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9. Porque eu te amo

Minha vida tornou-se ignorar Larissa e evitá-la de todas as maneiras possíveis. Eu não sabia como sobreviveria se não fosse Priscila ao meu lado, me acalmando e distraindo, me lembrando de viver a própria vida.

Eu sentia falta da Lari, claro que sentia. Sentia falta das nossas conversas por mensagens, de surtar por nossos cantores favoritos, de dividir minha vida com ela. Muitas coisas do meu cotidiano me faziam pensar nela, nos comentários que ela faria, em algo que queria compartilhar se ela estivesse ao meu lado.

Aquilo me matava aos poucos, mas um pouco menos do que ter que aguentar o Vitor tão perto da Lari, ver o que ele estava fazendo.

Eu também estava exausta pela falta de sangue, o que me deixava irritada por causa da dor de cabeça constante e ansiosa porque não sabia como resolver aquilo. Talvez eu pudesse contar para minha mãe. Talvez eu pudesse contar para a Priscila, ela era viciada em livros com seres mitológicos, talvez aceitasse me ajudar se eu contasse que era uma vampira — ou talvez isso só a assustasse e ela se afastasse de mim.

Minha mãe... Como contaria aquilo sem que ela supusesse que eu tinha feito algum pacto satânico?

Talvez fosse por isso que eu estava tão frágil naquele dia. Fui para o colégio com o estômago revirado, com a cabeça pulsando tanto que queria chorar — e é claro que Larissa e Vitor estavam no banco na frente da sala, agarrados como se não estivessem em público, sem pudor algum.

Priscila me esperava em uma das mesinhas do pátio, mas eu congelei, olhando os dois e senti o estômago embrulhar. Quando Larissa o beijou, foi a gota da água e eu simplesmente me virei e saí correndo.

Estava tão exausta! Exausta de Vitor, de estar afastada de Larissa, do mal estar que toda essa situação causava! E a fome, meu Deus, a fome! Eu mataria por um pouco de sangue que pudesse aliviar minha garganta dolorida e a dor de cabeça.

Acho que Priscila deve ter visto minha cara, porque me seguiu quando corri para o banheiro, trêmula. Apoiada na pia, inclinei para frente até encostar a testa no espelho frio, os olhos ardendo com lágrimas iminentes.

— Pê? — Priscila colocou a mão sobre meu ombro, muito suavemente. Foi então que desabei, porque precisava de consolo mais do que tudo, mas não do consolo dela, eu precisava do consolo de Larissa.

Solucei baixinho, desejando que as coisas não fossem tão complicadas, que eu pudesse simplesmente contar a verdade para Priscila e pedir ajuda.

— Eu só... sinto tanto a falta dela. — Minha voz saiu engasgada, Priscila me abraçou forte e eu solucei no ombro dela, me deixando desabar e quebrar, sabendo que ela juntaria meus pedacinhos.

— Eu sei, mas preciso que você seja forte, tá? — sussurrou ela, me abraçando mais forte. Minha garganta doía tanto que eu mal conseguia respirar, me afastei de Priscila quando a pulsação quente dela começou a me tirar do sério.

— Eu sou... — gaguejei, baixando os olhos e tentando reunir toda a coragem dentro de mim para falar. As palavras estavam entaladas em minha garganta irritada, recusando-se a sair. — Eu não sou humana. Sou vampira. — Falei tão baixo e embolado que quase pareceu que eu estava bêbada, Priscila arregalou os olhos para mim, depois me encarou de forma desconfiada, se afastando um pouco.

— O quê?

— Eu... — Então contei tudo para ela. Sobre o cemitério, sobre o hospital, dei todos os detalhes. Ela bem se lembrava do meu desmaio na sala, então foi mais fácil para ela entender o que acontecia com meu metabolismo.

Quando terminei de contar, Priscila só piscou algumas vezes, me encarando, perplexa. Estávamos sentadas no chão de uma cabine do banheiro, em cima de nossas mochilas — o sinal já havia soado e não podíamos arriscar que as supervisoras nos vissem.

