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Capítulo 141

Laurel encarou a floresta à sua frente, surpreendida.

Aquelas árvores eram-lhe tão familiares que a jovem não pode deixar de sorrir. O bosque que rodeava a casa onde crescera saudava-a com uma harmonia encantadora, deixando-a calma e segura.

Um pigarrear atrás das suas costas fê-la sair do torpor onde se encontrava, chamando-a à atenção. Com um sorriso calmo e as mãos entrelaçadas à frente do corpo, Albus Dumbledore encontrava-se a poucos metros da neta, cujos olhos se encheram imediatamente de lágrimas.

- Avô. - sussurrou Laurel, correndo ao seu encontro - Estás aqui.

A jovem Ravenclaw atirou-se ao pescoço do avô, que a abraçou, cheio de carinho. Sentira tanto a falta dele que a constatação do que realmente se passava ali atingiu-a somente quando ele a soltou, pousando-a no chão.

- Estou morta, não estou? - perguntou, sem sentir a tristeza que esperava.

- Nem morta nem viva, pequena. - o nome carinhoso que Dumbledore sempre lhe chamara fez Laurel sorriu por entre as lágrimas, que escorriam abundantemente - É bom ver-te, Laurel.

- Senti tanto a tua falta, avô. - confessou, limpando as lágrimas.

- E eu a tua, pequena, mas teremos a eternidade para matarmos as saudades, quando realmente for a tua hora. Agora, está na hora de escolheres.

- Escolher? Avô, a maldição teve o seu efeito. O Herdeiro de Slytherin está morto e eu também, tal como Salazar decretou.

Dumbledore sorriu. Estendeu-lhe a mão, num convite silencioso, como tantas fizera. Quantas vezes tinham caminhado juntos? Quantas vezes Albus a visitara naquela mesma floresta?

Laurel estendeu a sua, entrelaçando os seus dedos jovens nos enrugados do avô. Este apertou-lhe a mão, com um sorriso enigmático no rosto.

- Fecha os olhos, pequena.

Ela obedeceu. O estômago revirou-se, a sensação de Aparatar familiar e ao mesmo tempo estranha. Afinal de contas, estava morta. Todas as sensações eram estranhas e novas ali.

Quando abriu os olhos, o coração palpitou, vendo-se sozinha na sala de estar da Mansão Ravenclaw.

O lugar estava diferente. Visitara aquela casa vários anos antes, quando procurara algo que lhe explicasse o Encantamento que Cora usara para a ligar a Voldemort. O monte de ruínas que encontrara fora expectável e frustrante; a casa estava há algum tempo abandonada, os móveis de madeira roídos pelas térmitas, o chão partido, os livros ao longo das paredes da sala cobertos de pó e teias de aranha, o andar de cima ainda mais degradado.

Agora, a prata e a safira da Mansão Ravenclaw tornara-se resplandecente. As escadas em caracol que subiam para o andar de cima brilhavam com o sol que entrava pelas janelas limpas e reconstruídas, o corrimão pintado mais imaculado prateado. As estantes que decoravam as paredes da sala de estar estavam repletas de livros limpos e organizados. O chão tinha as suas tábuas alinhadas, a madeira fora polida, o teto azul céu decorado com nuvens brancas pintadas à mão. Tudo brilhava como novo, numa réplica do que a Mansão seria nos seus tempos de glória.

A campainha tocou. Laurel virou-se, engulindo em seco para afastar o assombro que sentia. Segurou a barra do vestido azul-anil que usava, arrastando a cauda do mesmo pelo hall de entrada. Agarrou o puxador prateado da porta de madeira, abrindo-a de par em par.

O ar ficou preso na sua garganta ao ver o rosto belo da mãe.

Cora Ravenclaw esboçou um sorriso luminoso. Por instantes, nenhuma delas se mexeu, os olhos safira vasculhando o rosto uma da outra. Lágrimas cristalinas escorreram pelo rosto de Laurel, emocionada. A mãe abriu os braços, recebendo a filha no seu abraço caloroso, o rosto da mesma escondendo-se no peito dela. Cora era alta, mesmo tendo quase a mesma idade que Laurel tinha. Ambas tinham morrido jovens.

- Estou tão orgulhosa de ti, querida. - sussurrou a mãe ao seu ouvido, fazendo-a sorrir - Eu lamento muito o peso que coloquei nos teus ombros. Não achei que tivesse uma escolha...

- Fizeste o que tinhas de fazer. - interrompeu Laurel, afastando-se, limpando as lágrimas num gesto rápido - Eu compreendo.

- Meninas, juntem-se a nós.

