O Menino Ostra
20/07 00:20
Sem assunto
Querido Julian
Essa semana tem sido intensa, como esperava que acontecesse. Parece que você e sua família chegaram na hora certa de salvar o dia também. Conversar com você tem sido um alívio e me da esperanças de dias melhores à frente.
Esse últimos dois dias não conversamos, e eu disse que explicaria, e há certas coisas que ainda parecem menos reais quando escrevo por email, como se estivesse falando de outra pessoa que não eu. E acho que nesse momento isso é tudo de que preciso. Me desligar do que está acontecendo por alguns instantes. Ser outra pessoa.
Apenas Beau.
Os depoimentos foram brutais. O julgamento ainda não foi marcado, mas provavelmente será em alguns meses ainda, ainda mais agora com tantas mais evidências a serem avaliadas. Recebi permissão de ser representado, de ter o direito de não estar aqui. Recontar tantas vezes o mesmo fato torna tudo mais real e assustador. Ainda mais agora, que minha família sabe do que se passou. Por mais que todos sejam maravilhosos em relação a isso, em apoio e carinho, as vezes sinto que não consigo respirar. Parece que em cada canto alguém vai pular e atacar. Fecho os olhos e ouço o som de Elizabeth batendo na parede, o som de pancada, pele contra pele, ou o estalido de um osso quebrando. Ou como tudo o que aconteceu noites atrás foi tão igual a Torres: alguém que amo se machucando por minha causa novamente, e eu sem conseguir fazer nada pra impedir. E então tudo se junta com as lembranças de Santa Maria, a tremenda impotência. E é nesse momento que vou ao banheiro vomitar.
Acho que gostaria de saber que Ben me convenceu a começar terapia. Ontem foi a primeira sessão. Achei que seria como quando era criança, que passaria a sessão inteira calado, mas não foi isso que aconteceu. E a conversa que aconteceu me fez perceber, como desde que me lembro tenho estado no survivor mode, tentando sobreviver a cada dia. Sobreviver as pessoas na rua, as ameaças em cada esquina. Aos comentários, as críticas contra mim e minha família. Ao medo de desapontá-los, de eles perceberem que sou apenas um problema. Que eu não valho tudo pelo o que eles passaram. Eu tento não ir dormir e pensar no que posso passar no outro dia. Sobreviver a mim mesmo também, a toda a negatividade que sinto, a vontade as vezes que tenho de desaparecer para ter algum alívio.
Eu não quero desistir, no entanto. Eu sou teimoso demais. Um sobrevivente. Há algo dentro de mim que sempre quer lutar, mesmo contra tudo, quando nada parece está ao meu favor. E eu vou continuar fazendo isso. Mesmo sendo tão duroe exaustivo as vezes.
E então eu fiquei pensando que deveria focar nas coisas boas e não nas ruins. E ajudou. Nem todos tem a família que eu tenho, o apoio pelo o que passei. Os bons poucos amigos. Ao menos entre os meus, não há perigo em ser quem eu sou, e quem pode dizer que tem essa mesma sorte? Não todos. E eu tenho você também Julian, que tem me ajudado tanto, e eu nem sei se você tem ideia do bem que anda me fazendo.
Aconteceu tanta coisa ruim nos últimos anos, mas houveram surpresas boas sabe? Caio e sua lealdade e paciência. Noites atrás, por meio de tantos estranhos que sairam daquela festa me ajudaram, eu vi que ainda existe gentileza no mundo. E você Julian, e sua família, vocês me deram razões pra acreditar em muita coisa que havia esquecido. E eu agradeço tanto por isso. Por renovarem uma fé, esperança na humanidade que vinha aos poucos perdendo. E quando você perde esperança nas coisas, o que sobra?
Eu não estou bem há tanto tempo, mas pela primeira vez eu consigo ter certeza que as coisas vão melhorar. Mesmo que não de uma hora pra outra, em certas instâncias: o preconceito, a violência, a não aceitação ainda vai continuar por muito tempo, isso é fato. Ainda haverão pessoas prontas para machucar por nada, a ferir umas as outras gratuitamente. Isso não é algo que vai desaparecer rapidamente. As mudanças que eu falo, vem de mim. Do que posso fazer. Sobre as coisas que posso mudar sobre mim mesmo e sobre o mundo que me rodeia. E sobre aquelas que não posso mudar, mas posso escolher como reagir. E isso é o mais importante não?
Sobre essas pessoas Julian, em survivor mode, que tem que sobreviver não apenas ao mundo depois da soleira, mas dentro também, eu quero tanto dizer a elas que não estão sozinhas. Que há pessoas la fora que as entendem, que não precisam passar por tudo sozinhas. Eu aprendi minha lição. Ainda estou aprendendo. Quando uma foca grita em socorro, as jubartes vem. Mas você tem que pedir socorro antes, ou vai morrer em silêncio.
Essa foca aqui, descobriu que tem voz.
Beau
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20/07 03:27
Ass: Não deixe de acreditar, principalmente em si mesmo.
