mesa de trabalho, quebrando uma das malditas regras dele, não levar comida para a mesa de trabalho.

Com a agenda e uma caneta nas mãos entrou na sala dele com as explicações na ponta da língua: não comeu nada em casa; jogou para fora o que não comeu; e faltava uma hora para seu almoço. Um biscoito – três – foi tentação demais para um dia infeliz e de fome intensa. Explicações regadas a lágrimas, pois andava emotiva, que Sasuke Uchiha abominava.

Então ocorreu um milagre, ele não reclamou, sequer mencionou sua falta com a limpeza de sua mesa e teclado – o chefe aparecer do nada quando faz algo errado causava farelos fora do guardanapo. Somente ditou uma lista de telefonemas e o motivo para o contato. Sairia ilesa se sua boca grande não decidisse abrir.

— Senhor Sasuke, me desculpe pelos biscoitos. — Torceu o rosto no aguardo da bronca.

— Sem problema — disse sem tirar a atenção da tela de seu notebook, digitando e movendo mouse ocasionalmente.

Imaginou que estava relevando seu comportamento por causa da gravidez. Era uma das poucas vantagens do seu estado, as pessoas ficavam dóceis e compreensivas. Sua amiga, que mesmo com nojo se ofereceu para limpar a cozinha, era a maior prova desse fator. Com isso em mente resolveu arriscar novamente.

— Senhor Sasuke... — começou com receio.

— Sim?

Era agora ou nunca.

— A Hinata está bem? — perguntou com o que esperou fosse um tom suave e preocupado, um que pedisse compreensão com a grávida curiosa. — Ontem ela falou algumas coisas estranhas, parecia zangada.

Ajeitou a postura quando Sasuke desviou a atenção do notebook e a observou em silêncio por segundos que pareceram horas — provavelmente avaliando sua sanidade ao roubar a preciosa atenção dele do trabalho para falar sobre a governanta —, antes de responder olhando para a tela do computador.

— Ela terminou um relacionamento antigo e esta com dificuldade de aceitar.

— Oh! Sinto muito por ela.

Sasuke soltou um grunhido, sem tirar a atenção da tela. Um claro sinal de que abusava demais da sorte. Andou para a saída, mas antes que atravessasse a porta Sasuke a chamou. Virou-se tensa e encontrou Sasuke a olhando fixamente. Agora sem dúvida seria repreendida.

— Você e o Naruto, como estão?

Demorou um segundo para compreender a pergunta, outro para escolher a resposta que não ofenderia o amigo do patrão.

— Não estamos.

Ele sacudiu a cabeça devagar, sem tirar os olhos dela.

— Tenho um conselho: Dê uma chance ao Naruto.

Sakura o olhou em dúvida. Tanto pelo assunto pessoal abordado por ele, quanto pelo conselho em tom paternalista.

— Ele foi um idiota, mas sem intenção. Pense na criança. — Olhou expressivamente para o ventre ainda plano da Haruno. — Toda criança precisa dos pais em harmonia. Não precisa casar ou ter uma relação íntima com ele.

Sakura ficou sem palavras e Sasuke voltou à atenção para o notebook, recomeçando a escrever. Em silêncio, Sakura saiu.

~*S2*~

A amiga de Mikoto estava fora do país, segundo a filha dela, uma mulher que devia ter mais ou menos sua idade, preparando um desfile em Nova York. A filha a substituía em sua ausência. Era energética, simpática e alto-astral, indicava, com o auxilio de outras duas mulheres que tiraram suas medidas, milhares de looks para o dia-a-dia, para o trabalho, informais e formais, enquanto falava de si e arrancava poucas confissões de Hinata.

— Também tenho a minha própria loja — informou. — Mais tarde pode visita-la.

Mikoto riu.

— Não imagino Hinata lá, mas quem sabe.

— Mikoto é nossa melhor cliente e já falou muito de você. Você é linda como ela descrever e tem um corpo e rosto divinos — comentou apertando seu rosto entre as mãos. — Tenho tantas ideias que combinam com você, principalmente se quiser dar uma incrementada ousadia.

Largou seu rosto para pegar o celular que tocava uma melodia pop. Sorria ao atender e pelo tom, falava com o namorado. Mesmo não querendo, acabou prestando atenção a ligação quando ela riu alto e disse:

— Amorzinho, estou fazendo a festa com seu cartão sem limite. Você vai amar a lingerie que escolhi pensando em você.

Hinata a encarou confusa, recebendo uma piscada.

Assim que ela encerrou o telefonema, Hinata não aguentou a curiosidade.

— Porque não disse que está no trabalho?

— Se eu dissesse que estou no trabalho ele enfartaria, pode ter certeza disso. — Riu, afastando a franja longa e loira que caia sobre um lado de seu rosto. — E é divertido.

Mesmo sem entender, Hinata preferiu não fazer novas perguntas.

Todas as roupas eram lindas, mas não se imaginava usando nenhuma delas. Pelas etiquetas nem mesmo tinha dinheiro suficiente para leva-las. Mas sempre que recusava um novo modelo, Mikoto insistia que provasse e, quando se negou a pegar novas peças, falou que seria um presente dela.

— Mikoto, agradeço, mas não posso aceitar.

— Façamos o seguinte. Eu te dou essas roupas em troca das suas.

— Não faz sentido.

— Doarei para as instituições que ajudo, as roupas e o valor do que comprar hoje. — Hinata continuou a se negar, até Mikoto apelar para seu lado sentimental. — Pense em todas as crianças que ajudará com o dinheiro da venda das suas roupas e do valor que gastar aqui.

Dando-se por vencida, concordou, mas selecionou metade do que lhe empurravam.

— Agora precisamos de lingeries.

Deixou-se levar pelas escolhas delas, pouco opinando sobre as rendas e transparências que destoavam das peças de algodão que normalmente comprava. Ao fim, mesmo recusando vários modelos, diversas sacolas foram depositadas no porta-malas do carro de Mikoto.

— E esse é um presentinho especial da minha loja. Considere um convite. — aceitou a caixinha prata que lhe estendia. — Todas as minhas clientes adoram. É pra ser usada com companhia ou sozinha, não tem nada melhor.

— Ino! — Mikoto riu e a loira piscou um olho azulado para Hinata.

Sem entender nada, Hinata guardou a caixa em uma sacola e se despediu com abraço e beijos, dados pela loira e retribuídos com timidez.

Sentada no banco de passageiros da frente, com Mikoto tagarelando sobre as maravilhas que um dia de compras fazia no espirito de uma pessoa, Hinata só desejava voltar para casa, aprender tudo o mais rápido possível e casar com Naruto. Tudo que fazia, pensava e aceitava era pelo grande amor de sua vida, era por Naruto.

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Sigam o conselho do Sasuke: Denunciem toda forma de assédio. Disque 180.

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