A voz de Dumbledore chamou-lhes à atenção. O avô estava na sala, sentado no sofá de veludo preto, rodeado pelos três homens mais importantes da vida de Laurel. A Ravenclaw levou a mão à boca enquanto se aproximava, os olhos safira fixos no mais novo deles. Sirius e Remus sorriram na sua direção, observando o jovem ao lado de Dumbledore pôr-se de pé, o sorriso calmo e contido no rosto tão diferente do rosto atrevido e esperto do irmão mais velho.

Regulus Black fitou a filha como se visse a jóia mais preciosa do mundo.

- Olá, Laurel.

Laurel engoliu em seco, a voz embargada:

- Olá, pai.

Ele era tão jovem, pensou Laurel, observando-o. Cora colocou-se ao lado do marido, os olhos brilhantes de amor ao dar-lhe a mão. Regulus era ligeiramente mais baixo de Cora, os cabelos negros desgrenhados e os olhos igualmente escuros contrastando com a sua pele de marfim. Seria dele que herdara a baixa estatura? Seria dele que herdara a pele tão clara?

Regulus moveu-se desconfortavelmente, sem saber muito bem como agir. Laurel soltou uma risada ao vê-lo passar de um pé para o outro, sorrindo desajeitadamente para a pequena ruiva à sua frente. A Ravenclaw mais nova atirou-se ao seu pescoço, abraçando o pai que nunca chegara a conhecer com toda a força do mundo. Regulus apertou-a com igual força, inspirando o odor dos cabelos da filha, sentindo o bater do seu coração contra o dele.

- Estás tão crescida. - murmurou o Black mais novo ao seu ouvido, como se não acreditasse que ela realmente estava ali.

Onde? Laurel não sabia. Não se sentia amedontrada ou preocupada; a sua família estava ali. Remus erguera-se, puxando a sua filha adotiva para um abraço. Sirius sorria, com um cálice de vinho tinto na mão e um ar mais jovial do que Laurel se recordava. Dumbledore observava tudo com uma expressão enigmática no rosto, vendo Laurel se sentar na pequena poltrona em frente ao sofá onde todos eles se encontravam. O orgulho era visível no rosto deles; Cora chegara-se para a frente, dando-lhe a mão. Remus e Regulus trocaram um olhar, o amor que sentiam por Laurel unindo-os como nunca os unira em vida. De pernas cruzadas, Sirius ergueu o cálice, num brinde.

- À nossa Laurel. - disse o Black mais velho, engolindo o líquido escuro de um trago.

- Estiveste muito bem, pequena. - concordou Dumbledore, os olhos azuis atrás das suas lentes em forma de semi-lua avaliando-a atentamente - Mas não chegou a tua hora, Laurel.

- O quê? - Laurel abanou a cabeça, sem compreender - O que queres dizer com isso?

Cora apertou-lhe a mão com suavidade, os olhos safira iguais aos dela fitando-a com seriedade. No seu peito, o lugar onde o medalhão de Ravenclaw palpitara permanecia vazio. Laurel baixou os próprios olhos em direção ao seu peito, soltando um suspiro ao não encontrar a jóia.

- As Ravenclaw estão livres por causa do teu sacrifício, querida. - disse a mãe, afagando as costas da sua mão com o polegar - A maldição foi levantada.

- E Voldemort morreu. - completou Laurel - Eu sei. É uma das razões porque eu sei que não serei como Harry, que morreu e regressou. Não sou um Horcrux, não sou uma parte da alma de Voldemort sou... Outra coisa.

- És a Magia Negra de Voldemort, Laurel. - disse Regulus, chegando-se para a frente - De que se alimenta a magia?

- Da alma. - respondeu Laurel, prontamente.

Cora assentiu.

- Tu és outra coisa, sim, mas o Encantamento que coloquei em ti fez de ti algo transcendente. Tornaste-te uma parte de Voldemort, como uma extensão dele.

- Como um braço ou uma perna. - disse Sirius, abanando a mão - Mais do que alma, mais do que coração, mais do que mente.

- Como disseste várias vezes: tu eras Voldemort.

A Ravenclaw mais nova prensou os lábios, seguindo facilmente o raciocínio da sua família. Tal como Harry, a sua alma estava ligada à de Voldemort, a um nível muito diferente do que o de um mero Horcrux.

- Ainda assim, eu matei-me. - disse Laurel, erguendo os olhos para encarar Dumbledore - Quebrei o pacto de sangue, destruí o Encantamento, destruí tanto a minha como a alma de Voldemort.

