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Capítulo 2

     De manhã, os raios de sol invadiram o quarto pelo vidro das janelas e iluminaram o rosto de Aruna, a jovem levantou-se e desceu as escadas em direção a cozinha. Lá estava Sebastian já acordado e com as mãos em uma mistura gosmenta de farinha e água.

    Desde a morte de sua noiva, Sebastian tem tido problemas para permanecer na cama, e mesmo antes do sol nascer busca refúgio na cozinha, sempre tentando se manter ocupado para evitar pensar no que houve… No último “eu te amo” que Jane sussurrou ao ser levada para a fogueira, e da dor que sempre reaparece em seu peito sempre que relembra de seus momentos junto de sua amada.

    A mistura antes gosmenta agora começava a ganhar forma dentro da tigela de madeira enquanto Sebastian a sovava tão distraído e imerso em seus pensamentos que sequer notou a aproximação da sobrinha.

— Tio… — O homem saiu de seu estado de imersão, olhando para a tigela e percebendo que estava distraído a ponto de não ter percebido que a massa já estava pronta. — Está tudo bem?
— Estou bem, não se preocupe, eu estava apenas…
— Pensando na Jane. — Ela murmurou, sabia o quanto isso afetava seu tio, Jane era uma boa moça, um pouco atrapalhada e distraída, mas também mais doce e gentil que qualquer outra moça da região. Não merecia a morte que teve.

    Sebastian tentava não deixar transparecer, mas Aruna tinha os mesmos olhos de Daniel e o olhava da mesma forma preocupada que o irmão o olhou uma noite depois da morte de sua noiva, queria apenas esquecer tudo isso mas era impossível. Apenas faria o que sempre faz, sorrir.

— Me ajuda com o café da manhã antes que aqueles dois acordem? — Ele sorriu levemente, podia apenas admitir estar mal, abatido e ainda dolorosamente machucado pela perda da mulher que amava, mas achava que tinha que ser forte, forte como seu pai quando perdeu a esposa, forte como seu irmão ao perder a mãe dos seus filhos. Precisava ser forte.
— Tudo bem! — Ela disse pegando uma panela e despejando água dentro. — Eu faço a geleia.

    Colocou a panela no fogo e logo depois despejou uma tigela de mirtilos dentro, a geleia de mirtilos é a favorita tanto de Jake quanto de Daniel, então é de se imaginar que na cozinha dos Winkler nunca falta mirtilos e tampouco geleia. Em seguida ela despejou uma xícara de suco de laranja na panela, Sebastian vez ou outra tirava os olhos da massa do pão e olhava rapidamente para ter certeza de que a jovem não se queimaria. Ela colocou uma xícara de açúcar e mexeu até que a mistura fervesse. O doce aroma já enchia todo o ambiente, e em poucos minutos já estava pronta, só precisava esfriar um pouco, apenas tempo o bastante para que os pães estivessem prontos.

    Enquanto a lenha crepitava no forno assando os pães, Aruna subiu para o seu quarto e abriu seu armário pegando um belo vestido verde, ela se trocou, ajustou o espartilho e escovou os longos cabelos ruivos encaracolados. A jovem desceu outra vez, agora saindo do chalé e caminhando para o jardim, logo a sua frente estava um lindo canteiro de rosas amarelas, Jake disse que sua mãe, Emilly, havia sido enterrada exatamente ali, e três dias depois uma roseira brotou, as primeiras rosas desabrocharam dias depois, lindas rosas amarelas, as únicas em todo o reino.

    Aruna tinha pouco mais de quatro anos quando soube disso, mas desde então sempre rega as roseiras que triplicaram ao longo dos anos e agora embelezam o jardim dos Winkler. O chalé ficava em uma clareira nas terras da família, e era um ambiente extremamente tranquilo, o único som ouvido era o canto dos pássaros e a água enquanto a jovem regava distraidamente o jardim, porém uma das plantas em específico chamou sua atenção, na verdade isso ocorria todas as manhãs, Aruna sempre levava a mais linda das rosas para dentro do chalé como forma de manter viva ali a presença de sua mãe, mesmo que não tenha chegado a conhecê-la.

