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Capítulo 123

Ela vestira-se.

O vestido negro emoldurava-lhe as suas delicadas curvas, a pele marfim contrastando com a cor do tecido de cetim que fora perfeitamente desenhado para ela. A sua estatura pequena forçara-a a colocar uns sapatos de salto alto igualmente negros, o tipo de sapato clássico que Meredith Lovelace lhe dissera que toda a mulher devia ter no seu armário. As camadas do vestido caíam-lhe até aos joelhos, a renda do corpete colando-se ao corpo como uma segunda pele.

No decote, o medalhão de Ravenclaw brilhava a branco, como um diamante em bruto pronto a ser moldado.

De lábios pintados de vermelho, o cabelo cor de fogo atado num rabo-de-cavalo bem justo e os olhos safira emoldurados pelas pestanas encantadas para parecerem mais longas, Laurel fitava o seu reflexo no espelho com alguma admiração. Uma boa dose de magia e maquilhagem e não era possível distinguir as olheiras escuras por baixo dos seus olhos, toda a dor e sofrimento porque passara ou o vazio que sentia dentro de si. Ela estava linda, maravilhosa e letal, a combinação perfeita para atrair a atenção do Senhor das Trevas.

A porta abriu-se precisamente no momento em que Laurel cruzava a porta que separava a sua pequena casa-de-banho do quarto, caminhando suavemente até ao centro do seu aposento. Narcissa Malfoy ergueu as sobrancelhas ao vê-la, o tabuleiro com comida que sempre trazia àquela hora do dia balançando perigosamente nas suas mãos.

- Obrigada pelos vestidos maravilhosos. - disse Laurel, com um sorriso gentil - Como sabia as minhas medidas?

- Não cresceste muito desde o dia em que te levei à Diagon Alley e te comprei aqueles vestidos. - respondeu Narcissa, pousando o tabuleiro com suavidade na mesa de cabeceira - É a primeira vez que te vestes desde que aqui estás. Existe alguma razão ou apenas te cansaste dos pijamas?

A voz da Malfoy permanecia firme, embora fosse notório o medo por detrás da firmeza. Laurel sorriu, aproximando-se dela com tranquilidade, o vestido balançando com o seu movimento. Os olhos safira brilhavam, a inteligência e perspicácia tendo regressado à sua pessoa. O medo de Narcissa não era ver a jovem de volta à vida; era não saber se Laurel estaria vestida daquela forma para se juntar a Voldemort.

Narcissa era uma Devoradora da Morte ainda antes de casar com Lucious Malfoy. Fora o caminho mais fácil, aquele que lhe garantiria a sobrevivência e estar com o homem que, apesar de tudo, amava com todas as células que tinha no corpo. Virara costas às suas amigas e seguira com a sua irmã e Lucious para se juntar a Voldemort, certa de que aquele era o seu destino, certa de que não tinha outra opção.

Certa de que nunca seria tão corajosa como Sarah Hufflepuff nem tão boa como Cora Ravenclaw.

Mas Laurel era. Provara-o muitas vezes no passado. A forma como se integrara na Casa das Cobras, tornando-se uma deles contra todas as hipóteses. A forma como enfrentara Voldemort, recusando-se a entregar-lhe a Magia dele. A forma como se deixara ficar para trás para que Harry Potter fugisse, no dia em que Voldemort regressara.

Laurel Ravenclaw era boa. E corajosa.

E o medo de Narcissa era que ela tivesse desistido de ser ambas as coisas, como Narcissa desistira de sequer tentar sê-lo, tantos anos antes.

- Preciso falar com o teu marido. - disse a ruiva, entrelaçando as mãos atrás das costas - Podes ir buscá-lo, por favor?

- Não estás autorizada a ter visitas, sabes disso...

- É do teu interesse.

- O meu interesse é proteger a minha família.

- E se eu te disser que tem a ver precisamente com isso?

As duas mulheres fitaram-se, medindo-se. Laurel parecia mais velha, os traços de menina tendo há muito abandonado as suas feições, apesar da estatura pequena e das curvas delicadas que tinha. Olhando para ela, Narcissa não conseguia deixar de ver a menina que fora consigo às compras, que fora com a sua família à Copa Mundial de Quidditch. Tão nova, pura, brilhante como uma estrela. Não recebera o nome de uma estrela, como os membros da família Black normalmente possuíam. A filha de Cora tinha o nome que a Ravenclaw mais velha escolhera, a razão porque morrera, o motivo por ter sacrificado a própria filha pelo Bem Maior.

Laurel significava "os louros da Vitória".

A Vencedora.

- Não posso trair o meu Senhor... - murmurou Narcissa, sentindo-se uma cobarde.

- Certificar-me-ei que Voldemort não saberá de nada. - garantiu a Ravenclaw, pegando-lhe nas mãos - Narcissa, és a única que me podes ajudar. Eu preciso de falar com o teu marido, para poder proteger o Draco. Tens de confiar em mim, por favor.

