/05/
We're not, no, we're not friends
Nor have we ever been
We just try to keep those secrets in a lie
But if they find out, will it all go wrong?
And heaven knows, no one wants it to
(Não somos, não, nós não somos amigos
Nem nunca fomos
Nós apenas tentamos manter esses segredos em uma mentira
Mas se eles descobrirem, tudo vai dar errado?
E o céus sabem, ninguém quer isso)
Friends — Ed Sheeran
Ela sempre se sentiu sozinha, desde a infância, mesmo estando rodeada dos primos, irmãos e amigos, ela se sentia sozinha, como se não devesse fazer parte daquele grupo, como se não fosse aceita. Apenas quem já chorou no banheiro, já sentiu um aperto no coração por não se sentir amada ou apoiada, e quem já dormiu chorando, sabia como era difícil sua vida. E hoje, com mais de trinta anos, e sentindo as mesmas coisas de quando ainda era uma garotinha, ela tentava ajudar inúmeras pessoas como ela, mas que acreditavam que ela não tinha problemas, que se amava e que nunca precisou lutar dia após dia, com sua própria mente, para não comentar um ato de suicídio. Pela manhã ela dizia que a vida era bela e que merecia ser vivida, enquanto de noite, sozinha em seu enorme apartamento, ela tentava convencer a si mesma dessas palavras.
A mulher se culpava por sua solidão, ela se afastou de seu irmão, depois dele não aceitar suas escolhas, perdeu o homem que amava e por ganância ou talvez, por amor, ela não sabia ao certo, ela deu sua própria filha.
Dia após dia, ela se arrependia dessa decisão, mas sabia que ela não tinha como voltar atrás. Ela não podia voltar atrás no dia 15 de fevereiro, se ela soubesse que no momento que conhecesse ele — o amor da sua vida — sua vida fosse virar uma montanha-russa, ela teria dispensado a oferta de emprego, na mesma hora.
Era o que a mulher do aeroporto pensava, enquanto estava com a cabeça encostada na janela do táxi, as lágrimas caiam sem parar, não é fácil perder alguém que se ama, mas nada machuca mais, do que não saber se a pessoa que você ama, está viva ou morta!
Se passou vários minutos, de puro tormento, tristeza e dor, um grande aperto no seu coração, enquanto segurava a correntinha de cruz e rezava, como se sua vida dependesse daquilo, e talvez dependesse, afinal, ela estava prestes a perder o grande amor de sua vida!
Assim que o carro encostou nos enormes portões da mansão, ela deu uma nota de cem dólares para o motorista e desceu do carro, pegando sua mala no bagageiro e deixando o troco com o motorista, que foi embora com um grande sorriso.
A mulher anda até o interfone, mas ela nem precisa apertar o botão que os portões se abrem e um homem enorme, careca, olhos pretos, terno preto e fones de segurança, encararam ela de cima a baixo.
— É bom vê-la de novo, senhorita. — disse com a voz grossa e dando um leve sorriso.
— Obrigada, Kaique! — falou apressada, mas também feliz por ver o velho conhecido, que um dia já a ajudou.
Kaique estava surpreso com a sua presença, mas como seu trabalho não era questionar nada, ele não demonstrou seus sentimentos ou falou sua opinião. Apenas, fez o seu trabalho, o de recepcionar as pessoas que são importantes para seu patrão, e a mulher, a sua frente, era muito importante para ele.
A mulher deixou as malas com o segurança e correu para a entrada da enorme mansão branca, que parecia a própria casa branca. Os enormes pilares, as enormes janelas de vidro, dando a visão da casa toda escura e sem vida, ela corre e quando está para apertar a campainha, a porta se abre, fazendo ela arregalar os olhos e um misto de confusão, tristeza, alegria e amor.
O homem à sua frente a encarou confuso, mas ainda sim, feliz por está vendo o amor da sua vida. Sua respiração se encontrava irregular, as pernas bambas, suas mãos suavam, da mesma forma que ficaram quando ele a viu pela primeira vez entrando no seu escritório, ele lembra que ela estava com os longos cabelos soltos, um término azul-escuro, a camisa branca com apenas um botão aperto, os saltos social pretos e o enorme sorriso, o mesmo sorriso que ele foi dormir sonhando e ficava ansioso todas as manhãs para ver, ele se encontrava sorrindo, ou pelos menos, era isso o que desejava estar fazendo. Ele sabia que a amava, mas havia esquecido do quanto a amava, havia esquecido das sensações que ela lhe causava, quando ele estava perto dela, era como se ele voltasse para o colégio, como o garoto em sua primeira paixão, ele nunca saiba o que fazer.
A mulher estava sem entender nada, como ele estava vivo? Porquê sua mulher havia ligado para ela? Mas, ela não se importou, apenas se jogou nos braços dele, do amor da sua vida, e agradeceu a Deus, por ele não ter levado Andrew Lougft.
— O que aconteceu, Sel? — Andrew perguntou com a voz rouca de desejo, amor e saudades.
Andrew cheirou os cabelos negros de Selena e deixou uma lágrima cair, aquilo era tão errado. Sua mulher estava no quarto dormindo, após ter tido uma crise e acreditado que ele estava morto, foi muito difícil para ele controlá-la, mas como sempre, com um pouco de paciência e um calmante, enquanto ele se encontrava abraçado a sua ex amante, quão filho da puta ele era?
Selena não foi capaz de dizer nada, não conseguiu pronunciar nada, porque sabia que quando falasse, teria que soltá-lo e isso era o que ela menos queria. Ela apenas queria que o tempo congelasse, era tão confortável o seu abraço.
Duas pessoas que se amavam e não podiam ficar juntas, isso era tão triste, foi o que Selena pensou.
Enquanto estava segurando o amor de sua vida, Andrew só conseguia pensar como era boa a sensação de ter Selena em seus braços e em como, ele não podia ficar com ela, porque antes de qualquer coisa, ele tinha uma mulher e amiga que precisava dele, e ele não podia abandonar a Verônica.
Ando de um lado a outro no meio da sala, estou ansiosa, essa noite eu não consegui dormir e não foi porque conta de pesadelos, que já estou acostumada, e sim, porque estava imaginando e criando histórias sobre como seria meu encontro — que não é um encontro — com o Alexander, o cara foi tão filho da puta que não me deu dicas para aonde iríamos, mesmo depois de eu ter mandado umas vinte mensagens para ele e a Kay ter o chantageado, falando nela, ela está no quinto sono, após passar a noite comigo, tentando imaginar o que o seu irmão planejava. Eu já me arrumei, tem quase uma hora e ainda falta meia hora para o Alexander chegar.
Cansada de ficar andando de uma lado a outro, eu me sento no sofá e ligo a televisão, e coloco Lúcifer para rodar, essa série sempre me distrai, mesmo eu sabendo as falas de cor. Depois de quase uma hora, a campainha toca e eu corro para atender a porta, dando de cara com a perfeição do Alexander.
Acredito que nunca irei me acostumar com a beleza dele, Alexander não é apenas bonito, ele também tem uma postura muito misteriosa e sedutora, como se quando ele nos olhasse, fosse capaz de desvendar nossos maiores segredos, enquanto nós, meros mortais, apenas vemos o que ele deseja. Mas, o que mais me surpreende é sua roupa, ele está usando uma calça jeans preta, camisa polo vermelha e um casaco preto, sei que ele nunca usa ternos, mas ainda é estranho ver ele sem eles, mesmo ele ficando gato de qualquer jeito.
— Até que fim, já estava morrendo de ansiedade! — falo já saindo do apartamento, mas ele é mais rápido e me barra, me fazendo olhar sem entender.
— Aqui, vista estas roupas! — Alexander diz me entregando uma sacola preta de papelão— senhor, eu nem tinha visto isso com ele— levanto uma sobrancelha sem entender nada— Quem iremos visitar hoje, escolheu estas roupas, hoje é dia de bagunça, não de chá da manhã.
Reviro os olhos para sua última fala, porque ficou óbvio que ele está zoando minha escolha de roupa, sei que ela está muito chique, mas em minha defesa, ele não me disse o que vestir e aonde iríamos, e eu não sou adivinha.
Bufando, feito uma criança, eu dou meia volta, após fechar a porta na cara de Alexander, deixando ele plantado do lado de fora. Eu acho ele legal, mas no momento, não estou a fim de ser educada.
Assim que entro no meu quarto, eu retiro as roupas da sacola e me surpreendo com as peças. Um adidas, todo preto, uma calça jeans estilo, anos 80 e uma camisa branca, jaqueta de couro preta e ele trouxe até mesmo um par de meias pretas. Retiro meu salto e vestido, vestindo as roupas e me surpreendo com o fato de ficarem ótimas em mim, mesmo que eu nunca tenha usado esse estilo de roupa, já que sempre estou de saltos e roupas formais. Ando até a minha penteadeira e prendo meus cabelos em um rabo de cavalo, dou uma última olhada na minha aparência e sorri satisfeita. Pego as chaves de casa, minha carteira e celular, e saiu do quarto, vendo Alexander me esperando no final do corredor, sorrindo debochado para mim.
— O quê? Mas, como? — pergunto sem entender, eu tranquei ele do lado de fora.
— Eu tenho as chaves, esqueceu que minha irmã também mora aqui? Ela me deu ontem a noite a cópia. — sorri e abre a porta para mim, que ando depressa até o elevador que já está aberto e fico apertando o botão para ele descer, antes de Alexander entrar, mas ele é mais rápido e sorri assim que entra.
— Você ficou bonita nessas roupas, mas acredito que você ficaria bonita até mesmo de saco de batata. — fala sério, me olhando de cima a baixo, ele sorri e volta a olhar para a porta.
Tá bom, confesso que amei esse elogio, foi tão espontâneo que acredito que ele nem ao menos percebeu o que falou.
— Obrigada, você também é bonitinho — faço graça, já que o acho um Deus grego.
Alexander sorri de lado, se vira para mim e dá um passo em minha direção, ele me imprensou na parede do elevador, passa o dedo indicador pela minha bochecha e contorna minha boca, me fazendo engolir em seco.
— Vou fingir que você não me comeu com os olhos, assim que cheguei, porque sou um cavaleiro, mas como vamos ser amigos, temos que parar de mentir. Vamos ser sinceros, eu te desejo e você me deseja, somos adultos e sabemos lidar com isso, Sara. — ele fala tudo com calma, a voz rouca e olhando nos meus olhos, meu nome na sua voz, com seu sotaque britânico, é tão sexy que por um momento, me fez esquecer meu nome.
— Sonha!— empurro ele e tento regularizar minha respiração, eu não sou louca de dar esse gostinho a ele, porque mesmo que eu o deseje, meu coração pertence a outro e eu nunca ficaria com ele.
— Pode acreditar, eu sonho todas as noites, desde que te conheci — Alexander sussurra, mas eu finjo não ouvir, porque é muita tentação para uma manhã só.
Assim que o elevador para, eu desço já indo em direção ao carro de Alexander, já que ele é o único estacionado no estacionamento, o jipe grande preto, chama atenção por onde passa, ainda mais quando o dono desce. Alexander destrava o carro, eu entro, coloco o cinto e o espero fazer o mesmo, confesso que estou apreensiva e muito ansiosa, que nem ao menos consigo parar de mexer nas mãos e balançar meus pés, uma droga.
— Não vai mesmo me contar, para onde vamos? — pergunto assim que ele liga o carro, Alexander sorri de lado, se vira devagar para mim e balança a cabeça para os lados.
— Apenas relaxe, princesa, pode acreditar que o passeio será incrível. — reviro os olhos e me encosto no banco, escutando uma risada de Alexander, que começa a tirar o carro do estacionamento.
— Eu odeio surpresas! — resmungo.
— Essa você irá amar.
— Duvido muito, você nem ao menos sabe do que eu gosto, nós só nos vimos umas três vezes e em todas elas, eu estava meio pirada— aponto o óbvio.
— Verdade, eu não te conheço, mas quero conhecer, você é melhor amiga da minha irmã e iremos conviver muito um com o outro, então, porque não sermos amigos? — questiona.
— Pode ser, mais eu ainda não sei se isso é uma boa ideia.
— Tudo bem, no final do dia você me diz se ainda concorda com suas afirmações.
Me viro para ele, que está concentrado no trânsito, o maxilar travado, as mãos firmes no volante, destacando as veias e o anel dourado.
— Tudo bem!
Alexander sorri aberto e passa a língua pelos lábios grossos e muitos sensuais, ele me dá uma breve olhada e volta sua atenção para o trânsito.
— Mas, me conta Sarinha, como você ficou tão próxima do seu motorista? Isso não é tão comum, pelo menos não, ao meu ver.
Sorriu me lembrando de Clark, ele é uma das melhores pessoas que eu já conheci, sempre esteve do meu lado, me incentivando e me ajudando a ser uma pessoa melhor, sempre que eu estava sendo uma bruaca com as outras pessoas, ele me repreendia e eu me controlava para não cometer o mesmo erro de antes, eu não queria decepcioná-lo. Clark foi um pai que nunca tive, ele nunca me julgou e sempre aguentou minhas crises de patricinhas, me retirava a força dos bares e becos, quando estava bêbada ou drogada demais para fazer algo. Me lembro que sempre que eu saia para beber, já consciente que faria merda, eu passava spray de tinta nos meus cabelos, colocava uma lente preta, passava um batom vermelho e contornava além da conta dos meus lábios, e usava roupas justas e muitos curtas, sempre coloridas, os cabelos armados e com aparência de puta, só assim que imprensa não descobriria minha verdadeira identidade, menos o Bill, o bartender e dono do bar que fui a uns dias atrás, esse meu pai comprou.
— Ele é como um pai para mim, sempre que estou com ele eu me sinto segura e sei que posso contar qualquer coisa para ele, ele sempre vai me compreender e estar do meu lado. Já teve varias vezes que ele saia de madrugada para me procurar, mesmo que eu estivesse com outro segurança, não era o turno dele, mas ele sempre dizia que teve uma sensação ruim e foi me procurar, e no final, ele me encontrava em um beco, drogada e desmaiada, ou no banheiro de alguma festa, quase sendo abusada— confesso para Alexander, e nem ao menos sei o motivo disso.
Eu não sei, mas sinto que posso confiar nele, assim como confio na Kay e nos demais, eu sinto que ele fará parte da minha vida e não me julgará, afinal, ele mesmo disse, no final do dia seremos amigos, o que acho meio impossível, mas sei também que teremos que conviver muito, por conta da Kay e no final, terei que confiar nele.
— Fico feliz de você não ter estado totalmente sozinha sua vida inteira, ele parece ser um homem muito justo e que realmente te ama, como uma filha.
— Sim, é o que ele sempre diz, que me ama como uma filha. — sorriu me lembrando do meu velhinho.
— E o seu pai? Você já conversou com ele?
O olho sem entender, porque diabos eu conversaria com meu pai? Ele é um monstro filho da puta que não se importa com nada, além da sua carreira.
— Não, não falei com meu pai. — falo firme, me virando para o lado e encostando a cabeça na janela, não gosto de falar sobre ele, Andrew não pode ser considerado meu pai e sim, o homem que deu a semente para eu nascer.
— Acho que você deveria falar com ele. — Alexander não desiste, mesmo eu dando a entender, de forma bem específica, de que não quero falar sobre o traste do meu pai. — Suponho que você nunca disse como se sentia, e ao meu ver, ele deveria saber, às vezes os pais erram Sara, e não sabem como conversar ou se desculpar com seus filhos, talvez, se você dissesse como se sente, ele finalmente abriria seus olhos e se desculparia, ao meu ver, você ainda o ama, afinal, ele é o sue pai. Não perca a chance de tê-lo na sua vida ou de dizer como se sente, porque em algum momento, pode ser tarde demais, e pode acreditar, você não quer isso, não quer conviver com o arrependimento de não ter conversado com ele, não ter dado uma chance para vocês. Então, converse com ele e conte como se sente em relação a ele e suas atitudes, você pode se surpreender com a atitude que ele der.
Não falo nada, dando o assunto por encerrado e dando graças a Deus, por ele não dizer mais nada. Vamos o caminho inteiro em silêncio, mas suas palavras não saem da minha cabeça. Eu realmente nunca falei para ele, como me sinto, mesmo deixando claro que ele me machucou e ainda me machuca com suas atitudes, eu nunca disse isso com palavras, talvez Alexander esteja certo, mas não darei o braço a torcer. Mas, talvez, ele não saia como eu me sinto e não saiba como se aproximar, e por mais que eu tente, é impossível não me sentir animada com esse pensamento, porque Alexander está certo, meu pai nem sempre foi um monstro e eu ainda o amo, amo ele, minha mãe e irmã, eles são minha única família.
O resto da viagem é feito em silêncio, mas não um constrangedor, e sim, calmo e em paz, eu me sinto bem como ele, Alexander não me sufoca. O carro finalmente para, eu olho ao redor e tudo o que vejo é um enorme muro verde, um grande portão preto e algumas árvores, estamos praticamente no meio do nada, tirando apenas a br. Alexander desce do carro, dá meia volta e bate à minha porta, me ajudando a sair e sorrindo para a minha expressão de confusão.
— Vamos, eles já devem estar impacientes— ele sai me puxando pela mão, e abre o enorme portão preto, com o controle e assim que ele se abre por completo, eu quase caio com o que vejo e os pequenos empurrões que recebo.
São umas trinta crianças, tudo envolta de Alexander, que está sorrindo e sendo recebido com muito amor, e à minha frente está seis mulheres de uniformes azuis, calças jeans e camisa polo azul, às seis estão sorrindo para Alexander, que ainda está sendo esmagado pelas crianças. E devo confessar que nem em um milhão de anos, imaginaria que essa cena estaria acontecendo, é difícil de acreditar que Alexander é o tipo que gosta de crianças e principalmente, elas gostam dele, mas parece que elas o ama e vice-versa.
— Tio, essa é que é a tia Sara? — uma garotinha com cabelos loiros escuros, de calças de malha preta, tênis rosa, camisa branca e casaco rosa, pergunta me olhando curiosa, fazendo todas as crianças pararem de falar com Alexander, que sorri para mim, se solta das crianças, anda até mim e segura minha mão, provavelmente para me acalmar, já que elas esta tremendo.
Essas crianças estão me dando muito medo, eles estão me analisando por completo, uma por uma me olha de cima a baixo e cochicha algo com o coleguinha do lado, eu me sinto em uma entrevista de emprego com os donos da empresa, mesmo eu nunca tenha feito uma entrevista de emprego antes, eu já assisti muitos filmes e sei como o negócio é tenso.
— Sim, esta é a tia Sara! E o que nós combinou, que faríamos quando ela chegasse? — assim que ele termina de falar, as crianças sorriem, como se estivesse se lembrando de algo importante e andam até mim, formando uma fila.
A primeira, uma garotinha com os cabelos amarrados de chiquititas, os olhos pretos e pele morena, os cachinhos balançando e claramente tímida, ela anda até mim e me dá um breve abraço.
— É um prazer, tia Sara, eu sou a Bella. A senhora é muito linda, fico feliz da senhora ter usado as roupas que escolhemos. — assim que termina de falar, ela nem ao menos me dá tempo para responder, que já sai correndo para as mulheres que ainda estão nós, observado.
Sorriu para as crianças, que parecem se sentir mais confortável, e cada um faz o mesmo que Bella, se apresentando e me elogiando, realmente Alexander me surpreendeu, eu já estou amando.
Após ter sido apresentada a cada criança, elas levaram eu e Alexander para dentro, nos encaminhando para a cantina, onde comemos com barulho das vozes infantis e histórias que elas contavam para mim e Alexander, onde nem ao menos tínhamos tempo para falar.