Querida Foca
Primeiro de tudo, você é Beau. Tu não precisa ser ninguém mais do que isso.
You. Are. Perfect.
Entende o que isso significa? Consegue me ouvir te dizer isso?
Porque eu poderia repetir essas palavras milhares de vezes, em todas as línguas que o google tradutor me ensinasse a pronunciar e em todas eu seria verdadeiro.
Você é perfeito.
Você é perfeita.
Você é Beau e isso é o suficiente. Pelo menos é o suficiente pra mim.
Eu sei o quão difícil é toda a situação no momento, as feridas reabertas, os olhares, tudo. Eu queria tanto que tu não precisasse passar por essa tortura. Entretanto isso não é algo que possa ou deva evitar no momento, mesmo que doa. E você teve tanta coragem até aqui, Boo. Você foi e está sendo tão valente e isso me deixa tão orgulho de ti.
Você é tanto um sobrevivente quanto um guerreiro, sabia?
Infelizmente, batalhas ainda vão surgir e não é algo que algum de nos possa evitar. Apesar de que isso não quer dizer que tenha lutar sozinho. Tu viu que estaremos aqui por você se precisar, e não há mau algum em pedir ajuda. Vamos vir ao resgate sempre que ser a sua própria âncora não for o suficiente.
É importante ser forte, mas nenhuma guerra é ganha com um único homem. E eu acho sinceramente que com a junção de Angelos e Lemos essa batalha em particular pode ser vencida.
De alguém que acredita, gosta e confia muito em uma foquinha em particular
Julianbarte
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Fratelli
Beau: Vamos conversar, todos nós, hoje a noite
Beau: Devo explicações. E desculpas
Benê: Você não deve nada a nenhum de nós Beau
Beau: Não devo, talvez, mas quero conversar
Beau enviou uma localização
Beau: Quero todo mundo lá
Brando: Não é você quem deve desculpas a alguém, estarei lá
Nitto: Estaremos todos lá
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Pappà
Pappà: Sua mammà esta ai?
Beau: Si
Beau: Está falando com Tran
Beau: E ninguém esta gritando : - )
Pappà: Iuhu!
Beau: ahahaha
Pappà: Chego em algumas horas
Pappà: Amo ti tanto, mio Boo
Beau: Eu também te amo
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Benigno
Sarah-amorzão: E ai?
Benigno: Boo colocou todo mundo pra sentar e conversar
Benigno: Civilizadamente
Sarah-amorzão: Sabia que tinha uma razão pra ele ser meu favorito
Benigno: Pensei que eu era seu favorito amor
Sarah-amorzão: Você é o mais inteligente amor
Benigno: Posso aceitar isso.
Sarah-amorzão: Esta tudo bem agora?
Benigno: Tudo está tão longe de estar bem
Benigno: Mas está se encaminhando.
Sarah-amorzão: Vocês se amam e sempre resolvem, disso eu sei.
Sarah-amorzão: Sempre foi assim
Benigno: As coisas horriveis pelas quais Beau passou, foi tanta coisa Sarah
Benigno: Tão pior que do imaginava
Benigno: Entendo porque ele não queria contar
Benigno: Mas fico aliviado por ele poder falar agora
Benigno: Tenho que desligar, estão exigindo minha atenção
Sarah-amorzão: Codinome pra dizer que estão em algum jogo idiota
Benigno: Não sei do que fala mulher.
Sarah-amorzão: Vamos conversar quando voltar
Sarah-amorzão: Divirta-se amor
Sarah-amorzão: Abrace o Beau, meu Angelo preferido, por mim
Benigno: : - p
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Beau: Então, Julian
Beau: Tenho uma pergunta importante
Beau: Ta atento?
Julian: Absolutamente
Beau: Em Harry Potter e o cálice de fogo, quando o ritual pra dar o corpo do tio voldie ta sendo realizado, o rato-traidor diz "sangue do inimigo retirado a força". Certo? Certo. O que você acha que teria acontecido se Harry tipo "Hey, pode pegar meu sangue". Meio que tiraria o propósito de ser a força certo, ele estaria dando o sangue.
Beau: P.S: Eu sei que são 3 da manhã
Julian: Você tem um ponto ai
Julian: Acho que no fim o objetivo estaria completo. Harry jamais ajudaria o lord das trevas, o coração dele não estaria nisso.
Julian: A quanto tempo você esta acordado pensando nisso?
Julian: Digo, antes de resolver me mandar mensagem
Beau: Se ele fosse da sonserina ele teria pensado nisso
Beau: Um tempinho
Julian: Talvez
Beau: Antes tava pensando se existe wereseal
Bau: Tipo, werewolf, werecoyoite, pq não um wereseal?
Beau: Qual seria o poder de um wereseal? Respirar embaixo da agua e ser fofo?