- Achas que tenho algum problema em confiar em ti? - questionou Narcissa, as lágrimas que não chorara por anos acumulando-se nos seus olhos - Confio em ti porque confiava na tua mãe. Podia confiar em Cora com a minha vida porque ela nunca me falharia e eu sei que tu também não. Esse... Esse não é o problema. - engoliu em seco, forçando-se a continuar- Laurel, há algo que tu precisas saber sobre mim...

- Não. Eu já sei.

Narcissa ergueu os olhos, surpreendida.

- Sabes?

- Quando fui ao Ministério para ser interrogada e tu entraste por lá adentro para... Bem, me salvar... Eu vi. A culpa. Tenho-a visto todas as vezes que olhas para mim. Culpa, remorso, arrependimento. - a Ravenclaw puxou a mais velha para junto da cama, onde ambas se sentaram - No dia 31 de outubro de 1980, após a suposta morte de Voldemort, a tua irmã confrontou-te. Ela queria vingar o seu amo, ela queria fazer alguém pagar e quem melhor do que a mulher que Voldemort temia? A Herdeira de Ravenclaw dele, que até poderia ter alguma coisa a ver com o seu desaparecimento? Um dos membros mais preciosos da Ordem de Fénix, a minha mãe, Cora Ravenclaw? Bellatrix Lestrange queria que os inimigos de Voldemort pagassem pelo que eles fizeram e começou com a minha mãe.

- L-Laurel, eu...

- Tu tinhas um filho para criar. Um marido que acabara de perder o seu Senhor. Sarah já estava morta e tu não tinhas mais ninguém, a não ser a tua irmã e Cora. E tu escolheste.

- Bellatrix facilmente teria matado o meu filho para obter as informações que queria. - contrapôs Narcissa, fitando o chão - Amo a minha irmã mas ela é insana, tão insana como o Senhor das Trevas.

Laurel assentiu.

- Fizeste a tua escolha e todos nós temos as consequências das nossas escolhas mas há algo que tu não sabes. - fez uma pausa, sorrindo gentilmente - A culpa da morte da minha mãe não é tua.

- Claro que é! Cora confiou-me a localização do seu esconderijo, mesmo eu estando do lado errado, mesmo sabendo que eu poderia traí-la, ela confiava em mim...

- O Encantamento que transferiu a Magia Negra de Voldemort para mim exige uma vida por uma vida. Magia por Magia. - Laurel encolheu os ombros - A minha mãe podia ter sido apenas torturada e quebrada, como Bellatrix fez aos Longbottom. Ela podia estar viva, mesmo que fosse no St. Mungus, mas não está porque ela escolheu morrer. Ela deu a vida dela para realizar o Encantamento, para que a profecia dos Herdeiros se realizasse. Não te posso culpar por isso, Narcisa.

A antiga Black desabou em lágrimas, perdendo a sua postura fria e altiva. Os braços de Laurel rodearam-na, mostrando-lhe que, qualquer que fosse a raiva que ela sentira por Narcissa ser uma das responsáveis pela morte de Sirius Black, evaporara-se o suficiente para que ela lhe conseguisse perdoar. Laurel não podia viver no ódio e na raiva; por mais poder e força que essas emoções lhe dessem, alimentavam a parte dela que pertencia a Voldemort, alimentavam a Magia Negra dele e não a sua.

A sua Magia era regida pelo amor, pelo perdão, pela coragem, pelo seu orgulho em quem era.

- Narcissa, prometo que o Senhor das Trevas não saberá de nada do que pretendo fazer. - assegurou-lhe Laurel, fitando a mulher diretamente nos olhos - Por favor, traz o teu marido até mim. Agora.

**

Lucious Malfoy adentrou o aposento de queixo erguido, a sua bengala embatendo no chão com descrição e elegância.

Quando os olhos frios pousaram no único cadeirão do quarto e na jovem sentada nele, ergueu as sobrancelhas, na mesma surpresa muda que a sua mulher demonstrara.

- Não é suposto eu estar aqui.

- O senhor não é suposto ter feito uma série de coisas ao longo dos anos. Estar aqui é o menor dos seus problemas, não concorda?

O homem prensou os lábios, assentindo em silêncio. A mulher ruiva à sua frente colocou-se de pé, os saltos dando-lhe altura suficiente para o olhar nos olhos. Os dela estavam desiguais, como se existisse uma luta interna dentro de si: um azul-safira, outro vermelho-sangue. O vestido negro tornava-a mais perigosa ainda e a Cobra dos Puros brilhava na sua tonalidade prata com orgulho, enrolada ao longo do seu pulso esquerdo.

Ao seu lado, de forma discreta, um fino fio negro com um pingente de dragão permanecia onde sempre estivera.

- O que queres? - questionou Lucious, semicerrando os olhos.

Laurel Ravenclaw sorriu, as mãos entrelaçadas à frente do corpo, o tronco baixando-se ligeiramente. A expressão de Lucious Malfoy mudou radicalmente, passando de indiferente a chocado em meros segundos. Desconcertado, abriu a boca, engasgando-se.

Uma vénia.

A filha de Cora estava a fazer-lhe uma vénia.

- Estou aqui para lhe pedir a mão do seu filho, Draco.

- D-Desculpe?!

A jovem ergueu ligeiramente a cabeça, fitando-o por baixo das pestanas, com um olhar inocente.

