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Capítulo 4

  

     Apesar da tensão deixada pela visita dos soldados de Lord Darwin na vila de Edenia horas antes, Claire Archer estava esforçando-se ao máximo na cozinha de seu chalé para que o jantar de noivado de sua filha fosse perfeito. Estava terminando de preparar o carneiro, enquanto Sophie se preparava para ter seu futuro traçado de forma definitiva, porém diferente do que sempre sonhou.

     A jovem Archer sempre soube que seu pai escolheria seu noivo, e sabia que o escolhido seria um dos filhos de seus melhores amigos. Em seu coração, sempre esperou que fosse Jake, o rapaz por quem sempre foi apaixonada desde a infância, seu primeiro amor. Queria casar-se por amor, porque não podia casar-se por amor?

     Sophie estava tão distraída, perdida em seus pensamentos que assustou-se, deixando a escova de cabelos cair aos seus pés, quando seu irmão Erick bateu na porta de seu quarto.

— Está pronta? — Ele perguntou ao entrar, sabia que Sophie não queria casar-se com Gavin, e adoraria fazer algo para alegrá-la, mas o que poderia fazer?
— Estou pronta. Apenas não queria descer… — Murmurou desanimada. O tom terroso, bege de seu vestido ressaltava a sua beleza, mas também a sua falta de ânimo. A falta das habituais tonalidades alegres no tecido de sua vestimenta apenas fortalecia em seu irmão a ideia de que algo estava fora do lugar, errado, improcedente.

     Erick pegou as mãos da irmã nas suas e deu um leve aperto.

— Sei que não é o que quer. — Ele murmurou gentilmente. — Mas se nosso pai está irredutível, e caso ele não volte atrás, cuidarei para que seja feliz, seja como for. Estou aqui como sempre estive.

     Sophie abraçou seu irmão antes de descerem juntos a escada após ouvirem a voz dos convidados que haviam acabado de chegar.

     O jantar correu como nos planos do senhor Archer, até o momento em que Gavin deveria fazer a proposta formalmente e pedir a benção dos pais de Sophie para que o casamento fosse oficializado. O rapaz era petulante, e logo que descobriu o motivo daquele jantar, enquanto caminhava com seu pai até a chalé dos Archer, porfiou que não iria de forma alguma pedir a mão da jovem filha do amigo de seu pai.

“Sinto muito Sophie, mas isso não me foi comunicado de antemão”. Ele disse antes de levantar-se da mesa de jantar e caminhar a passos apressados até a saída.

     Sophie não podia negar que sentiu como se uma tonelada saísse de seus ombros, Gavin fez o que ela não teria coragem de fazer nem em um milhão de anos. Ir contra a vontade de seu pai. Saber que isso daria a Bartolomeu a chance de reconsiderar sua ideia fazia o coração da jovem acelerar como se fosse pular para fora do peito. O jantar estava terminado, foi um fiasco, Sophie se recolheu em seu quarto assim que Dominic Magnus se desculpou pela atitude de seu filho e saiu em sua procura.

                                  ·❆·

     As noites na vila de Edenia costumavam ser pacíficas, não se ouvia nada além do som dos morcegos voando de um canto a outro, e o canto das cigarras. A lua, no céu estrelado, brilhava, grande e redonda. Era noite de lua azul, e a tranquilidade dos animais nos currais estava, outra vez, sendo perturbada.

     O balido das cabras acordou Stuart Davis, o responsável pelos currais das cabras. O homem estava atordoado por ter que se levantar tão rapidamente no escuro, carregando apenas uma luminária para clarear o breu a sua frente o homem seguiu até os currais onde presenciou algo que o fez soltar o objeto que caiu, quebrando as proteções de vidro e apagando a vela que antes iluminava seu caminho.

     Stuart avistou de frente ao curral algo grande, não podia ver muito agora sem sua luminária, mas viu olhos amarelos brilhando, e uma sombra apavorante no local onde a criatura estava agora pegando uma cabra que baliu de dor ao ter as garras daquela fera perfurando sua carne.

     Stuart estava aterrorizado, aterrado pelo som do rosnar daquela coisa a alguns metros de onde estava congelado sem conseguir se mover. Assim que recuperou seus movimentos pegou uma pedra no chão e logo arremessou-a contra a fera, que urrou saltando sobre o cercado na intenção de se aproximar do homem que ali se encontrava-se estarrecido.

     O homem não esperou para ver o que viria a seguir, correu de volta para dentro de seu chalé, colocando o que pôde encontrar a sua frente para bloquear a porta. Contudo, a criatura havia desistido de ir atrás dele, havia voltado para as cabras. Levou o animal até a mata próxima, e lá mesmo rasgou suas garganta com os dentes, devorando parte da carne coberta de sangue ali, enquanto suas garras voltavam a perfurar a pobre cabra, agora já sem vida.

                                 ·❆·

     O sol acabara de nascer, e no chalé dos Winkler a janela mal havia começado a ser iluminada pelos raios dourados do amanhecer quando os irmãos, Daniel e Sebastian levantaram-se de suas camas e desceram em direção a cozinha. Estavam sempre ocupados, afazeres domésticos e administração de uma vila em expansão sempre tomava a maior parte do tempo dos dois homens que, apesar de todo o cansaço, ainda davam seu máximo para que tudo estivesse sempre da melhor forma.

     Estavam conversando na cozinha, em suas mãos estavam xícaras com um novo produto exportado do reino de Brasker, o reino conhecido como ‘reino dos ladinos e bardos’. Uma bebida diferente do que estavam acostumados, era um pó de cor escura, que adicionado em água quente emanava um aroma indescritivelmente bom. Chamava-se café. A vila de Edenia havia recebido o produto há alguns dias, e já teriam que comprar mais um carregamento.

     Sentados frente a frente à mesa, um móvel rústico de madeira, onde repousava um jarro onde Aruna diariamente depositava uma rosa amarela colhida do jardim, e uma tigela com algumas nozes, os irmãos apreciavam lentamente duas bebidas enquanto conversavam sobre boatos ouvidos durante a última visita à vila.

— O senhor Daly disse que parece que a colheita de Darsóvia não está muito boa. Talvez não dure o inverno inteiro… outra vez. — Sebastian comentou com o irmão, que olhava pensativo para sua xícara.
— Deve haver alguma praga nas terras daquela vila. — Daniel disse, bebericando seu café. — Mas desde que eu posso me lembrar, as terras de Darsóvia nunca deram tantos frutos. Você tinha 12 anos mas deve lembrar do inverno de 1090.
— Como eu poderia esquecer? — O mais novo, lembrava-se bem daquele ano. Ainda eram jovens e moravam em Darsóvia, ainda eram tratados como órfãos por todos. — Ficamos sem comida por quase uma semana, teríamos ficado se nosso pai não voltasse a tempo daquela viagem.
— Temos muita sorte pelas terras férteis de Edenia e todas as… — Daniel se calou ao ver um esquilo entrar pela janela, saltando sobre as mobílias e parando sobre a mesa próximo a tigela de nozes.

     O animal pegou uma das nozes da tigela e moveu-se ficando cara a cara com Daniel, logo em seguida enfiando o noz na boca. Os irmãos estavam surpresos com a audácia daquele animalzinho, uma vez que os esquilos costumavam manter distância de humanos.

     O canto dos lábios de Sebastian se contraíram em um leve sorriso quando o pequeno esquilo pegou outra noz e enfiou-a na boca, mesmo com a anterior ainda lá. Daniel ergueu a mão em uma tentativa falha de tocar o animalzinho, que subiu por seu braço até sua cabeça antes de saltar para o chão e correr rapidamente.

     Sebastian riu do acontecido, e da expressão no rosto do irmão, que olhava confuso para a porta.

— Você viu isso? — Daniel perguntou incrédulo, e Sebastian, ainda com um meio sorriso, deu de ombros.
— Bom dia pai, tio. — Aruna cumprimentou ao entrar na cozinha. — O que houve?
— Daniel foi atacado por um esquilo. — Seb provocou o mais velho.

     Horas mais tarde, os irmãos Winkler alimentaram seus cavalos, e os selaram. Níger, o cavalo de Daniel, costumava ser arisco, mas com muito esforço conseguiu domá-lo. Astrid, diferente de Níger sempre fora dócil, assim como Astro, cavalo de Jake, nunca precisará ser domada. Diferente de Tormenta, de pelagem preta assim como Níger mas com uma linha branca entre os olhos, Tormenta ainda não havia sido domado, mas não por falta de tentativa, acontece que na última vez que Daniel tentou, o cavalo sacudiu-se até que o homem caísse.

     Eles montaram seus cavalos e seguiram em direção a vila. A trilha até Edenia era, normalmente repleta de árvores verdejantes, agora esbanjava em folhas laranjas e marrons, algumas já caídas das árvores, agora enfeitavam o chão da trilha, e estalavam a medida que Níger e Astrid avançavam em seu caminho.

     O mercado de Edenia estava, como sempre, movimentado, todos os moradores sempre esperavam pelo dia que os mercadores chegariam com novos produtos, naquele dia, as mercadorias vinham do reino vizinho, especiarias e temperos típicos de Ermivia, e que eram bastante apreciados pelos Edenianos. Contudo, apesar do fluxo constante de pessoas andando e comprando coisas, os moradores da vila sempre abriam passagem ao verem os Winkler, os cumprimentavam e mostravam seu respeito pelos dois.

