22 - Não me leve a mal
*Mídia do capítulo:
I Want It - Twoo Feet
É incrível como apenas três palavras são capazes de fazer uma pessoa perder totalmente a capacidade de fala.
Três simples palavras.
Eu te amo.
Fui pega de surpresa de tal forma que não consegui dizer uma frase sequer, apesar de estar com a resposta na ponta da língua.
Me sinto péssima, eu deveria ter falado que sinto o mesmo, deveria ter beijado seus lábios e me assegurado de que ele entendesse isso, mas não, o que eu fiz? Absolutamente nada.
Seus olhos me analisam cuidadosamente, talvez esperando por alguma reação, no entanto, agora já é tarde.
Espremo as pálpebras com força e mordo o interior da minha bochecha sentindo o gosto metálico do sangue, me punindo por ser tão idiota.
Angel definitivamente merece alguém que tenha coragem de se abrir assim como ele mesmo.
Uma pequena lágrima escorre pela minha bochecha e ele resvala o dedo pela minha pele, limpando-a delicadamente.
— Angel eu... -Formulo uma resposta na minha cabeça sem realmente conseguir dizê-la.
Durante tantos anos meus pais não foram capazes de expressar seu amor por mim, se é que eles realmente sentem algo pela única filha, então me acostumei a reprimir meus sentimentos e agora não sei o que fazer.
Angel segura meu queixo, parecendo perceber meu dilema interno.
— Ei, olhe para mim. -Pede em um sussurro.
Abro os olhos com certa dificuldade e meu estômago se revira ao notar um leve tom de decepção na sua face.
— Por favor, me desculpe, eu... -Tento outra vez, porém ele beija meus lábios, me calando de uma maneira suave.
— Eu não disse que te amo esperando uma resposta imediata, Kenny. Sei muito bem que cada um tem seu tempo e realmente não quero te forçar a nada. Quando você estiver preparada para me dizer, eu vou estar aqui para te ouvir. Eu só queria que... não, eu precisava que você soubesse o que sinto, já não aguentava mais. -Um sorriso fraco pinta seu rosto cansado.
Levo uma mão até a sua bochecha e afago sua pele com carinho.
Angel não desvia o olhar do meu um segundo sequer e sinto que preciso dizê-lo o quanto ele é importante para mim, mesmo que não seja com palavras. Ele merece isso, e se não consigo falar verbalmente, vou fazê-lo da única forma que sei.
Empurro seu corpo contra o colchão e passo uma perna pela sua cintura ficando por cima dele, já sentindo-o endurecer debaixo de mim.
Tomo seus lábios para mim em um beijo carregado de significados e nossos corpos se movem em sincronia, dançando uma valsa sensual da qual estamos habituados, no entanto, hoje é diferente.
Hoje não estamos nos movendo por tesão ou por desejo e sim por um sentimento muito mais profundo. Algo intangível, mas ao mesmo tempo quase que perceptível por meio dos nossos batimentos cardíacos acelerados, ou do som da nossa pele ao se encontrar enquanto ele me penetra lentamente uma e outra vez.
Arqueio meu corpo de encontro ao dele e reviro os olhos ao sentir seus lábios em um mamilo, sugando-o sem pressa, apenas desfrutando da tortura que ele sabe que estou sofrendo.
Suas mãos apertam minha cintura e me arrepio dos pés à cabeça. Nossos gemidos se misturam em uma única melodia e rapidamente chegamos ao orgasmo, talvez pelo cansaço ou quem sabe pelo significado de tudo o que aconteceu.
Nos abraçamos por um bom tempo, não quero desgrudar dele. Por mim ficaria assim até o resto dos meus dias e Angel parece sentir o mesmo, já que seus braços me pressionam contra ele e sua respiração compassada ressoa no meu ouvido.
— Te amo tanto Makenna... -Repete baixinho e suspiro profundamente.
Me ergo apenas alguns centímetros e distribuo beijos por todo o seu rosto, sabendo que se eu disser algo agora, ele provavelmente vai pensar que estou fazendo-o por obrigação.
Eu sou uma maldita idiota.
— Amanhã viajarei até a casa da minha mãe para comemorar minha vitória, venha comigo. -Pede de repente retirando alguns cabelos do meu rosto e arrumando-os detrás da minha orelha.