- A sua benção, senhor. Para pedir Draco em casamento.

- Eu ouvi à primeira, Miss Ravenclaw. - rosnou o Malfoy mais velho, ultrajado - Se acha que pode fazer pouco de mim...

- Não estou a fazer pouco de si. Estou a pedir a sua benção.

- É o homem que pede a mulher em casamento...

- Draco está proibido de se aproximar de mim, mais do que qualquer outra pessoa. O senhor é o dono da Mansão, caso ele venha a descobrir que esteve aqui, mais facilmente o convence que estava apenas a verificar o estado da prisioneira do que Draco. Se o seu filho viesse aqui, se ele se atrevesse, não sobreviveria. - Laurel endireitou-se, fitando o chão - Não tenho muito tempo de vida, Mr. Malfoy. Não vou sobreviver a esta Guerra...

- Não sabe isso.

À porta do quarto, Narcissa fechou os olhos, deixando as lágrimas cair. Laurel, por seu lado, sorriu, um sorriso triste e cansado num rosto encantador.

- Eu conheço o meu destino e não será entre os vivos. Draco merece ser amado; merece ter a oportunidade de casar com a mulher que ama e eu mereço ter a oportunidade de, pelo menos, ficar noiva do homem que amo e por quem tanto arrisquei. O senhor é o pai dele, é a si que tenho de pedir a bênção, por mais estranha que a situação possa parecer. - Laurel fez uma pausa, levando as mãos ao peito, onde o medalhão de Ravenclaw repousava - Mr. Malfoy, não vou esperar que o príncipe me venha salvar; eu é que tenho de o salvar a ele e é isso que estou a fazer. O senhor autoriza que peça em casamento o seu filho?

Lucious virou-se para trás, onde a mulher se encontrava. Parada junto à porta, Narcissa ficara a vigiar, embora ouvisse perfeitamente a conversa entre os dois. Os olhos do marido encontraram os dela, inquisidores. A mulher ergueu o queixo, desafiando-o.

A pergunta que se impunha era simples.

A lealdade de Narcissa era para com a sua família.

E a de Lucious?

Os olhos safira de Laurel desviaram-se do homem, fitando a Cobra dos Puros. O movimento não passara despercebido ao Malfoy mais velho, cujos lábios formavam uma linha fina. Ele estava aterrorizado; medo da Guerra, medo do Senhor das Trevas, medo de não sobreviver. Entregara o seu próprio filho para garantir que todos eles sobreviviam, escolhera aquele lado muito mais pela segurança da sua família do que propriamente pelos ideias que tinha. Desprezava os Muggles e os mestiços, sim. Desejava uma sociedade que desse aos puro-sangue o poder e a superioridade que estes mereciam, sim.

Mas nunca pelo preço da vida da sua família.

- Laurel Ravenclaw, tem a minha benção. Se Draco aceitar casar consigo, aceitá-la-ei como uma Malfoy.

A ruiva sorriu, baixando a cabeça novamente numa reverência. Quando se endireitou, estendeu-lhe um pedaço de pergaminho, que Narcissa a ajudara a obter.

- Entregue-lhe e ele dirá que sim.

Lucious assentiu, estendendo a mão. Os olhos de Laurel brilharam, perspicazes. O Malfoy esboçou um leve sorriso, verdadeiramente admirado com a astúcia da rapariga à sua frente.

- Boa sorte, Miss Ravenclaw. E cumpra a sua parte do acordo: o Lord não saberá disto.

- Juro pela minha vida.

O casal retirou-se apressadamente, deixando Laurel novamente sozinha. Desta vez, não seria por muito tempo. Um sorriso genuíno tomou-lhe conta do rosto, sorriso esse que a figura fantasmagórica de Tom Riddle mimetizou ao aparecer à sua frente.

- Uma jogada de mestre. Parabéns, minha Laurel.

- Não foi uma verdadeira mentira. - confessou a ruiva, deixando-se cair no cadeirão - Adoraria me casar com Draco e será um privilégio ser sua noiva, quando isto terminar. Até lá...

Fitou a jóia no seu pulso, sentindo-a afrouxar lentamente. A cobra de prata sibilou, o brilho verde-esmeralda tomando conta das ranhuras que a sua última explosão deixara na jóia. Quando ergueu a mão, Laurel sentiu o seu sangue vibrar, a magia espalhando-se dentro de si como fogo líquido.

Draco dissera que sim.

Uma noite, três anos antes, Laurel jurara lealdade aos Malfoy e a jóia cedera, devolvendo-lhe a magia. Quando Draco a usara contra si, a lealdade que ela tinha para com ele fora destruída, vítima da traição do rapaz. Por mais que Laurel jurasse a sua lealdade, por mais que ela afirmasse que nunca lhe faria mal nem os prejudicaria, a Cobra dos Puros não acreditara, mantendo-a cativa.

Por isso, ela tinha de fazer mais. Ela tinha de provar que o amava.

Ela tinha de ser um deles.

- Serei uma Malfoy. - sussurrou, sorrindo.

A Cobra sibilou em resposta.

O seu plano ainda agora começara.

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