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Relato 1 - Despertar

1892 Words

Aquele dia despertei por conta do frio.

Olhei assustado o relógio e era cedo demais para ir à escola, mas estava estranhamente agitado como se precisasse me defender de algo. A adrenalina estava a milhão e não me lembrava o que havia sonhado, mesmo assim resolvi pôr a culpa nele essa agitação toda.

Me levantei revoltado por querer dormir mais um pouco e logo me troquei, lembrando como meus "amigos" na escola zombavam dessa minha cara de espantalho... Era alto demais, magro demais, tinha cabelos ruivos que pareciam sangue, e meu olhos... unf.

Quando dei por mim estava caminhando pela calçada da madrugada, ignorando as sombras que me encaravam de forma cruel. "Se eu não via, elas não podiam me ver". Era a única coisa que me fazia lembrar dos meus pais, sendo que hoje mal me lembrava de seus rostos e vozes.

Parei na famosa praça que ficava no centro da cidade e ali fiquei a refletir.

Era um dia quente do início do verão, e não havia motivos para ter despertado de frio; muito menos estar tão agitado; quando dei por mim meus instintos me jogaram para bem longe de casa.

— Danny? — A voz dela me despertou dos pensamentos vazios que me tomavam. Olho seus belos cachos tingidos e me levanto sabendo que já estava na hora de irmos à escola, mas não.

Era fim de semana e tínhamos marcado fazer uma idiotice de jovem: um desafio de coragem.

Suspirei e vi que os demais também já estavam ali.

Não tinha jeito, não dava pra voltar atrás.

Caminhamos todos até aquele lugar enquanto me perdia em pensamentos sobre o por que havia aceitado aquela idiotice: simplesmente uma tentativa de fazer parte do grupo, os impressionar para ser chamado em mais roles e ter novos amigos nessa escola nova. No fim era um adolecente normal, com motivos normais.

E ter noção disso me fez sorrir.

Até a zombaria com minha aparência era bem normal. "Se eu fosse a academia e ganhasse um corpo logo iria chover de garotas me querendo e a zueira pela minha altura seria convertida em admiração." Isso era o que minha tia falava... "Se eu fizer um corte de cabelo legal, que destacasse meu rosto, ou parasse de esconder meus olhos atrás da franja". Mas não dava... meus olhos...

— Todos estão aqui? — A voz dele me desperta do devaneio e o olho curioso de como um colegial como nós tinha tantas tatuagens, piercings e os cabelos coloridos; meus tios jamais me deixariam fazer nada disso.

Ele estava a usar as ferramentas da oficina de seus pais para abrir a grade do local abandonado que iríamos usar para fazer o teste; uma tentativa de parque que fechou na época que meus pais eram jovens, estando abandonado e corroído pelo tempo; e com isso trazendo milhares de contos e histórias assombradas, seja pelo que fez o lugar falir (já que estávamos em uma cidade turística) ou por ocorridos modernos inexplicáveis.

— Estão prontos? — O babaca que começou isso diz ao sacar um alicate de cortar arame de sua mochila, sorrindo como se fosse a coisa mais legal do mundo.

E assim entramos.

Revelando um parque bem construído: recheado de atrações clássicas, barracas e brinquedos diversos. Parecia ser mesmo lindo pelo pouco de cores que lutavam para se manter nas paredes destruídas pela chuva e plantas que dominavam tudo.

O lugar era tão temido que nem mesmo as sempre presentes pichações e grafites se encontravam por ali; e mesmo assim a ideia era passar a noite inteira, e eu me perguntava o que fiz o dia todo; já que sai de casa na madrugada, encontrei com ela e agora já estava anoitecendo. O que ouve? E pior... por que não me importava de não me lembrar?

— Danny? — Ela volta a me cobrar a atenção, e posso ver esses lindos olhos castanhos com um tom de cinza por entre sua pele morena com tom de bronze. E mais uma vez me contenho para não expor meus sentimentos.

—- Estou bem. Só acho... bobeira. — Respondo ao ver o grupo conversando e contando histórias assombradas sobre o lugar enquanto adentramos curiosos com tudo ali.

— Eu sei. — Murmura ao se sentar ao meu lado, ela ficava mesmo lindinha com esse macacão largo perfeitamente preenchido, de shorts curtos que me faziam perder totalmente o foco entre o final dele e o começo de seu tênis surrado. — Mas digo sobre o que ouve de tarde? Aquele acidente na sua casa? Foi muita sorte você ter saído bem na hora, e a forma que a polícia te culpou... — comenta como se eu me lembrasse de tudo isso e logo me dou conta do por que estava tranquilo em esquecer.

Tudo volta a minha mente em segundos, como um sonho ruim, um pesadelo.

Eu me levantei e fui tentar tomar um leite com mel para voltar a dormir, mas a agonia não passava e só piorava, então me troquei e fui correr um pouco para tirar aquela agonia de mim. Corri muito até chegar à praça, o engraçado que eu não tinha esse hábito de correr, eu só quis correr de casa do nada sem motivos.

E então eu vi as viaturas e ambulâncias indo na direção de casa.

A verdade era que o comércio que ficava parede com parede com a nossa casa, teve um vazamento de gás e pegou fogo. O fogo atingiu as casas laterais e matou muita gente.

Como eu levantei e fiz barulho, meus tios e primos estavam acordados e sentiram o cheiro e deu tempo de sair até tudo explodir; mas a polícia estranhou o fato de eu ter saído e vinham pra cima de mim.

Me deixaram vir a essa coisa idiota para distrari a mente, enquanto tentavam recuperar o pouco que sobrou na casa; e procurar uma nova alem de acionar o seguro. Eram bons tios, só queriam que eu me acalmasse depois do que a polícia fez.

