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Capítulo 121

Ela gritava.

O som ecoava pelas paredes do quarto, atravessando a Mansão dos Malfoy e entranhando-se em cada uma das almas que a habitava.

Como se ela estivesse sob tortura.

Tom Riddle apenas observava, enquanto a sua Prometida desfazia cada pedacinho da mobília que a circundava. A raiva dela era crua, pura, proveniente de uma parte dela que nem sequer conhecia. A voz soava tão aguda que sentia as suas próprias cordas vocais arranharem, ficando doridas. Não parou. Não queria parar.

Atirou o último objeto intacto ao chão, um candeeiro que ficara esquecido no canto do quarto, despedaçando-o com o chuveiro que arrancara da banheira. Farpas de madeira espetavam-se-lhe na palma das suas mãos mas ela pouco se importava. O seu sangue fervia, enrubescendo as suas bochechas, intensificando o brilho safira dos seus olhos.

Laurel fechou os olhos, deixando-se consumir pela emoção forte que ardia dentro de si. O odor a morte penetrou-lhe os sentidos, a sua mente criando uma imagem demasiado realista da figura que a atormentava há séculos.

- Estás a tentar seduzir-me? - questionou Riddle, circundando-a lentamente - Ver-te assim, cega de raiva e ódio... É um sonho realizado.

A ruiva não respondeu. O seu corpo tremia, o sangue como lava líquida nas suas veias.

No chão, perdido entre os destroços do seu quarto destruído, jazia o Livro dos Fundadores, aberto na última página. A caligrafia era muito diferente da de Rowena, que não estivera viva para escrever aquela última entrada do seu diário. Era uma letra floreada, como se o objetivo fosse mais a beleza da escrita do que a importância das palavras escritas, muito diferente de Rowena, que escrevia pausadamente, escolhendo as palavras mais sábias e caras, demorando-se no vocabulário. Como a própria Laurel fazia.

- Não gostaste da história? - questionou a memória, tocando-lhe suavemente na bochecha.

Laurel afastou-se, a raiva presente nos seus olhos. Tom Riddle não estava realmente a tocar-lhe, sequer tinha um odor ou uma verdadeira presença, mas a sua mente tornava-o demasiado real, a sua alma buscando a de Voldemort vezes e vezes sem conta. Ele estava sempre lá, como um parasita, sugando-lhe a magia que estava presa dentro dela e levando consigo a sua própria vida.

- Cala-te. - rosnou a jovem Ravenclaw.

Tom sorriu.

- Qual foi a parte que mais ódio te provocou?

Ela cerrou os punhos, girando sobre si própria, numa tentativa vã de se afastar da memória. Algo dentro dela rugia, o leão encarcerado que mataria tudo e todos se tivesse oportunidade. Perdera a noção do tempo mas pelo que percebia, estava há meses ali fechada. Voldemort usava-a todos os dias, enfraquecendo-a cada vez mais e Laurel não sabia o que fazer. As visitas de Narcissa eram cada vez mais escassas, não voltara a receber nenhum bilhete de Draco e a ligação que possuía com Ashley parecia ter sido adormecida eternamente. Nem mesmo Harry ela conseguia sentir. A única presença que sentia era de Voldemort, que a envenenava lentamente.

- Como é que ela pode ser tão burra? - questionou Laurel, olhando para as feições elegantes de Tom Riddle - A forma como ela descreve Salazar... Como um homem em quem ela confiasse, mesmo vendo-o menosprezar os mestiços e os Muggles, maltratando-os, mesmo vendo-o invejar Godric? E a sua visão sobre Magia Negra? Por Merlim, é como se fosse uma criatura viva, algo a temer e ao mesmo tempo respeitar... Rowena fascinou-se por isso! Ela ficou encantada com o poder que a Magia Negra tem, mesmo sabendo o preço, mesmo sabendo que tudo o que este tipo de encantamentos traz é Morte e Caos! Ela era suposto ser o símbolo da inteligência, da virtude, do Bem! Ela era suposto ser um exemplo de Luz, não de Trevas!