Julian: Provavelmente amigo do Aquaman
Beau: Então controlaria animais marinhos? Cool
Julian: Ou ao menos falaria com eles
Beau: Não parece tão idiota agora
Beau: Eu te acordei e você também não consegue dormir? Seja sincero
Julian: Não consigo dormir
Julian: Estou inquieto
Julian: Não pergunte
Julian: Simplesmente tenho noites assim as vezes
Beau: Benjamin vai viajar por esses dias né?
Julian: Daqui a alguns dias, sim
Julian: Natasha não esta aqui tambem
Julian: Achei concept art de wereseals
Julian: Não são fofos beau
Julian: Não são
Julian: T_T
Julian enviou uma imagem
Beau: oO
Beau: hell no
Beau: Você viu werewhale???
Beau: Agora que não consigo dormir mesmo
Julian: Eu vi algo Beau
Julian: E esse algo não me ajudou na vontade de querer dormir
Julian: :'(
Beau: To com receio de perguntar o que foi
Beau: Mas vou perguntar mesmo assim
Julian enviou uma imagem
Julian: Assustador ne?
Beau: oO
Julian: Eu fiquei aterrorizado aqui
Beau: Obrigada por dividir isso comigo meu bem
Beau: Vou ali ter que deitar entre o Tran e Nicio pra dormir
Julian: Talvez tenha cura
Julian: A terrível maldição do wereseal o.o
Julian: Contada de geração em geração
Beau: Sabe o que isso me lembrou?
Beau: O triste fim do pequeno menino ostra e outras histórias, de Tim Burton
Beau: Lena me deu esse livro, e esse era o conto que me deixou mais fascinado. Como pode algo tão triste fascinar tanto?
Julian: Porque mexe com seu coração
Julian: Você pode esquecer um romance bobo, onde o herói e a mocinha nunca passaram por nenhuma dificuldade
Julian: Mas voce nunca esquece de algo que te fez sentir tanto ao ponto de chorar com o coração
Beau: Faz sentido, querido Julianbarte escritor
Julian: hahaha
Beau: Eu me identificava com ele. Por ter nascido diferente
Beau: Me pergunto se por isso que ela me deu o livro, ou apenas penso demais nos motivos
Julian: Acho que não tem como saber se não perguntar a ela
Julian: Admitindo, eu nunca li o livro pra opinar também
Beau: Prefiro não saber. Tenho a mania de esperar o pior dela, como se ela tivesse tentado dizer que pessoas diferentes nunca vão se encaixar, ou ter finais felizes.
Beau: Talvez eu só seja muito amargo
Beau: Nunca leu? Quer?
Julian: Eu não gosto da sua ex, realmente é melhor não saber
Julian: Adoraria ler
Beau enviou um link
...............
Julian: É tao triste
Beau: : (
Julian: Principalmente que as ostras podem produzir lindas pérolas
Julian: Mas ninguém pensou nisso
Beau: Nem todo mundo tem uma visão do mundo como a sua. Quando tu fala essas coisas eu me dou conta disso
Beau: As pessoas teriam muito o que aprender contigo Julian ��
Julian: Mas é verdade!
Julian: Que homem imbecil
Julian: E cruel
Julian: E idiota
Julian: Droga
Julian: Se qualquer um desses tivesse sido dado a oportunidade
Beau: Sabe como uma ostra produz uma pérola?
Beau: É uma mecanismo de defesa
Beau: Quando ela é invadida ela isola o invasor com o nácar, uma substância de aragonita e água. Ela o deposita em camadas concêntricas, e o nácar cristaliza
Beau: Basicamente, pra uma ostra produzir uma pérola, ela tem que se invadida e se defender
Beau: Gosto de dizer que ela transforma uma dificuldade em algo bonito no final
Beau: Me entende?
Julian: Sim
Julian: Eu queria que ele tivesse lutado
Julian: Talvez ele teria formado uma pérola
Beau: É triste, mas as vezes a pessoa fica exausto de lutar, quando tudo o que conhece na vida isso
Beau: Sei lá, se pergunta qual o sentido de continuar, se vai mudar alguma coisa realmente
Julian: Eu sei
Beau: Ainda mais quando você tem que se defender de tudo
Julian: Eu só queria que alguém tivesse falado pro menino ostra sobre a beleza das perolas
Julian: Que alguém tivesse dado esperança a ele
Beau: O que você teria dito ao menino Ostra?
Julian: Primeiro sobre o que são pérolas
Julian: Sobre o brilho e beleza delas
Julian: E como uma única criatura era capaz de criar algo que piratas mataram para conseguir, que enfeita a coroa de reis e os pescoços de rainhas
Julian: Algo criado da luta e resistência
Julian: Queria faze-lo entender que não ele nao era descartável. Feio. Errado. Que ele tinha a capacidade de criar algo belo se lutasse
Beau: Nem todas as outras criam pérolas
Beau: O nácar pode não ser depositado por igual, e cria algo como uma verruga. Como uma cicatriz
Beau: Talvez o menino ostra nunca criasse uma pérola? Apenas cicatrizes dentro dele?
