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3. TEMPESTADE TROPICAL

TEMPESTADES TROPICAIS podem ser apavorantes.

A fúria e o rígido do vento, o som estrondoso da água em alta velocidade batendo contra as paredes de vidro do quarto. Eu sentiria medo se minha mente não estivesse tão turbulenta e barulhenta quanto lá fora.

Eu bloqueei àquele número, depois desliguei meu celular assim que entrei no quarto. Deixei o aparelho dentro da mala e a empurrei para baixo da cama. Tenho medo de por um único segundo ceder, me permitir ouvir qualquer estupidez que ele tenha para me contar. Qualquer doce mentira que ele possa ter preparado para me convencer a voltar. E eu sei que não devo me permitir isso. Mesmo que pareça confortável. É o conhecido, é a chance de tudo voltar como era antes e isso é atraente. E sim, eu sei que é deprimente, eu sei que eu não deveria pensar assim, mas eu sempre fui a pessoa pragmática e apegada na rotina que teme mudanças. Eu sempre gostei do confortável, eu sempre gostei de estar acomodada.

Esfreguei o rosto, sentindo lágrimas queimando em meus olhos. Me sentindo horrível por pensar isso, por considerar mesmo que por alguns segundos que poderia engolir meu orgulho e voltar para um relacionamento horrível só por ser confortável estável. Porque não era, era tudo menos isso. Era um castelo de mentiras que ruiu e é por isso que agora eu estou aqui sozinha e machucada.

Rolei na cama para me sentar e encarei a chuva lá fora. Havia começado meia hora depois que eu simplesmente fugi da piscina para o quarto, abandonando um Joel confuso para trás. Joel... ele não merecia isso. Ele está aqui tão sozinho quanto eu, e é horrível da minha parte simplesmente abandoná-lo daquela maneira. Eu disse que estávamos nessa juntos e não cumpri minha promessa.

Suspirei, esfregando meu rosto novamente, gemendo irritada com tudo isso. Eu perdi praticamente todo o meu dia com àquela maldita ligação. Como é possível que em tão poucos segundos, tantas horas sejam estragadas?

Já estou atrasada para a hora do jantar, então eu me levantei para me aprontar. Não havia comido nada desde o café e sinto meu estômago encolher a cada segundo. 

Quando cheguei ao restaurante do resort, localizei rapidamente meus pais e Joel sentados em uma mesa. Me aproximei e me sentei na única cadeira disponível, que ficava ao lado de Joel.

— Boa noite – Sorri, tentando soar natural.

— Boa noite, filha – Meu pai sorriu empolgado. – Pensamos que não fosse aparecer para o jantar.

— Não respondeu nossas mensagens, pensei que estivesse dormindo – Minha mãe acrescentou.

Meus olhos se voltaram na direção dela como facas afiadas. Eu ainda podia sentir o sentimento de mágoa queimando amargamente em minha garganta.

— Eu estava descansando – Inventei como desculpa, optando por não fazer uma cena.

Chamei o garçom e fiz meu pedido, minha bebida chegou primeiro e mesmo estando com o estômago vazio, não hesitei em começar a beber. Eu precisava me livrar daquela sensação horrível em meu peito. Se a solução era ficar bêbada, então que seja.

Pelo canto dos olhos, consegui ver o copo de Joel. Ele estava bebendo caipirinha.

— Que bom que você entrou no clima – Falei em um tom que só ele poderia me ouvir, cutucando ele com o cotovelo. O homem sorriu, balançando a cabeça.

— Graças a você – Respondeu. – Eu aínda prefiro o bom e velho whisky, mas isso aqui não é ruim.

— Algumas pessoas diriam que é até melhor – O provoquei.

— Não posso julgá-las por isso – Riu.

Dei um gole na gin tônica, sentindo as borbulhas na língua e o amargo do álcool queimar enquanto descia por minha garganta. Dei outro gole, feliz por minha mãe já estar na terceira ou quarta taça de vinho, considerando seu rosto corado, isso significa que ela não esta me vigiando e nem contando quantos copos estou tomando.

Eu estava na metade do meu prato quando meus pais pediram licença, alegando que estavam indo dançar e nos convidando para segui-los depois.

— Você não precisa ficar – Falei, afundando o garfo em um pedaço de salmão e o enfiando na boca antes de continuar: – Eu cheguei atrasada, não tem que me esperar.

— Não me importo – Disse, terminando sua bebida. – Não vou deixar você sozinha.

Um buraco se abriu em meu peito, meus olhos cairam para o copo pela metade diante de mim.

— Me desculpe por hoje – Murmurei sem conseguir olhar para ele. – Sinto muito por ter saido daquela maneira, eu...

— Ei, está tudo bem – Ele disse, e considerando seu tom de voz, parecia ser verdade. – Eu não estava falando disso, está tudo bem, eu não quero que fique mal.

Ergui meus olhos para ele, encontrando os poços escuros de sua íris. Seus olhos são grandes e acolhedores.

— Sou uma idiota, Joel – Confessei. – Eu não deveria me afetar tanto com isso. Acabou... entende? por que isso  não entra na minha cabeça?

— Você não é uma idiota, Alice – Ele afirmou com muita certeza. – Não diga isso, você não teve culpa por terem dado seu número a ele.

— Eu tenho culpa por ser fraca, Joel. Tenho culpa por cogitar atender a ligação e permitir que ele tenha uma nova chance, mesmo que não mereça.

Joel mordeu seu lábio inferior, depois virou o rosto.

— O que você fez com seu telefone? – Perguntou alguns segundos depois.

— Desliguei e o escondi na mala – Falei envergonhada, sentindo meu rosto esquentando.

— Então você não é fraca – Eu podia sentir o sorriso em sua voz. – Você não cedeu. Isso é o que faz você uma garota forte.

Um sorriso mais relaxado surgiu em meus lábios. Talvez ele tenha razão, talvez não, mas pelo menos não sinto que ele está me julgando.

— Obrigada – Falei, novamente olhando-o nos olhos. – Mesmo, isso... foi muito doce da sua parte.

Joel sorriu parecendo orgulhoso.

— Sarah já...  ela já teve problemas sentimentais até demais nesse anos e por mais que eu quisesse usar uma espingarda carregada, não é assim que as coisas funcionam, então tive que aprender como usar as palavras e fazer o melhor por ela.

Sarah... a filha dele. A filha dele que é apenas um ano mais nova do que eu. As vezes eu me esqueço de que Joel é pai, de que ele tem a idade do meu pai, que ele é mais velho do que eu.

— Ela é uma garota sortuda por ter um conselheiro tão bom – Falei, e o sorriso dele se alargou. Olhei para o meu prato e percebi que não queria mais comer. – O que acha de irmos ao bar do resort?

— Pensei que iria querer encontrar seus pais depois do jantar.

— E ficar de vela enquanto os pombinhos dançam? Nem pensar – Eu bufei e então sorri para ele como uma criança levada. – Podemos ir ao bar e experimentar outros drinks, o que você acha?

— Acho uma ótima ideia – Ele respondeu.

Bati palmas empolgada por ele ter aceitado e deixamos o restaurante comigo arrastando-o pela mão.

O BAR estava cheio. Não lotado, aqui nada nunca é, mas havia uma quantidade considerável de pessoas por ser alta temporada, ou pelo menos foi isso que alguns funcionários disseram.

Nos sentamos na cadeiras estilizadas de madeira próximo ao balcão, e Joel me perguntou educadamente o que eu gostaria de beber antes de se voltar para o barista e fazer nossos pedidos. Sangria e caipirinha.

— Agora sim, acho que finalmente você está no clima de férias – Falei, olhando-o relaxar na cadeira com a bebida na mão, olhando distraído para a saída do bar que saía diretamente para a praia de areia branca.

— Eu ainda me sinto meio... meio fora do meu elemento, mas estou tentando – Deu de ombros.

— Temos tempo – Pisquei para ele e bebi um pouco do drink. – Temos mais alguns dias, e se você já não estiver cansado de mim, podemos nos divertir.

— Não estou cansado de você, Alice – Ele franziu as sobrancelhas densas e escuras. – O que a faz pensar algo assim?

Suguei mais pelo canudo, pensando em como explicar a ele aqueles pensamentos girando em minha mente. Joel é um cara legal demais para admitir, mas eu posso imaginar que um homem da idade dele vá querer se divertir em uma viagem como essa. Ainda mais um homem como Joel que é bonito, atraente e tão gentil, considerando a quantidade de olhares, ele encontraria alguém para se divertir muito rapidamente.

— Você... – Eu fiz uma pausa, ainda pensativa. – Oh, você sabe, Joel. Você é um homem legal demais para ficar preso suas férias inteiras a uma garota que nem sabe direito o que quer da vida. Sabe, você poderia estar bebendo e dançando com uma mulher bonita, rindo e se divertindo. E eu quero mesmo que você se divirta.

Eu estava claramente tagarelando, me calei com mais bebida, sentindo meu rosto aquecer. Eu preciso aprender a falar menos. Joel estava em silêncio, ele terminou sua bebida e limpou a garganta, chamando minha atenção para olhar para ele.

— Você quer dançar? – Perguntou.

Franzi as sobrancelhas, sua voz soou diferente do normal, era quase como se ele estivesse inseguro. Haviam pequenas rugas nos cantos de seus olhos, o que é muito fofo e me faz sentir que é impossível negar qualquer coisa para ele. Ainda assim, pergunto:

— O quê?

— Dançar... você... – Ele parou e balançou a cabeça. – Quero dizer, você falou tudo isso sobre beber e dançar com uma mulher bonita e eu percebi que já estou meio que fazendo isso. Eu não sou nada bom em dançar, mas eu pensei que você poderia querer se divertir um pouco também.

Ele disse que eu sou bonita?

Ok, eu sei que não deveria estar tão apegada neste detalhe, mas é impossível não sentir borboletas ao ouvir isso dele. Claro que já captei alguns olhares, mas na maioria das vezes eram olhares mais afetuosos do que de desejo. Achei que Joel estaria me vendo apenas como a filha pirralha do amigo dele, mas é uma doce surpresa saber que ele me acha bonita.

— Eu quero dançar – Respondi rapidamente, depois de perceber que estou calada por tempo demais. – Claro que sim.

Deixei a bebida no balcão e saltei do banco, agarrando a mão de Joel e o puxando comigo. Sinto meus sentidos levemente alterados, são sinais de que o gim e agora a sangria estão exercendo suas funções em meu organismo. Joel me segue, um leve sorriso nos lábios enquanto eu o puxo para o centro do bar onde haviam algumas pessoas dançando animadas. O ritmo que tocava era o forró, mas não havia ninguém cantando por enquanto. O ritmo dos instrumentos eram o suficiente para empolgar as pessoas envolta, inclusive eu.

— Provavelmente você não sabe disso, mas sou uma ótima dançarina – Falei, pegando sua mão esquerda e colocando em minhas costas, na curva próxima ao quadril.

— Ótimo, pode funcionar por nós dois – Ele murmurou soando claramente inseguro. Posso ver em seu rosto o arrependimento pela proposta de dança.

— Não se preocupe, eu vou ensinar você – Lhe assegurei, um largo sorriso em meus lábios. – É só fazer o que eu disser, entendeu?

— Sim, senhora – Concordou me fazendo rir. Segurei sua outra mão no ar e colei meu corpo ao dele, percebi Joel prender a respiração. Provavelmente chocado pelo contato tão direto. 

— Vamos começar com o básico, tudo bem? – Perguntei olhando-o nos olhos. – Dois para lá, dois para cá. Vamos tentar?

Ele concordou com a cabeça e me seguiu com o movimento, seus pés seguindo junto com os meus. Ele não tem dois pés esquerdos como faz parecer, é claro que não é um dançarino nato, seus quadris são rígidos como tábuas, mas pelo menos não está pisando no meu pé.

— Isso mesmo – Eu sorri docemente para ele, erguendo a cabeça para lhe oferecer um olhar de orgulho. – Você está indo bem.

— Você só está sendo gentil, querida.

Eu revirei os olhos e continuei dançando, guiando ele comigo. Me afastei para fazer um giro simples e depois voltei a me enrolar nos braços dele. Joel pareceu se surpreender com aquele passo.

— Isso foi bem legal – Comentou, ainda dançando. Ele estava bem menos rígido agora, aínda não pegou totalmente o jeito, mas já não parece um boneco de madeira.

— Você achou? – Perguntei, satisfeita com o elogio. Joel concordou com a cabeça.

— Nunca vi uma dança como essa antes, é... bonita – Continuou, olhando os outros casais dançando envolta.

— Você aínda não viu nada – Falei com um sorriso. – Posso te mostrar outros ritmos se quiser. Sempre tive facilidade com dança.

O ritmo da música diminuiu, se tornando mais lento. Talvez seja inapropriado, mas não é como se alguém aqui posso delatar ao meu pai o que estava vendo, então eu apenas me aproximei mais de Joel e deitei minha cabeça em seu peito.

— Mais devagar, Miller – Alertei. – Você vai ver que é ainda melhor.

Joel seguiu minha instrução, diminuindo o ritmo. Fechei os olhos, não precisava ver para onde meus pés iam, os movimentos fluíam facilmente através do meu corpo. As mãos de Joel queimavam em minha pele que já estava aquecida pela bebida.

Percebi Joel suspirando baixo, e não sabia exatamente o que aquilo significava, mas seu queixo estava descansando no alto da minha cabeça e ele me segurava firme, então suponho que ele esteja compartilhando da mesma sensação que eu; a de conforto. De repente, eu havia perdido a noção de quanto tempo nós estávamos ali, até a música mudar outra vez para outro ritmo. Me afastei um pouco, olhando àqueles olhos escuros como café, a barba salpicado de cinza e cada pequena ruga daquele rosto que o faz ser tão bonito. Não percebi que estava me aproximando dele até estar muito próxima.

Foi quase como se um ímã estivesse me puxando, e Joel não estava fazendo muito para se afastar, mas então um raio de lucidez me atingiu e no último segundo eu desviei meu rosto, encostando minha cabeça no ombro dele. Passei a ponta da língua pelos lábios, úmidecendo um pouco e então murmurei:

— Acho que preciso de mais uma bebida.

Joel demorou um pouco para responder:

— Acho que eu também.

Me afastei dele, mas continuei segurando sua mão e o puxei comigo de volta para o bar.


— CERTO, olha isso!

O barista havia acabado de trazer meu pedido surpresa. Joel não fazia ideia do que eu estava planejando, mas assim que viu a fileira com cinco copinhos de tequila perfeitamente alinhados, seus olhos escuros se arregalaram.

— Você está falando sério? – Perguntou com uma risada descrente.

— É claro que estou – Falei enquanto pegava o limão. – E você vai contar em quanto tempo eu mando isso tudo para dentro.

— Aínda espera que eu compactue com isso?

— Você é o meu parceiro de bebidas, Miller, é sua obrigação – Dei um tapinha afetuoso em seu ombro.

Ele havia cedido aos instintos texanos e pedido uma dose de cowboy. Provavelmente já era a terceira que ele estava tomando, mas não é como se eu estivesse apta para contar qualquer coisa nesse momento.

— Certo, eu estou com você, querida – Ele se arrumou na cadeira e pigarreou. Talvez já estivesse meio bêbado também. – No três você pode começar.

— Um segundo, eu tenho que me preparar – Pedi apressada tentando prender meu cabelo. – Ótimo, pode contar!

— Um... dois... três!

No primeiro shot eu sequer dei a chance se sentir minha garganta queimar. O líquido desceu como fogo, mas no segundo seguinte a próxima dose já estava vindo atrás. Eu posso ouvir a voz de Joel ao fundo enquanto ele conta, mas meu raciocínio esta confuso demais para compreender mais do que isso. O terceiro e o quarto shots descem rasgando, mas eu resisto bem e sigo para o último como uma campeã. No quinto já é como se minha lingua estivesse dormente. Por último, aperto a rodela de limão em minha boca.

— 27 segundos! – Joel declara. Dou um sorriso triunfante para ele.

— Posso fazer em 20, me dê mais uma chance – Ofeguei.

— Vamos com calma, baby, você se saiu muito bem – Ele me parabenizou.

— É sério, Joel, eu posso...

Parei de falar quando o polegar dele se arrastou por meu queixo, limpando a bebida que escorreu. Fiquei completamente petrificada naquele momento, sentindo a aspereza de seu polegar tocando minha pele. Joel parecia em tranze, seus olhos estavam focados demais e então de repente ele estava se afastando.

— Não queremos ninguém vomitando por aqui, não é? – Ele perguntou, parecendo retornar a si. Eu concordei lentamente com a cabeça. – Ótimo, boa menina.

Aquilo me fez perder completamente o ar. Eu sei que não deveria me sentir quente desse jeito, nem ofegante, mas o efeito da bebida e o olhar que ele estava me dando... ah, merda. Respirei fundo e balancei a cabeça positivamente para ele.

— Tive uma idéia – Falei, me inclinando em direção ao bar e pedindo uma garrafa de gim. Me voltei para Joel. – Vamos dar um passeio pela praia.

— Agora?

— Alguma objeção? – Ergui uma sobrancelha.

— Absolutamente não – Ele sorriu, me seguindo sem dizer mais nenhuma palavra.

Cruzamos o bar até sair por uma espécie de deck que dava diretamente para a praia, a mesma vista que eu estava admirando no começo da noite. Tirei as sandálias e garrei a mão de Joel e o puxei comigo pela areia que estava fofa e fria sob meus pés.

— É melhor tirar esses sapatos – Eu aconselhei. Joel seguiu meu conselho, também os levando em uma mão. – É lindo não é?

Joel seguiu meu olhar para o mar, parecia um tapete negro se estendendo para muito longe.

— Muito – Respondeu baixo, quase contemplativo. Seus olhos ainda estavam perdidos no horizonte e permaneceram por algum tempo. Me esqueci completamente de que nossas mãos ainda estavam unidas, mas acho que Joel não está incomodado com isso.

Passamos a caminhar mais devagar, finalmente soltei sua mão e foi para abrir a garrafa. Àquela altura, eu já não estava nem sentindo mais o gosto da bebida que escorria pela minha garganta. Tampei novamente a garrafa e parei de caminhar, me sentando na areia. Joel sentou ao meu lado soltando um pequeno gemido.

— Tudo bem ai, cowboy? – Perguntei, estendendo a garrafa em sua direção.

— Claro – Ele bufou e aceitou a garrafa. – É só a idade. Não é fácil acompanhar o seu ritmo.

— Para com isso, você não é velho – Revirei os olhos. Joel abriu a garrafa e despejou um pouco na boca. Ele não fez uma careta, mas franziu as sobrancelhas enquanto tentava ler o rótulo da garrafa, provavelmente amaldiçoando mentalmente os jovens pelo gosto duvidoso para bebidas.

— Não sou nenhum garoto, querida.

— E não tem problema nenhum isso – Eu bufei, me jogando na areia e deitando de costas.

Senti como se ele fosse dizer algo, mas Joel parou e pareceu mudar de ideia. Ele colocou a garrafa de lado e se deitou ao meu lado.

— De qualquer maneira, você é a melhor companhia que eu poderia ter – Falei, mantendo meus olhos no céu.

— Ainda não entendo como isso é possível.

— Acho que nenhum de nós dois entende – Falei rindo. – Mas acho que as melhores coisas são assim, não são? As que não conseguimos entender. Como essa ligação, essa...

Eu considerei dizer amizade, mas não me parece isso. É claro que Joel tem se comportado como um amigo nessa viagem, mas talvez seja a bebida falando por mim, no entanto, o que sinto por Joel quando olho para ele ou quando passamos tempo juntos não é amizade.

— Entendo o que você está dizendo – Ele continuou quando fiquei quieta por tempo demais. – E mesmo que eu não devesse... eu gosto disso. Acho que gosto muito mais do que eu deveria.

Virei meu rosto na direção dele, vendo-o alí, deitado na areia e desgrenhado, meio bêbado... 
Me aproximei dele, me aconchegando em seu corpo. Não quero nada além disto, pelo menos não esta noite, não enquanto sinto minha cabeça flutuando encima do pescoço, enquanto sinto meus sentidos confusos e atordoados. Quando tentar algo, e se tentar, quer saber que fiz por mim mesma e não pela bebida como combustível, quero saber que estou pronta, porque Joel não merece menos que isso. 

— Cansada? - Joel pergunta em voz suave, porém seu timbre está tão baixo e rouco que soa como se ele estivesse tão sonolento quanto.

—  Só bastante bêbada eu acho - Falei contra a pele do pescoço dele. Ouço-o suspirando baixo, mas não sei dizer qual seria o motivo.

—  Vou levar você para o seu quarto - Diz enquanto começa a se movimentar. Solto um grunhido e o puxo de volta. - Qual é o problema, Alice?

—  Vamos ficar aqui mais um pouco - Resmunguei. - Não quero que isso acabe.

Se eu estivesse de olhos abertos, teria notado a expressão confusa de Joel.

— Como assim, querida?

— Se formos para os nossos quartos, vou ficar sozinha e eu não quero isso, não agora. 

— Tudo certo, querida, eu entendo você - Joel solta em tom compreensivo. - Vamos ficar aqui então, sem ir a lugar nenhum.

Mais uma vez me aconcheguei junto ao corpo quente dele, me sentindo envolvida em um casulo confortável. Joel estava deslizando seus dedos por meus cabelos e a sensação é muito boa. Fechei os olhos novamente, não me preocupando com o fato de estar coberta com areia, totalmente grudada no suor da minha pele. Posso me preocupar com isso amanhã. Qualquer coisa com a qual eu deva me preocupar só farei amanhã. Ou talvez apenas no final das férias.  

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