A sua magia borbulhou e a Cobra dos Puros sibilou, a pulseira apertando-se em torno do seu pulso. Laurel conseguia sentir o seu ponto de rutura aproximar-se, como tantas vezes sentira. Poderia ter destruído o estádio de Quidditch no primeiro ano, quando tentara salvar Harry. Poderia ter matado Pansy Parkinson no terceiro ano, se tivesse perdido o controlo da faca que ameaçava cortar-lhe o pescoço. Poderia ter matado Bellatrix Lestrange com apenas uma Maldição Cruciatus, após a morte de Sirius. Não o fizera.

Todos aqueles anos em que acreditara que estava amaldiçoada e que magoaria alguém se perdesse o controlo... Todos os anos se culpava do que quase fizera.

Agora, ela queria fazer.

- O que é que realmente te provoca ódio, Laurel Ravenclaw? - questionou Tom Riddle, a voz gélida entranhando-se no seu corpo, diretamente ao seu coração.

Os seus olhos safira encararam-no, vendo-o de outra forma. Tom Riddle era a personificação da parte da sua magia que pertencia a Voldemort; sempre estivera lá para a seduzir, fazê-la entregar-se ao Lord das Trevas e entregar o seu poder de livre e espontânea vontade, como manda o Encantamento que Cora Ravenclaw criara e usara.

Agora, a memória não era somente Voldemort. Era ela, também. A mistura das duas Magias. Os olhos cinzentos de Tom Riddle brilharam com malícia, como se lhe lesse a alma, a mente e o coração.

Porque Laurel não sentia raiva só porque sim.

Ela queria sentir.

Porque se ela perdesse o controlo...

- Eu odeio o quão parecida comigo ela era. - sussurrou Laurel, erguendo os olhos para o teto, numa tentativa de impedir que as lágrimas caíssem - A confiança inabalável, o amor cego, olhar para o que Salazar tinha de bom, olhar para além do podre e da máscara, a forma como ela o descreve antes de se aperceber quão perdida estava nas Trevas... Antes de se apaixonar por Godric... É a mesma que eu... Que eu... - soltou um longo suspiro, abanando a cabeça com um sorriso cansado - Malfoy. Draco Malfoy. É a forma como sempre olhei para ele, como sempre acreditei nele. E a Magia Negra? O fascínio que ela teve, a tentação, a inteligência por detrás desse tipo de Encantamentos... Lembro-me de estar numa aula de Severus Snape, em Hogwarts. Era a primeira que ele dava em Defesa Contra as Artes Negras e a forma como ele falava... Como se a Magia Negra fosse uma entidade própria, uma arma poderosíssima que devemos respeitar e temer... Lembro-me de pensar exatamente assim. Como Rowena escreve no seu diário. Nas aulas do falso Moody, a forma como ele nos ensinava, tão fria e crua... Eu gostava. Apreciava. Interessava-me. Quando vi a Cobra dos Puros pela primeira vez...

Laurel ergueu o punho, observando a jóia prateada no seu braço. Cada centímetro daquele metal precioso estava impregnado de Magia Negra, tão familiar, tão poderosa. Aquela pulseira tinha capacidades incríveis e atraíra-a facilmente. Fora por causa dela que chegara ao cemitério e servira para ressuscitar Voldemort.

- Sempre culpei os fundadores pela maldição que este pacto sanguíneo traz consigo. - ergueu o medalhão de Ravenclaw, a jóia em formato de coração que carregava consigo desde que se lembrava - E talvez até seja. Talvez, se Rowena não tivesse escolhido Salazar Slytherin por tanto tempo, se ela não o tivesse amado ao ponto de ele se tornar obsecado por ela, se ela se tivesse apercebido mais cedo dos erros que cometia, Salazar nunca teria amaldiçoado ambas as linhagens e nada disto me estaria a acontecer. Talvez, se Godric Grynffindor nunca se tivesse metido, se ele não tivesse matado Salazar, Rowena Ravenclaw não teria morrido e teria arranjado forma de acabar com o ciclo vicioso antes que sequer começasse. Talvez, se Helga Hufflepuff tivesse afastado Rowena de Salazar mais cedo, ninguém teria saído prejudicado. Toda a magia tem um preço e eles pagaram-na com a vida dos seus descendentes. Não é justo. Nunca foi.

Tom Riddle aproximou-se dela, a sombra do verdadeiro Herdeiro de Sltyherin fitando-a com a mesma crueldade e malícia que Voldemort teria feito.

- E ainda assim...

A frase ficou suspensa no ar, esperando que ela a terminasse. Laurel baixou os olhos para o chão, sentindo as emoções aflorarem-lhe a pele, descontroladas.

Verdadeiramente descontroladas.

- E ainda assim, não posso julgar Rowena porque eu fiz tudo igual. - as palavras saíram-lhe gélidas, cortantes, arrepiando-lhe a própria pele - Deixei-me encantar pela Magia Negra mais do que uma vez. A que vive em mim e não me pertence dá-me uma sensação prazerosa se a usar, uma sensação de poder excruciante. Permaneci com esta pulseira, mesmo sabendo os riscos que corria porque confiei... Confiei em Draco. Confiei que ele nunca a usaria contra mim e ele acabou por fazê-lo. Eu escolhi-o a ele. Não Harry, o meu Herdeiro de Grynffindor, um rapaz bom e gentil. Escolhi Draco Malfoy, que muita raiva me deu, que muito mal me fez, cuja máscara estava tão impregnada na sua pessoa que era quase impossível de ver. E eu vi. E faria tudo de novo. E... - fez uma pausa, rangendo os dentes - E não posso culpar o ciclo, não posso culpar ninguém porque foram as minhas escolhas, o meu destino, e eu sei que o posso controlar. Eu preciso controlar o meu próprio destino, até conseguir que a profecia se cumpra.

Laurel olhou para si mesma no reflexo dos cacos de vidro espalhados no chão. Sorriu. O seu reflexo quebrado em mil pedaços mostrava-lhe quem era, mostrava-lhe exatamente o que ela queria ver.

Os seus olhos brilhavam no mais puro safira, em vez da cor de sangue que se habituara a ver várias vezes.

O medalhão de Ravenclaw fervia, queimando-lhe o peito.

E quando ela gritou, a sua magia explodiu, as suas mãos envolvidas nas chamas azuis que um dia lhe tinham salvo a vida. Queimavam como gelo, lambendo-lhe a pele sem a marcar, envolvendo-a com saudade. Laurel engoliu em seco, erguendo as mãos. As chamas espalharam-se pelo aposento, queimando a madeira e o vidro, queimando os lençóis de seda da sua cama de dossel, queimando a carpete sedosa dos Malfoy. Tudo ardia sem fumo, sem cheiro, apenas chamas cor de safira a envolviam.

Nenhuma tocava no diário de Ravenclaw.

Laurel olhou para Tom Riddle, que sorria, a face distorcida. Ele estivera à espera daquilo, estivera à espera que ela se perdesse na raiva e no ódio, no desespero e na solidão. A Cobra dos Puros silvou, a prata ganhando lentamente fissuras. A cobra soltou um guincho agudo, a prata brilhando numa tonalidade esmeralda nas suas fissuras, cedendo lentamente ao poder que emanava por todos os poros da Ravenclaw. A jóia amaldiçoada cedia, incapaz de conter a fúria de Laurel.

Mas a raiva é uma emoção consumidora, fácil de nos dominar e destruir.

Fácil de nos cansar.

Do outro lado da linha que os unia, Voldemort rugia. Num instante, puxou a magia para si, num ímpeto tão violento que Laurel caiu de joelhos no chão, consumida pela súbita exaustão de quem perdera o controlo e se forçara a si própria. A raiva extinguira-se, o poder fora-se, as chamas azuis desapareceram, deixando Laurel no chão, rodeada de restos queimados do que um dia fora o seu elegante quarto e prisão. Sentiu a inconsciência bater-lhe à porta, uma sensação que já fazia parte da sua vida há muito tempo.

Ainda assim, ela estava orgulhosa de si mesma.

Porque Laurel Ravenclaw tinha novamente um plano.

**

"Este será a última entrada neste diário.

O último texto e nem será escrito por quem de direito.

Porque Rowena Ravenclaw jaz morta e nunca mais regressará.

Querida Rowena,

Não consigo saber quantas vezes me recordo de ver este diário na tua secretária. Nunca o li e não o farei. Sei que o tens desde que sabes escrever, algo que aconteceu cedo, como só seria de esperar de ti. Rowena Ravenclaw, a brilhante, a sábia, a inteligente. Sabedoria e Conhecimento correm nas tuas veias como o fogo que te alimenta a alma e tu nunca soubeste o quanto admirava isso em ti.