Beau: E as pessoas sempre esperassem que ele saisse de sua concha, que por trás dela ele fosse igual a todo mundo
Beau: Mas ele soubesse que não era verdade, que ele nunca seria como os outros?
Beau: E ele sempre se perguntaria se alguém um dia olharia além da concha. Se ele encontraria alguém que
Beau: aceitasse
Beau: Que talvez nunca houvesse uma pérola
Julian: Ser como todos os outros?
Julian: Igual a um pai e uma mãe que se recusam a ser pais? Ou igual a todos os outros meninos que apontam?
Julian: Certo, talvez nunca houvesse pérola no final
Julian: Mas ele era único e especial do mesmo jeito
Beau: Mesmo com todas as cicatrizes dentro dele?
Julian: Mesmo cada uma delas
Julian: Eu me recuso a acreditar que ele não podia ser algo mais
Julian: "E como era Halloween o menino Ostra se fantasiou de ser humano"
Beau: Você é um bom sujeito Julian
Julian: Eu so não quero ser como os quadrigêmeos. Ou os pais do garoto ostra.
Beau: Você é decente demais pra ser algo assim, não se preocupe
Beau: Quero te deixar dormir
Beau: Mas não consigo
Beau: Me avisa se estiver te impedindo de dormir
Julian: Você não está
Julian: Prefiro conversar com você
Julian: Eu provavelmente ficaria lendo alguma coisa até amanhecer
Julian: Ou acabaria saqueando o estoque secreto de doces e afins do meu pai
Julian: Talvez eu faça isso de qualquer forma enquanto converso com você :)
Julian: Me diz, além de wereseals e formas de acabar com encantamento das trevas, o que outras coisas você pensou essa linda madrugada? Estou curioso
Beau: paradoxo temporal
Julian: Teorias?
Julian: Eu vou ficar aqui a noooite toda
Beau: Skype?
Julian: Okay
Beau: Prepare-se haha
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Ben: Rosso <3
Adelina: Ma joli garçon
Adelina: O que passa?
Adelina: <3
Ben: Trando avisou a Beau, que avisou pra mim, pra avisar a você, pra avisar pro Luccas pra ele parar de enviar memes (?) pra ele. E que "não, não quero conversar. Vá perturbar outra pessoa".
Ben: ?
Adelina: Hahhahhahaha
Adelina: Vou dar o recado sim
Adelina: Mas pode guardar um segredo?
Ben: Com todo meu coração
Adelina: Luccas provavelmente vai receber o recado com um sorriso e preparar novas coisas para pentelhar teu irmão haha
Adelina: Talvez ele mude a produção e começa a enviar videos e audios
Adelina: Que bonitinho
Adelina: Luccas tem um novo amigo hahahahha
Ben: Fico feliz de ter outra pessoa além de mim pra fazer isso com o Trando ��
Adelina: Fico feliz de ele ter alguém pra fazer isso haha
Adelina: Max virou pai responsável. As brincadeiras com ele diminuíram(não cessaram)
Adelina: Julian é o alvo preferido do Lucca, mas o bebê urso geralmente ri ao invés de ficar realmente incomodado
Adelina: E Luccas gosta de incomodar
Ben: Trando é a pessoa certa então
Ben: Exceto Nicio e Beau, ele se incomoda com todo mundo
Adelina: Meu irmão tem a habilidade de se aderir a pessoa como um fungo
Adelina: Seu irmão deve ser a diversão predileta do Lucca atualmente haha
....................
Beau: Qual a sua cor favorita?
Julian: Azul
Julian: E a sua?
Beau: Azul também
Beau: Da cor do mar durante uma tempestade que via quando criança
Julian: Gosto da cor do céu. Gostava de imaginar figuras nas nuvens quando criança
Beau: Flor favorita?
Julian: Tulipas
Julian: Minha avó tinha uma paixão por elas
Julian: E toda vez que eu olho pra uma eu lembro dela
Beau: Nelumbo nucifera, também conhecida como flor de lótus.
Beau: Ganhei de uma professora em Torres no dia que me mudei
Julian: Estação preferida?
Beau: Outono
Beau: e a tua?
Julian: Outono também. É Poética
Beau: Gênero literário?
Julian: Fantasia
Julian: Gosto do que uma imaginação fértil pode proporcionar. Você?
Beau: Suspense, gosto de resolver charadas
Beau: Primeiro beijo?
Julian: Leon foi meu primeiro beijo
Julian: Liv conseguiu quase todas as minhas primeiras vezes, essa não
Julian: Infelizmente
Beau: :- (
Julian: Você?
Beau: Tino. Tinhamos 9 anos
Beau: Trando jogou ele em um lago quando pegou a gente
Beau: Primeiro crush?
Julian: Da vida real ou da ficção?
Beau: Ambos?
