Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 104

A vida não corria muito bem para Ashley Hufflepuff. Na verdade, para uma mulher que já vivera tanta coisa, aquela era verdadeiramente a primeira vez onde tinha quase a certeza que ia perder a sua sanidade mental.

Nunca se sentira tão furiosa como naquele momento. Harry, o Escolhido, o Menino-Que-Sobreviveu, o Herdeiro de Grynffindor, o herói de capa branca que o mundo bruxo precisava...

Acabara de os sentenciar à morte por ser demasiado estúpido e arrogante.

Ron avisara-os: o nome de Voldemort era tabu, um Encantamento usado para que os Devoradores da Morte os localizassem. Havia muito poucas pessoas no mundo com a ousadia para tratar o Senhor das Trevas pelo nome, e Harry era o principal.

Claro que ele se esquecera disso completamente.

Mal o nome de Lord Voldemort escapara dos lábios de Harry, um grupo de feiticeiros circundou-lhes a tenda, retirando-os de dentro dela com brusquidão. Aqueles eram um grupo específico de homens contratados para capturarem as suas presas, não descansando enquanto não entregarem o famoso Harry Potter e receberem o seu dinheiro.

Ashley bufou ao sentir mãos puxarem-na, forçando-a a ficar quieta e parar de se debater. Harry e Ron foram atirados contra o chão, o primeiro com o rosto completamente desfigurado e irreconhecível. A Hufflepuff trocou um olhar com Hermione, que assentiu quase impercetivelmente. A Granger fora rápida em disfarçar Harry para este não ser reconhecido, tudo o que tinham de fazer agora era ganhar tempo para escaparem sem que o feitiço se desvanecesse.

Se descobrissem que era Harry quem ali estava...

Enquanto os Raptores questionavam o nome de Harry e Ron, a mente de Ashley corria, os pensamentos embrulhando-se dentro de si, algo que já não era tão frequente de acontecer. Quando encontrara o Trio de Ouro depois do que acontecera na casa dos Diggory, não pudera deixar de se sentir culpada por não estar com Harry quando Xenophilius os entregara aos Devoradores da Morte. A missão de Ley era proteger o Herdeiro de Grynffindor e ela falhara para com ele.

Mas também, como é que conseguia proteger alguém que fazia questão de arranjar problemas para a sua vida?

- E tu, quem és, minha querida? - perguntou o homem que segurava Ashley, tocando-lhe na face com as garras imundas.

Ley engoliu em seco, enojada ao reconhecer o homem. Aquele era o lobisomem que invadira Hogwarts com Draco e desfigurara Bill Weasley.

- Alisha Snape. - respondeu prontamente.

- Snape? Como o Severus Snape? - questionou o que a agarrava.

- Obviamente. - respondeu ela, com firmeza - Acho que o meu primo não vai gostar muito de me ver prisioneira por nenhum motivo, não concordam?

Ron ergueu a sobrancelha, surpreendido ao ver os Raptores trocarem olhares incertos. Greyback, o lobisomem, bufou.

- E qual é o teu estatuto?

- Meio-sangue.

- Vamos confirmar na lista.

Outro dos Raptores continuou a falar com eles mas Ashley não ouvia. Rangeu os dentes, sentindo-se frustrada consigo própria. Aquela não era a altura certa para perder o controlo sobre a sua mente, tinha de se focar e arranjar maneira de sair dali.

- Isto é tudo culpa minha, lamento... - disse Harry, após serem amarrados.

- Na próxima vez, podes fazer o que te dizem? - retorquiu Ashley, encarando o rosto inchado de Harry.

Harry assentiu, pesaroso. Ashley fechou os olhos, procurando concentrar-se, em vão. A sua mente perdia-se em pensamentos: a culpa pelo que acontecera a Cecilia, a culpa por não ter protegido Harry, a culpa por não estar a conseguir concentrar-se para tirar Harry dali...

Cerrou os punhos, focando o seu pensamento apenas numa pessoa: Meredith. A presença da Lovelace sempre a ajudara a concentrar-se, sendo tão real e brilhante que era impossível para Ashley pensar noutra coisa.

