Estou deitada sem saber o que fazer, não consigo dormir, toda a vez que fechei os olhos via a imagem daquele maldito arrancando o coração da minha mãe.

 Hoje é  o segundo dia que estou aqui, em momento algum ninguém  apareceu. Por um momento pensei que este seria o meu túmulo, que eles teriam jogado todos nós aqui para morrermos. Mas estava tão enganada.

Já de noite, isso porque tinha uma pequena janela aqui e dava para saber se era dia ou noite. Um guarda abriu a cela, fazendo com que todos se abaixassem para contar. Ele pediu para que todos saíssem. Obedecemos. Ao me levantar vejo o tanto que estou fraca, as minhas pernas tremem. Mas consigo andar direito.

Ele nos leva para uma sala grande, e fala para ficarmos encostados em uma parede branca. Neste momento pensei que chegaria alguém para dar um tiro em cada um de nós. Mas isso não aconteceu. O mesmo guarda aparece, ele segurou uma alavanca e a abaixou. Neste momento ouvimos gritos, vários jatos de água, são acionados uma água fria como gelo. 

Ficamos ali abaixados sentindo a pele ardendo pela pressão da água. E para. Estou tremendo sem parar, parece que os meus ossos vão se quebrar a qualquer momento.

Vejo uma mulher entrando. Ela observa cada um de nós como se estivéssemos sendo escolhidos para alguma coisa.

Ela apontou para um rapaz da ponta o mandando dar um passo para frente. Ela faz isso com mais dez pessoas. E por último ela apontou para mim. Sinto o meu coração martelando no peito.

O guarda nos mandou segui-la.

Já em outro cômodo, somos colocando em outra parede.

O meu corpo está doendo, observo a mulher na minha frente com sua roupa impecável, os seus cabelos arrumados maquiada, e sei que é uma vampira os seus olhos vermelhos nos observam com interesse.

___ Tirem a roupa.

Olhamos para ela sem acreditar. Ela respira fundo e fala novamente.

___ Retirem as roupas agora mesmo!

Ela falou dando um passo à frente, sinto um medo fora do comum. Todos começaram a retirar as roupas e eu retirei o casaco. Depois a blusa, a calça e por último os tênis. Ficando só de calcinha e sutiã.

Todos já estão sem roupas só de peças íntimas.

___ Se virem!

Ela ordenou, e todos obedecemos. A vergonha toma conta de mim. Ouço uns murmúrios e vejo uma moça morena do meu lado chorando. Queria poder dizer para ela que não acontecerá não. Mas sei que é mentira.

Ela nos ordena ficar de frente novamente. Agora tem mais dois guardas nos observando. Um deles olha para o nosso corpo de cima a baixo e sorri.

Ouço a voz da mulher.

____ Esse, esse, e mais esses dois.

Ela falou apontando e cada um escolhido deu um passo à frente. 

___ Vão para a guarda. Espero que os treinem bem .

Um vampiro loiro sair e os quatro vão atrás deles.

Ela seleciona mais cinco e eles saem com o vampiro que está nos olhando como carne.

___ Eles vão ser perfeitos para repor os que perdemos.

Os meus olhos tremem. A moça morena foi com eles. Eu não sei se vou voltar a ver ela novamente.

Ao olhar para o meu lado. Vejo um rapaz que deve ser poucos anos mais velho que eu. Ele é alto e não é magro como os outros rapazes que conheço. Neste momento ele me encarou. E vejo que seus olhos são negros igual ao seu cabelo. Ele me encara por um um tempo. Mas depois a sua atenção vai para a vampira que se aproximou de nós dois, ela primeiro passa as mãos pelo corpo do rapaz da a volta observando ele atentamente.

___ Você será bastante útil para a Pamela.

Ela vem em minha direção. Segurou o meu rosto para cima e me encarou. Olhou para o meu corpo com atenção. Segurou uma mecha do meu cabelo entre os dedos.

___ Ruiva? __ Ela sorri. ___ Acho que o Damon fará bom uso de você. Provavelmente serei promovida depois dos presentes que separei para eles.

Ela sorri andando.

___ Vamos!

Andamos até chegar em um corredor iluminado. Vejo uma sala enorme com vários lustres e uma mesa grande no meio. E várias cadeiras ao redor. Ainda estamos só de roupa íntima. Em momento nenhum ela nos deu algo para cobrir. Mesmo sem querer observei todos que passavam por nós, para ver se eu encontraria a Sophia, mas não encontrei.