Julian: Primeiro de todos foi na primeira serie haha
Julian: Tu me lembrou de algo que eu havia esquecido totalmente
Julian: Eu lembro que todos os meninos eram meio apaixonadinhos por ela
Julian: E por muito tempo eu tive uma queda pela atriz Alicia Silverstone
Julian: E as irmãs Olsen
Julian: E por aquele ator que fez o Peter pan
Beau: ~assobiu
Julian: Jeremy Sumpter
Beau: Eu tinha um crush na Luna Lovegood
Julian: Hahaha
Beau: E infelizmente no Martino também
Beau: Ele era um charme quando não agia como idiota
Beau: Próximo!
Beau: Um lugar pra ir?
Julian: Eu não sei
Julian: Assim
Julian: Eu tenho uma "lista de lugares para conhecer" como todo mundo, mas eu preferiria qualquer lugar, desde que eu estivesse com alguém que eu amo
Julian: Então nesse momento
Beau: Nesse momento BH
Julian: Gostaria de conhecer Caxias
Beau: ��
Julian: ��
...............
Julian: Queria poder aparatar
Julian: Ou usar o teleporte do Goku
Julian: Nem que me permitisse só algumas horas.
Julian: Queria poder ir ate ai e falar com você sem ser numa tela
Beau: Eu também
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Beau: Já teve o primeiro porre?
Julian: Não como meus irmãos
Julian: E não tão humilhante
Julian: Benj conseguiu uma garrafa e foi isso
Beau: Eu só chutei o balde uma vez, nunca gostei de perder o controle de mim
Julian:tambem não gosto da ideia de ficar fora de controle dessa maneira
Julian: Só aceitei pq era o benny
Beau: O meu foi com a mammá ��
Julian: Hahaha
Julian: Max pode um dia te contar uma experiência que ele teve com nosso pai
Julian: Luccas disse que Maxy ficou um loooongo tempo sem beber depois disso
Julian: Eu não sei o que aconteceu, mas aparentemente esse looongo tempo sem bebida foi algo planejado pelo papai
Julian: Como foi isso com sua mammà?
Beau: Eu tava bem pra baixo quando terminei com a Lena de vez, dai ela resolveu que eu tinha que viajar pra praia com ela
Beau: Passamos o dia e resolvemos ficar a noite em um albergue e voltar só pela manhã
Beau: Ela comprou um uisque e um jogo de baralho em uma loja de conveniência
Beau: Acho que descobri quem era ela nesse dia. Tipo, ela sempre foi a mammá
Beau: Nesse dia ela foi a Clara. Contou do nonno e da nonna, de coisa que nunca mais comentamos.
Beau: Eu fingi que não lembrava de nada no outro dia, ela fingiu que também não lembrava. E a gente voltou pra casa e nunca mais comentou disso
Beau: É engraçada quando sua mãe passa a ser sua melhor amiga depois que você vira adulto hn?
Julian: É no mínimo um privilégio
Julian: Mas ela é esse tipo de pessoa nao é?
Julian: Quase uma luz no fim do túnel
Beau: Ela é peculiar
Beau: Mammá já foi taxada de muito: irresponsável, ovelha negra, ou louca. Ela é uma bomba emocional, é complicado lidar com alguém como ela
Beau: Mas ela sempre soube o que me dizer, mesmo que não fosse o que quisesse ouvir. Meio como Trando. Por isso eles se batem tanto
Beau: Enfim, to devaneando já, de volta pra terra
Julian: Eu gosto de ouvir sobre sua familia
Julian: Então pode devanear a vontade
Julian: Mas eu fiquei curioso desde que voc"e me falou sobre generos literarios
Julian: Qual seu livro favorito?
Beau: Sherlock Holmes
Julian: Um filme que você poderia ver para sempre e nunca enjoar
Beau: A múmia
Julian: O antigo?
Beau: O de 1999 sim
Julian: Ótimo filme
Beau: E tu?
Julian: Acho que eu nunca vou enjoar de assistir guerra nas estrelas
Julian: Ou Marley e eu
Julian: Mesmo que me deixei afogado nas minhas próprias lágrimas
Beau: Okay, pergunta essencial: Melhor filme do star wars?
Julian: Império contra-ataca
Beau: <3 o meu também
Julian: Algo que você nunca fez mas que gostaria de tentar
Beau: Velejar ao redor do globo conta?
Julian: Velejar foi uma das melhores experiências que eu ja tive Beau, no Rio
Julian: Eu quero ter meu próprio barco um dia
Julian: Eu queria saltar de pára-quedas algum dia
Beau: Já saltei
Julian: Como é a sensação???
Beau: Quase tenho um treco, não nasci pro ar. Melhor ficar no mar mesmo
Beau: Mas quando passa a sensação que vai morrer é bem legal. Deve ser a sensação de voar
Julian: Eu imagino, por isso eu gostaria de experimentar
Julian: Qual a coisa mais surreal que ja aconteceu com você?