     Tudo parecia bem até então, porém os irmãos tiveram uma surpresa ao se aproximarem do chalé de Stuart Davis.

— Senhores! Senhores! — O homem aproximou-se dos dois, aflito. — Temos um problema…
— Outra vez? — Sebastian indagou, já imaginando o motivo da aflição do criador de cabras.
— Sim senhor! Por favor me acompanhem… — Stuart pediu, guiando os dois até uma área afastada dos chalés, onde ainda havia mata, porém não tão densa quanto a da floresta que levava até a clareira dos Winkler.

     Andaram por alguns metros até que avistaram uma cabra, ou ao menos o que sobrou dela, sua carcaça sangrenta e cheia de moscas. O pescoço do animal brutalmente rasgado, e o corpo quase totalmente devorado caídos em uma poça de sangue seco poderia provocar vômito em alguém minimamente sensível.

— Mais uma. — Daniel murmurou para si mesmo. — Vamos ter que montar a vigília para pegar esse coiote.
— Eu o vi, senhor! — O homem disse abalado, como se a mera lembrança do que presenciou na noite anterior o deixasse apavorado. — Era enorme, tinha olhos dourados… andava sobre as pernas traseiras! Não era um coiote senhores. Era um monstro!
— Fique calmo Stuart, estava escuro, você pode não ter visto bem. — Sebastian argumentou, mas o homem insistiu. Sabia que o que vira não era um animal, e estava aturdido.
— Tudo bem, vamos dar um jeito nisso. Até lá temos que encontrar uma forma de proteger as outras cabras, não podemos perder todo o rebanho. — Daniel declarou, olhando enojado para as moscas pousando sobre a cabra meio devorada no chão.

                                 ·❆·

     Na clareira dos Winkler, o sol iluminava o chalé e os cabelos de fogo da jovem Aruna, que, no jardim, cuidava das rosas e podava as partes ruins para que novas rosas, belas e fortes crescessem no lugar.

     Jake estava cuidando dos cavalos no estábulo, alimentando e tratando de seus cascos. Nunca tinha dificuldades em fazer isso com Astro, porém Tormenta sempre dificultava as coisas.

     A jovem Aruna lavou as mãos antes sujas de terra e entrou no chalé, havia planejado organizar o sótão, o lugar onde os rapazes apenas jogavam objetos velhos e sem serventia. Estava empoeirado, e cheirava a mofo, haviam cadeiras velhas em volta da antiga escrivaninha de John, avô de Aruna e Jake, e alguns brinquedos velhos.

     No canto esquerdo Aruna avistou o cavalinho de madeira que Daniel havia feito quando ela tinha três anos, a pintura branca estava descascada, e estava sem uma das orelhas, mas trazia ótimas memorias para a jovem.

     No canto direito havia um velho baú, Aruna não saberia dizer a quem pertencia, ele sempre esteve ali desde que podia se lembrar. A jovem aproximou-se do baú e o abriu, estava coberto de teias de aranha e poeira dos anos que ficou abandonado, e dentro dele haviam roupas velhas de quando Daniel e Sebastian eram crianças.

     A jovem encontrou no fundo do baú um livro, possuia uma capa de couro, e no canto interior da primeira página estava escrito “M.A Winkler”.

M.A Winkler… Mary Alicent Winkler? Isso pertencia a vovó? — Aruna pensou.

     De certa forma, aquele livro assemelhava-se ao seu herbário, e a garota não pôde deixar de imaginar se sua avó também era a frente de seu tempo, uma vez que não era comum mulheres escreverem. A maioria preferia ou era ensinada desde cedo a cozinhar, lavar, bordar e costurar, o que não era o caso de Aruna. E aparentemente também não era o caso de Mary.

     A jovem abriu o livro em uma página aleatória, haviam coisas escritas e desenhos muito bonitos de gatos, cães, e pássaros. No topo da página estava escrito “familiares”, Aruna não entendeu, mas talvez se lesse o livro do começo conseguisse saber do que se tratava.

— Irmã, Sophie está no jardim… quer ver você. — Jake disse abrindo a porta do sótão, interrompendo exatamente no momento que Aruna ia começar a ler as escrituras feitas por sua avó naquele livro.
— Estou indo, um momento. — Ela colocou as roupas de volta no baú, porém deixando o livro no topo para que pudesse voltar para ler depois.

     Ela desceu do sótão, e da janela avistou Sophie próxima as roseiras esperando por ela. Estava curiosa para saber o que dizia o livro que sua avó escreveu. Mas estava ainda mais curiosa para saber o como foi o jantar no qual sua melhor amiga seria pedida em casamento.

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