64. No ar
Alif insistira em viajar com Lilith. Ele cobriria os proprios gastos e os de Natasha, que precisava de uma folga. Jonathan estava melhor, pois não tinha mais movimentos nas pernas, mas por enquanto Gazel cuidaria dele. Lilith, Cassius, Alberto, Alif, Natasha e Cástor foram visitá-lo assim que puderam. John Kira sentiu que agora tinha amigos. Pediu perdão à Lilith por tudo que fez e à Natasha, por ter sido imbecil com ela. Também se desculpou com Cassius e Alberto. Agradeceu muitas vezes por Alberto tê-lo salvo.
Todos estavam reunidos esperando Darja no local de encontro. Ela havia explicado, em outro momento, que um piloto de confiança escolhido por Vladimir Kowalski os levaria de jato particular à Eslovênia.
- Agora que sou uma princesa árabe posso ir à Europa. - Lilith brincou.
- Calma lá, gatinha. Você vai à Europa porque é herdeira do Alquimista. - ele beijou a testa dela.
- Quanto nosso pai era rico? - Alberto perguntou.
- Do tanto que daria para comprar todos os meus bens... Quatro vezes - Nur explicou. - No entanto, vocês dividirão por quatro, então, vocês ficarão um pouco mais pobres.
- Nossa, me sentirei muito pobre. - Alberto brincou. - Ao menos vou conseguir abrir o restaurante.
- É, na verdade eu ia fazer uma proposta de sociedade, mas agora você pode abrir com seus proprios recursos.
- Não sonhem demais. Nem chegamos à Europa ainda, e a seita vai tentar nos impedir. - Cástor falou sério.
Naquele momento Darja chegou. Foi um choque para Alif ver que ela era a advogada responsável em buscar os Olivier, e foi um choque para ela vê-lo abraçado à Lilith. No entanto ambos mantiveram a compostura e se trataram como desconhecidos.
- Podemos ir? O piloto enviou uma mensagem avisando que já está pronto.
E foram. Era a primeira vez que Lilith, Alberto e Cassius viajavam em um avião. Natasha já tinha viajado a trabalho e Alif tinha seus proprios jatos, os quais, inclusive, ele pilotava. A viagem correu tranquila. Alif e Lilith ficaram abraçados todo o tempo, assim como Natasha e Cassius, mas conversavam com todos, trocando um ou dois beijinhos rápidos às vezes.
- Nossa, voar é tão legal. - disse Lilith um pouquinho sarcástica.
- Deve ser divertido voar com as proprias asas, Vladimir me disse que vocês tem poderes. - Darja os pegou de surpresa.
- Sim, nós temos. Porém evitamos usá-los, moça bela. Chamariam muita atenção. - era Alberto.
Alberto estava interessado em Darja. Assim que a viu achou interessante e bonita. Cortejaria ela quando tivesse chance, talvez conseguisse um encontro. Enquanto isso Darja observava Lilith e Alif. A inveja tomava conta de si. Queria logo terminar esse trabalho e poder fazer o que desejasse. Cástor apenas observava, se sentia feliz e completo, agora que tinha família. Quando soube que também era um herdeiro seu coração bateu forte. O pai o amava também, mesmo ele sendo um clone.
Depois de algumas horas de voo, o piloto avisou que estavam chegando em Liubliana. Foi aí que a viagem virou um pesadelo no ar. João Cabral apareceu na cabine com uma arma apontada para eles.
- Por quê isso, chefe? - Alberto perguntou assustado.
- Porque vocês não devem descer desse avião. - ele respondeu calmo.
- Não entendo o motivo. - Alif estava rígido em sua poltrona.
- O motivo é simples. Eu sou membro da seita. Ele não pôde contar, não é? - apontou Cástor. - Esse cão imundo é enfeitiçado. Essa detetive maldita já deu jeito em Makoto Kira, um de nossos membros. - apontava para Natasha.
Todos se olharam estupefatos.
- Você não deveria tentar algo. - Cástor disse calmamente.
- Me dê um motivo. Sou o único piloto neste avião e vocês não podem fazer nada contra mim. - João disse confiante.
- É aí que você se engana. - Lilith mais que rápido congelou João Cabral. Antes que o gelo chegasse às mãos ele apertou o gatilho, porém a bala parou na barreira de água que Alberto fez. - Meu namorado sabe pilotar e tem licença para tal em quarenta países, incluindo a Eslovênia.
- Patético. - Cástor falou se sentindo vingado. - Sei que você pode ver tudo apesar de estar congelado, então vou mostrar. - materializou um pouco de areia em suas mãos. - Sim, eles me deram o sangue deles e agora eu sou completo.
Alif fez a aterrissagem do avião. Foi apenas um susto. Entregaram João Cabral à justiça eslovena. Descongelado e seco, porque Cassius deu seu jeito. Quando entraram nos carros que Vladimir havia disponibilizado, João Cabral já estava morto.
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