Assim que termino de comer, eu me levanto discreta da mesa e vou dar uma volta pelo, o que acredito ser, um orfanato. Quando estou já do lado de fora da cantina, eu vejo um enorme jardim, com vários brinquedos espalhados pelo chão, bolas, bonecas, carrinhos e legos, o ambiente gritando crianças, amor e felicidade.
— A senhorita é namorada do senhor Alexander? — dou um pequeno pulo com a pergunta, já que nem ao menos vi alguém chegando.
Me viro para o lado e vejo uma das seis mulheres de mais cedo, essa parece ter uns quarenta anos, os cabelos castanhos claros, olhos pretos e pele branquinha, com apenas algumas manchas, a entregaram.
— Não, somos apenas... amigos, pode dizer assim. Eu o conheço há poucos dias, ele é irmão da minha melhor amiga — explico.
A mulher sorri, entendendo.
— Ele é um bom homem, construiu este lugar sozinho, digo, com o seu próprio dinheiro. Há quase dois anos, abrigam crianças que foram abusadas, espancadas e torturadas pelos pais, sabe? Pais drogados, ladrões, prostitutas e assim por diante. Assim que ele me contratou, a dois anos, ele deixou bem claro de que as crianças deveriam passar por psicólogos, serem bem alimentadas, irem para escola e principalmente, se divertir, e assim foi feito, o prefeito deu todo apoio a ele, afinal, não é todo dia que Alexander Tarver pede algo.— fala com admiração.
— Confesso que nunca imaginaria que ele fosse o tipo amoroso e caridoso.
A mulher, que ainda não sei o nome sorri e balança a cabeça para os lados.
— Poucos conhecem esse seu lado, o senhor Alexander é muito reservado. Mas, pode acreditar, que se a senhora está aqui, é porque ele se importa e confia na senhora. Agora, se me der licença, eu tenho que ir.
— Espera, qual o seu nome e o nome deste lugar? Não vi em nenhum lugar. — questiono sem graça.
— Eu me chamo Milena, senhorita Sara e o abrigo, se chama, "O paraíso de Lorenzo e Raven" — se vira e começa a sair do meu campo de visão, quando entra no prédio.
O paraíso de Lorenzo e Raven, os nomes do país dele e da Kay, sei disso porque eu já ouvi falar sobre eles, ela sempre me disse que Alexander ficou arrasado, com a morte dos pais e começou a surtar, ficando muito controlador, onde ele sufocou tanto a Kay, que ela foi embora e os dois se afastaram, mas parece que ele mudou muito, pelo menos foi o que ela disse e o que eu percebi, das atitudes que ele teve nos últimos dias, em comparação às antigas que Kay me contava.
Sinto alguém puxar minha calça, eu olho para o chão e vejo a garotinha que me notou, mais cedo. Ela sorri banguela e me pede para agachar, e eu faço de bom grado, vendo ela colocar as mãozinhas sobre meus ombros e me analisar por inteiro.
— O tio Alexander está falando a verdade quando disse que a senhora, parecia uma princesa de tão linda! — sorri contornando meu rosto com o dedinho indicador, sorriu para a garotinha que tem muita cara de sapeca e muito inteligente.
Os olhos verdes, o nariz pequeno e arrebitado, os cílios grandes e volumosos, as sardas espalhadas por quase todo seu rosto, os cabelos loiros escuros, estão soltos e a pequena boca vermelhinha. Ela é toda linda!
— Obrigada meu amor, você também é muito linda e parece uma princesa— falo passando a mão pelo seu rosto e tirando uma mecha de cabelos dos seus olhos, colocando atrás da orelha.
A garotinha que sei que se chama Jasmine, me solta e se senta na grama, me indicando para fazer o mesmo, que faço de bom grado.
— A senhora é namorada do tio Alexander? — questiona curiosa.
— Não, ele é apenas meu amigo.
— Legal, mas vocês formam um casal muito fofinho — sorri sapeca e retira seu casado, o colocando em cima das suas pernas.
E só então, eu vejo as pequenas manchas pelos seus braços, pequenas bolinhas, como se fossassem queimaduras, quem poderá fazer isso com uma criança? E só então, me lembro de Milena, dizendo que o abrigo são de crianças que sofriam abusos e torturas de seus pais, na hora meu estômago se embrulha, apenas com o pensamento de que quase estas crianças estão com os corpos como o de Jasmine, mas mesmo assim estão sorrindo e contando histórias.
— Pode perguntar, tia, todos tem curiosidades sobre elas— Jasmine fala me fazendo ficar sem graça, por ser pega em flagrante.
— Me desculpa!
Jasmine sorri e coloca o longo cabelo atrás da orelha.
— Foi a minha mãe quem fez. — confessa, sendo forte e segurando minhas mãos — Sabe, minha vida não era perfeita, mas depois que meu papai adiantou sua viagem para o céu, dando um tiro na cabeça, mamãe piorou e começou a me bater, apagar seus cigarros em mim, ela também deixava os amigos homens dela passar a mão em mim e apagar os cigarros em mim. Mas, está tudo bem, hoje eu tô bem e ninguém mais me machuca, graças ao tio Alex, que fez esse abrigo e sempre vem me visitar. Desculpa falar tudo rápido, é que eu amo falar, e quando começo não consigo mais parar. — sorri sem graça e com os olhinhos brilhando, mas não de tristeza e sim, gratidão.— Posso te contar um segredo, tia?