Beau: Mais surreal? Deixa pensar
Beau: Okay, já sei
Beau: Tanto meu avôs paternos como maternos são italianos
Beau: Eu não sei muito sobre os maternos, eles voltaram pra Italia e meio que são brigados com mammá
Beau: A unica coisa que a gente sabia era que ela tinha um irmão mais novo, e que Ben recebeu o nome dele
Beau: Quando eu tinha cinco anos e Ben sete, quando moravamos em Torres ainda, a gente foi explorar perto de uns barcos ancorados na maré rasa
Beau: A gente não percebeu que ela tava enchendo, e acabamos presos. E a corrente tava muito forte pra descer e ir nadando
Beau: Tivemos que dormir no barco e esperar pra ver se o pappá achava a gente, e começou a chover muito e formar tempesade
Beau: Lá pra madrugada o vento tava tão forte, que o barco de um solavanco e Ben caiu na agua
Beau: Ele nadava muito bem, mas a corrente não tava deixando ele voltar pro barco e eu era muito pequeno e não conseguia puxar ele de volta
Beau: E então apareceu esse barco vindo do alto mar, e era estranho pq ninguém era doido de sair em um tempestade pra pescar
Beau: Esse cara do barco pulou na água e tirou o Ben
Beau: E disse que ia avisar no porto pra buscarem a gente. O que pensando hoje era bem estranho, mas na epoca, a gente só ficou agradecido.
Beau: E em uns poucos minutos pappá tinha vindo buscar a gente com uns pescadores
Beau: Agora vem a parte mais surreal
Beau: 1. Nenhum barco tinha saído pra pescar naquela noite
Beau: 2. Ninguém avisou ao pappá onde a gente tava. Mammá que teve a súbita ideia de procurar a gente perto dos barcos ancorados
Beau: 3. Nenhum barco aportou naquela noite além do que foi buscar a gente
Beau: 4. O cara que ajudou a gente não era nenhum pescador da região
Beau: Passou no entanto, ficamos de castigo, muito choro e etc. E Ben nunca mais quis entrar em um barco na vida
Beau: Uns dias depois mammá recebeu a ligação que zio Beniamino tinha morrido dias antes em um acidente
Beau: Mais especificamente, na noite que a gente ficou preso
Beau: O velório tinha acontecido até
Beau: Mammá mostrou uma foto dele pra gente
Beau: E ele era o mesmo cara que tinha tirado Ben da água
Julian: Isso sim é surreal
Julian: Mas eu acredito
Julian: Isso foi bem incrível Beau
Beau: Não é
Beau: Mammá disse tbm que foi um impulso que fez ela e pappá pensarem nos barcos. Eles ja tavam bem desesperados
Julian: Nao podia ser coincidência
Julian: Eu acredito que tenha sido ele de alguma forma
Beau: E interessante foi ele ter dito especificamente "vcs não podem ir nesse barco com a gente"
Julian: Mesmo que tecnicamente o impulso seria dizer o contrario, ja que a pessoa está salvando
Julian: Eu tenho duas historias
Julian: Uma foi até recente e é um pouco engraçada
Julian: Eu tinha saído da fisioterapia e estava esperando meu pai chegar e vir me buscar
Julian: Então eu fui esperar numa cafeteria que fica próximo da fisio
Julian: Foi quando essa senhora de uns 60 e poucos anos chegou perto de mim
Julian: Eu imaginei que ela iria me perguntar alguma coisa sabe?
Julian: Nunca esperei que ela puxaria conversa comigo
Julian: Perguntaria se eu gostaria de tomar café com ela
Julian: E me ofereceria 200 reais pra fazer isso
Beau: hahahah
Beau: Garanhão hein
Julian: eu tive que ouvi isso do ben por semanas tu nao tem ideia
Julian: Eu fui tomar café com ela de qualquer jeito, mas recusei o dinheiro
Julian: Ela estava sozinha sabe?
Beau: <3
Julian: A outra historia é sobre um casal de amigos da minha mãe
Julian: Ela tem essa amiga, a tia viviane, que é melhor amiga dela desde sempre
Julian: Ela casou e ja fazia um bom tempo que ela e o marido tentavam ter um bebê
Julian: Mas ela estava tendo dificuldades
Julian: E chegou a abortar espontaneamente algumas vezes :(
Julian: Eu tinha uns 7 ou 8 anos mas eu lembro disso
Julian: E nessa época eu acordava algumas vezes de madrugada. As vezes eu ia dormir com a Nat. Quando não eu acabava indo dormir no sofá da sala com a tv ligada com algum filme
Julian: Em uma noite dessas eu acordei com duas pessoas falando perto de onde eu estava
Julian: Era minha mãe e o marido da tia Viviane
Julian: Ele estava tão feliz
Julian: Eu ouvi eles conversando e ele parecia animado com alguma coisa
Julian: Eu ouvi ele dizer pra minha mãe que a tia viviane estava grávida
Julian: Eles continuaram a conversar sobre outras coisas e eu voltei a dormir. No sofá
Julian: Eu acordei de manhã e fui tomar café com todo mundo
Julian: Eu tava meio grogue ainda, mas em dado momento eu lembrei que o tio Carlos tinha falado
Julian: E disse pra minha mãe que eu estava feliz pelo bebê da tia Viviane
Julian: mamãe me olhou com uma cara
Julian: falei pra ela que eu acabei ouvindo a conversa da noite passada
Julian: mas ela me disse que nada disso aconteceu
Julian: Que eu devo ter sonhado
Julian: A gente esqueceu sobre tudo isso
Julian: E estaria tudo bem por ai, se não fosse que mês depois (ou mais, nao lembro direito) a tia viviane realmente ficasse grávida
Julian: O bebê nasceu bem dessa vez e eu não disse pra ninguém, mas eu sonhei com ele também. Sonhei com a tia vivi segurando um menininho de olhos escuros igual ao o tio carlos
Julian: Otávio tem os olhos do pai
Julian: Acontece algumas coisas dessas comigo as vezes
Julian: Meu pai me disse pra manter isso pra mim, então nao são muitas pessoas que sabem que eu tenho essas bizarrices
Julian: É melhor assim
Beau: Julian, the seer. Isso é bem legal
Julian: As vezes
Julian: Teve um tempo que isso me assustava de uma forma que tu não acredita
Julian: Porque nem tudo era feliz assim
Beau: Ben também sempre foi assim. Zio Beniamino não foi a primeira vez nem a ultima que aconteceu algo assim com ele
Beau: E aquele negocio de você não ter controle sobre algo, mas poder escolher como vai reagir
Julian: Era bem pior quando criança Beau
Julian: Mas é melhor não falar sobre isso
.............
