45. ADEUS, DUMBLEDORE
CAPÍTULO QUARENTA E CINCO
❛ adeus, dumbledore ❜
Não se esqueçam de chegar na meta de comentários, isso me dá motivação para continuar.
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ERA A MANHÃ após a morte de Dumbledore. Hermione foi acordada pelo som de alguém arrastando os pés. Sentando-se lentamente, ela olhou ao redor e viu Deanna guardando suas coisas na bolsa que Dumbledore lhe deu. Ela ficou assustada com o pensamento de que Deanna poderia estar fugindo. — Deanna?
— Oh, você acordou. — Deanna fechou o zíper da bolsa e sentou-se ao lado de Hermione com um pequeno sorriso. — Você conseguiu descansar bem?
— Sim. — respondeu Hermione, ainda incomodada pelo fato de Deanna ter arrumado suas coisas. — E você?
— Dormi o melhor que pude. — Deanna pegou a mão de Hermione e a beijou suavemente. — Graças a você. Nunca consegui agradecer por tudo... Obrigada, Hermione.
Hermione esqueceu momentaneamente suas preocupações, seus olhos suavizando. — Você não precisa me agradecer, Deanna. Eu estarei aqui para você não importa o que aconteça. — ela e Deanna sorriram uma para a outra por alguns momentos, ambas sem dizer uma palavra porque suas ações eram o suficiente para transmitir seus sentimentos. De repente, ela se lembrou da bolsa de Deanna e decidiu apenas perguntar sobre ela. — Você vai a algum lugar?
— Ah, sim. — Deanna assentiu, pegando sua bolsa. — Eu já contei para Minerva e Pomona sobre isso. Vou ficar fora por um tempo. — ela soltou um suspiro suave e derrotado antes de olhar nos olhos de Hermione. — Eu realmente sou grata por você, Hermione. Você definitivamente me ajudou muito, mas eu ainda preciso de um tempo sozinha. Um tempo para apenas pensar, e eu não posso fazer isso aqui... Espero que você entenda.
— Você não precisa se preocupar comigo, Deanna. — Hermione respondeu gentilmente. — Só faça o que você precisa fazer.
Deanna sorriu para ela agradecida, grata por sua namorada ser tão compreensiva. — Obrigada, Mione. — ela descansou a cabeça no ombro de Hermione e fechou os olhos, apenas saboreando esse momento de calor e conforto. Hermione beijou a cabeça de Deanna e envolveu os braços em volta da menina, apenas contente com o fato de Deanna ter se aberto tanto para ela.
Deanna olhou ao redor da sala, percebendo que poderia ser a última vez que ela estaria lá. Ela não voltaria. Não quando tinha uma missão a cumprir. Ela precisava procurar as Horcruxes como seu pai desejava.
Deanna pensou no lugar para onde ela iria em breve, e não conseguiu evitar suspirar. Ela tinha que fazer isso de novo, mas não sabia se conseguiria fazer isso com essas pessoas.
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— Obrigada por me acompanhar até aqui. — Deanna apertou a mão de Hermione quando finalmente chegaram às carruagens. Ela podia ver a figura iminente da Torre de Astronomia de onde estavam, mas decidiu concentrar sua atenção em Hermione.
— Afinal, para onde você vai? — Hermione perguntou curiosa.
— Só um lugar. — Deanna segurou o rosto de Hermione e deu um beijo no queixo da grifinória. — Não se preocupe comigo, eu vou ficar bem.
Sorrindo suavemente para ela, Hermione se inclinou, mas parou por um momento. Ela achou que não era apropriado fazer isso, então começou a se afastar, mas para sua surpresa, Deanna a puxou para um beijo. Hermione ficou congelada por um momento antes de começar a beijar Deanna de volta, seus braços ao redor da cintura da Lufa-Lufa.
— Eu gosto de você, Hermione Granger. — Deanna sussurrou com uma voz delicada.
— Eu gosto de você, Deanna Dumbledore. — Hermione sussurrou de volta, tão delicadamente quanto. O momento terno compartilhado entre elas foi o bastante, o bastante para dar coragem a Deanna para o que ela precisava fazer.
— Vou indo agora. — Deanna sorriu e deu um último beijo na mão de Hermione antes de se virar com a bolsa na mão.
— Fique segura! — Hermione gritou enquanto observava Deanna se afastar. Deanna levantou uma mão para dizer a Hermione que a ouviu e Hermione sorriu para sua figura caminhando mais uma vez antes de também voltar para o castelo.
Deanna andou por Hogsmeade com a cabeça baixa, ignorando os sussurros enquanto andava. Ela sabia por que todos estavam ali. Estavam ali para o funeral do pai dela, e ela não queria que a reconhecessem, então ela ficou de cabeça baixa o caminho todo.