Jasmine pergunta sapeca, eu apenas sorrio e aceno com a cabeça, curiosa com que ela dirá e principalmente, admirada com sua força, ela conta sua história como se estivesse informando sobre o tempo, eu no seu lugar, estará revoltada e chorando, é difícil de admitir, mas ela parece ser muito mais forte do que eu.
— Os seus olhos são como os do meu papai e eu odeio isso, a senhora é tão linda, não deveria ser triste, o meu papai sempre dizia que eu era o motivo dele ainda tentar viver, mas acho que eu não fui o bastante para ele me ver crescendo, mas dias antes dele ir embora, ele me fez prometer que sempre que eu visse anjos com marcas no corpo, olhos tristes como o da senhora ou chorando, eu deveria abraçar e ser amiga delas, e nunca julgar sua dor, então eu posso te abraçar e ser sua amiguinha? O tio Alex disse que a senhora precisa de muito amor e eu tenho amor de sobra, ele também disse que a senhora é muito inteligente, bonita e boa, então vai ser legal eu ser sua amiga, eu sempre quis ter uma irmã. Meu Deus, eu tô falando muito, de novo, mais tudo bem, mamãe sempre me batia quando eu falava muito, mais o tio Alex sempre diz que ama me ouvir e que eu nunca deveria deixar de falar para agradar os outros, por isso eu não vou parar, tia e nem a senhora deveria parar de sorrir. Mas, isso nos conversa depois, primeiro eu quero saber se posso ser sua amiguinha barra irmã, eu posso? Eu prometo que nunca vou embora ou te julgar! — Jasmine fala tudo rápido e sempre sorrindo, gesticulando as mãos.
Sem palavras e já emocionada, eu simplesmente abraço a garotinha, apenas entendo agora o porquê do Alexander estar animado para chegar aqui, essas crianças iluminam o ambiente e são muito fortes, e Jasmine parece que enxerga minha alma, cada dor que sinto e não julga nenhuma delas. Eu me sinto em casa, como há muito tempo não me sentia, cada culpa que carrego dia após dia, por um momento desaparece, mesmo que eu ainda seja capaz de ouvir uma voz no fundo da minha mente, me dizendo que eu também irei matar ela!
Observo as crianças, envolta de Sara, cada uma querendo sua atenção e ela dando atenção para cada um, vejo que ela olha cada um atentamente, sorri e passa a mão em seus cabelos. Acredito que ela não faz ideia do quanto traz luz por onde passa, as crianças a amaram, todas estão radiantes com ela.
Vejo Jasmine sorri para ela, olhar em minha direção e correr até mim, parando na minha frente e já sentando no meu colo, sem deixar de olhar para Sara, Jasmine coloca sua cabeça no meu ombro e suspira, e eu já me preparo para o que ela dirá, Jasmine não consegui ficar muito tempo calada, ela sempre tem algo a dizer e isso é uma das coisas que mais me encantou na garotinha, o fato dela ser faladeira e alto astral, principalmente considerando a vida que teve.
— Ela é tão linda, tio, eu estou encantada com a beleza dela, agora eu entendi o porque que o senhor sempre sorria quando falava dela, com certeza estava se lembrando da beleza dela.
Sorrio para ela, ainda sem acreditar no que ela diz, Jasmine nem para de olhar para Sara e eu a entendo, ela é linda, gentil, atenciosa e muito inteligente, é difícil ficar perto dela e não a adorar, agora eu entendo o amor e carinho que Kay tem por ela. Quando eu disse no carro que queria ser seu amigo, eu não estava mentindo, eu realmente quero ser seu amigo e quero que ela confie em mim, por isso a trouxe aqui, um dia estas crianças me salvaram e acredito que elas ainda iram salvar Sara.
— Sim, ela é linda— suspiro, ainda encantado com a sua beleza.
Sara tem uma beleza gritante, mas confesso que o que mais me encantou foi o seu sorriso e maneira que ela tratou as crianças hoje, seu sorriso é tão verdadeiro e perfeito, os olhos brilhando e a paz que está radiando, é como se pela primeira vez em muito tempo, ela estivesse se sentindo bem consigo mesma, sei disso porque já fui uma Sara.
— Ela tem os meus olhos do meu papai. — Jasmine sussurra apreensiva, viro seu rostinho para mim e vejo seus olhos lacrimejados, e isso quebra meu coração, essa garotinha é como se fosse minha filha, ela já tem meu coração e saber que ele está sofrendo me irrita e principalmente, me apavora, porque não sei o que fazer.
— Não se preocupe, minha princesa. O que eu disse? Nós iremos ajudar a tia Sara e daqui a uns dias, seus olhinhos estão brilhando de alegria, tudo o que temos que fazer é apoiar ela e dar muito amor.