    Ela arrancou cuidadosamente a linda e delicada rosa e a levou para dentro, colocando-a em um jarro. Seu pai e seu irmão já estavam na mesa acompanhados de Sebastian, ela juntou-se a eles para o café da manhã, os pães recém-saídos do forno eram como nuvens macias e doces com um toque de canela, Sebastian adorava cozinhar, tinha um inegável talento para isso. E claro, seu ponto forte eram os doces.

    Ao norte do chalé dos Winkler havia um belo riacho que corria com águas cristalinas e brilhantes, era um bom lugar para lavar roupas, mas naquele dia Aruna decidiu que iria apenas entrar na água e mergulhar até que não conseguisse mais segurar o fôlego. Aquelas águas eram puras, intocadas por qualquer atividade humana, ninguém além dos Winkler costumava entrar naquela área, enquanto nadava Aruna se sentia parte do riacho como se seu corpo se fundisse ao ambiente. Esquecia de tudo e qualquer coisa, enquanto a água corria entre seus cabelos e corpo.

    Submersa entre a serenidade das águas e as árvores e arbustos em volta criando um refúgio de pura calmaria, Aruna não percebeu a presença que se aproximou por entre as árvores na beira do riacho. Aquele riacho era a única coisa que separava as duas vilas, em Edenia os Winkler eram tão respeitados quanto o próprio rei, cuidavam do povo a garantiram que os refugiados tivessem um lugar para ficar até seguirem seu caminho, ou se decidirem, viver por ali junto de seus familiares. Porém do outro lado, em Darsóvia, por algum motivo ao qual Aruna nunca soube, as pessoas os olhavam de forma estranha, só esteve na tal vila duas vezes, e sempre sentiu que a olhavam com repugnância, não importava o quão elegante fosse o vestido que estivesse usando ou o ouro que repousasse em seus adornos. Era óbvio que não eram bem vindos, desde que se deu conta a jovem nunca mais cruzou a ponte entre as terras de sua família e aquela vila.

    Entre árvores e arbustos que o mantinham praticamos invisível, Jayden observou de longe enquanto a jovem nadava. Não sabia dizer porque se manteve ali, ele sabia que não era correto observar uma moça tomar banho mesmo que ela não estivesse sem roupa, mas nunca havia visto uma jovem tão linda.

    Ao seu lado, como sempre, estava Ethel, sua companheira loba. Jayden a encontrou ainda filhote em uma de suas viagens, estava sozinha, provavelmente havia tido a alcateia dizimada. Mesmo não tendo muito, nem sequer um lugar fixo para morar, Jayden cuidou da filhote de lobo vermelho e a alimentou da melhor forma que pôde, mesmo que isso significasse esgueirar-se por estábulos durante a noite para conseguir um pouco de leite.

    Agora já crescida e forte, Ethel cuida de Jayden assim como ele um dia fez por ela, especialmente depois do jovem perder a visão do olho esquerdo, a cicatriz em seu rosto ainda era o mistério para o rapaz, que apenas acordou um dia com metade do rosto coberto de sangue, e incapaz de enxergar com um dos olhos. Três de anos se passaram desde o acontecido, Jayden aprendeu a viver com apenas um dos olhos, seu corpo se adaptou a isso, e seus outros sentidos ficaram mais aguçados para compensar a perda de um dos lados de sua visão.

    Enquanto o rapaz observava a jovem Winkler no riacho, a loba empurrou a cabeça contra suas costas.

— Shh… Eu sei, eu sei! Temos que ir, só mais um pouco… — Ele murmurou, e a loba deitou-se no chão ao seu lado.

    Aruna saiu da água, sua chemise branca grudando por todo seu corpo molhado, e seus cabelos ruivos encharcados deixando a água escorrer por toda a terra onde passava. Estava colocando seu vestido e ajustando o espartilho quando ouviu o barulho de galhos se quebrando atrás de uma moita, o que chamou sua atenção. Embora não tenha visto ninguém, a jovem abaixou-se na beira do riacho e pegou uma pedra lisa acinzentada que estava sob seu pé, arremessando-a em direção as moitas de onde ouviu um grunhido assim que a pedra acertou algo.

— Quem está aí? — Ela disse aproximando-se com uma pedra maior na mão. — Apareça ou eu vou…
— Não! Espere, ai! — O rapaz atravessou os arbustos esfregando a testa onde a pedra havia acertado, a capa vermelha se prendendo nos galhos, o obrigando a puxá-la ao chegar ao outro lado. — Porque fez isso?
— Porque está aqui? Olha, se estava me observando eu vou… — Ela reclamou apertando a pedra na mão.
— Não! Espere por favor eu só… nós estávamos apenas de passagem.
— Nós? — Aruna perguntou ressabiada.