Finalmente, Deanna chegou ao Cabeça de Javali e parou na porta. Ela respirou fundo e fechou os olhos. Aberforth e Ariana provavelmente já sabiam o que aconteceu com Dumbledore, mas ela sentia que tinha uma responsabilidade. Uma responsabilidade de contar a eles o que aconteceu naquela noite.
Deanna levantou uma mão trêmula e bateu na porta. Demorou alguns minutos até que a porta finalmente se abrisse. Lá estava Aberforth, seu cabelo parecendo desgrenhado e seus olhos tão vermelhos que era claro que ele tinha acabado de chorar.
— Pequena Ari, amor? — Aberforth resmungou. — O que você está fazendo aqui?
— Tio Ab. Pops está morto. — Deanna não conseguiu evitar de cair em lágrimas. Aberforth rapidamente a levou para dentro da pousada vazia, fechando a porta para que não chamassem atenção. Ele lhe deu um abraço apertado, chorando silenciosamente. Ariana os observou de seu retrato, cobrindo a boca para não atrapalhar o momento íntimo entre tio e sobrinha.
O que as pessoas frequentemente esqueciam era que Albus Dumbledore também tinha uma família. Ele tinha uma irmã em um retrato, um irmão em um bar e uma filha herdeira da fênix, e sua família tinha seus arrependimentos. Ariana por não poder passar muito tempo com ele e por desprezá-lo quando tudo o que ele queria fazer era ajudar o mundo. Aberforth por nunca perdoá-lo e por sempre pensar mal dele. E Deanna... Deanna tinha muitos arrependimentos, mas o que ela mais lamentava era não poder expressar seu amor tanto por Dumbledore.
Quando se acalmaram, Deanna e Aberforth sentaram-se no bar com Ariana, todos em silêncio enquanto olhavam para suas próprias bebidas. Todos estavam muito perdidos em seus próprios pensamentos sobre Dumbledore.
— Snape. Snape o matou. — Deanna falou depois de um tempo. Aberforth e Ariana trocaram olhares antes que o primeiro simplesmente assentisse. Moody veio contar a ele sobre as notícias da noite anterior, e ele manteve a calma até o antigo Auror ir embora, mas assim que ficou sozinho com Ariana, ele não conseguiu se manter calmo.
— Estou tentando. — Aberforth disse trêmulo. — É difícil fazer isso, mas estou tentando perdoá-lo. Espero que você me entenda, amor. Ele é meu irmão, mas a dor... A dor nunca iria embora, e agora, ele está... — ele não conseguiu terminar a frase. Ele se sentiu mal pelo que estava dizendo. Dumbledore estava morto, mas ele não conseguia perdoá-lo ainda.
— Oh, Ab. — Ariana disse com uma voz triste, seu coração se partindo ao pensar que eles nunca mais se reuniriam. Ela perdoou seu irmão mais velho há muito tempo, mas sabia que era muito mais difícil para Aberforth, que teve que viver sozinho por um longo tempo.
— Eu entendo, tio Ab. — Deanna deu um tapinha em seu ombro, tranquilizando-o. — Eu sei como isso te machucou. E você não precisa se forçar a perdoá-lo ainda. Mas por hoje, podemos simplesmente esquecer tudo e apenas lembrar do Pops como um irmão e pai amoroso?
Aberforth e Ariana concordaram imediatamente e logo mudaram de assunto, falando sobre suas próprias memórias com Dumbledore, rindo e sorrindo enquanto o faziam. Era quase como se Dumbledore estivesse lá com eles no momento, e parecia que tudo ficaria bem enquanto estivessem juntos.
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Inúmeras pessoas foram ao Cabeça de Javali nos dias em que ouviram que Deanna e Aberforth estavam hospedados lá. Eles expressaram suas condolências aos Dumbledores restantes, que simplesmente agradeceram sem dizer mais nada.
Não melhorou. A dor da morte de Dumbledore ainda estava lá, não foi curada de forma alguma, mas de alguma forma, porque Deanna, Ariana e Aberforth ficaram juntos, ficou mais fácil suportar a dor.
Deanna olhou pela janela do seu quarto e suspirou, voltando a se preparar. Ela deveria se encontrar com o Ministério hoje em Hogwarts para o funeral do pai, mas não estava com vontade de fazer isso. Aceitar a morte dele era uma coisa. Planejar o funeral dele era diferente. Mas Deanna terminou seus preparativos e pensou consigo mesma que Dumbledore iria querer que ela fizesse isso.
Ela desceu as escadas e sorriu para o prato de cachorro-quente e o copo de leite achocolatado na mesa. — Ei, tia Ari. Onde está o tio Ab?
— Bom dia, amor. — Ariana cumprimentou agradavelmente. — Ele está em algum lugar, ele não disse.
— Tudo bem. — Deanna assentiu e começou a tomar seu café da manhã.
Ariana de repente percebeu que Deanna estava usando um vestido formal. — Você vai sair, Dee?
— Hoje é a preparação para o funeral do Pops... — Deanna explicou enquanto usava o garfo para mover os cachorros-quentes. — Vou me encontrar com o Ministério em Hogwarts hoje.
De repente, a porta se abriu atrás deles e, para a surpresa de Deanna, Sirius, Remus, Ria e Tonks entraram, mas ela ficou mais surpresa ao ver que Ria e Tonks estavam de mãos dadas.
— Olá, Dumbledore Jr. — Sirius sorriu para Deanna. — Como você está?
— Estou bem. — Deanna ainda estava olhando para eles com surpresa nos olhos. — E vocês quatro?
— Bem... — Ria começou timidamente. Ela levantou as mãos entrelaçadas dela e de Tonks, e Tonks não conseguiu evitar corar, dando um tapa no braço do Auror.
— Estamos felizes por vocês duas. — Ariana riu do novo casal. Deanna fez sinal de positivo com o polegar para as duas, um sorriso no rosto.
— Nós dissemos, vocês duas não precisavam se preocupar. — Remus cutucou as duas garotas levemente. Ele se virou para Deanna com confusão. — Você vai a algum lugar, Deanna? Você parece bem arrumada.
— Sim, vou me encontrar com o Ministério hoje para o funeral. — Deanna explicou mais uma vez. Com suas palavras, os dois casais se entreolharam com confusão nos olhos. Deanna e Ariana trocaram olhares, imaginando o que estava acontecendo.
— Mas alguém já foi a Hogwarts para planejar o funeral. — Tonks disse com surpresa na voz.
— O quê? Quem? — os olhos de Deanna se arregalaram e ela pensou em quem poderia estar ali, já que ela era uma das pessoas para quem o Ministério havia enviado a carta.
— Aberforth está lá. — as palavras de Ria deixaram Deanna ainda mais surpresa e ela piscou por um momento antes de falar.
— Tio Ab?
— É, ele nos disse para vir aqui tomar uma bebida depois que ele se encontrar com eles. — Remus disse. — Você não sabia?
— Acho que nos lembramos agora... Talvez, tenhamos esquecido. — Ariana respondeu por ela, embora a verdade fosse que ambas não sabiam. Deanna nem contou a Aberforth sobre isso porque não queria fazê-lo se sentir desconfortável, especialmente porque ele ainda não havia perdoado Dumbledore completamente.
Deanna tinha um sorriso no rosto pelo fato de que Aberforth deixaria de lado sua raiva para ajudar seu irmão a ter seu descanso final. A porta se abriu naquele momento e Aberforth entrou, vestindo suas melhores vestes de mago.
— Oh, olá, amor, você acordou. — Aberforth sorriu para Deanna e beijou o topo de sua cabeça.
— Vamos comer, tio Ab. — Deanna sorriu de volta e Aberforth assentiu, juntando-se à conversa com os quatro membros da Ordem, Ariana e Deanna. Ela não precisava se preocupar com nada. Seu pai estava em boas mãos. Ele ficará bem.
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— Ei, tio Ab. — Deanna falou enquanto eles terminavam o jantar. Era finalmente a noite anterior ao funeral, então eles estavam todos quietos, perdidos em seus pensamentos.
— Sim, amor?
— Obrigada por organizar o funeral. — Deanna disse agradecida. — Eu não sabia como você descobriu, mas obrigada.
— Você deixou aqui. — Aberforth sorriu tristemente para ela. — E é minha responsabilidade. Você não deveria estar organizando o funeral do seu pai só por causa dos rancores do seu tio. Agora, você deveria descansar. Temos uma longa manhã amanhã.
Deanna deu a ele e a Ariana um abraço apertado. — Obrigada. A vocês dois. — ela subiu para seu quarto, deixando Aberforth e Ariana para vê-la ir.
— Ela vai ter que seguir sua própria jornada, não é? — Ariana perguntou com lágrimas nos olhos.
— Ela é igual a Albus, Ari. — Aberforth cerrou os punhos e enxugou as lágrimas. A única razão pela qual ele ainda não conseguia perdoar Dumbledore é porque seu irmão nem contou a Deanna o que ela estava prestes a enfrentar, o que ela precisava fazer e qual destino a esperava.
— Nós teremos que estar lá por ela, Ab. Até o fim.
Deanna deitou-se na cama e olhou para o teto. Amanhã, ela teria que dizer adeus. Seu pai estará descansando no lugar que ele mais amou, no lugar onde ele morreu, e o fato de alguma forma confortou Deanna porque, pelo menos, eles poderiam honrar seus desejos uma última vez.
Mas não era irônico? Ela não achava que seria assim, mas o primeiro funeral que ela iria comparecer seria o funeral de seu pai. Deixou um gosto amargo nela, mas ela estava feliz por estar lá para se despedir dele. Deanna olhou pela janela e se perguntou como estava Fawkes. Eles fizeram uma promessa de voltar um para o outro, mas quando seria isso?
Os olhos de Deanna se arregalaram porque ela podia sentir isso de novo. O sentimento que não vinha a ela desde que eles tinham ido à caverna para pegar a Horcrux falsa. Ela se levantou e olhou para trás, seus arredores mudaram mais uma vez e lá estava Voldemort, seu rosto branco e frio, contorcido em um sorriso.
— Dumbledore está morto. — disse Voldemort de forma arrogante. — Nada disso teria acontecido se você tivesse decidido deixar a morte daquele sangue-ruim passar em primeiro lugar. Talvez, eles todos estivessem vivos. Seus amigos, seu pai...
— Cale a boca, seu bastardo! — Deanna o xingou, sua mão apertando a varinha. — Você ordenou que Snape o matasse, não foi?
— Bem, acho que sim. — Voldemort riu e começou a andar ao redor dela. — Eu assumo metade da culpa, mas quem estava lá? Você. Você estava lá, mas não fez nada. Você o deixou morrer.
— Não, droga. — Deanna balançou a cabeça e fechou os olhos, lágrimas surgindo. — Eu não podia fazer nada, eu...
— Venha comigo. — Voldemort disse de repente em voz baixa.
Os olhos de Deanna se abriram e endureceram em um olhar. — Você é louco? Por que eu iria com você depois de tudo o que você disse e fez? Eu seria uma idiota se ainda tivesse alguma afeição por você. Se você fez tudo isso por mim, se você disse todas essas palavras estúpidas para tentar me convencer a ir com você, você está errado.
Apesar da mágoa e surpresa em seus olhos, Deanna caminhou até ele. Ela o olhou nos olhos e falou em um tom firme. — Eu não te amo mais. Eu amo Hermione Granger, e nada que você diga ou faça vai mudar isso, então pare de vir falar comigo.
Sentindo-se satisfeita, Deanna se virou e esperou voltar, mas a voz de Voldemort a impediu. — Então você ama aquela sangue-ruim?
— Não a chame assim. — os olhos azuis de Deanna brilharam dourados momentaneamente, encontrando os olhos vermelhos de Voldemort.
— Então, eu vou atrás dela. — Voldemort andou em sua direção, falando em tom ameaçador. — Eu vou matá-la, seus amigos e todos que você ama neste mundo. Talvez então você perceba que deveria ter vindo comigo desde o começo. Isso é uma promessa.
Deanna não deixou seus olhos vacilarem, embora bem no fundo ela sentisse um pouco de medo. E se ele realmente fosse atrás de Hermione e de todos? E se ela colocasse outra pessoa em perigo? Mas antes que ela pudesse dizer qualquer outra coisa, Voldemort havia desaparecido e ela estava de volta ao seu quarto no Cabeça de Javali.
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Deanna respirou fundo enquanto se sentava na frente, esperando o funeral começar. Aberforth decidiu ficar atrás para não chamar atenção, e Deanna o entendeu. Atrás dela estavam Sirius, Remus, Ria e Tonks que felizmente lhe deram espaço, mas ao mesmo tempo, ficaram lá por ela.
As pessoas foram até Deanna e deram suas condolências à jovem. Ela reconheceu alguns deles e os outros ela não conhecia. Havia os velhos amigos de seu pai, os membros da Ordem, alunos e professores de Hogwarts, os Weasleys e os fantasmas de Hogwarts, até mesmo Pirraça, que geralmente era alegre. Ela até viu algumas pessoas de quem não gostava. Fudge, Skeeter, Umbridge e o próprio Ministro.
Os amigos dela também vieram até ela. Ernie, Susan e Justin. Pansy, Daphne, Theo e Blaise. Neville, Luna e Ginny. Jemina, Eleanor e Noah. Ela era grata por todos eles, mas, de alguma forma, suas palavras não conseguiam ajudar a preencher o vazio em seu coração.
Enquanto esperava, Deanna virou o medalhão no bolso várias vezes para se lembrar de que, depois desse funeral, ela não teria tempo para ficar deprimida. Ela tinha uma missão. Uma missão que seu pai começou. Uma missão para ela e Harry terminarem. Uma mão segurou a dela, e ela sorriu ao ver Hermione sentada à sua direita.
Deanna entrelaçou os dedos com os de Hermione e apenas segurou firme, agora sentindo calor e conforto. De repente, houve um grito horrível vindo do lago e as pessoas começaram a procurá-lo. Ela fechou os olhos e se lembrou de quão gentil seu pai era com todas as criaturas, aprendendo sereiano para se comunicar com elas. Até os tritões estavam sentindo tristeza no momento. A música deles refletia perda e desespero.
— Está começando. — sussurrou Hermione para Deanna. Ela se virou e viu Hagrid caminhando pelo corredor enquanto chorava silenciosamente. Ela engoliu o nó na garganta quando viu o corpo de Dumbledore, envolto em veludo roxo salpicado de estrelas douradas.
Deanna pôde sentir o frio novamente ao ver seu corpo. Isso a fez lembrar exatamente como sua morte aconteceu e ela piscou para conter as lágrimas imediatamente. Ele parecia tão frio. Assim como Deanna se sentia desde que ele morreu. Deanna sentiu alguém apertar sua mão e viu lágrimas caindo no colo de Hermione. Ela colocou um braço em volta de sua namorada, tentando confortar as duas.
Hagrid colocou o corpo sobre a mesa antes de recuar pelo corredor enquanto assoava o nariz. Ele deu um tapinha no ombro de Deanna enquanto ia, e Deanna sutilmente enxugou uma lágrima, sabendo o quanto Dumbledore significava para Hagrid.
Um homenzinho de vestes pretas se levantou e ficou em pé na frente do corpo de Dumbledore. Deanna não conseguia entender o que ele estava dizendo, e não conseguiu evitar o pequeno sorriso que surgiu em seu rosto. Se Dumbledore fosse fazer esse discurso, ele não teria falado sobre "nobreza de espírito" ou "grandeza de coração". Ele teria falado sobre o calor das meias e como um simples prato de cachorro-quente poderia mudar o mundo.
Deanna se sentia grata agora pelos anos que passou com seu pai. Ela tinha um relacionamento próximo com seu pai e, claro, eles tinham seus altos e baixos, suas brigas e segredos, mas isso só os ajudou a se tornarem mais fortes do que nunca. E ela olhou para seu colo com lágrimas nos olhos. Mas ela não teria nada disso agora. Ele se foi. Ela agarrou o medalhão com força em sua mão e deixou suas lágrimas caírem. Ele se foi para sempre.
Deanna olhou para o lago, vendo os tritões ali, e enxugou suas lágrimas. Ela tinha que continuar agora. Ela queria ser uma filha da qual Dumbledore se orgulharia. Ela olhou para o céu e sorriu. Ela não deixaria mais ninguém morrer. Não por ela.
A Texuga Barulhenta, a Deanna Aventureira, a Herdeira das Fênix ia lutar com tudo o que tinha. Deanna ia queimar o fogo.
O homenzinho parou de falar e voltou a sentar-se. Deanna manteve os olhos no corpo de Dumbledore e, de repente, chamas brancas e brilhantes irromperam ao redor dele e da mesa, fazendo os outros gritarem. As chamas subiam cada vez mais alto até obscurecerem o corpo. Fumaça branca espiralava no ar e fazia formas estranhas.
Uma lágrima caiu dos olhos de Deanna quando ela notou uma fênix voando das chamas alegremente para o azul. Um segundo depois, as chamas desapareceram e em seu lugar estava uma tumba de mármore branco envolvendo o corpo de Dumbledore e a mesa na qual ele havia descansado. Houve gritos de choque mais uma vez quando uma chuva de flechas voou pelo ar.
O tributo dos centauros. Ela olhou para trás e os viu desaparecendo na floresta enquanto os sereianos afundavam de volta na água. Deanna olhou para o lado e viu que o rosto de Hermione estava vidrado de lágrimas. Ela esfregou o polegar na mão de Hermione e olhou para a garota nos olhos. Ela sorriu suavemente e beijou a mão de Hermione. A grifinória sabia que ela deveria ser a única a confortar Deanna, mas ela não conseguia evitar. Dumbledore era realmente um homem gentil, até mesmo a defendendo de Malfoy chamando-a de sangue-ruim. Ele não merecia isso.
Deanna foi até o caixão e lhe deu um último beijo. Seu último adeus. Depois desse momento, ela teria que ser forte. Nada mais de luto. Apenas uma Deanna Dumbledore pronta para a guerra.
'Sinto muito. Vou terminar isso. Eu te amo.'
Palavras simples, mas que significavam tudo para Deanna. Palavras que ela não conseguiu dizer a ele, agora ela finalmente podia dizer. Ela sorriu para o caixão de Dumbledore e enxugou suas lágrimas antes de voltar para seu assento ao lado de Hermione.
Deanna podia ver as pessoas começando a se levantar, e viu Harry e Noah indo para o lado. Ela se perguntou sobre o que eles estavam falando quando alguém deu um tapinha em seu ombro.
— Ei, Dee. Posso falar com você um momento? — Jemina perguntou com um pequeno sorriso.
Deanna olhou para Hermione, que assentiu, antes de se levantar. — Claro. — Jemina a levou até a árvore perto do lago, onde ninguém poderia ouvi-los.
— Você vai voltar? — Jemina perguntou de repente.
Deanna olhou para ela confusa antes de falar. — Não voltarei ano que vem, Jem.
— Deanna...
— Isso colocará todos em perigo, e você sabe disso. Eles vão me levar se eu ficar aqui. Hogwarts não é mais segura.
Jemina a encarou por alguns momentos antes de dar um passo em sua direção e abraçá-la com força. Isso não era um adeus, era apenas um até a próxima.
— E você e El têm que correr com suas famílias. — Deanna sorriu apesar das lágrimas em seus olhos. Maldito Voldemort. Eles não mereciam isso. Eles não mereciam ter suas vidas arruinadas assim. — Vocês duas são nascidas trouxas...
— Eu não vou fugir, Dee. Eu vou ficar. — as palavras de Jemina surpreenderam Deanna. Ela e Jemina se encararam, uma parecia horrorizada e a outra parecia firme com sua decisão.
Deanna olhou para ela. — Você não entende, Jem? Eles vão te matar...
— E eu não vou me esconder enquanto você estiver aí fora. — Jemina falou firmemente, segurando a mão de Deanna com força. — Alguém precisa estar aqui por nós, e eu serei isso, Deanna. Assim como você esteve lá por nós, eu estarei lá por todos também. Eu prometo.
Deanna parecia querer protestar antes de suspirar. Havia um fogo nos olhos de Jemina que ela via demais nos seus. Ela pensou em algo que poderia fazer. Ele pode não concordar, mas ela ainda tinha esperança. Ela abraçou Jemina mais uma vez, sabendo que não conseguiria convencer a garota do contrário. Ela só esperava que Jemina fosse forte até o fim.
— Fique forte, Jemina. Fique forte até eu voltar.
— Eu sei que você vai voltar, Dee. — Jemina disse sinceramente. — É por isso que eu escolhi fazer isso. — ela se afastou e sorriu para Deanna antes de ir embora, deixando Deanna olhando para suas costas com emoções misturadas.
— Oi, Deanna.
Deanna pulou com a voz repentina e viu Ron ali. Ron de repente abriu os braços, parecendo envergonhado. — Eu sei que palavras não fazem muito, então talvez um abraço... — ele foi interrompido porque Deanna de repente o abraçou forte. Ele congelou em sua posição por um momento antes de abraçar Deanna também.
— Eu sei que é difícil, mas você tem a nós, Dee. Assim como eles estiveram lá por você, nós estaremos lá o tempo todo. — as palavras de Ron eram exatamente o que Deanna precisava ouvir, e elas eram muito parecidas com os Weasley, muito parecidas com seus ancestrais e seus amigos. Simples, mas reconfortantes.
— Isso realmente significa muito, Ron. Obrigada. — Deanna sorriu para ele, afastando-se do abraço.
— Ah, certo. Não se esqueça do casamento, certo? Primeiro de agosto. — Ron a lembrou.
— É, não posso perder isso. Estarei lá. — Deanna deu um tapinha nas costas dele, pensando no casamento. Pode ser absurdo. Ter um casamento durante esses tempos de guerra, mas talvez fosse o que eles precisavam. Ela sabia que seu pai adoraria estar lá.
Deanna olhou em volta procurando por Hermione, mas viu outra pessoa perto do lago. Ela estava prestes a ir até sua amiga de aparência mal-humorada quando alguém bloqueou seu caminho. Deanna revirou os olhos para o homem. — Sim, Ministro?
— Eu estava esperando ter uma conversa... Você se importa se eu caminhar um pouco com você?
— Acho que já trocamos palavras o suficiente, Ministro. — respondeu Deanna com uma sobrancelha erguida. Ela estava prestes a contorná-lo quando ele falou novamente.
— Deanna, essa foi uma tragédia terrível. — disse Scrimgeour calmamente. — Não posso lhe dizer o quão chocado fiquei ao ouvir isso. Dumbledore era um bruxo muito bom. Tivemos nossas divergências, como você sabe, mas ninguém sabe melhor do que eu...
— Deixa eu adivinhar, é essa bobagem de novo?
Scrimgeour pareceu irritado por um momento antes de modificar sua expressão para uma de tristeza. — Você está, é claro, devastada. Eu sei que você era muito próxima de Dumbledore. Você é a filha que ele amava tanto. O vínculo entre vocês dois...
— Chega de falsa tristeza, Ministro. — Deanna cruzou os braços. — Estou ficando cansada de ouvir mentiras.
A expressão de Scrimgeour agora mudou para uma, significando negócios. — Senhorita Dumbledore, você estava com ele quando ele deixou a escola na noite em que morreu. Você e o Senhor Potter.
— Quem disse?
— Alguém estupefatou um Comensal da Morte no topo da torre depois que Dumbledore morreu. Também havia três vassouras lá em cima. O Ministério pode somar dois e dois, Deanna.
— Parabéns então, não pensei que isso fosse possível. — quando ele pareceu querer gritar, Deanna continuou. — O que aconteceu comigo e meu pai não é da sua conta. Eu te disse antes e estou te dizendo de novo agora. Não estou me arrependendo da minha decisão.
— Tal lealdade é admirável, é claro. — disse Scrimgeour, que parecia estar contendo sua irritação com dificuldade. — Mas Dumbledore se foi, Deanna. Ele se foi.
— Ele pode estar morto, mas seu espírito vive em mim, em Hogwarts. — Deanna sorriu ironicamente, embora tudo o que ela quisesse fazer fosse dar um soco na cara do Ministro.
— Minha querida... Nem Dumbledore pode retornar do...
— Eu não sou idiota, senhor. — Deanna o interrompeu. Sua voz estava calma, mas seus olhos tinham um brilho perigoso. — Você pode insultar a mim e ao meu pai, mas não pode tirar nada de mim.
Scrimgeour hesitou devido ao medo antes de falar em um tom mais gentil. — O Ministério pode lhe oferecer todos os tipos de proteção, sabia, Deanna. Eu ficaria encantado em colocar alguns dos meus Aurores a seu serviço...
Deanna o interrompeu com uma risada sarcástica. — Meu Deus, Ministro. Eu pensei que você fosse inteligente, mas acho que pensei errado.
— Senhorita Dumbledore! Estou falando sério...
— Como você tem comandado o Ministério? Você tem comandado bem? Você ainda coloca pessoas inocentes na cadeia para proteger sua imagem de falsa glória. — Deanna balançou a cabeça para ele. — Eu nunca me arrependi da minha decisão naquela época, e ainda não me arrependo agora.
Scrimgeour olhou para ela. — Vejo que você é...
— A filha do meu pai. Isso mesmo. — disse Deanna com um sorriso. — Tenha um bom dia, senhor.
Deanna passou por ele e andou em direção a Harry, que ainda estava olhando para o lago. Ela sentou-se ao lado do grifinório. — Vejo que Scrimgeour falou com você também?
— Sim, o mesmo pedido que ele fez no Natal. — Harry riu amargamente.
— Eu vi você e Noah conversando. — Deanna disse de repente. — Você está bem?
— Acho que não. — Harry olhou para o lago. — Eu terminei com ele. É-é muito perigoso nesses tempos. Eu só vou colocá-lo em perigo, mesmo que ele seja um puro-sangue. Eu... Droga, eu o amo, Dee.
— E você o ama tanto que o deixou ir. Você ficará bem no final, Harry. Noah te ama. E você também. O tempo abrirá um caminho para vocês dois. — Deanna colocou um braço em volta de Harry, tentando confortá-lo o máximo que podia. De repente, Deanna se lembrou de sua conversa com Voldemort na noite anterior. Ela sabia que ele faria de tudo para matar Hermione, especialmente depois de descobrir que Hermione era namorada de Deanna.
Deanna engoliu o nó na garganta e falou. — Você não vai voltar, vai?
— Não. — Harry olhou para ela seriamente. — Deanna, nós vamos caçar as Horcruxes e eu queria perguntar se você vem.
Deanna estava prestes a concordar quando se lembrou de Voldemort mais uma vez. Voldemort podia ver os arredores dela. E se ele a alcançasse enquanto ela estivesse com eles? E se ela os levasse todos para a morte?
Deanna fechou a boca antes de balançar a cabeça, tirando o medalhão do bolso e colocando-o na mão de Harry. — Sinto muito, Harry, mas também tenho algumas coisas para fazer. Sozinha.
Harry olhou para ela com confusão e decepção antes de concordar. Ele colocou o medalhão falso no bolso. — Eu entendo. — ele se levantou e sorriu para ela. — Vejo você em breve então, Dee.
— Até a próxima, Harry. — Deanna sorriu de volta para ele e lhe deu um último abraço. Ela soltou um suspiro quando viu Hermione vindo em sua direção. Ela olhou ao redor e viu que não havia mais ninguém. Eram suas escolhas que determinariam o resultado desta guerra, e agora, ela precisava fazer uma escolha. Uma escolha que poderia machucá-la como o inferno, mas uma escolha que era necessária.
— Hermione. — Deanna falou assim que Hermione chegou perto dela, mas Hermione ficou surpresa por causa do tom que Deanna usou. Não era do feitio de Deanna falar com ela daquele jeito. Um tom frio e sem emoção.