— Tudo bem, mas o senhor tem que me prometer, que quando eu não estiver por perto o senhor não sairá do lado dela e será o melhor amigo do mundo, assim como o senhor é comigo. — fala seria. Sorriu balançando a cabeça, concordando com a forma que ela fala, como se estivesse fazendo uma grande negociação
— Pode deixar, eu seria o melhor amigo do mundo— falo mesmo não sabendo como poderia fazer isso, porque quando estou perto da Sara, tudo o que quero fazer é beijá-la.
Eu a desejo com tudo de mim, é como se meu corpo clamava por ela, Sara é linda, sexy e, ao mesmo tempo que concorda comigo, ela me desafia. Ela é um mistério que desejo descobrir, mas sei que não posso, eu prometi para a Kay que não ficaria com ela, Kay me fez prometer isso alegando que eu era um galinha e apenas queria brincar com sua amiga, e que Sara não estava pronta para um relacionamento, o que eu não pude discordar e antes de ir buscá-la hoje, prometi para minha irmã que não faria nada e seria apenas amigo dela. Mas, está muito difícil, principalmente agora, que já vi um dos seus melhores lados e como ela fica linda, sorrindo, meu desejo apenas aumentou.
— Tudo bem, mas vamos mudar de assunto. O senhor assistiu os filmes que mandei o senhor assistir? — questiona bem seria.
Solto um suspiro me lembrando de que semana passada ela me obrigou a assistir — frozen, enrolados e a princesa eo sapo — depois de eu confessar que nunca havia assistido, ela surtou e me disse que eu não era deste mundo, e que deveria assistir, o que ocasionou eu passando a madrugada de ontem assistindo os desenhos, para não desapontar o meu, raio de sol.
— Sim, assisti os três desenhos que a senhorita me mandou.
Jasmine sorri radiante e já sei que ela falara pelas próximas horas sobre os desenhos e me encheram de perguntas sobre eles, mas eu não me importo, contanto que ela esteja feliz, eu assisto até mesmo barbie.
— Gente, ele assistiu! — grita ainda em cima do meu colo, quase me deixando surto, mas assim que ela termina de falar, as crianças pegam Sara pelo braço e correm até nós, se sentando na minha frente e ficando em volta de Sara, que me olha sem entender. — Ele assistiu, Frozen, Enrolados e a princesa eo sapo, tia Sara e agora, ele terá que contar sobre o que achou dos filmes e contar as melhores partes.
— Não vou não. — protesto, não estou a fim de me lembrar daqueles desenhos, muito menos na frente de uma Sara que está claramente tirando sarro da minha cara.
— A mais vai sim, tio e depois nos vai recriar uma das cenas prediletas do senhor. — Bella diz e todos concordam, incluindo a traíra da Sara.
— Vamos, Alexander, estou curiosa sobre o que você achou dos desenhos e quais foram suas cenas prediletas. — Sara diz rindo, sendo acompanhado pelas crianças, e essa pequena cena, faz meu coração aquecer e tacar um foda-se, apenas para ver os sorrisos que estou vendo, tanto os das crianças como o da Sara, os olhinhos deles brilham de curiosidade e entusiasmo.
— Tudo bem!— assim que termina de falar, todos gritam animados e eu começo a falar sobre os filmes, passando as horas seguintes contando sobre minhas cenas prediletas, onde Sara sempre interrompia animada com as cenas que eu dizia terem sidos minhas prediletas, e no final, ocorreu que eu apenas fiquei ainda mais encantado com ela, assim como as crianças. Depois de horas conversando, fomos recriar as cenas, todos juntos e sempre rindo.
Quando já era sete horas, eu e Sara nos despedimos dos pestinhas, que choram e me faz prometer trazer a Sara na próxima vez em que vir, onde Jasmine prometeu que na próxima vez em que Sara vir, seria o dia do chá, e todos deveriam vir bem vestidos, para brincarem de salão de festas e princesas. Sara amou a ideia e já estava dizendo que traria maquiagens para maquiar a todos, incluindo os meninos, que ficaram bem empolgados.
Assim que descemos no elevador, eu seguro o Alexander pelo braço, fazendo ele se virar para mim e me olhar sem entender, sem conseguir conter minhas mãos e emoções, eu escorrego minha mão pelo seu braço, segurando sua mão, vendo ele acompanhar cada movimento meu e assim como eu, grudar seus olhos em nossas mãos unidas. A pele morena em contraste com a minha já quase pálida, a mão enorme dele cobrindo toda a minha e principalmente, a sensação decerto, em ver nossas mãos unidas. Alexander, levanta os olhos para mim, me fazendo prender a respiração e buscar as palavras certas. Hoje eu estou mais emotiva que o normal, fazia anos que não tinha um dia tão maravilhoso como o de hoje, as crianças me trouxeram vida e um colorido novo para a minha alma, me dando esperança, e tudo foi graças a Alexander, e a forma que ele agiu com as crianças hoje, me encantou de uma maneira linda, intrigante e assustador, onde a cada sorriso que ele trocava com as crianças e sempre me procurava em meio às pequenas crianças, me fazia se sentir especial e desejar pular em seus braços e o beijar, ele é incrível.
