39. Nas sombras
Duas pessoas usando máscaras conversavam em um vão que havia entre prédios do centro da cidade. Um homem baixo e uma mulher esguia, ambos trajados de maneira elegante. Aproveitaram o fato de que naquele dia da semana e naquele horário, as ruas estavam quase desertas. Ambos usavam luvas. O homem tinha colocado uma pasta de couro no chão. A mulher entregou algo embrulhado em um tecido preto e grosso. Ele olhou o conteúdo do embrulho. Era um revólver calibre trinta e dois, com silenciador. Um Tigre da I.N.A. extremamente bem conservado, acompanhado por uma caixa de munição.
— Ele nunca foi confiável, mas agora está fora de controle. — A mulher disse em um tom baixo.
— É por isso preciso fazer o trabalho sujo? — O homem respondeu com desgosto.
— Claro, não podemos pedir ao miserável, e tecnicamente você já é um homem morto, não tem com o que se preocupar. Por outro lado eu estou viva e sou bem conhecida. — Ela ponderou dispensando o serviço.
— Por que não eliminamos os três de uma vez? — O homem suspirou pesado.
— Porque precisamos de pelo menos um deles vivo. Aquele maldito Slazar colocou todo o composto alquímico nos filhos, tornando eles mágicos. O pior é que eles já morreram uma vez, se os matarmos novamente os poderes se esvaem. — A mulher reclamou descontente.
— E qual o motivo da escolha desse? — Ele ergueu a foto de um homem.
— É o mais solitário, um alvo mais fácil. — Ela justificou.
— E o que faremos com o verme imperfeito? — O homem olhou atrás dela conferindo se não havia alguém por ali.
— O deixamos vivo, por enquanto. Ele precisa de nós para se manter. Quando capturarmos os outros, matamos ele também. —Explicou com segurança.
— Você está certa de que o conselho vai aprovar isso? — Ele travou o maxilar.
— Claro. — Ela sabia bem como fazer para aquilo ser aceito.
— Esta noite sangraremos outra porca? — O homem questionou com ares sádicos.
— Essa é a intenção. Quanto mais sangue derramado, mais fortes estaremos para o ritual de transmissão. — A mulher realmente cria nisso.
— Soube por um contato que tem um serial killer à solta. Isso é perfeito, a polícia precisará de mais atenção no caso, já que ele tem matado com frequência, não vão se concentrar nas porcas mortas. — Ele riu com desdém.
— Isso é tudo. Você já sabe o que fazer, não hesite. — A mulher não queria ficar naquele beco falando de coisas que os condenariam.
— Nunca hesitei. — Ele se gabou.
O homem pegou a pasta do chão, guardou entro dela o embrulho com o revólver e foi em direção ao beco, deu três batidas ritmadas na parede do fundo e ela se abriu. A mulher tirou a máscara e guardou na bolsa. Arrumou a postura, soltou o cabelo e saiu andando naturalmente como se nada tivesse acontecido.
No beco tinha uma caçamba de lixo. Quando estava seguro de que ninguém observava ali, Cástor saiu do meio do detrito. Foi uma ideia genial se esconder no ponto de encontro daqueles membros da seita. Ouviu tudo que planejaram, incluindo o que falaram sobre ele. Já estava cansado de ser usado e maltratado, queria liberdade, mas enquanto aqueles malditos vivessem, ele jamais conseguiria. Colocou peruca e um bigode falso e saiu caminhando com um destino certo, precisava comprar um chip de celular.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro