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Capítulo 114

O som do impacto da sua mão contra o tecido rijo ecoou pelo quarto dela, não atravessando as paredes pelo feitiço isolador que ali colocara. O suor que lhe escorria pelas têmporas era agradável de uma forma diferente, o corpo reclamando de exaustão enquanto a sua mente se mantinha o mais ativa que já tivera.

Fora do seu quarto, os gritos de Bellatrix ecoavam, sem nenhum feitiço que os impedisse. A cada grito da mulher, Meredith socava o saco de boxe, o qual sequer devia estar ali. Um objeto Muggle na mui nobre Mansão dos Malfoy? Sob o mesmo teto que Lord Voldemort, a criatura que queria dizimar os Muggles?

Meredith gostava de arriscar.

Não gostava. Todo o seu ser dizia-lhe para não fazer nada estúpido, para seguir o que lhe diziam e tentar ao máximo ajudar a Ordem a evitar mais ataques. O seu espírito de Slytherin induzia-a a preocupar-se com a sua sobrevivências mas o saco de boxe revelara-se bastante útil na tarefa de suprimir as suas emoções. A cada pancada, enterrava mais fundo o medo que sentia, a cada soco enterrava mais fundo a sensação de estar prestes a ser descoberta e morta pela sua traição.

Meredith não era de ferro. Tivera os seus momentos de heroísmo quando Ashley estava presente, pois a vida da sua companheira era muito mais importante do que a sua. Recusara-se a abandonar Voldemort por Amanda Lovelace, num gesto de compaixão que não sabia sentir pela mãe. Fora corajosa todo aquele tempo mas o cerco apertava. O que acontecera em Gringotts fora uma jogada de mestre da sua parte mas feitiços de memória eram reversíveis, um processo não muito difícil para o Senhor das Trevas.

Ele estava furioso. O que quer que a taça de Hufflepuff representasse para Voldemort, era suficientemente importante para abandonar a Mansão e regressar horas depois com vontade de torturar Bellatrix, a quem culpava pelo roubo que acontecera. Harry perturbara-o e um homem perturbado era perigoso.

Muito perigoso.

A porta do seu quarto abriu-se e Meredith agiu depressa: tinha deixado a varinha presa à cintura, erguendo-a para afastar o saco de boxe e guardá-lo a sete chaves dentro de um dos roupeiros que tinha à disposição. Quando os olhos negros de Amanda faiscaram na sua direção, a mais nova sorriu de forma inocente, ajeitando discretamente os fios de cabelo que escapavam da sua trança e se colavam à testa suada.

- Ninguém te ensinou a bater à porta antes de entrar?

Amanda não respondeu, sequer pareceu reparar no tom provocatório da filha. Lentamente, fechou a porta do quarto, erguendo a varinha e desfazendo os feitiços que Meredith colocara, não fosse outra pessoa entrar ali e reparar na ousadia da jovem.

Quando se virou, Meredith não pode deixar de se surpreender com o ar atormentado da Lovelace mais velha. Parecia ter envelhecido subitamente, a sua beleza letal substituída por um ar cansado e abatido. Aquilo era inédito. A expressão de Amanda mantinha-se sempre inalterada, como uma estátua perfeitamente desenhada. Era incapaz de deixar as suas fraquezas e limitações virem ao de cima, agindo como se fosse o único ser humano sem imperfeições. Pelo que Meredith percebera, fazia parte da sua educação.

Ao falar, a voz saiu-lhe espremida, como se a garganta se tivesse fechado inevitavelmente:

- Cecilia Diggory está morta.

Por instantes, Meredith pestanejou, sem entender. Lentamente, o nome ressoou-lhe nas entranhas, a mente percebendo a quem Amanda se referia.

- A mãe de Ashley?

Amanda assentiu, sentando-se vagarosamente na cama de Meredith. Esta não se moveu, os olhos fixos no chão e os lábios prensados.

- Foste tu. Lideraste o ataque à casa dos Diggory para tentar apanhar a Ashley...

- Fui. A culpa é minha.

Não havia emoção na voz de Amanda. Os ombros estavam tensos, as mãos flexionadas no colo até os nós ficarem brancos, tal era a força que ela fazia.

- Eu tentei protegê-la mas... Não consegui. - murmurou ela, engolindo em seco.