Como sentia falta dela. Das tardes deitada ao seu lado, dos passeios ao Lago Negro, das horas a estudar na Biblioteca só as duas...

Abriu os olhos, mais calma, focando a sua atenção no que se passava. Desta vez, a sua mente não derivou, mantendo-se fixa nas pessoas que a rodeavam.

Precisamente no momento em que pegavam numa edição do Profeta Diário e reconheciam o rosto de Hermione Granger.

- "Hermione Granger..." - leu Scabior, o Raptor que agarrara em Ashley - "a Sangue de Lama que se sabe viajar com Harry Potter."

- Sabes uma coisa, pequenota? Esta fotografia parece-se imenso contigo! - exclamou Greyback, ajoelhando-se à frente da Granger, que abanou a cabeça.

- Não é! Não sou eu!

- Não é ela. - disse Ashley, tentando chamar a atenção para si - Não vês que a Penelope é mais bonita? - perguntou, apontando para Hermione, cujo nome falso que dera fora Penelope Clearwater - Olha lá bem para estes olhos!

Greyback semicerrou os olhos, mostrando a sua pouca inteligência ao acenar levemente, concordando. Scabior, por outro lado, fitou Ashley demoradamente, apontando novamente para a fotografia no Profeta Diário.

- Esta és tu! "Ashley Hufflepuff, a traidora de sangue que protege Harry Potter."

Ley revirou os olhos.

Claro que a fotografia dela tinha que estar na porcaria do jornal.

- "Que protege Harry Potter" - repetiu Greyback, calmamente - Bem, o caso muda de figura, não muda?

O lobisomem afastou-se de Hermione, os olhos fixos em Harry como se procurasse algo. Acocorou-se perto dele e encostou um dedo imundo na cicatriz do Potter - O que é isso na tua testa?

- Não lhe toque! - gritou Harry.

Ley observou o Grynffindor, preocupada. Suores frios escorriam pelo pescoço de Harry, que parecia mais pálido do que o habitual. Com pesar, percebeu o que ele tinha: dores na cicatriz, fruto da ligação a Voldemort.

- Estava convencido que usavas óculos, Potter.

- Encontrei uns óculos!

Um dos Raptores aproximou-se de Harry, colocando os óculos no seu rosto inchado e deformado. Ashley prendeu a respiração, esperando que eles não vissem qualquer semelhança, que eles não percebessem...

- É ele! - bradou Greyback - Apanhámos o Potter!

A vida de Ashley não corria bem, de facto. A sorte não a favorecia, o que lhe começava a mexer com os nervos.

Tinham que sair dali. Tinham que fugir...

- Vamos mas é levá-lo diretamente ao Quem-Nós-Sabemos. - ouviu Greyback dizer, para seu desespero - Não, eu não tenho a... Dizem que ele está a usar a Mansão dos Malfoy como base. Levamos o rapaz para lá.

A Mansão dos Malfoy.

O coração de Ashley deu um salto, sorrindo em meio ao caos.

Laurel.

**

Narcissa Malfoy foi quem os recebeu.

Os olhos da mulher fitaram imediatamente Ashley, embora Greyback estivesse a insistir para que ela olhasse para Harry, tentando explicar-lhe que era mesmo ele apesar do rosto inchado. Narcissa não precisava de olhar para Harry; se Ashley ali estava, o Potter também estaria.

As duas trocaram olhares, o de Ley suplicando por ajuda.

Narcissa prensou os lábios.

- Sigam-me. - ordenou, indo na frente - O meu filho, Draco, veio passar as férias da Páscoa a casa. Se esse for o Harry Potter, ele saberá.

Ashley franziu o sobrolho. Draco estava em Hogwarts? Observou Narcissa com atenção, o rosto da mulher compenetrado e sério. Não, era mentira. Aquela era a desculpa que os Malfoy usavam para explicar porque razão Draco raramente se encontrava em casa.

A sala de visitas era enorme, ampla e bem iluminada. Um lustre de cristal brilhava no teto e duas poltronas encontravam-se viradas para a lareira de mármore trabalhado, de onde duas figuras se colocaram de pé.

- O que vem a ser isto? - questionou Lucious Malfoy, numa voz arrastada.