— Você precisa se alimentar, né? — perguntou baixinho, então estendeu o pulso para mim sem hesitar. Eu encarei a mão estendida dela, chocada.

— Pri, você não... Você não precisa fazer isso. Só te contei porque queria que você soubesse, porque você é minha amiga. — Minhas bochechas queimavam. Eu não queria que ela se sentisse obrigada a nada, nem coagida a me oferecer sangue.

Talvez eu pedisse ajuda a ela, sim, mas era minha última opção.

— Está tudo bem, você precisa disso. — Ela me olhou com firmeza, eu levantei as sobrancelhas. Priscila apenas confirmou com um aceno de cabeça, eu suspirei e peguei o pulso dela com cuidado.

Sem ter escolha, suguei o sangue dela e deixei que a vitalidade invadisse meu corpo. Estremeci de prazer e apertei com mais força.


Ter contado a verdade para Priscila só nos aproximou mais. Ela não se importava com o fato de eu ser vampira, parecia achar muito legal, aliás — é claro que ela fez imediatamente a conexão com a Draculaura e passou duas semanas me zoando por causa disso.

Larissa e seu drama foram ficando para trás, eu focava em mim mesma, em manter amizades saudáveis e me recuperar de todo o estresse que Vitor causava. Às vezes entrava no Instagram da Lari, observava as novas fotos recatadas dela, as fotos com Vitor. Seu sorriso nunca chegava aos olhos, parecia tudo de plástico.

Tentava não ficar muito perturbada com aquilo, focando na escola, em Priscila, em qualquer coisa.

Foi por isso que, quando Priscila insistiu que fôssemos ao evento de primavera da escola, acabei aceitando. A escola organizava esse festival para arrecadar fundos, era uma feira que vendia comida e artesanato, também havia apresentações de várias bandas locais. O pessoal gostava de ir porque era sempre novidade, então eu e Priscila decidimos que assistiríamos a um show de rock alternativo que começaria depois das seis da tarde.

Já estava escurecendo quando chegamos, foi impossível não pensar em Lari. Fomos direto para o ginásio, lotado com pessoas aglomeradas, copos plásticos e latinhas de refrigerante pisoteadas — embora a escola não vendesse bebida alcóolica, vi algumas garrafas de vodca e latinhas de cerveja abandonadas pelos cantos.

Lari adoraria a decoração de serpentinas e confete, adoraria os globos de luz que estavam pendurados no teto arqueado no salão, lançando fios incandescentes da escuridão.

Eu estava meio tensa, então comecei a beber refrigerante e tentei prestar atenção na banda, o peito pulsando no ritmo da música. Quando meu refrigerante acabou, gritei para Priscila que pegaria outro. Minha garganta estava seca, mas não queria falar isso para ela porque não queria que ela me oferecesse sangue.

Ela nunca reparava, Lari teria percebido na hora que eu estava bebendo demais e me obrigado a tomar o sangue dela.

Prometi para Priscila que a encontraria ali e saí do salão cabisbaixa, querendo estar ali com Larissa, aproveitando aquele momento que eu sabia que ela amaria.

O ginásio estava abafado e cheio de gente conversando em círculos; bebendo, dançando loucamente. Demorei para atravessá-la, chutando latinhas e puxando as serpentinas que grudavam nos meus coturnos. Como estava calor, eu estava de coturnos e shorts curtos.

Quando saí do salão e reparei num canto vazio perto do muro, quase achei que estava delirando. Larissa estava sentada num banco na escuridão, as pernas encolhidas, as costas contra a parede do ginásio.

A sombra do muro a escondia, mas eu reconhecia o contorno do cabelo volumoso em qualquer lugar, o brilho dourado da pele de longe. Ela estava sozinha, sem Vitor. Corri para lá sem hesitar.

— Lari? O que houve? — Minha voz soou desesperada quando vi que ela estava encolhida. Lari não respondeu, então sentei ao lado dela e esperei. Mais silêncio. Ela levantou a face e percebi que seu rosto brilhava com lágrimas. — Você está bem? Está machucada? — perguntei com cuidado, inclinada para tentar vê-la melhor. Mais silêncio. Lari não olhava nos meus olhos.

— Não — disse baixinho, rouca, arrasada. Aquele tom me fez querer abraçá-la. Nunca a vi tão frágil e magoada. — Eu e Vitor discutimos, ele gritou comigo e depois... meu celular... — Apontou para o aparelho e eu senti o sangue ferver ao ver a tela trincada. Mais do que isso, eu queria vomitar. Só de pensar que ele fizera aquilo, só de pensar nele gritando com ela...

Minhas unhas se afundaram na palma da minha mão e eu contive as lágrimas que fizeram meus olhos arder.

— Eu vou matar ele, eu juro que se eu encontrar esse desgraçado... — Eu inspirava furiosamente, mal conseguindo conter meu sangue fervendo. Larissa riu baixinho, cansada. Secou as lágrimas com a ponta das unhas curtas pintadas com glitter rosa claro.

— Por que está me defendendo? — A voz dela tremeu, Lari deixou os cabelos caírem contra o rosto como se estivesse envergonhada. Revirei os olhos, me aproximando um pouquinho dela e segurando sua mão com força.

— Porque eu te amo, porque eu sempre te defenderei, porque ele é um babaca que não te merece — falei calmamente, deixando claro que não estava brava. Ela finalmente, finalmente, havia caído na real e percebido que estava se envolvendo em algo errado.

— Eu amo você. — Lari fungou e me puxou para perto, de repente estávamos abraçadas, ela chorando apoiada no meu ombro, eu chorando com a face enfiada no cabelo dela, soluçando baixinho. Eu estava tão aliviada de saber que ela ficaria bem, que esse pesadelo havia acabado. — Senti sua falta — disse num tom baixo e abafado, e eu sorri fracamente.

— Também senti a sua. — Abracei-a com mais força, afundando meu rosto em seus cachos dourados, deixando as lágrimas escorrerem, o alívio tomar meu corpo.

Não sei quanto tempo ficamos assim, encolhidas na escuridão, abraçadas como se o mundo estivesse desabando ao nosso redor. Minha mente gritava e meu coração disparava de alívio e felicidade.

Olhei para ela e me afastei, sem me importar com as lágrimas no rosto. Inspirei fundo para tomar coragem.

— Lari, quando eu disse que te amo, falei num sentido romântico — esclareci com seriedade, o coração retumbando nos ouvidos, a garganta fechando por causa do nervosismo. Eu mal conseguia respirar.

— O quê? — gaguejou ela, piscando espantada, aqueles olhos enormes de gatinho assustado brilhando para mim. Respirei mais fundo, as lágrimas escorreram quando eu tremi.

— Eu te amo num sentido romântico, Larissa. — Soei firme, a olhei nos olhos. Larissa piscou várias vezes, como se quisesse garantir que não estava num sonho. Depois ela se aproximou e sorriu para mim, um sorriso iluminado que apagou suas lágrimas e seu olhar vazio de tristeza.

— Idiota — sussurrou antes de se inclinar para frente, tocando meus lábios com os dela. Por um momento, ficamos envolvidas naquele beijo surreal, minhas mãos dançando ao redor do corpo dela, as dela me puxando pela cintura. — Deveria ter me dito antes, eu nunca achei que fosse recíproco, porque sempre tentei chamar sua atenção e nunca deu certo. — O alívio na voz dela me fez rir. Rir e depois chorar.

De repente, estávamos nós duas ali, rindo e chorando ao mesmo tempo, sorrindo entre as lágrimas, incrédulas com o tempo que perdemos. O pesadelo havia acabado e, pela primeira vez, a realidade era muito melhor do que qualquer coisa que pudéssemos sonhar.

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