*Mídia do capítulo:
Still don't know my name -
Labrinth

Mesmo dias depois de Makenna ter ido embora, ainda não sou capaz entender qual foi o motivo dela me deixar. É como se as peças não estivessem se encaixando, estávamos tão bem e de repente, ela se foi.

Meu coração pesa cada vez que passo pela porta do apartamento agora vazio e faço questão de entrar no seu quarto, apenas para sentir o seu cheiro impregnado em todo lugar, no banheiro, cama e inclusive no travesseiro no qual apoio minha cabeça nesse exato momento.

Sou um idiota masoquista.
Não consigo parar de pensar no que a levou a tomar essa decisão e no momento em que ela saiu daqui, meu mundo caiu.
A noite inteira passei acordado, sem conseguir sequer fechar os olhos e quando deu o horário de ir para a academia, fui correndo com a esperança de encontrá-la, conversar sobre o ocorrido, droga, eu seria capaz de implorar de joelhos para ela me dizer o que está acontecendo e voltar para mim, no entanto, ela não apareceu.

Marcus me avisou que a sobrinha lhe mandou uma mensagem agradecendo pela ajuda e informando que voltaria para a casa dos pais. Ele ficou furioso com a notícia, assim como eu, e até mesmo Becca ficou brava e não conteve algumas lágrimas pela amiga ter ido embora sem nem se despedir.

Eu deveria tê-la impedido de sair. Mas que merda, deveria tê-la agarrado e obrigado a me dizer o que se passa na sua cabeça, é só que simplesmente não pude. A determinação com que ela me olhou enquanto falava que estava indo embora foi suficiente para entender que, por mais que eu gritasse, ela ainda assim faria o que estava pensando.

E agora estou aqui de olhos fechados, lembrando das coisas que fizemos nessa cama.

Nos primeiros dias, fiquei tão mal, que não consegui me concentrar no treino e foi preciso levar uma bronca de Marcus e um sermão de quase meia hora sobre ser profissional e ter foco. E confesso que ele tinha razão.

Daqui a pouco tenho que ir para a academia e voltarei tarde da noite. Estou passando o máximo de tempo que consigo fora desse apartamento.

O lugar está assombrado pelo fantasma da garota que amo e cada cômodo me lembra o quão idiota eu fui em esperar que ela pudesse sentir o mesmo por mim.

— Isso, upper, upper, jab, esquiva. -Marcus grita rapidamente e executo cada golpe com facilidade. — High kick, low kick, upper. -Continua e chuto o boneco de borracha na minha frente com toda força que possuo, aproveitando para me livrar de toda a tensão que estou sentindo.

Estou dando tudo de mim, treinando com tudo o que tenho. Preciso ganhar esse cinturão, independentemente do que esteja acontecendo, ou do quão miserável esteja me sentindo.

Me dediquei durante meses para isso e não posso decepcionar Marcus, muito menos a mim mesmo.

É por isso que por enquanto vou tentar colocar Makenna em segundo plano e se for preciso, dormirei aqui na academia para não ter que voltar ao lugar que foi nossa casa por meses. Só espero que consiga fazer isso.

Treinamos por mais algumas horas, até que meu estômago ronca e fazemos uma pausa para o almoço.

Troco de roupa e pego minha carteira, voltando até o tatame.

— Estou indo comprar o almoço, o que vai querer hoje? -Pergunto para Marcus, que demora alguns segundos para me responder, já que está bem entretido com o celular.

— Pode ser o de sempre. -Responde sem nem levantar os olhos da tela.

— Okay.

Na saída, encontro com Becca e ofereço trazer seu almoço também. Ela pede uma macarronada à bolonhesa, como sempre.

Eu até poderia ter pedido para qualquer um dos funcionários que trouxesse nossa comida, no entanto, preciso dar uma volta para distrair minha mente.

Às vezes me sinto sufocado dentro da academia e a única coisa que me tranquiliza, é caminhar um pouco e ir até o restaurante que almocei pela primeira vez com... ela.

Pelo visto gosto mesmo de sofrer.

Hoje o dia está bem soleado e uma brisa morna flui por toda a cidade nos proporcionando um clima bem cálido, apesar de estarmos no meio do outono.

Fecho os olhos por alguns segundos e respiro fundo, tentando tranquilizar minha mente e também meu coração.

Antes de que pareça um maluco, abro os olhos novamente e volto a caminhar em direção ao restaurante.

Não dou nem dois passos, quando um perfume que conheço muito bem invade minhas narinas e começo a olhar para os lados desesperadamente.

Demoro apenas alguns segundos para identificar de onde vem o cheiro e franzo o cenho ao ver Makenna, o tal Stefan e sua mãe caminhando juntos, como se fossem uma família feliz. Eles estão distraídos no seu próprio mundo, menos a garota que arregala os olhos enquanto olha para mim.

— Makenna? -Sussurro sem realmente acreditar no que estou vendo. Deve ser uma ilusão. Tem que ser.

Os três não dizem absolutamente nada, mas sei que tanto sua mãe, quanto o idiota ao seu lado me reconheceram e Makenna está visivelmente desconcertada.

Sua mãe diz algo para a filha, que nega com a cabeça.

Eles começam a se afastar, contudo, não posso perder essa oportunidade. Tenho que falar com ela, colocar as cartas na mesa.

Praticamente corro até parar do seu lado e puxo seu braço fazendo-a se virar para mim.

— Precisamos conversar. -Murmuro sob o olhar atento dos seus dois acompanhantes que estão um pouquinho mais a frente.

Makenna me olha apática e respiro fundo.

— Acho que não temos nada para conversar, Angel. -Diz sem nenhum sentimento na voz.

— Como assim? Você me deixou do nada, não responde minhas ligações, muito menos minhas mensagens. Eu... -Não consigo terminar de falar. Se eu continuar, não sei onde vou acabar parando.

— O que a gente tinha acabou. Pensei que tinha deixado isso bem claro antes de voltar para casa. -Afirma e cada palavra que sai da sua boca, perfura meu coração como se fossem pequenas adagas afiadas.

— Não... não consigo entender eu...

— Angel, eu só queria me distrair um pouco, saber como era a vida fora da mansão antes de me casar. -Solta e nesse momento escuto apenas um zumbido. Ela acabou de dizer que vai se casar?

— Que merda é essa? Desde quando você vai se casar? Pensei que... pensei que você não queria mais ser a velha Makenna Blair, que queria ter liberdade e fazer o que bem entendesse. -Estou praticamente gritando e ela me observa calada com os braços cruzados.

Algumas pessoas param na rua para assistir nosso pequeno espetáculo e fico ainda mais furioso.

— Eu estava confundida, eu acho. Era muita informação para lidar. -Dá de ombros e se vira, caminhando para longe como se o que tivemos não significasse nada.

— Não acredito em você. -Grito e ela se detém ainda de costas para mim. — Não depois do que compartilhamos. Você parecia estar falando bem sério. Por favor, não sou um estúpido. -Continuo e ela volta até parar bem na minha frente.

— Pois acredite. Só... por favor não me procure mais. -Pede com a cabeça erguida e percebo que ela aperta seu queixo, como quando está a ponto de perder o controle.

— Por um segundo, Makenna, eu pensei que você me amasse tanto quanto eu te amo. -Declaro sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.

— Não é minha culpa se acreditou no que quis acreditar, Angel. -Confessa e abro a boca por alguns segundos como um peixinho fora d'água.

Ela desvia o olhar do meu e fecho os punhos com tanta raiva que poderia bater em qualquer um que atravessar meu caminho.

— Parabéns, você conseguiu fazer algo que jamais pensei que fosse capaz. -Rosno ainda querendo não crer no que acabei de escutar.

— É mesmo? O quê? -Ela pergunta debochada com os braços cruzados na frente do corpo.

— Você acabou de despedaçar meu coração. -Solto e viro de costas, me afastando dali o mais rápido que consigo, voltando para a academia sem nem lembrar do maldito almoço. 

NOTA DO AUTOR

Muito bem: por favor NÃO ME MATEM KKKKKKk
Tudo o que está acontecendo é por uma razão e 
PROMETO que nós próximos capítulos vocês vão entender o que está acontecendo hahahhaha
Já já chegam os dias de gloria kkkk confiem em mim (entendedoras entenderão)
Não se esqueçam de votar e comentar,

Amo vcs, 🥰
Bjinhossssssssssssssss BF❤️