Paramos primeiro em um quarto, ela conversou com um homem, ele não tinha os olhos vermelhos então ainda era humano. E logo em seguida o garoto que estava comigo vai entrando, antes deles fecharem a porta o vejo me olhando.

Voltamos a andar tentando acompanhar os passos da vampira. Depois de um tempo. Paramos em uma porta, depois de bater, uma senhora, essa também era vampira. Quando ela ver quem é, sorrir.

__Lina, o que você conseguiu?

A tal da Lina sorri ao olhar para mim.

___ Acho que vou conseguir finalmente subir de cargo agora.

A outra vampira sorriu ao me ver.

___ Que bela espécime você conseguiu.

Ela sorri.

___ Tive muito sorte, você tem que ver o rapaz, ele é lindo tenho certeza que a Pamela vai gostar.

___ Não tenho dúvidas. Quantos anos você tem?

Ela me perguntou.

Ainda tremendo, falei.

__ Dezoito.

Ela me encarou novamente.

___ Você teve sorte, de não ser escolhida para a reposição que teremos essa semana.

Não falei nada.

___ Pode deixar- lá, comigo vou dar um jeito de que ela pareça apresentável para mais tarde.

___ Eu tenho certeza, ___ A vampira ia saindo mas parou e se virou novamente. ___ Coloque um vestido branco nela, acho que será melhor.

E com isso ela saiu. Entramos, vejo várias camas aqui dentro. Mas não tem ninguém. A vampira me leva para outro cômodo, ao chegar lá vejo que é um banheiro. Ela fala para que eu tome um banho, que eu retire todos os pelos do meu corpo. 

Ela ficou lá vendo tudo. Ao terminar, entregou um frasco com um creme branco, e me falou para passar pelo meu corpo. Obedeci a tudo que ela falou, não estava em posição de questionar nada.

Ao terminar ela me levou até uma cama.

Fiquei lá sentada enrolada em uma toalha. Aqui era bem mais quente.

Ela pegou um vestido de algodão branco e me deu. Nenhuma peça íntima, somente o vestido.

Ela estava terminando de pentear os meus cabelos quando ouvi várias garotas entrando.

O meu coração se acelerou quando eu vi a Sofia entrando. Ela me encarou, abriu a boca para falar algo. Mas se calou. Neste momento percebi que era melhor que os outros não soubessem que nós conhecíamos.

Ela se sentou na cama ao lado da minha. Várias outras garotas sentaram, ou deitaram na cama. Uma mais linda que a outra.

A vampira penteou os  meus cabelos, fazendo um penteado elaborado. Mas deixando mais da metade solto.

___ Irei pedir para que tragam o jantar.

Ela saiu nos deixando sozinha. Me controlei para não falar com a Sophia, ela me encarou. Observei ela, estava com um vestido preto colado no corpo. Ela estava mais magra e pálida do que o normal.

Mas foi uma moça de cabelos pretos que se aproximou.

___ Qual o seu nome?

Todas as outras estavam prestando atenção na nossa conversa.

___ Vitória.

Ela me deu um pequeno sorriso.

___ Luna, prazer vitória.

___ O prazer é meu.

Todas as outras me cumprimentaram, inclusive Sophia.

___ Você foi escolhida para qual mestre?

Mestre! 

___ Eu não sei, só ouvi o nome Damon, mas não sei se tem alguma coisa a ver.

Todas ficaram caladas, vejo uma garota se encolhendo. E neste momento sei que não é nada bom.

___ Porque, quem é esse Damon?

___ Ele é o príncipe herdeiro. No total são dois príncipes e uma princesa. Somos escolhidas como presentes para eles. Mas tem um tempo que ninguém é escolhido para ele. A última que foi escolhida ficou aqui só dois dias

Engulo em seco ao perguntar?

___ Porque?

___ Não sabemos, mas houve rumores que ele tem uma sede interminável e que acabou a matando.

As minhas mãos tremem. Eu preciso fugir. Tenho que dar um jeito de sair daqui.

___ Mas é só rumores, nada mais que isso.

Depois disso ela ficou calada. Fiquei quieta tentando arrumar um plano para fugir. Eles  trouxeram o nosso jantar. Um prato para cada, contendo uma variedade de verduras e carnes? Fiquei um momento olhando para toda aquela comida. E mesmo tentando controlar o meu estômago  deu sinal. Afinal não faço ideia de quantas horas estou sem comer.

Mais tarde elas me explicaram que elas mantinham uma dieta rica em nutrientes. Eu sei o que ela queria dizer. Que elas eram alimentadas para ficarem fortes para o que vinha pela frente.

Não consegui falar com a Sofia. Em momento nenhum ficamos sozinhas.