Aquiesço rapidamente.
Amanhã é o maldito jantar na empresa e prefiro mil vezes viajar com Angel do que ter que suportar um bando de ricos pedantes e prepotentes.
Ele sorri satisfeito com a resposta e nos limpamos em silêncio, voltando a nos deitar.
Angel pega no sono rapidamente, ao contrário de mim, que não consigo dormir.
Durante a noite inteira, suas palavras rodopiam na minha mente como um redemoinho e me pego pensando em como as coisas avançaram tão rápido entre nós dois.
Estou apaixonada pelo meu colega de apartamento e não sei como lidar com isso.
Observo o garoto dormir pacificamente, seu peitoral musculoso subindo e descendo ritmado e vou descendo o olhar até seu abdômen, logo sua cintura e passo a língua nos lábios ao chegar na sua virilha coberta apenas pelo fino lençol branco.
Deus, como ele é lindo.
— Okay Makenna, você precisa dormir. -Digo a mim mesma ficando de costas para Angel, caso contrário não conseguirei me concentrar.
Fecho os olhos respirando fundo e contando carneirinhos até que finalmente me entrego para a escuridão e adormeço sonhando com um belo par de olhos castanhos e um sorriso de tirar o fôlego.
Não devo ter dormido mais do que quatro horas durante a noite e quando Angel me acorda com um beijo rápido na bochecha, minha vontade é de me enfiar debaixo do edredom e não sair nunca mais, porém não posso fazer isso, já que temos uma viagem que fazer.
Decidimos utilizar meu carro para poder ir mais confortáveis e coloco minhas coisas em uma pequena mala. Escolho apenas algumas roupas casuais, sem saber realmente o que me espera ao chegar.
Fecho o zíper com as mãos tremendo e rezo para que Angel não tenha percebido.
Dizer que eu estou nervosa para conhecer sua mãe seria um eufemismo.
Minha perna não para de se mexer no assento do carro e volta e meia Angel desliza a mão pela minha pele em uma forma de tentar me tranquilizar.
Sua cidade fica a umas quatro horas de distância, então passamos em um mercado na saída para comprar algumas guloseimas para comer no caminho.
Pego uma cestinha e caminhamos de mãos dadas até a seção de biscoitos e batata frita.
Escolho o que quero e coloco tudo na cesta, esperando que Angel faça o mesmo.
Ele pega algumas barrinhas de cereais e uma caixa enorme de chocolates me deixando curiosa.
Vamos atrás de bebidas e ao passar por uma ala de brinquedos infantis, meus olhos pousam em um ursinho de pelúcia roxo e sorrio lembrando de Violet.
Sem perceber, coloco o brinquedo junto com as outras coisas sob o olhar atento de Angel.
Pagamos tudo e rapidamente voltamos para a estrada.
Comentei que quase não dormi, então ele se ofereceu para dirigir todo o caminho sem nem pestanejar.
Em determinado momento, minhas pálpebras começam a pesar e acabo pegando no sono sendo embalada pelo movimento constante do automóvel.
— Acorda amor... -Abro os olhos lentamente ao sentir seus lábios roçando minha bochecha.
— Já chegamos? -Pergunto em um bocejo.
Angel afirma e me endireito no assento ficando nervosa outra vez.
Nem bem terminamos de descer do carro, sua mãe abre a porta da casa e corre até Angel, envolvendo-o em um abraço apertado.
Sorrio involuntariamente com a cena.
Ela é ainda mais linda em pessoa e o amor que tem pelo filho é mais do que evidente.
— Finalmente chegou, estava morrendo de saudades do meu bebê. -Choraminga e fico séria de repente. Imagens dos meus pais invadem minha mente e inevitavelmente acabo comparando-os com sua mãe. Droga.
Balanço a cabeça me esforçando para mandar esses pensamentos para bem longe, bem a tempo dos dois aparecerem na minha frente.
— Mãe, quero te apresentar alguém. -Angel diz parando ao meu lado e entrelaçam seus dedos nos meus, me passando toda a confiança que preciso no momento. — Essa linda garota é Makenna, minha namorada. -Diz alegre e sua mãe abre um enorme sorriso me puxando para um abraço tão maternal que me controlo para não chorar.
— É um prazer finalmente te conhecer, Makenna. Angel me falou muito de você. -Segura meu rosto com as mãos suaves e solto a respiração que estava presa por medo de que ela talvez não gostasse de mim.
— O prazer é todo meu, hã... -Olho para Angel em busca de socorro. Ele não me disse como se ela chamava.
— Pode me chamar de Catarina, querida. -Ela sorri compreensiva e balanço a cabeça ficando mais tranquila. — Agora, o que acha de entrarmos? O almoço está quase pronto e Ayden chegará daqui a pouco com Lily e Violet. Por certo, ela também não parou de falar em em você. -Brinca e sorrio genuinamente.
A sobrinha de Angel é uma fofura.
Pegamos nossas coisas antes de entrar na casa e passeio o olhar pelo lugar.
Não é grande como a mansão em que vivi toda a minha vida, mas é tão aconchegante que é quase impossível não sentir o amor e carinho em cada objeto.
— Arrumei seu quarto, querido, caso queiram tomar um banho ou descansar um pouco. -Catarina diz e minhas bochechas esquentam. Ótimo, pareço uma adolescente boba.
Angel agradece com um beijo estalado no rosto da mãe e segura minha mão me puxando até parar diante de uma porta de madeira.
Entramos em silêncio e ele me abraça uma vez que estamos sozinhos.
— Sua mãe não liga de dormirmos no mesmo quarto? -Pergunto ainda ruborizada e Angel sorri brincalhão.
— Ela sabe que não sou mais uma criança, Kenny. Não precisa ficar envergonhada. -Afirma e meneio a cabeça aproveitando para conhecer seu quarto.
Como era de se esperar, suas coisas estão perfeitamente organizadas. Em um canto, avisto uma prateleira com algumas medalhas e me aproximo para ver mais de perto.
Todas são de campeonatos de Muay Thai. Interessante.
— Ganhei todas antes que Marcus me achasse, talvez por conta disso ele tenha ficado sabendo de mim. -Explica me abraçando por trás e engasgo com seu hálito quente no meu pescoço.
— P-parabéns. -Gaguejo e ele passa o nariz na minha pele, me provocando ainda mais.
— Obrigado.
Suas mãos descem pela minha cintura e param bem acima do cós da calça jeans.
— Anjinho, nem pense nisso. -Murmuro tentada.
Me viro ficando de frente pra ele que me recebe com um sorriso sapeca.
— Você adora me provocar, não é mesmo? -Questiono com uma sobrancelha levantada.
— Sim... amo ver como seu corpo se arrepia apenas com um toque meu. -Confessa desinibido e solto uma gargalhada.
— Você não presta, anjinho! -Dou um tapa de leve no seu ombro.
— Agora é melhor voltarmos para a sala, antes que sua mãe pense que estamos fazendo algo que não devemos. -Declaro, e ele concorda a contragosto.
Caminho até a porta com Angel ao meu encalço.
Ele faz questão de não soltar minha mão um segundo sequer e Catarina observa tudo com olhos de águia.
Ofereço ajudá-la com algo e ela sorri me apontando os pratos e talheres, me pedindo para levá-los até a mesa no jardim.
Uma toalha florida cobre a madeira e coloco-os na superfície plana com cuidado.
Volto para buscar o resto das coisas e quando estou a ponto de chegar na mesa outra vez, uma pequena cabeleira ruiva corre na minha direção, abraçando minhas pernas quase me derrubando com o impacto.
NOTA DO AUTOR
Bom diaaaa criaturas lindas desse meu Wattpad.
Espero que estejam tendo uma ótima semana!
Comentar pra vcs que quase não consigo publicar pq essa belezura de plataforma
estava dando bug (pra variar), mas ainda bem que tudo se arrumou rápido, e aqui estamos.
O segundo capítulo vou postar mais tarde pq acordei com uma puta enxaqueca e eu ainda não tinha nem terminado de revisar affff
Mas vcs já sabem que não precisam se preocupar, q qdo eu prometo, eu cumpro!
Não se esqueçam de votar e comentar, heim!
Amo vcs, 🥰
Bjinhoosssss BF ❤️
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