    A loba saiu de trás dos arbustos, e a jovem recuou levemente. Ethel era tão grande quanto Aruna se lembrava, porém menor que os lobos cinzentos que costumavam ser vistos nas proximidades de Edenia, seus pelos também eram diferentes, possuía uma mistura de uniforme de tons alaranjados e cinza.

— Ah… — A garota soltou a pedra que estava em sua mão, jogando-a dentro do riacho.
— Devo dizer, senhorita, que o que fez foi uma covardia! — Ele disse em tom irônico. — Acertou-me no ponto cego.

    Ele apontou para a pequena ferida sangrando pela pedrada no lado esquerdo de seu rosto, e ela revirou os olhos.

— Veja pelo lado bom, está em frente a um riacho onde poderá lavar o sangue! — A jovem pegou seus sapatos e entrou na floresta seguindo a trilha que a levaria de volta para sua casa.

    Jayden apenas ficou parado no mesmo lugar observando-a desaparecer pela trilha.

— O que acha dela? — Ele perguntou com um sorriso de canto à loba, que o respondeu com um breve uivo antes de marchar até o riacho para beber. — Tem razão, acho que ela não gosta de mim.

    Jayden sentou-se embaixo de uma árvore enquanto observava o vento carregar as folhas de outono amareladas e marrons para longe, e esperava sua loba terminar de beber.

                                 ·❆·

    Jake saiu de casa logo após sua irmã deixar o chalé. O jovem foi até o estábulo onde ficavam seus cavalos, passou por Níger, o cavalo de Daniel, um Shire puro sangue de cor preta, e então por Astrid, uma fêmea da mesma raça, com a pelagem em tons mais claros, uma mistura de branco e marrom, Astrid pertencia a Sebastian, e junto a Níger eram os genitores de Astro e Tormenta. Astro possuía a mesma pelagem caramelada de sua mãe, era o cavalo de Jake, Tormenta por outro lado tinha a pelagem escura como a noite assim como Níger, no entanto possuía uma marca branca na pata dianteira direita e uma fina linha branca entre os olhos, era indomado, não permitia que ninguém o montasse, e não era dócil com ninguém além de Aruna.

    Jake alimentou os cavalos, e os escovou como sempre fazia, selou Astro, e partiu pela trilha da floresta em direção a Edenia.

    O jovem logo avistou a vila, ao longe via as moradias recém construídas e o que imaginou ser seus novos proprietários. Jake desceu de seu cavalo logo que chegou na entrada de Edenia.

— Olhe só quem os ventos trouxeram! — Jake ouviu alguém dizer enquanto prendia o cavalo no tronco de uma árvore. — Meu amigo!
— Erick, Irmão! — Ele o cumprimentou com um abraço, Erick Archer, era o filho do banqueiro da vila, os dois haviam crescido juntos, eram, realmente, quase irmãos. — O que faz aqui? Achei que estivesse ocupado ajudando seu pai com a contabilidade.
— Nenhum palpite? — Disse Erick erguendo a enorme pilha de tecidos em seus braços, enquanto mais alguns eram colocados sobre eles por uma bela jovem que logo atraiu a atenção de Jake. — Sophie, por favor! É o bastante.

    Sophie Archer, irmã gêmea de Erick, e melhor amiga de Aruna. Os dois possuíam cabelos castanhos, e olhos âmbar, porém os de Sophie, para Jake, eram os olhos mais lindos de todo o reino.

— Por favor, não seja ranzinza! — A garota repreendeu o irmão que revirou os olhos. — Olá Jake.
— Senhorita Sophie. — O rapaz acenou e curvou-se pegando a mão da jovem, beijando-a delicadamente. — Está cada dia mais bela.
— Por quanto tempo pretende cortejar a minha irmã na minha frente? — Erick brincou e soltou um leve gemido ao ver mais um tecido ser depositado por sua irmã na pilha em seus braços. — Quando você terminar de costurar todos esses tecidos já vai ser uma velha!