- Destruíste o Encantamento, sim. Cumpriste a profecia e a Morte fez a sua escolha. - foi Remus quem lhe colocou a mão no ombro, apertando-o num gesto de conforto - A Morte está a fazer a sua escolha neste momento, filha. Cabe a ti decidir.

- Decidir o quê? - Laurel soltou uma risada ácida, sentindo-se a enlouquecer - Uma Ravenclaw não pode existir sem um Slytherin. Isso não pode ser alterado, por muito que o medalhão esteja destruído a magia está lá na mesma. Voldemort morreu logo eu estou morta.

Dumbledore entrelaçou as mãos no colo, o rosto sério virado para o da neta. Esta franziu o sobrolho perante as palavras que saíram da boca do avô, palavras que a surpreenderam mais do que qualquer outra coisa:

- Falhaste em ver algo, pequena. Houve um detalhe que te escapou, algo que não perdeste muito tempo a pensar.

- Como uma Ravenclaw, o facto de não pensares é quase insultuoso. - comentou Sirius, soltando uma risada ao ver a expressão aborrecida de Cora virada para ele - Estou só a meter-me com ela!

Cora revirou os olhos, esboçando um sorriso tranquilizador à filha, que estava mais confusa do que nunca.

- Querida... Porque é que Salazar deu uma jóia tão valiosa e poderosa à família Malfoy?

Laurel susteve a respiração. A memória de Tom Riddle fizera-lhe a mesma pergunta meses antes, a qual Laurel não dera qualquer atenção. Mesmo ali, sentada com a sua família, tinha dificuldade em compreender onde eles queriam chegar ao ir buscar a família de Draco para a conversa.

- Eu... Eu não sei.

- Pensa, filha. - Regulus fitou-a, os olhos escuros perscrutando-lhe o rosto - O que Salazar queria com tudo o que fez?

- Queria fazer Rowena pagar por não ter ficado com ele. Estava louco, obcecado e não queria que ela fosse de mais ninguém, muito menos de Godric Gryffindor. - respondeu a ruiva, já sabendo a história de cor e salteado - Inclusive amaldiçoou a descendência de Rowena para nunca uma Ravenclaw se ver livre de um Slytherin e nenhuma Ravenclaw poder existir sem que um Slytherin existisse.

- O que é que os fundadores decidiram depois disso? - questionou Remus, observando-a franzir o sobrolho, pensativa.

- Eles teriam apenas um Herdeiro e o seu Herdeiro teria apenas um Herdeiro. Assim, apenas um feiticeiro em cada geração lidaria com a maldição.

Cora assentiu, os olhos safira brilhantes. A expressão da mãe dizia-lhe que ela estava a ir na direção certa. O entendimento alcançava lentamente a mente de Laurel.

- Como é que Salazar garantiria que a descendência Ravenclaw seria atormentada pela sua... Para sempre?

- Ele... Ele.... - Laurel respirou fundo, cerrando os punhos e obrigando-se a continuar - Ele casou. Teve um filho legítimo. Um Slytherin. Mas Salazar era uma cobra...

- Matreiro até dizer chega. - Cora estalou a língua, ansiosa - O que é que ele fez, Laurel?

Laurel fechou os olhos, as peças do puzzle encaixando-se. No seu pulso, a Cobra dos Puros sibilou, anunciando a sua presença.

- Ele teve um filho fora do casamento, um filho ilegítimo que estivesse nas sombras, pronto para atormentar as mulheres Ravenclaw ao longo das gerações, um filho que desse menos nas vistas do que um Slytherin de nome.

- Qual família de puro-sangue ele escolheu para conceber esse filho? - questionou Dumbledore.

Fez-se silêncio. Por instantes, ninguém se atreveu a dizer nada, os olhos safira de Laurel abrindo-se para fitar os do avô.

- Os Malfoy.

À sua frente, Regulus assentiu.

- Salazar escolheu a família mais leal e devota à sua pessoa. Por isso criou a Cobra dos Puros, uma jóia capaz de proteger o seu filho bastardo dos impuros. A jóia tem passado de geração em geração e os Malfoy acabaram por esquecer a sua história, sabendo apenas que foi Salazar Slytherin que lhes entregou a jóia. A razão por detrás desse presente eles desconhecem.

- As mulheres Ravenclaw têm sido atormentadas pelos Slytherin e os Malfoy ao longo dos tempos. Primeiro, o fascínio. Depois, a obsessão. - Cora abanou a cabeça, sorrindo - O que ninguém sabe é que Rowena amava Salazar. Estava apaixonada por ele. Não era apenas fascínio. Era amor. - Cora apertou-lhe a mão - A maldição estava destinada a acabar na tua pessoa, Laurel. O ciclo termina em ti.