— Muito obrigada, por hoje. Pode acreditar que esse dia eu nunca esquecerei. Nunca imaginei que um dia fosse me sentir tão bem, como hoje. Então, muito obrigada por me proporcionar este momento. — sussurro emocionada, me lembrando dos momentos que passei com as crianças, sem deixar de olhar para Alexander.
Alexander sorri de lado, dá um pequeno aperto em minha mão, levantando sua outra mão, ele coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e com o seu olhar intenso, e sotaque britânico, ele sussurra.
— Você merece tudo isso, Sara. Cada felicidade, sorrisos, abraços e amor que este mundo tem para te dar. Seu sorriso ilumina a todos, e pela primeira vez, desde que te conheci, eu pude ver seus olhos brilhando e um sorriso verdadeiro, e devo confessar, que isso me deixou muito feliz, sabe porquê?
— Não — sobro a voz já falha, e embriagada com suas palavras tão intensas.
Alexander dá um pequeno passo para frente, leva o dedo indicador ao meu queixo, o levantando, ele sorri aberto e eu perco o resto do meu fôlego.
— Porque são raras as pessoas como você. E todas as pessoas quebradas, como você, são sempre as melhores, e saber que eu pude fazer parte, nem que seja por um breve momento, da sua felicidade, me proporcionou uma grande alegria. Seu sorriso me acalmou, porque diferente de muitos, ele foi o mais sincero e genuíno que vi em muitos anos. — Alexander, limpa uma pequena lágrima que cai dos meus olhos, onde eu apenas me dou conta que estou chorando, Alexander não está dizendo grandes coisas, mas sua intensidade e calmaria, me embriaga, me fazendo se sentir tão frágil, acolhida, compreendida e forte, tudo ao mesmo tempo, e dos sentimentos, que a muitos anos, não sinto.
— Não permita mais que ninguém tire seu sorriso, princesa, o mundo precisa dele. — sorriu entre as lágrimas que caem, desejando que o tempo se congele, desejando que este momento nunca acabe, mas sabendo que isso é impossível, eu apenas peço, para que amanhã, quando eu acordar, Alexander ainda seja o mesmo homem incrível que foi hoje. Peço para que ele não mude, não me abandone e principalmente, não me faça se apaixonar por ele, porque não quero perder o que construímos hoje. E só então, percebo o que a Kath e o Gus sempre disse, a amizade não é questão de tempo, e sim, de encontro de almas. Hoje, eu senti que conheço o Alexander a anos e que posso confiar nele, com a minha vida, e mesmo parecendo loucura, eu quero isso, quero a nossa amizade e nada mais, não posso aguentar outro coração partido. Por isso eu tenho que controlar o meu desejo por ele, porque sei que estragaria tudo, se o beijasse.
— Você fica linda sorrindo, eu adoro ele, seu sorriso! — ele diz, inclinando seu rosto, enquanto faz pequenos círculos com o seu dedo em minha bochecha e aparta nossas mãos, sem tirar seus olhos dos meus.
O ambiente fica tenso e quente, nossos corpos se desejam, a intensidade dos nossos corpos e sentimentos me embriaga, nossas respirações irregulares se misturam, eu passo a lingua pelo meu lábio inferior, tentando controlar meu desejo por ele e as sensações que senti a anos atrás, ainda quando estava com o Salvatore, sensações que reprimi hoje, enquanto estava próximo a Alexander. Sensações essas, que sei que pode acabar com uma amizade e sempre termina, com corações partidos. Sei que eu e Alexander estamos confusos, é perceptível, somos duas pessoas quebradas, que encontram uma, a outra é não ouve julgamento, e isso faz com que desejamos eternizar o momento, com beijos e sexo, mas eu sei que eu não o amo e também sei, que posso vir a amá-lo e eu não posso negar que acredito que o amor de uma amizade, possa vir a ser algo mais, tento me convencer disso, porque não posso admitir que realmente o desejo e que hoje, ele me proporcionou os melhores momentos da minha vida. Entretanto, não posso permitir isso, não posso me permitir cometer o erro, de perder a amizade que construímos hoje. Eu quero Alexander na minha vida, e sei que se eu o beijar agora, em poucos dias estarei arruinando uma grande chance de ter um amigo para o resto da minha vida.
Fechando meus olhos, eu o empurro devagar, e é a conta do elevador apitar, indicando que alguém chegou, eu abro meus olhos, vendo Alexander me olhar sem entender, mas não soltando minha mão, sem conseguir responder às perguntas que sei que ele fará, eu olho para o lado e no momento seguinte, a porta se abre, revelando a única pessoa que jamais imaginei ver, pelo menos, não tão cedo.
— Salvatore?
Oii meus amores, tudo bem com vocês? O que acharam do capítulo? Gostam do Alexander? E a Jasmine? Teorias? Votem e comentem, bastante e por favor, divulguem o livro, isso é muito importante.
Jasmine
Alexander é muito gato!
Me sigam no Instagram, autoralino.
Até breve, assim espero!
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