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Capítulo 3

    A semana no chalé dos Winkler costuma ser tranquila, nada além de leves provocações entre as duas gerações de irmãos, risadas e o canto dos pássaros. Contudo, depois do café da manhã enquanto Daniel analisava os relatórios trazidos por Jake de Edenia na tarde anterior, se surpreendeu ao ver que segundo o relatório de Stuart Davis, o responsável pela criação e ordenha das cabras na vila, um dos animais havia desaparecido misteriosamente durante a noite e sido encontrado na manhã seguinte, em um cenário horrendo. O pescoço do animal havia sido rasgado, possuía marcas profundas de garras na área do estômago e uma das pernas havia sido violentamente arrancada.

    Não era comum, mesmo em uma vila inteiramente rodeada pela mata, que animais fossem roubados do pasto ou dos currais por animais selvagens, haviam ocasiões é claro, ainda que muito raras, mas os Winkler não podiam deixar que isso continuasse por mais tempo.

— Vamos ter que voltar a caçar em volta da vila. — Daniel comunicou ao irmão e ao filho.
— O que houve? — Sebastian perguntou do sofá enquanto limpava suas flechas que ainda estavam sujas da caçada do dia anterior.
— Parece que tem outro coiote rondando os currais.

    Aruna estava voltando do jardim enquanto os homens da família conversavam sobre as medidas cabíveis ao animal que havia abatido aquela cabra. Se isso voltasse a se repetir teriam que montar uma vigília para pegar o animal como fizeram uma vez quinze anos antes para pegar um lobo que estava atacando ovelhas, John Winkler ainda estava vivo na época e foi o responsável por organizar toda a operação.

     John Winkler foi morto durante uma viagem ao reino de Ermivia. John costumava fazer viagens entre os três grandes reinos vizinhos na intenção de manter a paz entre eles e Valencia, porém durante a viagem da qual nunca retornou, o grande e imponente reino de Ermivia foi atacado pelos bárbaros do Norte, e apesar de o reino não ter sido exterminado como o que aconteceu com seu vizinho, o reino de Marvília, ainda houveram muitas baixas, e para a dor dos irmãos Winkler, uma delas foi infelizmente seu pai.

                                 ·❆·

    Era uma manhã nublada na vila de Edenia, era visível pela janela do quarto de Sophie que provavelmente um temporal se formaria mais tarde.

    Durante o café da manhã no chalé dos Archer, um silêncio um tanto quanto estranho reinava na mesa. Sophie e Erick estranharam a situação, mas mantiveram-se em silêncio até que um de seus pais resolvesse dizer algo.

— Não nos disse como foi o trabalho ontem, querido. — Claire Archer, mãe de Sophie e Erick resolveu dizer para quebrar o silêncio. — Aconteceu algo?
— Sim, aconteceu. Eu esperava contar a todos no jantar de hoje a noite, mas… — Bartolomeu Archer não era o melhor em guardar segredos, um simples resquício de curiosidade vindo de sua esposa foi o bastante para fazê-lo sentir a necessidade de revelar as boas novas. — Estive conversando com Dominic…

    Dominic Magnus era o ferreiro da vila, e um dos melhores amigos tanto de Bart Archer quanto de Daniel Winkler. Os três se conheciam desde o processo de fundação da vila, cresceram juntos assim como seus filhos, e agora, aparentemente, tinham planos para o futuro de suas famílias.

— Decidimos que seria um gosto unirmos de vez nossas famílias. — O homem disse, e ambos os gêmeos paralisaram ao levar suas xícaras à boca.
— O que quer dizer, papai? — Sophie perguntou, apesar de no fundo já ter entendido.
— Você se casará com Gavin.

    O anúncio fez Erick engasgar com o café, e a expressão da irmã passar de curiosidade para decepção e confusão.

— Mas papai… eu sou o mais velho! — Erick interviu.
— E eu… Jake… papai, eu não amo Gavin!
— Sem discussões. Está decidido! — O homem declarou. — Aprenderá a respeitar Gavin como seu futuro marido. Sei que Erick é o mais velho, mas até o momento não há uma pretendente a sua altura, a menos que Daniel permitisse que Aruna…
— Não! — O rapaz o interrompeu. — Está tudo bem, apenas estranhei uma decisão tão repentina.
— Daremos um jantar para oficializar o compromisso hoje a noite. — Bartolomeu comunicou. — Anime-se Sophie, será a noiva mais linda de Valencia.

    A jovem forçou um leve sorriso, não discutiria com o pai, mas não gostava da ideia de casar-se com Gavin Magnus. Seu coração pertencia a Jake desde que eram apenas crianças, não entendia porque Gavin e não Jake. Não entendia porque não podia escolher por si mesma seu noivo. No fundo invejava sua amiga Aruna por nunca se calar e sempre impor sua vontade, queria ser como ela, mas não podia, tinha medo.

                                  ·❆·

    Ao finalizar seus afazeres do dia, Aruna saiu do chalé e seguiu pela trilha até a vila de Edenia. A floresta estava tranquila e as folhas de outono farfalhavam nos galhos, e cada passo pela trilha fazia com que a jovem sentisse uma enorme paz, era revigorante estar em meio às árvores, que pareciam cantar uma canção de boas vindas sempre que o vento soprava.

    Na última vez que passou por essa trilha, Aruna encontrou algumas flores murchas e secas, a jovem retirou as partes mortas da planta, e as regou. Dessa vez aquelas mesmas flores estavam totalmente saudáveis e fortes. Ciclames vermelhos e brancos que enfeitavam a trilha até Edenia, não era atoa que os estrangeiros chamassem o lugar de Vila das flores.

    Como sempre ao colocar os pés na vila todos a cumprimentavam, logo encontrou Adimu e Aziza, as filhas do padeiro da vila, o senhor Akil Ahmed, a família havia chegado em Edenia a cerca de seis anos em busca de um refúgio para fugir de uma guerra em seu reino. Como a maior parte das pessoas nascidas em Ermivia, Adimu e Aziza possuíam a pele escura assim como seus olhos, e seus cabelos enfeitados com flores e ouro refletiam a mais pura essência da cultura de seu povo, Adimu era a mais velha, e se lembrava bem do dia que tiveram que fugir de seu reino, demorou a se adaptar ao novo lar, mas agora sentia-se parte de Edenia como todos que ali viviam.

— Olá Aruna! Como está? — Adimu perguntou com os braços entrelaçados aos de sua irmãzinha.
— Bem, obrigada. Como está o senhor Ahmed?
— As queimaduras estão melhores graças aquelas ervas que você nos deu.
— Fico feliz que tenha sido útil.

    A jovem Winkler seguiu até o chalé dos Archer enquanto cruzava a vila esperando não cruzar com seu pretendente indesejado. Quando Claire Archer a levou até o quarto de Sophie, Aruna logo notou a tristeza no olhar da amiga.

    A garota explicou a amiga sobre o desatino de seu pai ao prometê-la em casamento para Gavin Magnus, e por um momento Aruna não soube o que dizer. Contudo, entendia a decepção da amiga, pois a muito tempo sabia de seus sentimentos por Jake. Não podia imaginar a tristeza do irmão ao saber que sua amada está agora prometida a outro.

— Não pretende ficar aqui o dia inteiro, não é? — Aruna perguntou a Sophie com uma voz terna.
— Que mais eu poderia fazer?
— Apenas irá sentir-se pior ficando aqui esperando pelo jantar como se aguardasse a forca. — A jovem Winkler levantou-se da cama de Sophie segurando a mão da amiga. — Vamos, você precisa respirar um pouco.
— Um momento! — Sophie disse antes que Aruna a puxasse para fora do quarto.

    A jovem abriu o baú ao lado de sua cama e tirou uma peça de vestimenta que havia recentemente acabado de costurar.

— Isso é…?
— É. — Sophie colocou a peça sobre a cama. — As calças que você pediu.
— Sophie isso é… — Aruna mal tinha palavras. — Você é incrível! Eu agradeço muito minha amiga.
— Fico feliz em ajudar, apenas seja cuidadosa, podem não ver isso com bons olhos.
— Vou ter. Agora venha comigo, vamos tentar levantar seu ânimo.

    Com as calças em uma das mãos e a mão de Sophie na outra, a jovem Winkler seguiu em direção a saída da vila, porém enquanto cruzavam mercado, ouviu alguém chamar seu nome, fazendo-a revirar os olhos ao reconhecer a voz que se aproximava cada vez mais.

— Senhorita Aruna! — Gavin aproximou-se das duas e Sophie apertou a mão da amiga em um pedido silencioso para voltarem a caminhar. — É sempre um prazer encontrá-la. Senhorita Sophie, como vai?

    Sophie apenas forçou um sorriso fraco, mas ainda não sentia-se pronta para encarar aquele que viria a ser seu futuro marido.

— Estão indo para a floresta? Posso acompanhá-las, eu pretendia encontrar o senhor Winkler para resolvermos nosso futuro, senhorita. — Gavin disse, e Aruna franziu o cenho, era óbvio que ele ainda não sabia de seu recente compromisso. O rapaz era alto, tinha cabelos castanhos bem aparados, olhos verdes claros, não era repugnante aos olhos de forma alguma, porém ainda que não fosse prometido a sua amiga, Aruna não casaria com ele, não queria casar-se, e não imaginava-se casando com alguém como ele.

    A jovem deu um passo para trás, abrindo distância entre eles.

— Agradeço, mas conheço até meu próprio chalé. — As duas jovens voltaram a andar, mas antes que pudessem ir mais longe Gavin segurou o braço de Aruna.
— A senhorita deve reconsiderar.

    A jovem abriu a boca para dar uma resposta que definitivamente não seria do agrado do rapaz, porém alguém respondeu antes.

— O senhor deve soltar a senhorita… — Aruna olhou para trás e viu aproximar-se um rapaz de cabelos escuros, e com uma enorme cicatriz no rosto, Jayden. — Creio tê-la ouvido dizer que não quer sua companhia.

    Gavin soltou o braço de Aruna e virou-se ficando de frente para o rapaz da capa vermelha, olhou-o de cima a baixo, porém em momento algum Jayden intimidou-se.

— Se os senhores nos dão licença, estamos de saída. — Aruna deu a Jayden um olhar irritado antes de sair com Sophie.
— Não sei quem é você, mas não se meta! — Gavin disse antes de sair, esbarrando propositalmente no ombro do rapaz.

    Algumas horas depois, no jardim dos Winkler as duas jovens estavam conversando, porém Sophie estava curiosa sobre o evento que pareceu ter irritado mais a amiga que a insistência de Gavin em cortejá-la.

— Você pareceu queimar com os olhos aquele rapaz. O que houve? Você o conhece? — Sophie perguntou, sua impressão de Jayden havia sido contraditória. Sua atitude foi nobre, sem dúvidas, mas aquela horrível cicatriz em seu rosto tornava sua aparência… não muito atrativa.
— É um estrangeiro, refugiado de Marvília, e o homem mais estranho que já vi. — Aruna respondeu. — Se chama Jayden.

    Aruna estava contando como teve o infortúnio inesperado de pisar acidentalmente em uma rede de caça colocada pelo rapaz da capa vermelha em uma das trilhas comerciais, tudo parecia em paz, porém a paz foi abalada por gritos vindos do outro lado da clareira onde ficava o chalé.

— Daniel!! Daniel!! — Os gritos vinham de Dominic Magnus, o ferreiro, um dos melhores amigos de Daniel Winkler.

    O homem que estava conversando com o irmão e o filho sobre as estratégias para capturar o coiote que estava roubando cabras na vila quando ouviu os berros desesperados do lado de fora. Ambos os irmãos correram para fora do chalé para descobrir o motivo de todo o barulho. Dominic estava sem fôlego, havia corrido o mais rápido que pôde para buscar ajuda.

— Daniel! Precisa ir até a vila, agora! — O homem disse apoiando-se no cercado em volta do chalé. — Eles estão levando Katherine!

    Katherine Brown havia assumido a pouco tempo o trabalho como parteira da vila após a morte de sua mãe, era uma moça jovem, de cabelos escuros e notavelmente bela. E agora parecia estar sendo acusada de bruxaria.

    Daniel e Sebastian haviam selado seus cavalos para a caça ao coiote, e imediatamente os montaram para chegar o mais rápido possível à Edenia.

    Havia uma comoção popular em volta dos soldados formada por moradores antigos e recém chegados, tentando a todo custo impedir que Katherine fosse levada, ou pelo menos atrasar os soldados da inquisição até a chegada dos Winkler. Daniel imediatamente desceu do cavalo e correu até a multidão, e logo sua voz ecoou entre a multidão fazendo todos se calarem.

— Exijo que soltem a moça!! — Ele disse em tom alto e firme, todos abriram espaço para que ele pudesse passar.
— Sinto muito senhor, foram ordens de Lord Darwin! — Disse o soldado segurando o braço esquerdo de Katherine.
— Ainda que viessem do rei em pessoa! — Daniel continuou. — Mandam e desmandam em Darsóvia, aqui mando eu. Não vou permitir que levem-na.
— Para tira-la daqui terão que passar por nós, não é mesmo companheiros? — Sebastian vozeou.

    Outras vozes surgiram em meio a multidão gritando “É verdade!”, “Não vão levá-la!”, “vão embora!”. Os soldados não puderam fazer muito além de ceder às ordens de Daniel e ao clamor dos moradores, afinal como Daniel disse, estavam em Edenia.

    Daniel Winkler cruzou os braços e observou enquanto os soldados soltavam a moça, que foi ao chão aos prantos, por medo, desespero, e também alívio por ter sido salva. Não sabia o que faziam com as moças levadas ao palácio antes de serem mandadas para a fogueira ou a forca, porém algumas sequer chegavam a esse destino. Katherine estava aliviada por ter sido poupada.

    Sebastian ajudou a moça a levantar e acolheu-a em um abraço que o fez sentir um aperto no peito. Daniel sabia o quão significativo aquilo era para o irmão, não havia conseguido salvar Jane, mas terem salvo Katherine aliviou um pouco sua dor.

    Naquele momento Daniel prometeu a si mesmo que não permitiria que nenhuma outra moça da vila de Edenia fosse vítima da inquisição enquanto ele vivesse.

Curiosidade histórica:

Estima-se que nos séculos 16 e 17, a Inquisição matou até 100 mil pessoas, entre mulheres, homens e crianças.

O clérigo católico Heinrich Kramer afirmou em 1487, no seu livro, Malleus Maleficarum, que “as mulheres têm tendência natural a se tornarem bruxas”. Por isso Mulheres eram torturadas e mortas por qualquer motivo.

Parteiras e curandeiras, principalmente.

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