- Dizem que apanharam o Potter. - proferiu Narcissa, olhando diretamente para o filho - Draco, chega aqui.

O coração de Ashley apertou-se ao ver Draco Malfoy. Nunca foram amigos ou sequer se falaram durante os seis anos em que estudaram na mesma escola, mas partilhavam algo em comum: o amor a Laurel Ravenclaw, a jovem que conseguira trazer alguma bondade ao caráter podre de Draco. Apenas por isso se sentiu encher de compaixão por ele, os olhos âmbar fixos nos cinzentos opacos dele.

Draco estava um caco.

Pelo colarinho da camisa, era possível ver os ossos finos bem vincados na sua pele pálida. Estava mais magro, com olheiras escuras a estragarem-lhe o rosto bonito e os olhos nada mostravam a não ser medo. Não parecia o mesmo Draco que conhecera na escola, com o seu ar altivo e arrogante.

O rapaz foi puxado com brusquidão em direção a Harry, que não o encarava. O Malfoy pareceu reconhecer de imediato o seu maior inimigo mas nada disse.

- Então Draco? - perguntou Lucious Malfoy, ansioso - É ele? É o Harry Potter?

- Eu não... Eu não tenho a certeza. - respondeu Draco, a voz a tremer.

"Laurel, onde estás?" pensou Ashley, com força.

Leglimancia e Oclumancia nunca foram o forte de Ley. Ao contrário de Meredith e Laurel, a Hufflepuff não tinha qualquer aptidão para feitiços mentais devido, por um lado, à fração da sua mente que sempre estaria quebrada pela Maldição Cruciatus que Amanda Lovelace lhe aplicara, tantos anos antes. Por outro, os feitiços mentais requeriam bloquear as emoções e usar apenas o racional, algo que Ley simplesmente não conseguia fazer. Era a única do grupo que nunca conseguira dominar aquela Arte, mas com Laurel nunca precisara; sempre soubera onde a Ravenclaw estava.

Os olhos cinzentos de Lucious Malfoy esquadrinharam a testa de Harry.

- Há algo ali. - murmurou - Poderia ser a cicatriz, completamente esticada... Draco, chega aqui, olha como deve ser! O que te parece?

Draco pestanejou.

"Consegues tirá-la daqui?"

Ashley ergueu as sobrancelhas, surpreendida. Draco falava com ela na sua mente, a voz fria facilmente reconhecida. Ela assentiu, vendo-o observá-la pelo canto do olho.

- Não sei. - respondeu Draco, afastando-se em direção à lareira.

Ley suspirou de alívio.

Isto até Bellatrix Lestrange adentrar a sala, seguida pelas mulheres Lovelace.

Os olhos negros de Meredith fixaram-se imediatamente em Ashley. Embora não mostrassem qualquer emoção, era notório pela sua postura a vontade que Meredith tinha de se dirigir a ela e tirá-la dali. Amanda Lovelace, cujo rosto estava mais sério do que alguma vez a vira, aproximou-se da Hufflepuff, com as sobrancelhas erguidas.

- Encontramos-nos outra vez, Ashley Hufflepuff.

Ashley encolheu-se ligeiramente, sem se conseguir conter. Nunca pensara vir a ter tanto pavor de alguém, o medo de Amanda correndo-lhe pelas veias como veneno.

Ao longe, era possível ouvir uma discussão entre Lucious e Bellatrix. Aproveitando a distração, Meredith aproximou-se de Ashley, roçando a palma da mão na sua face.

" Estás bem?" questionou ela na sua mente, ao que Ley assentiu.

Fitaram-se, seriamente. Estavam numa situação perigosa, sabiam disso. Ainda assim, nenhuma delas estava preocupada com elas próprias.

A preocupação de ambas era a parte que faltava naquele trio.

O grito de Bellatrix Lestrange assustou toda a gente. A mulher parecia histérica, os olhos esbugalhados fitando os Raptores que Atordoava, um a um.

- Onde arranjaste essa espada? - perguntou ela a Greyback - O Snape enviou-a para o meu cofre em Gringotts.