— Danny? — Assim que a ouço chamar por esse apelido infantil percebo que o dia havia nascido, e o grupo estava se preparando para partir. — Você está estranho. Está tudo bem com você?

— Sim. — Respondo seco caminhando ao seu lado. Era tão pequena e fofa. Parecia uma bolinha, uma almofada macia. Como deveria ser dormir nos seus braços?

Foco Daniell. Foco.

Não pode objetificar sua amiga de infância.

Só por que ela é perfeita e você não para de ter sonhos "complicados" com ela, e pensar em ter dois filhos e um gato.

Respira.

— Só estou com muita coisa na cabeça. Preocupado com as notas e tudo mais. — Respondo e ela volta o olhar ao grupo, como se me chamasse para me incluir. Suspiro e vou com ela.

— Você deveria se declarar logo. — Ele vem e sussurra na minha nuca e eu quase infarto, e tudo que ele faz é rir da minha cara. — Hoje foi o momento perfeito. Quantas deixas você vai deixar passar?

Foi por isso que ele marcou esse role?

Ok... era um bom amigo afinal.

— Eu não sei. Sou um medroso. — Respondo e ele me olha nos olhos, isso sempre me incomodou. A forma que todos olham meus olhos...

— Eu sei. Assim não vamos sair daqui nunca.

Foi uma frase estranha.

Assim que ele diz isso vejo ela se aproximar de mim e um vento sopra forte.

As sombras que tentava ignorar se aproximam e eu apresso o passo puxando ela comigo fingindo estar tudo bem e não estar vendo nada. E quando dou por mim estamos na pista de patins, sentados todos em uma mesa com nossos pedidos já entregues.

O tempo estava pulando, e eu não me importava.

— Danny. Eu realmente estou preocupada com você. Está tomando seus remédios?

— Não vou mentir... dei uma fugida. —- Abaixo a cabeça. Sei que fui diagnosticado com esquizofrenia, e estar vendo essas sombras com rostos a me seguir pode ser por ter interrompido o medicamento forte. Assim como os apagões. — Mas vou voltar.

— Não. — Ela diz firme ao pegar na minha mão. — Você não é louco. — Diz olhando nos meus olhos. — Olha pra mim. Você pode me ver não? Eu to aqui! De verdade.

A forma desesperada que ela pontua e aperta minha mão me faz arrepiar.

Olho em volta e só estamos nós dois ali.

Todos se foram.

Os demais amigos e até funcionários.

Até a música parou.

Volto a olhar para ela.

Tão perfeita.

Era o nosso momento, Mas...

— Qual... qual é o seu nome? — Pergunto me dando conta do que estava acontecendo finalmente. — Sim. Eu posso te ver. — Sorrio ao segurar em suas mãos e acariciar seu rosto. — Você é perfeita. É linda e gentil. — Digo e seus olhos se enchem de lágrimas.

— Obrigada. — Responde em um fio de voz e logo posso ver os demais de pé ao nosso redor.

— Aquele dia... Você estava esperando eu me declarar? E... Sinto muito. Por ser um medroso, só julguei que você não...

Ela interrompeu me abraçando forte, e eu não consigo evitar uma lágrima.

Não me lembrava de seu nome.

Eramos vizinhos...

Nunca conversei com ela, mas a admirava pela janela.

Ela estava no evento do parque. Meu melhor amigo marcou essa idiotice para me ajudar e... todos morreram.

Eu consegui escapar e fui investigado, mas um tempo depois vi aquilo me seguir e ceifar a vida dos pais dela ateando fogo na loja que ficava entre nossas casas.

Mas mesmo após um ano... ela ainda me queria.

Ela prendeu todos aqui.

— Nunca vou te esquecer. Meu amor de infância. — Lhe dei um beijo na testa e ela sorriu.

Finalmente havia conseguido; cumprir com o assunto inacabado.





Olhei em volta me recordando de tudo, pus as mãos nos bolsos daquele uniforme sem graça e sai do quarto olhando os demais pacientes que estavam tomando sol. Depois daquilo tinha sido internado aqui, não antes.

Minha cabeça estava reorganizando os fatos... ela estava dentro de mim, me fazendo viver as memórias que ela desejava; e mesmo que agora tenha finalmente acabado. De que adiantava tentar sair dali? Dizer ou provar que estava curado, sendo que não.

Agora eu me lembrava de tudo: do que matou todos naquele parque, o que me seguiu até em casa criou aquele incêndio. O que matou meus pais e chamaram de acidente de carro, os donos das sombras que me seguiam, me olhando de uma forma que eu tentava ignorar. Fingir não ver, era a única coisa que lembrava que meus pais me ensinaram: "Se eu fingir que não vejo, eles não sabem que posso vê-los e não vou chamar atenção."

Olho no espelho do corredor... malditos olhos de jade.

____________

Uma semana se passou.

Recebi alta pois fui incapaz de fingir que não estava curado, já que fingia não ver nada e não perceber nada; não importava o quanto me provocasse e testassem. Meus tios vieram me buscar, e vejo que agora eles tem uma loja no centro e moram em um apartamento.

No caminho de volta passamos em frente ao cemitério, e mesmo com a falação alegre deles acabo me distraindo ao olhar, pois posso os ver...

Agora eu me lembrava, que sempre vi. Via coisas que ninguém conseguia, e por conta disso passei a infância sendo tachado de louco até aprender a calar a minha boca, depois que meus pais se foram.

Mas sorri ao os ver ali, a jogar jogos de coragem e contar histórias assustadoras e assombradas como sempre faziam.
Não aprenderam nada nem morrendo.

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