- Porque é que estás a agir como se te importasses? - questionou Meredith, de chofre.

- Não tive muitos amigos em Hogwarts. Andava com Bellatrix e os restantes Devoradores da Morte mas isso não era uma amizade, tínhamos apenas o mesmo objetivo e isso forçava-nos a darmo-nos uns com os outros. - Amanda fez uma pausa, os olhos negros perdidos nas suas próprias memórias - Matthew foi um dos poucos amigos que tive em Hogwarts... E Cecilia. Se tivesse sido uma estudante normal, poderia dizer-te que eles eram os meus melhores amigos.

O corpo de Amanda estremeceu, involuntariamente. Olhou para cima, evitando ao máximo que as lágrimas se mantivessem presas nos olhos negros.

- Emoções são patéticas. - disse ela, esfregando os olhos com violência - Só te vim dizer porque ela era mãe da tua namorada, nada mais.

- Bom, ela não foi propriamente uma grande mãe...

- Porque expulsou a Hufflepuff de casa? Foi Amos quem tomou essa decisão, tal como foi Amos que entregou a Ashley naquele dia. Aquele filho da mãe...

- Nunca te vi defender ninguém. Essa Cecilia realmente foi importante para ti. - comentou Meredith, encolhendo os ombros - Afinal de contas, talvez aja um coração em vez de uma pedra no teu peito.

Amanda abanou a cabeça, colocando-se de pé.

- Veste-te. - ordenou, erguendo o queixo e fitando-a sem um pingo de emoção nos olhos negros - O Lord quer falar connosco. E toma um banho, por Merlim.

Meredith assentiu, vendo a mãe se afastar a passos largos. Aquela mulher era um verdadeiro mistério; ela não a conhecia de todo.

Pela primeira vez, bem no fundo do seu ser, Meredith desejou que as coisas tivessem sido diferentes entre elas.

No fim de contas, ela sempre quisera uma mãe.

**

A tensão era palpável. Sentada entre Amanda Lovelace e Draco Malfoy, a Lovelace mais nova observava os restantes, sentindo o seu coração bater desenfreadamente. Ninguém se atrevia a conversar entre si. A única que fazia algum som era Bellatrix Lestrange, que tamborilava com as unhas no tampo da mesa. Nada no seu corpo indicava que fora torturada como castigo pelo roubo do seu cofre mas, ao olhar para as suas pupilas, era possível ver a dor que ainda sentia, bem escondida pela sua insanidade.

As portas abriram-se de par em par, deixando Voldemort entrar. Atrás dele, Laurel Ravenclaw deslizava, tão elegante nas suas vestes de Devoradora da Morte como estaria se vestisse um dos seus bonitos vestidos. Os cabelos cor de fogo vibravam na cor negra, a pele de marfim e os olhos safira ainda mais vincados. Ao passar por eles para se sentar ao lado de Voldemort, o corpo de Draco Malfoy estremeceu, de tal forma violenta que Meredith lhe deu um safanão debaixo da mesa, lançando-lhe um olhar de aviso.

- Controla-te. - ordenou ela, entredentes.

Draco engoliu em seco, os olhos fixos em Laurel. A jovem parecia estar sob a Maldição Imperius, os movimentos mecanizados enquanto se sentava. Se estava, continuava a estar perfeitamente ciente do que fazia, os olhos safira faiscando na direção de Voldemort. Meredith conhecia Laurel demasiado bem; ela não cederia às ordens do Senhor das Trevas sem dar luta.

- Meus caros amigos... - a voz de Voldemort cortou-lhe os pensamentos, gelando-lhe os ossos de tão fria - Chegou a hora.

As palavras pareceram relaxar os Devoradores da Morte. Era como se esperassem por isso, como se fosse a oportunidade que tinham para provar ao Senhor das Trevas o seu valor, a maior parte deles, pelo menos. Outros, como os Malfoy, trocaram olhares de medo. A cobardia estava-lhes no sangue e nunca tinham pensado que aquela hora chegaria. Amanda Lovelace, por outro lado, parecia entediada, rodando a adaga dos Lovelace na sua mão direita para passar tempo.

Meredith pestanejou. Não tinha a certeza se ficara realmente confusa ou se a sua mente se recusara a perceber o que Voldemort queria dizer. Remexendo-se na cadeira de forma desconfortável, olhou para a criatura que detestava, pigarreando ao perguntar:

- A hora do quê?