Sinto a tua falta.

Quando criámos Hogwarts, a escola dos nossos sonhos, sempre pensei que todos nós faríamos eternamente parte dela. Nascemos juntos, crescemos juntos, morreríamos juntos. Uma amizade que iria transcender a Morte. Que seria superior às nossas escolhas, superior às nossas preferências. Nem a criação das Casas de Hogwarts, escolhidas pelas caraterísticas que mais apreciamos, nos separaria.

Infelizmente, os nossos corações traíram-nos e hoje assisti ao teu funeral e ao de Salazar.

Por muito que queira, sou incapaz de o odiar. Ou a ti, que fique claro. Godric, pelo contrário, inspira e expira ódio e raiva, a morte de Salazar não tendo sido suficiente para lhe acalmar o coração.

Acima de tudo, a culpa queima-lhe a alma.

Quando me contaste sobre o teu amor por Salazar, pensei que seria algo bom para ele. Salazar sempre foi ambicioso e orgulhoso, mas também era um solitário, uma sombra, uma alma perdida. Perdeu a família tão novo e ganhou-nos a nós. Nós éramos a sua Luz e tu a sua Estrela-Guia. Sempre o foste.

Fiquei feliz por vocês. E triste por Godric, que te amava. E tu a ele, bem o sei. Perguntava-me a mim mesma: como um coração pode bater por duas pessoas ao mesmo tempo?

Agora pergunto-me apenas: como não?

Os nossos corações batiam uns pelos outros. Godric amava Salazar como um irmão, como eu te amei a ti, minha querida Rowena. Eles amavam-te, e eu a eles, o amor um encanto e uma maldição.

Escolheste Salazar pela sua ambição, pelo que ambos sentiam sobre a busca pelo conhecimento.

E quando essa busca te fez perderes-te a ti mesma, escolheste Godric para te salvar.

E eu perdi tudo.

Perdi Salazar para o seu amor obsessivo por ti, pelo seu amor pelo poder e pela Magia Negra.

Perdi Godric para o seu ato impulsivo, pela culpa que carrega por ter matado Salazar e, por consequência, a ti.

Perdi-te a ti, para um pacto que nos une a todos e condena os nossos descendentes.

Onde uma Ravenclaw estiver, um Slytherin lá estará para a atormentar, um Grynffindor para a salvar e uma Hufflepuff para a proteger.

Onde um Slytherin morrer, uma Ravenclaw morrerá com ele.

Não pude proteger-te. Godric achou que te salvaria e também ele falhou.

Poderão os nossos descendentes fazer diferente?

Poderão eles ser diferentes?

Imagino a tua filha, a tímida Helena, minha afilhada, com o teu medalhão ao pescoço e sofro por ela, pelo que lhe poderá acontecer, pelo que ela virá a ser. Será ela corajosa, mas impulsiva, como o pai dela? Será ela sábia e capaz de acabar com a maldição antes que tenha repercussões incontroláveis? Ela já provou ser inconsequente como Godric, ao roubar-te o diadema, mas espero que volte para casa em breve.

E me pergunto.

Esta história repetir-se-á de novo?

Tu é que costumavas ter todas as respostas, minha querida Rowena, e quando não tinhas procurava-as até as encontrar. Por ti, continuarei a ensinar os nossos alunos e encontrarei professores dignos dos teus ensinamentos. Os teus alunos lamentam muito a morte de uma professora maravilhosa como tu, enquanto eu lamento a perda da minha melhor amiga, da minha irmã. O amor foi duro contigo, minha Rowena, mas sei que o viverias com a mesma intensidade com que sempre o fizeste.

Sinto a tua falta. Tomarei conta de Godric e da tua filha por ti. Hogwarts está bem entregue nas minhas mãos, prometo.

Onde quer que estejas, amar-te-ei sempre, irmã.

Sempre tua,

- Helga Hufflepuff"

**

Quem não estiver a acompanhar a história que criei para os fundadores fique à vontade para fazer perguntas, talvez eu não esteja a apresentar as coisas como deve ser ou a desenvolvê-las o suficiente. Lembrem-se, o vosso feedback é muito importante e o que conta é estarem a acompanhar a história e a entendê-la!

Obrigada

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