- O teu coração escolheu um Slytherin. - afirmou Dumbledore, vendo Laurel soltar as lágrimas que se tinham acumulado nos seus olhos - Escolheste Draco Malfoy contra tudo e todos, escolheste-o antes mesmo de saberes. Entregaste o teu coração a um Slytherin e tens razão: uma Ravenclaw nunca poderá existir sem um Slytherin. - Albus sorriu - És a última Ravenclaw. Tens a oportunidade de escolher: ficar aqui, connosco... Ou regressar para o rapaz a quem deste o coração.

- Uma Ravenclaw... Nunca poderá existir... - Laurel levou as mãos à boca, incrédula - Sem um Slytherin. Draco. Draco é o meu Herdeiro de Slytherin.

Era por isso que ele a descobrira num corredor vazio, caída no chão, tantos anos antes. Era por isso que eles tinham uma ligação. Era por isso que ele sabia sempre o que ela sentia.

O meu coração é teu, Laurel Ravenclaw.

E o teu...

É meu.

- A escolha é tua, pequena. - afirmou Dumbledore, com um sorriso - A Morte escolheu a vida de Voldemort em vez da tua. Mas ela nada dá sem um preço: este é o preço. Escolher.

Laurel engoliu em seco. Os rostos da sua família encaravam-na com carinho e orgulho. Ela podia ficar ali com eles. Ela podia ficar ali, onde seria amada, onde poderia conhecer os pais, onde puderia rir com o tio, onde poderia mostrar a Remus quão grata ela era por ele ter escolhido criá-la. Ela podia ficar com Dumbledore e nunca mais o deixar ir.

Encarou o rosto da mãe, procurando a resposta. Esta sorriu, a cabeça encostada ao ombro de Regulus, a resposta bem clara na sua postura.

- Acho que tenho o meu coração lá. - disse Laurel, com um sorriso gentil - Amo-vos a todos. Obrigada por tudo o que fizeram por mim. - fez uma pausa, encarando Remus - Estarão aqui na próxima vez?

Lupin assentiu, com um sorriso feliz no rosto sem qualquer das suas habituais cicatrizes.

- Esta é a tua casa, filha e esta é a tua família. Onde mais estaríamos?

Dumbledore colocou-se de pé, estendendo a mão a Laurel, que a apertou imediatamente.

- Levo-te à porta, pequena.

A ruiva assentiu. Dirigiu um sorriso à mãe, sentindo a emoção invadi-la ao ver o rosto choroso de Cora. Antes de lhes virar as costas, Laurel virou-se para eles, chamando:

- Pai?

- Sim? - responderam Regulus e Remus, ao mesmo tempo.

Laurel sorriu, sem revelar a qual dos dois se referia.

- Estou muito orgulhosa de vocês.

Regulus esboçou um sorriso. Remus assentiu, o ar satisfeito dando-lhe um ar mais jovem.

- Tio? - Sirius ergueu as sobrancelhas, fazendo Laurel rir - Foi um prazer conhecer-te. Sou sim uma Black da cabeça aos pés.

- Sem dúvida, querida. - respondeu o Black, erguendo o cálice - Sais ao teu tio.

Laurel virou-se para Cora, achando graça ao encarar o seu rosto. Eram tão parecidas e, ao mesmo tempo, tão diferentes. Os olhos de Cora eram safira como os de Laurel mas menos brilhantes, mais sérios e contidos. O cabelo ruivo da mãe era liso, enquanto o de Laurel era mais ondulado, como o de Regulus.

Ainda assim, as duas partilhavam o mesmo sangue: o sangue puro das mulheres Ravenclaw. Inteligentes, perspicazes, sábias.

- Amo-te, mãe.

Cora sorriu, afagando-lhe a bochecha.

- Sê feliz, meu amor.

Laurel assentiu, dando-lhe as costas. Ao seu lado, Dumbledore caminhava tranquilamente, como se estivessem os dois novamente na floresta, a passear como faziam quando Laurel era criança.

- Avô?

- Sim, pequena?

- Isto é real? - perguntou a mais nova, olhando para Dumbledore com os olhos muito abertos - O que aconteceu? Ou está apenas a acontecer na minha cabeça?

Dumbledore sorriu, abrindo a porta. Do lado de fora, um vazio branco esperava-a.

- Claro que está a acontecer na tua cabeça, pequena. Mas porque é que não haveria de ser real?

A Ravenclaw soltou uma risada.

- Vou sentir a sua falta, avô.

E virou-se, dando as costas à Mansão Ravenclaw e caminhando em direção ao vazio.

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