Os Devoradores da Morte olharam uns para os outros, cientes de que aquilo não ficaria bem visto. Voldemort, por seu lado, fitou a jovem com os seus olhos cor de sangue faiscando de raiva misturada com a sombra de divertimento.

Ele gargalhou e os seus seguidores gargalharam juntos.

- Meredith, querida, alegraste o meu dia. Não te tomava como uma mulher ingénua.

A Lovelace endireitou os ombros, o orgulho falando mais alto.

- Não é uma questão de ingenuidade, senhor...

- Não me contradigas. - ordenou o Lord, com superioridade - Chegou a hora de enfrentarmos os nossos inimigos. Todas as tentativas de acabar com a raça dos traidores de sangue e dos impuros foram bem sucedidas, mas nunca foram o suficiente. A Guerra está entre nós. Chegou a hora de cortarmos a cabeça do leão: Harry Potter e os seus seguidores morrem hoje.

Ao ouvir o nome do Grynffindor, Laurel estremeceu, involuntariamente. Os olhos safira buscaram os de Meredith, controlados, temerosos.

- Fenrir, reúne os lobisomens. Dolohov, chama os gigantes. Iremos a Hogwarts, onde o Potter se encontra e mataremos todos os que se colocarem no caminho. - os olhos cor de sangue viraram-se para Meredith, que sequer respirava - Meredith, invoca os Dementors.

Os olhos negros dela arregalaram-se. Levar Dementors para o campo de batalha seria trazer a própria Morte, algo que não queria à solta no meio de inocentes.

- Milord...

- Sim, Meredith?

O tom de voz de Voldemort deixava claro o seu aviso. Detestava ser contestado, mesmo que fosse por um dos seus melhores seguidores. O instinto de sobrevivência de Meredith alertou-a mas a sua boca abriu-se antes que pudesse evitar:

- Milord, os Dementors são criaturas perigosas. Podem atacar qualquer um, incluindo nós. Eles não escolhem lados, escolhem vidas...

- E?

Meredith engoliu em seco, as palmas das mãos suadas no seu colo. Ela tinha um ponto: os Dementors não escolhiam lados. Eles escolhiam vidas. Alimentavam-se de emoções, principalmente o medo. O feitiço Patronus era útil mas bastava um deslize, um vislumbre de medo e perdia-se a vida.

- É demasiado perigoso. - concluiu ela.

Ao seu lado, Amanda parara de rodopiar a adaga, fitando atentamente o seu Senhor. Lentamente, Voldemort colocou-se de pé, os olhos cor de sangue fixos em Meredith.

- Eu entendo a tua preocupação. - começou por dizer - Não queres matar tantos jovens, principalmente aqueles com os quais cresceste. - Meredith nada disse, fitando o tampo da mesa enquanto Voldemort a circundava, os dedos ossudos roçando-lhe a pele da bochecha - Preferias morrer em vez deles?

Sim.

Laurel abanou a cabeça, os olhos arregalados.

- Não. - respondeu Meredith, cerrando os punhos.

Atrás de si, o rosto de Voldemort aproximou-se de si, os lábios colados à sua orelha. Meredith só queria afastar-se, sentindo nojo daquela criatura. Refreou o seu impulso, mordendo a língua no interior da sua boca.

- Não me desafies. - sibilou o Lord, afastando-se apenas quando a jovem assentiu - Companheiros, amigos, esta noite, o mundo bruxo será nosso e Harry Potter estará morto!

Os Devoradores da Morte urraram, colocando-se de pé. Meredith, que empalidecera sobremaneira, foi a última a levantar-se. A mão de Amanda no seu braço chamou-a à atenção; enquanto os restantes Desaparatavam rumo a Hogwarts e Voldemort entrelaçava o braço no de Laurel, levando-a consigo, a Lovelace mais velha olhou-a nos olhos, a voz mais suave do que esperara:

- Lembra-te de que lado estás. - disse-lhe Amanda, soltando-a bruscamente.

Pegou-lhe no pulso, a palma da mão virada para cima. Sem entender, Meredith viu a mãe colocar-lhe a adaga dos Lovelace contra a sua pele, o impulso levando-a a afastar-se e deixando-a cair no chão. Impaciente, Amanda agachou-se, erguendo-se novamente com a faca na mão.

