Não tinha motivo algum para eu estar ali com ele.

Mas sempre ouvia esta "vozinha" que me dizia para seguir pelos caminhos, e eu nunca me arrependi disto.

Pela primeira vez ele estava sem sua armadura, sem aquela couraça de opulência que usava para repelir o mundo a sua volta e eu pude ver o que escondia.

Medo? Dor? Tristeza?

Não era nada nomeado pelo homem.

Era único.

                                                                           Dele...

Sentia que naquele momento estava a presenciar seu verdadeiro ser, que podia conhece-lo pela primeira vez.

Mas por que eu iria querer conhece-lo depois de tudo o que me fez? Dar uma nova chance... Algumas pessoas não mereciam isso.

Mas aquela aura que ele exalava me atraia. De alguma forma nefasta e maquiavélica não conseguia tirar meu pensamento dele. Seu caminhar, seu modo de falar, tudo nele era tão único como uma obra de arte.

–--- Donaire... ---- creio ter murmurado em um muxoxo tão ralo que nem um morcego poderia ouvir, mas ele ouviu.

                                                                                              De alguma forma me ouviu.

–--- Do que me chamou?

Meu sangue para dentro das veias quando aqueles olhos banhados em um puro e limpo tom de azul se volta para mim; roubando toda minha coragem.