Ashley arregalou os olhos, algo que não passou despercebido a Meredith, que a observou sem expressão. A Hufflepuff engoliu em seco, rezando para que não descobrissem que Snape estava, na verdade, do lado de Harry.

- Draco, livra-te desta escumalha. - ordenou Bellatrix, apontando para os homens inconscientes - Se não tiveres coragem para acabar com eles, deixa-os no pátio para mim.

- Como te atreves a falar com o Draco dessa... - interveio Narcissa, sendo interrompida por Bellatrix.

- Cala-te! A situação é mais grave do que possas imaginar, Cissy! Temos um problema gravíssimo!

Bellatrix estremeceu, assustada e Ashley entendeu.

O facto da espada estar ali assustara-a. Ela julgava que lhe tinham roubado a espada do seu cofre, o que a deixava extremamente transtornada. Isso só podia significar uma coisa.

Havia um Horcrux no cofre de Bellatrix Lestrange.

- Os prisioneiros têm de ser metidos na cave, enquanto decido o que fazer!

- Esta é a minha casa, Bella, tu não dás ordens na minha...

- Imediatamente! Não imaginas o perigo que corremos!

Narcissa hesitou. Draco abanou a cabeça discretamente em direção à mãe.

A mulher suspirou.

- Leva estes prisioneiros para a cave, Greyback.

Ashley rangeu os dentes, irritada. Narcissa fitava o chão, incapaz de encarar a filha de uma das suas melhores amigas.

Nunca conseguira fazer frente à irmã.

Não seria agora que o iria fazer.

- Espera... Todos exceto... A Sangue de Lama e... - Bellatrix sorriu - A Hufflepuff.

- Não! - gritou Ron, enquanto Hermione era arrastada pelos cabelos por Greyback até Bellatrix - Pode ficar comigo, fazer o que quiser!

- O que vai fazer com a Ashley? - questionou Meredith, tentando não perder a postura de indiferença que adotava quando estava com outros Devoradores da Morte.

- Eu não vou fazer nada, a minha é a Sangue de Lama. - Bellatrix virou-se para Amanda Lovelace, que se mantinha encostada à parede como se não fosse nada com ela - Amanda, querida, fazes o favor?

Amanda ergueu uma sobrancelha.

- Não me apetece torturar ninguém agora, Bella, os meus ouvidos ainda estão doridos do Muggle que torturei de manhã.

- Se quer informações, a Hermione é a pessoa certa para as fornecer, ela sabe tudo. - intrometeu-se Meredith, pálida - Não precisa da Ashley.

- Tocámos num ponto sensível, Meredith? - questionou Lucious, fitando a jovem.

Meredith não respondeu. Parecia sequer respirar, os olhos negros fitando Bellatrix com uma raiva letal.

- O que quer com a Ashley? - questionou novamente, desta vez num tom mais ameaçador do que pretendia.

Bellatrix sorriu.

- Ela é importante e sabe muito bem porquê, não é, Herdeira? Além do mais... - Bellatrix soltou uma risada, vingativa - A nossa hóspede vai gostar de ouvir os gritos da sua amiga, não concordas, Draco? - Draco não respondeu, os lábios prensados numa linha fina - Leva-os para baixo, Greyback e certifica-te de que ficam bem fechados, mas não lhes faças mal... por enquanto.

- Ashley... - chamou Harry, com os olhos esmeralda arregalados de horror.

Ley esboçou um sorriso tranquilador, embora não se sentisse nem um pouco calma.

Ao longe, Meredith Lovelace virou-se para a mãe, baixando a guarda pela primeira vez desde que aceitara o seu destino como Devoradora da Morte.

- Não use a Maldição Cruciatus, por favor. - implorou, pouco se importando com o seu orgulho estar a ser esmigalhado por estar a implorar alguma coisa à sua mãe louca - Eu sei que não me amas como filha e não me deves nada mas por favor...

Amanda revirou os olhos, retirando uma adaga de prata do bolso do seu manto. O estômago de Meredith contraiu-se mas percebeu a mensagem.

A sua mãe não usaria a Maldição.

Ashley, por outro lado, estava quase a desmaiar.

Iria novamente ser torturada por Amanda Lovelace.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro