O vento do Oeste
Notas iniciais
E estamos vivas! Aêee.
Esse capítulo foi criado ao som de West de Sleeping At Last, porque é muito a música desses dois. Vento do Oeste é o vento mais favorável, e combina com esse momento de paz – e fluffy – deles.
Para quem não sabe também foi pedida uma comissão de arte desses dois, que pode ser encontrada na minha página do facebook. Está lindíssima <3
No mais, espero que gostem.
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Beau
Beau: Mammà? Acordada?
Mammà: Sì, amore mio.
Beau: Fazendo?
Mammà: Terminando uma coluna para mais tarde.
Mammà: Porque feriado não existe para sua mammà.
Beau: Procrastinando de novo hein D. Clara.
Mammà: ¯\_(⌣̯̀⌣́)_/¯
Beau: Vou te deixar trabalhar então.
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Beau: Mammà, eu fiz algo, mas tu não fica zangada tá?
Mammà: Beau Angelo.
Beau enviou 5 fotos.
Mammà: BEAU ANGELO.
Beau: Nonna e Nonno estão mandando um beijo pra ti.
Mammà: BEAU ANGELO, VOLTA AQUI.
Beau enviou três fotos.
Beau: Mammà era uma criança tão bonitinha.
Mammà: Isso não tem graça Beau, por que não me contou que estava indo para casa dos meus pais?
Beau: Está zangada?
Mammà: Como eles estão te tratando? Como isso aconteceu?
Beau: Foi nonna que me chamou, Mammà. Eu não contei porque não queria te preocupar. E eles tão tratando a gente bem sim.
Mammà: A gente?
Beau: Ben, Julian e Adelina.
Mammà: Beau
Beau: Se tivesse dado errado não queria que soubesse.
Mammà: E tu acha que me dizer isso é um conforto, Beau?
Mammà: Que se eles tivessem tratado vocês mal eu nunca iria saber?
Beau: (๑◕︵◕๑
Beau: Eu achei que ia ajudar, só isso.
Mammà: Eu sei, meu amor.
Mammà: Eu não estou zangada, só preocupada.
Mammà: Eu não gosto que esconda mais as coisas de mim, Beau. Tu entende que quem precisa ser protegido por mim é tu e teus irmãos, e não o contrário?
Mammà: Não é teu papel fazer essas coisas. Se tu se machucar, tu vem a mim. Não importa se for um velho barbado, tu vem a mim e a teu pappà. Nunca no mundo vamos te virar as costas, tu entende isso?
Beau: Sim.
Beau: Me desculpo por não contar, mas não por fazer isso.
Mammà: Não me surpreendo.
Beau: ('∀`)♡
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Beniamino
Mammà: Me conta essa história
Beniamino: Ele me contou o que iria fazer já entrando no trem.
Beniamino: Ele só quer ajudar
Beniamino: Não fica zangada com ele, ele realmente só quer ajudar, mammà. Que todo mundo ficasse feliz.
Beniamino: Eles estão apaixonados por Beau. É engraçado até. Ele tem eles dois enrolados nos dedos.
Mammà: Quem não ama o Beau?
Beniamino: Quem não tem coração.
Mammà: E a ti? Como estão te tratando? Quero a verdade.
Beniamino: Nonna me olhou meio estranho no começo, parecia que tinha visto um fantasma.
Mammà: Tu é a cópia do teu tio.
Beniamino: E Boo parece com a senhora, nonna contou. Mostrou as fotos.
Beniamino: Nat conquistou os dois também, e nonno está no porão há horas mostrando os quadros ao Julian com Beau de intérprete.
Beniamino: Vai ficar tudo bem, Mammà.
Mammà: Eu queria que Beau não escondesse mais as coisas.
Beniamino: Eu sei.
Beniamino: Eu também.
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Beau
Beau: Nonno só fala de ti, Mammà.
Beau: E Nonna tem todas as fotos das coisas que fez no Brasil e que enviou para ela, as fotos nossas, tudo em um álbum.
Beau: Ela disse que vai ligar nos próximos dias, ensinei como fazer uma vídeo–chamada no celular novo deles.
Mammà: Eu te amo muito Beau, tu é uma criança muito doce, e sempre foi. Isso me orgulha e me preocupa. Não precisava fazer isso.
Beau: Eu sei.
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Pappà
Pappà: Ela chorou
Beau: De felicidade?
Pappà: Sim. Não fui eu que contei.
Beau: (*'▽`*)
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Quando eles chegaram na estação Torino Porta Susa já passava das seis da noite. O trem para Paris ainda demoraria uma boa hora para sair e só chegaria de madrugada, com quase seis horas a frente. O grupo havia decidido dormir por lá na casa de alguns amigos deles que conheceram no Congo e partir para Barcelona só no outro dia.
Ben conferiu os tickets que recebeu e os guardou com cuidado. E então observou Beau com afinco caminhando ao seu lado saindo da fila, enquanto Julian e Nat conversavam com um vendedor em uma barraca.
Beau estava calado, o que não era algo tão estranho. Havia sido um longo dia, e todos eles estavam exaustos. Ainda assim, havia algo diferente no silêncio dele, os olhos pensativos e um pouco distantes observando o vidro da estação, as luzes lá fora. Havia algo na cabeça dele que estava pesando mais que o cansaço.
– Está tudo bem?
Beau não o olhou, mas fez um som baixo que o fez entender que havia sido ouvido. Ele parou perto de uma das pilastras, a testa levemente franzida enquanto olhava para baixo. Anos de convivência o faziam saber que havia uma grande chance de ele ignorar sua pergunta ou dar de ombros e fingir que estava tudo bem, por isso se surpreendeu ao obter uma resposta direta pela primeira vez.
–Eu não sei.
Os dois se recostaram no balcão, observando Nat e Julian ainda na barraca. Beau sorriu levemente quando o outro o olhou de longe, mas sua testa ainda estava levemente franzida, os olhos pensativos.
–Mais cedo, antes de nonna perguntar pra ti se a gente queria dormir lá, eles perguntaram sobre o Julian. Eles acharam que ele era apenas um amigo nosso. – Beau comentou com a voz um tanto apática, e o reconhecia bem para saber que ele estava se distanciando da situação. Sentiu seu coração se comprimir um pouco esperando o que viria disso. – Foi quando tu e os outros estavam lá fora olhando o jardim.
– E tu disse o quê?
– A verdade. – Beau sorriu, mas o sorriso dele não alcançou os olhos. – Não me cogitou mentir, tu sabe que não.
– É, eu sei.
E ele realmente sabia. Para alguém tão bom em mentir Beau era igualmente bom em deixar bem claro quem era.
–Eles ficaram estranhos. Decepcionados. Nonna principalmente. Eu notei de imediato. Nonna tinha perguntado mais cedo sobre a gente dormir lá, mas dessa vez a pergunta pareceu menos sincera, mais por cortesia. Eu vi nos olhos dela que ela não queria que a gente aceitasse. Eu sei que eles são bem velhos e é complicado entender, mas...não era para ser. Eles nem piscaram sobre tu e Adelina e eu só... Me senti um pouco frustrado, eu acho.
Ben não sabia o que dizer. Beau escondia bem sobre como aquilo tinha o magoado, mas ele o conhecia bem demais para não ver isso. Ele sentia–se frustrado também por isso, em como algo tão trivial, que devia ser natural, podia mudar a visão de alguém sobre uma pessoa como Beau. Era algo que nunca iria entender.
– Tu se arrepende de ter dito?
Para sua surpresa Beau riu com isso, incrédulo. Os olhos dele ficaram mais claros e notou que estavam embaçados. Ele estava se segurando para não chorar.
–Em que universo possível eu podia me arrepender de dizer que gosto do Julian, Ben? – Ele apontou levemente para a barraca onde o garoto em questão tentava segurar toda a comida que Nat colocava nas mãos dele para trazer, uma expressão focada para não derrubar nada. – Como eu posso sentir vergonha de gostar de alguém como ele?
Era uma boa questão. O viu limpar os olhos discretamente e encostou os ombros nele em conforto. Ele queria muito abraçar seu irmão, mas não sabia se seria bem–vindo no momento. Era difícil de saber com Beau, e sempre bom ficar de olho nos sinais para ele vir até ele.
– É só frustrante. Eu devia estar acostumado já.
– Ninguém devia se acostumar com algo que machuca, Beau.
–Levando em conta que quero viver bastante e que só vou entrar de volta no armário se for para viajar para Nárnia... – ele sorriu candidamente. – Eu vou ter que lidar com bastante dor e decepção ainda pela frente. Mas sabe de uma coisa, Beni?
Julian acenou para eles e Beau sorriu, se afastando da bancada e caminhando até eles. Nat estava pagando e olhando para Julian nervosamente, como se ele estivesse prestes a derrubar tudo.
O que era bem possível.
– O quê? – sorriu para o irmão, que parecia bem menos atormentado do que minutos atrás.
–Deus me livre de passar minha vida toda com medo de ser rejeitado pelos outros e rejeitando a mim mesmo no processo. Ou me privando de cair nos braços de um sujeito de quase dois metros, desastrado e amável por medo do que vão me dizer. – Beau sorriu mais largo e acelerou o passo – E que em dois segundos, se a gente não correr, vai derrubar aquilo tudo em cima dele.
Ben agradecia o lanche deles aos bons reflexos de Beau e Nat.
E Ben agradecia a qualquer Deus que existisse por Beau ser tão forte.
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Julian esperava que depois dos meses e meses trocado e-mails e mensagens o assunto dos dois teria se esgotado, mas ficava feliz que não. Ele sentia que havia conversando mais com Beau nos últimos dias do que qualquer pessoa que conhecia, exceto por talvez Ben. Em alguns momentos ele parava e sentia vergonha por não calar a boca, mas Beau puxava outro assunto antes que o sentimento o pesasse. Os olhos dele brilhavam excitados quando comentava certas coisas em particular, e naqueles momentos Julian tinha certeza que poderia o ouvir por horas sem cansar.
No trem para Paris ele o notara menos falante. Não era tolo, ele sabia que algo havia acontecido que havia o deixado para baixo antes de saírem de Turim, assim como notou que ele não queria falar a respeito.
Julian podia entender isso como ninguém, e logo os dois retomaram um assunto sobre bandas dos anos 50 que haviam pausado, e Beau ouviu atentamente enquanto falou durante meia–hora ou mais sobre como a coleção vaga–lume foi o auge da sua infância. Ben e Nat estavam dormindo já há um bom tempo, ela esparramada no banco oposto a eles com a cabeça no colo de Ben, quando os dois finalmente ficaram quietos. E ainda assim era um silêncio bom, satisfeito, quebrado apenas pelo som que vinha dos fones que dividiam.
"maps stretched out–
too many miles to count.
let's just say we're inches apart,
even closer at heart,
and we'll be just fine."
Beau estava com a cabeça recostada no vidro olhando lá fora, o cabelo preso e uma expressão serena enquanto tentava o desenhar mesmo com o balanço ocasional do trem. Julian observava o perfil suave, a forma como a boca se mexia levemente murmurando a letra da música, a perna, que tinha plena consciência que estava em seu colo no momento, se movia ocasionalmente em algumas partes da música.
"another pin pushed in
to remind us where we've been.
and every mile adds up
and leaves a mark on us.
and sometimes our compass breaks
and our steady true north fades.
we'll be just fine."
Quando a luz se apagou tentou não se sentir frustrado, tentando observar o desenho apenas na leve penumbra da luz que vinha do lado de fora.
"we'll be just fine.
we'll be just fine.
we'll be just fine,
I know that we will.
I just know we will"
Tem alguns momentos na vida que são particularmente difíceis de esquecer.
Alguns por motivos ruins – e desse ele tinha alguns –, outros por razões especiais de felicidade e encantamento. Aqueles momentos que você deseja congelar para sempre e nunca sair deles.
"Time moves slow
when half of your heart has yet to come home.
every minute's adding up
and leaving a mark on us.
I can't get you out of my mind."
Beau ergueu os olhos da janela e o fitou diretamente. A boca se curvou, os olhos muito claros pareciam de um felino na penumbra. Julian sentiu seu rosto esquentar, mas não desviou o olhar do dele... não, dela. De alguma forma ele podia saber que era dela. E era engraçado pensar nisso, em como em pouco tempo conseguia saber a diferença, mas ele sabia que estava certo.
Os dois sorriram e ergueu a mão no espaço entre eles, hesitante, pedindo permissão de forma muda, encostou os dedos no rosto sardento, suavemente. A mão macia encostou na sua, e Beau continuava sorrindo, os olhos ainda o tragando.
Julian se sentia piegas ao pensar que já havia sido arrastado há muito tempo.
"I can't get you out of my mind.
I solemnly swear,
I swear that I'll never try."
Foi o momento mais intimo que sentiu já ter tido com alguém. Em uma cabine de trem, com sua irmã e o irmão de Beau dormindo e babando no banco oposto.
A vida tem dessas coisas engraçadas.
E Julian queria congelar aquele momento.
"we'll be just fine.
we'll be just fine.
we'll be just fine,
I know that we will."
A luz se acendeu de forma repentina, o trem parando em uma estação. Julian removeu a mão devagar, hesitante. Beau continuava sorrindo, mas o rosto parecia corar levemente agora, como o seu.
Ela recostou a cabeça de volta no vidro e seu sorriso ficou brincalhão, as sobrancelhas se erguendo de forma sugestiva.
– Me sentindo a Rose em Titanic agora, sendo desenhada pelo Jack.
Julian tentou não corar mais, pegando o caderno que havia soltado no colo.
–Para isso tinha que estar com menos roupa.
–Ei ei... – Ben interrompeu os dois, grogue, os olhos pesados de sono. – Manter as roupas, tem que manter as roupas.
E voltou a dormir de imediato.
Foi muito difícil abafar a risada depois disso, mas de alguma forma os dois conseguiram.
Dessa vez quando as luzes se apagaram Julian não se importou.
"It's a matter of time
'til our compass stands still,"
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Trando
Beau enviou uma foto
Beau: Achei a tua cara, vou mandar pelo Ben.
Trando: Isso quer dizer que estou completamente perdoado? Já que está me comprando um urso de pelúcia de aparência duvidosa.
Beau: Completamente é um termo muito forte.
Trando: ( '_ノ' )
Beau: hahaha, zoando.
Beau: É muito desgastante ficar irritado contigo, pode me dar rugas precocemente.
Trando: E porque tu me ama mais do que ama o Ben.
Trando: Né? (/^▽^)/
Beau: Lá vem.
Beau: Ben foi ajudar Julian a não tropeçar hoje na rua e os dois caíram por cima das mesas de um café.
Trando: Sem vídeo, não aconteceu.
Beau: Eu nunca trairia Ben assim. A que me toma?
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Fratelli
Beau enviou um vídeo.
Ben: BEAU! SEU TRAIDOR!
Beau: ┐('∀`)┌
Brando: Passando vergonha internacionalmente.
Trando: Esse vai para o vídeo da família.
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Trupe
Nat enviou um vídeo.
Nat: Tropeços em Paris
Lian: NAT!
Luccas: kkkkkkkkkkkkkkkkkk
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Era bom ver Trando rindo. Uma tarefa difícil de conseguir nos últimos dias, com ele proibido de trabalhar e de cama. Benício tinha escondido os casos que ele tentava ler e feito de tudo para ter bom uso da folga dos dois. A agencia podia sobreviver bem sem os dois por algumas semanas, mas parece que Trando não queria aceitar isso, e por isso havia sido alvo constante nos últimos dias do ultimato rancor de um Angelo que não conseguia o que queria.
– Do que está rindo?
Perguntou divertido vendo o outro sufocar uma risada no travesseiro da cama, lhe entregando o celular como resposta.
– Isso é o Ben? Se estabanando internacionalmente, pelo jeito.
– E tem dois dele agora. – Trando comentou sufocado, tossindo pelo esforço. Benício passou uma mão nas suas costas o acalmando, levemente preocupado, mas ainda assim divertindo. – Ah, to bem.
– Que bom. – Sorriu, vendo o rosto vermelho pela risada se acalmar. Os olhos verdes pareciam finalmente mais suaves depois de dias, enquanto o fitavam com um sorriso preguiçoso no rosto. Benício tocou na bochecha dele, sentindo a barba por fazer arranhar sua palma. Trando virou o rosto com o carinho, finalmente receptivo depois de dias. – É bom te ver sem o bico.
E lá estava o bico de volta. Ou a carranca, como ele preferia chamar. Ainda assim ele não o afastou. Era como ver um gato mal–humorado ponderando entre continuar se esfregando no dono ou dar um arranhão nele.
Parece que ver Ben se esparramar havia lhe dado sorte, e quando ergueu o rosto dele o beijou calmamente ele respondeu com apenas um leve resmungo, a mão se agarrando em sua camisa sendo a reação que lhe dava certeza que ele não queria que saísse dali, o puxando para a cama com ele.
Benício teve que ser cuidadoso, por mais que quisesse ceder ao que Trando claramente queria no momento o curativo ainda visível no peito dele o refreou, mesmo com o resmungo que ouviu. Segurou as mãos dele contra o colchão, tendo cuidado para não colocar peso sobre o outro e deu uma risada no pescoço dele quando ouviu uma serie de xingamentos em italiano perto do seu ouvido.
– Não posso trabalhar, não posso foder, não posso ter uma leitura relaxante...
– Ler os casos do trabalho não é 'leitura relaxante', amor.
–...Nem as tortas da nonna posso comer. Querem me ajudar ou me matar? Eu não sou um velho, sabe...
– Resmunga como um.
Engoliu o resmungo indignado de resposta com outro beijo. As mãos dele se agarraram em seu cabelo e sorriu.
– Relaxa, Bertrando. – O beijou, devagar e descendo a boca até o ouvido daquele ser impaciente. – Deixa eu te ajudar.
– Me fodendo? De uma forma boa, porque me foder por foder a vida já vem fazendo...Oh Nício, não ri não. Não tem graça.
– Não vou te 'foder', seu ser de baixa classe.
– Ei!
– Vou fazer amor contigo. Devagar, para não te matar. Não quero ter que explicar para zia depois como tu morreu.
– Sendo assim, vem cá logo, luz da minha existência sombria. Me ensine a fina arte de fazer amor.
Benício não tinha do que reclamar da vida, apesar de tudo.
Não mesmo.
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Nício
Lucca: fotos
Lucca: Nício me dá fotos
Lucca: Eu sei que ele está amarrado e rabugento
Lucca: Preciso disso pra meu TCC
Nício: hahahaha
Nício: Eu tenho algumas fotos de trando amarrado
Nício: Mas não posso divulgar essas
Nício: São de uso pessoal
Nício: Ele se escondeu dentro do armário com o computador para trabalhar
Nício: Por que não posso ter um homem normal na minha vida?
Lucca: Porque se fosse outro, tu não estaria apaixonado
Lucca: dã
Lucca: Tudo seria normal e chato, muito chato へ‿(ツ)‿ㄏ
Lucca: Mas diz pra mim. Como ele está, no geral?
Nício: Se recuperando, se ele se comportar o coração dele vai aguentar ainda uns bons anos
Nício: Se depender de mim em cima dele ele vai viver até depois dos oitenta, não nasci para ficar viúvo cedo
Nício: Para ser justo, ele está tentando se comportar e tem toda razão para ficar rabugento
Lucca: Pois bem
Lucca: Diz pra ele se cuidar. Muito bem
Lucca: Ou eu vou ter que ser obrigado a "consolar" um viúvo.
Nício: Vou nem comentar isso
Nício enviou uma imagem
Lucca: Ei, não precisa ele me mostrar cotoco, eu estou apenas tentando te tranquilizar.
Lucca: Nício vai ser bem cuidado
Lucca: ((┘゚∀゚)┘
Nício: Capaz da minha alma descer de novo apenas para te estrangular
Nício: Para de flertar com todo mundo da minha família cacete
Nício: Isso inclui meu marido e meus irmãos, minha mãe.
Lucca: Me obrigue haha
Nício: Deixa só eu sair dessa cama
Nício: E desse cárcere privado
Lucca: Promete?
Nício: Para de flertar comigo também, não tem um pingo de vergonha?
Lucca: ME OBRIGUE MUHAHAHAHAAHAHAH
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Depois do almoço Lian encontrou uma lojinha espremida no fim da rua que vendia roupas e outros objetos por 1 euro, e Nat não podia perder essa oportunidade por nada. Julian migrou diretamente para os livros, como hipnotizado, e viu satisfeita Ben o seguir conversando sobre algo que só os dois entenderiam.
Era até engraçado ver os dois juntos, tropeçando nas coisas, ajeitando os óculos na cara enquanto surtavam por algum autor. Eles pareciam mais irmãos uns do outro do os irmãos de verdade no momento. Beau trocou um olhar com ela e sorriu de forma afetuosa para os dois.
Nat se considerava uma pessoa de sorte. Lá estava ela em Paris fazendo compras com aquelas pessoas maravilhosas. Beau a ajudou a escolher algumas coisas, e ele tinha um ótimo senso para combinar coisas, o que era fantástico. O viu migrar para alguns casacos, mas sem experimentar nada, e então partir para alguns souvenires no balcão
Quando terminou de escolher e o procurou o viu com um pacote já pago nas mãos enquanto olhava de forma fixa para um dos vestidos em uma das cruzetas. O observou o guardar no lugar quando uma vendedora se aproximou, mas quando ela saiu ele continuou a olhar, a mão passando no tecido macio.
Beau parecia tão hesitante, mesmo estando tão óbvio o quanto queria aquele pequeno vestido azul claro que sentiu seu coração doer.
Se aproximou de forma vagarosa, sua pilha de roupas ainda nas mãos.
–Você gostou dele?
Os olhos âmbar se arregalaram e o vestido foi solto de imediato, como se tivesse sido eletrocutado. O viu olhar ao redor e negar, timidamente, como ainda não tinha o visto.
Notou como os olhos migraram para onde seu irmão estava e suspirou. Claro que aquilo não seria fácil.
– Acho que o tom combina com sua pele. – Comentou casualmente. – E fica fofo com um par leggings e uma sapatilha.
Beau mordeu o lábio, mas assentiu em concordância.
– E Julian não se importa, sabe? Ele olha para você como se fosse o sol, nunca o vi assim.
–Você acha?
Ela não sabia se a pergunta era sobre o vestido ou seu irmão, mas assentiu seriamente.
–Vamos experimentar.
–Adelina...
–Me deixe feliz, vamos lá.
Beau realmente devia querer o vestido, pois não esperou mais insistência.
E Nat, como de costume, estava certa: o vestido ficou fabuloso.
Quando os quatro saíram da loja ele estava agarrado com seus dois pacotes, o rosto corado e uma expressão satisfeita. Seu peito não parecia caber de tanto afeto e pensou pela primeira vez se seria assim ter uma irmãzinha.
Poderia se acostumar com aquilo.
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– Está muito cansada?
A pergunta saiu sem pensar enquanto a observava sentada nas escadas da igreja, Nat e Ben dançavam no meio da praça ao som de um músico de rua e havia tirado quantas fotos dos dois fora possível. Ela sempre reclamava que por ser a fotografa da família não tinha uma foto decente dela.
Beau olhou para cima surpresa e quase tropeçou tentando se desculpar.
– Ah, desculpe se estiver errado eu só pensei...
–Não, não. Está certo. – Ela corou levemente e então pigarreou, os dedos brincando com os pacotes na mão que não havia soltado desde cedo. – É só que nem todo mundo nota antes de eu falar, fiquei surpresa.
–Ah. – Sentiu o alivio o tomar e sentou ao seu lado. De forma automática naquele ponto ela tirou um dos fones e ouvido e o ofereceu. Julian sorriu, se aproximando mais. – Eu não devia ter assumido mesmo assim, é sempre bom perguntar.
Ela riu e o fitou de uma forma que não entendeu, mas deixou seu coração quente.
–Geralmente Trando sempre acerta. – Beau segurou sua mão enluvada e relaxou com isso. – Ben de vez em quando, mas ele prefere perguntar. Como consegue saber a diferença?
Julian também não entendia, mas mesmo assim tentou explicar.
–Sua voz. O tom fica diferente, mais macio. Sua postura muda também, sutilmente, mas muda. – Beau o olhava de forma curiosa e lhe parecia um costume naquele ponto querer tocar no rosto sardento. Com a mão livre passou os dedos na bochecha macia e sorriu levemente quando ela sorriu em resposta ao toque. – Seu sorriso muda também.
–Muda?
–Uhum.
–Tu é bem observador, Julian.
– Anos e anos só observando. – Riu e a expressão dela suavizou com isso, os joelhos tocando os seus em conforto.
– E agora?
–Agora? – Ponderou e então sorriu de forma genuína. – Agora eu estou vivendo, eu acho.
O movimento foi sincronizado, o beijo doce como o chocolate quente que eles tinham tomado mais cedo. A posição de Beau um degrau acima do seu era perfeita e sentiu a mão suave em sua nuca, puxando seu cabelo levemente. Parecia que cada beijo com Beau era único e peculiar de alguma forma, como se aprendesse algo novo e maravilhoso.
Ou talvez só estivesse muito apaixonado.
Beau soltou sua boca devagar e ouviu uma risada dela quando ergueu seu queixo roubando outro beijo.
–Viva aos e-mails errados e aos irmãos enxeridos. – Ela comentou com um suspiro satisfeito e abafou uma risada com isso na perna dela. –Viva as baleias corcundas e as focas surfando nas costas delas.
Não tinha como discordar disso.
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