    Sophie e Jake riram, e Jake ofereceu-se para ajudar o amigo a carregar as compras da jovem.

    Jake observou as novas construções enquanto andavam pela vila, Edenia crescia cada vez mais, principalmente agora com a chegada dos novos moradores vindos de Eternumbra. Logo Edenia seria tão grande quanto seu avô sonhou um dia.

— Como os novos moradores estão se adaptando? — Jake perguntou a Erick, que hesitou um pouco.
— Ainda é cedo para dizer. Mas alguns moradores mais antigos não estão muito satisfeitos… Andam dizendo que os Numbricos adoram a demônios. — O rapaz respondeu, já imaginando que não era o que o amigo esperava ouvir.

    Estava claro que a inquisição estava mexendo com a cabeça dos moradores, todos agora temiam as bruxas, os demônios que possuíam pessoas e os obrigavam a cometer atrocidades. A inquisição dominou a mente de todos em Darsóvia, porém Jake não esperava que fizessem o mesmo em Edenia, onde desde que se entendia por gente, pessoas de diferentes reinos aprendiam a conviver com as diferenças de seus costumes. Pensou se deveria comunicar isso a seu pai mais tarde.

    Depois de alguns minutos de caminhada, e algumas horas de conversa com o senhor Bartolomeu Archer, pai de Erick e Sophie, sobre o quão bem a economia do reino estava indo graças ao pomar, que como sempre, estava carregado de frutas e não faltavam encomendas dos reinos vizinhos, Jake pegou seu cavalo e seguiu a trilha de volta para casa.

    Enquanto Astro trotava pelo terreno irregular da floresta, Jake avistou em sua visão periférica algo vermelho se mover por entre as árvores. Parou o cavalo, e olhou para a direita avistando então o rapaz que havia sido convidado de seu pai no jantar na noite anterior.

— Olá! — Jake disse com um sorriso antes de descer do cavalo. — Está caçando?
— Estávamos, seu cavalo espantou o coelho. — Jayden respondeu enquanto a loba sentava-se ao lado dele.
— Ah, sinto muito. Sabe, aqui não é um bom lugar para caçar, eu recomendo a área oeste, a mata é mais densa, se souber o que está fazendo pode pegar algo maior que um coelho.
— Acho que foi isso o que sua irmã quis dizer quando disse que aqui é uma trilha de comércio.
— Estou certo de que ela não foi muito gentil. Ela me contou sobre a armadilha… parece que começaram com o pé errado. — Jake sorriu. — De qualquer forma, bem vindo a Valencia.

    Ele montou de volta em seu cavalo e retomou sua trilha em direção ao chalé, e Jayden seguiu sua dica, partindo na direção oeste.

    Chegando ao chalé, Jake encontrou seu pai e seu tio preparando o equipamento de caça, polindo as flechas de prata e verificando a firmeza de seus arcos. O jovem se juntou a eles e logo após selarem seus respectivos cavalos partiram em direção a mata oeste, deixando Aruna sozinha com nada além de seu herbário e uma caneta que pouco antes notou estar sem tinta.

    A jovem ouviu pequenas batidas na janela, e como imaginou, lá estava Hael trazendo em seu bico uma fivela dourada. Ele a depositou sobre a mesa e Aruna a guardou junto a outros objetos que o seu amigo já havia lhe trazido, entre eles pequenos objetos como botões ou até pedras brilhantes.

    Aruna seguiu até o estábulo com seu amigo alado em seu ombro. A garota abriu a porta e liberou Tormenta, escovando sua crina delicadamente. Apesar de ainda não ser dócil como os outros, e não permitir que o montem, Aruna amava aquele cavalo, e cuidava dele muito bem.

    Ela deu a Tormenta uma cenoura enquanto o acariciava.

— Um dia vamos sair com eles para caçar. Você só precisa praticar um pouco mais. — Ela disse enquanto colocava a sela no cavalo, sem prendê-la a ele, apenas para que se acostumasse com o peso, e Hael logo pousou na dela, ficando lá enquanto Aruna guiava Tormenta pelo cabresto.

    Eles andaram ao redor do chalé por algum tempo, como faziam desde que Aruna decidiu que seria ela a domar Tormenta, ele já era seu cavalo, se pudesse domá-lo poderia finalmente caçar com o resto de sua família. Era um longo caminho a percorrer, mas estava determinada.

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