Beau: Comida favorita?
Julian: Comida favorita? Por onde começar... ;P
Julian: Eu poderia fazer uma lista das coisas que eu gosto de comer haha
Julian: Principalmente eu gosto de cozinhar
Beau: Tu cozinha?
Beau: Eu sou cozinheiro de um prato só
Julian: Eu sou um especialista em replicar pratos que eu aprendo no Youtube
Julian: Mas sim, eu sei cozinhar algumas coisas
Julian: Qual teu prato favorito?
Beau: Qualquer comida que a nonna faz
Julian: Comida italiana então
Julian: Interessante
Julian: Acho que vou tentar aprender alguma coisa :)
Julian: Provavelmente nunca será tão delicioso assim como a comida da sua nonna
Beau: Julian Lemos vai cozinhar para little old me
Julian: Agora que eu preciso mesmo me aperfeiçoar haha
Julian: Banda favorita?
Beau: Eu sou meio "ultrapassado" segundo Brando. Tenho amor por grupos antigos. Tem um certo amor por blues e jazz. Não consigo escolher uma banda
Julian: Justo. Eu tenho um gosto bem eclético
Julian: Mas eu sempre acabo em alguma musica do sleeping at last
Julian: Acho que eu posso dizer que é minha banda favorita
Beau: Seriado?
Julian: Atualmente eu estou vendo teen Wolf
Julian: Mas eu tenho uma paixão por seriados policiais
Julian: E humor
Julian: How I Met your mother é um dos meus preferidos. E that 70's show
Beau: Eu gosto de uma boa maratona de CSI las vegas, mas tem um seriado que eu assistia com meu pappá
Beau: O jornal do amanhã, nunca esqueci dele, nós dois nunca perdiamos um episódio
Beau: Dio mio, que nostalgia
Julian: Eu costumava assistir alguns filmes com meu pai
Julian: Eu sempre acabava dormindo quando isso acontecia haha
Julian: Acho que isso era dificil de acontecer com você não é?
Beau: uma vez ou outra eu fingia que dormia pra ele me levar pra cama
Beau: Okay, talvez eu faça isso até hoje. Talvez
Julian: Hahahaha que bonitinho
Beau: : p
Julian: Seu irmão falou alguma coisa sobre "compacto". Não imaginei algo assim
Julian: Mas eu te invejo
Beau: Qual irmão, pra eu ir ali me vingar?
Julian: Hahahaha
Julian: Eu devia ter ficado quieto :P
Julian: Mas seu tamanho não é algo ruim
Julian: Palavra de gigante
...............
Extra 1.
A frase de Martino ficou em sua cabeça, como um zumbido constante, enquanto subia as escadas do prédio de Beau. O elevador estava quebrado de novo, e ficava feliz dessa vez, lhe dava tempo de pensar.
Ele sabia qual seria o resultado dessa conversa, Martino tinha razão nisso, ainda assim...tinha aquela esperança chata lá no fundo da sua mente. De que talvez tivesse lido errado os sinais inteiros. Que ainda tivesse uma chance.
E quando apertou a campanhia nervoso e Beau abriu a porta, entendeu melhor sua teimosia. Vendo o rosto sardento por trás dos cabelos soltos e aqueles olhos sorridentes o fitando, dando boas vindas daquele modo tão Beau, ele sabia porque queria tanto estar errado.
-Diggory! Estou curioso de quando vai resolver entrar. – a voz rouca o chamou confuso e notou que estava parado na porta o fitando sem entrar. Os olhos castanhos estavam agora confusos, a porta ainda aberta em convite.
- Ah, oi Boo.