- Não quero isso. - repudiou Meredith, enojada . Quantas pessoas torturaste com essa adaga?

- Mais do que poderias imaginar. - respondeu Amanda, com sinceridade - Esta adaga pertence aos Lovelace. É a única coisa que realmente gosto que tenha pertencido à nossa família. - fitou a pedra preciosa no cabo, o Ónix refletindo os rostos das duas - És uma Lovelace e uma Lovelace nunca perde. És uma guerreira e uma guerreira precisa da sua arma. - Amanda estendeu a adaga na sua direção, com firmeza - Fiz as minhas escolhas quando tinha a tua idade, Meredith e paguei caro por elas. Já tenho o meu destino traçado. Tu não. Não olhes para mim assim, continuo a odiar-te de morte. - resmungou a mulher, abanando a cabeça - No campo de batalha, seremos inimigas e não perderei uma oportunidade de acabar contigo, por isso dou-te isto. Está afiada, tem um excelente equilíbrio e será fácil de manusear.

- O que raio...

- Eu trato dos Dementors.

A sala estava vazia agora. O entusiasmo entre os Devoradores da Morte era tanto que ninguém reparara nas duas mulheres que ficaram para trás.

Meredith abanou a cabeça.

- Não estou a perceber...

- Já fizeste o que tinhas de fazer. Passaste informações à Ordem, tentaste diminuir as mortes causadas por nós e terminas aqui a tua missão como agente dupla. - Meredith abriu a boca, surpreendida - Está na altura de te juntares aos teus.

- Não posso deixar a Laurel...

- Não há nada que possas fazer por ela deste lado. - assegurou-lhe Amanda - Acredita em mim, a Ordem estará em desvantagem e vai precisar de todas as forças que puder arranjar. - abanou a cabeça, pressionando o cabo da adaga na mão de Meredith - Não faço isto por ti. Faço pelo... Pelo...

A Lovelace mais nova deixou os ombros cair, aliviados.

- Matthew.

A mais velha assentiu.

- Fui criada para ser uma arma, para torturar e matar, mesmo que nunca o tenha feito. - Amanda encolheu os ombros - Fiz as minhas escolhas mas, infelizmente, nunca deixei de ser humana. Protege o teu pai, Meredith. Ele merece.

Meredith engoliu em seco.

- Não te posso deixar.

- Voldemort nada fará contra mim. Ele teme-me, sabe do que sou capaz. - assegurou-lhe Amanda, convicta - E, por Merlim, não desenvolvas sentimentos por mim agora, está bem? Continuo a ser a louca da tua mãe, que nunca esteve na tua vida e te deu à luz na prisão mais horrível do mundo. Continuo a ser Amanda Lovelace e tu a miúda que me traiu. Mato-te no campo de batalha, podes ter a certeza disso.

- Tu não matas.

Amanda revirou os olhos, observando em silêncio Meredith arrancar-lhe a adaga da mão e colocá-la na sua bota. As duas fitaram-se, como se vissem o seu reflexo no espelho.

- Levarei os Dementors para Hogwarts, assim Voldemort não dará pela tua falta. Tens algum tempo para te juntares aos teus.

- Hogwarts vai estar bem guardada....

- Vai à Cabeça do Javali, em Hogsmeade e fala com Aberforth, o dono do bar. Diz-lhe que vais da parte de Laurel Ravenclaw; ele sabe que ela era neta de Dumbledore, vai ouvir-te. Ele leva-te para Hogwarts.

Meredith fitou a adaga. Juntar-se a Harry Potter, Ashley e os restantes significava abandonar Laurel ao seu destino. Ponderou, sentindo a leveza da adaga na palma da sua mão. Amanda tinha razão; nada podia fazer por ela. Cumprira a sua missão. Se Laurel ali estivesse, concordaria que a Ordem necessitava de uma guerreira como Meredith do seu lado.

- Obrigada... Mãe. - disse Meredith.

Amanda engoliu em seco. Fitou a filha demoradamente, apreciando a ousadia nos olhos negros da jovem.

- Vejo-te no campo de batalha, queridinha.

Deu um passo atrás e Desaparatou, deixando Meredith sozinha com um pequeno sorriso no rosto.

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