Beau o fitou divertido e fez sinal pra que entrasse, amarrando o cabelo enquanto entrava na sua frente, indo pra cozinha.
Deixou a torta que trouxera no balcão e foi ajuda-lo a preparar o chimarrão. Era uma rotina dos dois. Algo que temia perder depois desse dia. Como sempre, tinha que se segurar para não tirar o cabelo que não conseguia ficar preso do rosto dele. Tocar na bochecha sardenta no percurso. Abraçar Beau. Sabia que nunca seria totalmente bem vindo a fazer isso.
Que poucos seriam.
- Tu esta calado demais
Olhou pra baixo e Beau o fitava, oferecendo o chimarrão com um brilho de preocupação.
Suspirou, pegando o bebida da mão do outro rapaz e a colocando no balcão. Fazendo o mesmo com a dele. Beau deixou.
O viu suspirar e olhar pra janela, e então para seu rosto. Havia nervosismo ali. E tristeza.
Engoliu em seco. Sabia. Ele sabia.
- Caio...
- Você sabe.
Ele não respondeu. Tocou a mão dele e o sentiu tencionar por segundos. Então relaxar minimamente. Quase sorriu com isso. Beau era tão forte. Ele tentava com tanta força de vontade.
Entrelaçou os dedos finos e menores que os seus com cuidado.
- Eu gosto de ti Beau. Mais do que amigos.
-Caio...
Negou com a cabeça, o calando.
-Eu sei. Eu posso apenas...te dar um beijo?
O rosto bonito ficou mais incerto. A mão tensa. Até relaxar. Era uma permissão.
Se aproximou devagar. Havia aprendido com o ultimo erro. Ainda lembrava de como havia beijado Beau. Do corpo dele contra o seu naquele mesmo balcão, e então no sofá.
Lembrava também do pânico no rosto dele, da dor em seu braço quando o corpo pequeno, mas tão ágil, o jogou no chão.
Nunca queria ver Beau assim de novo. Com medo dele.
Encostou os lábios dele devagar, moldando o corpo ao dele levemente. Atento a qualquer mudança. O beijo foi doce.
E saudoso.
Quando se afastou viu os olhos dele se abrirem devagar. E apenas sabia.
Sorriu de forma triste
- Achei que meu beijo maravilhoso o convenceria. Errei meu cálculo
Se afastou, mas não soltou a mão dele. Beau voltou a olhar pela janela.
Não queria ver Beau triste assim.
- Eu...gosto de outra pessoa. Eu sinto...
- Muito. É, eu sei. Já sabia antes. Mas queria tentar.
Beau suspirou e sacudiu a mão dele.
- Não fica assim Boo. Não por minha causa. Ainda somos amigos não?
-Claro. – Beau pareceu ultrajado. – Não seja idiota.
Caio riu. Isso bastava.
- Mas se não der certo com seu amigo de Minas eu estou aqui.
Boo revirou os olhos. O rosto bonito sorriu minimamente, mas lindamente. A mão pequena e calosa do violão apertando a sua levemente antes de o soltar.
-Beba seu chimarrão Diggory.
Obedeceu
..................
Extra 2
Caxias, 2007
-Eu não tenho certeza Tino
-Não é nada demais, eu vi Nicio e teu irmão fazendo isso
-Eles namoram Martino
- E nós vamos nos casar um dia, então.
Beau ficou vermelha e o olhou desconfiada. Tino também estava vermelho, mas segurou o olhar da prima. Os dois de pé perto do lago, do outro lado do acampamento. Ao longe o som das pessoas cantando na fogueira. Anoitecia, e focou em como os olhos de Boo ficavam ainda mais brilhantes naquela luz.
- Boo, temos dez anos.
- E?
-Todo mundo já beijou com essa idade.
- Mammà disse que não sou todo mundo
-Não, você é especial
Concordou e Beau riu baixo. O rosto ainda vermelho, mas parecia menos nervosa. Deu um passo e pegou na mão dela, focando no all star vermelho dela, os shorts horríveis que segundo ela não combinavam nada com a blusa laranja do acampamento.
Boo sempre parecia bonita pra Tino no entanto. Os dois respiraram fundo e se aproximaram mais até deu o último passo e sentiu os labios nos dele. Eram macios, e era estranho. Tinha gosto do gloss de morango dela.
Mas era bom.
Rapidamente ela parou e se afastou um pouco. Os olhos grandes e inquisitivos.
- Estranho
Os dois falaram ao mesmo tempo e riram. Ainda assim se aproximou pra mais um beijo quando sentiu ser içado no ar.
-Trando! Larga ele !
Em segundos e com um grito estava ensopado dentro do lago gelado. Emergiu a tempo de ver Beau sendo carregada jogada no ombro do irmão que lhe lançava um olhar mortal antes de marchar pra floresta, levando uma Boo que parecia bem irritada.
Tino sorriu, o coração voltando ao normal depois que a ameaça de morte se afastava. Boiou e cuspiu agua no ar com um sorriso. Não se arrependia de nada.
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