Deanna se preparou para o que estava prestes a fazer. Ela encarou os olhos de Hermione com um olhar tão frio que fez Hermione se perguntar o que poderia ter acontecido para deixar Deanna daquele jeito. Foi algo que Harry ou Rony disseram? Ou Scrimgeour? — Vamos parar com isso.
— P-parar o quê? — Hermione estava aterrorizada agora. Ela tinha um pressentimento sobre o que Deanna iria dizer, mas não queria ouvir. Ela não queria que suas suspeitas fossem verdade.
— Vamos terminar.
E foi como se um balde de água fria tivesse sido jogado sobre ela com essas palavras. Hermione não conseguia entender. Elas estavam bem há apenas alguns minutos atrás. Por que tudo tão de repente? Ela sentiu seu coração batendo forte contra seu peito, mas não devido à excitação, era devido à dor.
— O que? — Hermione perguntou num sussurro. Um tom de partir o coração que fez o coração de Deanna vacilar um pouco, mas Deanna repetiu em sua mente. Era para o bem de Hermione. Era para a segurança de Hermione. Ela não estaria segura se Deanna ficasse com ela. Ela precisava fazer isso.
— Sinto muito. — Deanna disse em um tom firme. Ela olhou nos olhos de Hermione e tentou mostrar apenas frieza, mas Hermione conhecia Deanna. Ela podia ver nos olhos de Deanna que havia aquela mesma emoção que Hermione tinha toda vez que olhava para Deanna. Amor.
Uma lágrima dos olhos de Hermione e Deanna teve vontade de enxugá-la, mas ela resistiu e cerrou os punhos. Hermione balançou a cabeça. — Não, você não pode fazer isso. Talvez, você só precise de um tempo. Eu te darei tempo, ok? Você pode pensar...
— Hermione, vamos parar com isso, por favor...
— Não. — Hermione soluçou. Partiu o coração de Deanna ouvir Hermione soluçando daquele jeito e doeu mais ser a razão de seu coração partido. — Por favor, tire um tempo, e eu esperarei por você. Esperarei sua resposta.
Deanna olhou para sua figura chorando por um momento, querendo apenas tomar a grifinória em seus braços. — E se este for realmente o fim?
— Eu ainda vou esperar por você. — Hermione pegou as mãos de Deanna nas suas. — Porque eu...
— Não. — Deanna fechou os olhos e gentilmente empurrou as mãos de Hermione para longe, ainda falando naquele tom frio. Seu coração começou a bater mais rápido ao pensar que Hermione realmente a amava, mas ela não queria ouvir. Não quando ela sabia que seriam necessárias aquelas três palavras para sua resolução quebrar. — Não diga isso. Não torne isso mais difícil do que já é, Granger.
— Ah, então estamos recorrendo a sobrenomes agora? — Hermione soltou um escárnio. — Por que você está agindo assim? Eu sei que é difícil...
— Você não sabe. — Deanna balançou a cabeça. — Você não sabe o quão difícil é.
— É isso mesmo. Eu não sei. Mas eu posso te ajudar. — Hermione implorou a ela, querendo entender, suas lágrimas caindo livremente agora. — Eu posso te ajudar, Deanna. Apenas me deixe.
— Sinto muito, Hermione, mas acabou. — Deanna levantou a mão como se quisesse enxugar as lágrimas de Hermione, mas ela a moveu para o ombro de Hermione, dando-lhe um tapinha antes de se afastar do Granger, deixando dois corações partidos. Hermione ficou ali congelada por um momento, mas ela se lembrou daquela emoção nos olhos de Deanna. Amor. E isso foi esperança suficiente para Hermione.
Hermione se virou e gritou. — Olhe nos meus olhos! Olhe nos meus olhos e diga que você não me ama.
Deanna fechou os olhos e tentou se afastar dela, mas Hermione a agarrou pelo pulso e segurou seu rosto. Deanna abriu os olhos quando sentiu a respiração de Hermione batendo em seu rosto. Ela viu Hermione olhando para ela com lágrimas caindo de seus olhos, apenas alguns centímetros entre eles.
— Você me ama? — Hermione perguntou suavemente.
'Sim.' Era o que Deanna queria dizer, mas ela não podia colocar Hermione em perigo mais do que já tinha. Então, ela se acomodou com um balançar de cabeça. Ela fixou os olhos no céu acima de Hermione, sabendo que um olhar nos olhos da Grifinória a faria quebrar e dizer a verdade.
— Eu não amo. Só houve uma pessoa por quem me apaixonei, e essa pessoa foi Tom Riddle. Eu só tive uma atração por você que cresceu porque eu tentei me convencer de que não o amava mais. Eu olho para você agora, e percebo que nunca tive sentimentos por você.
Deanna finalmente olhou nos olhos de Hermione e sentiu seu coração frio mais uma vez, a mesma frieza envolvendo-a como quando seu pai morreu. — Eu não te amo, me desculpe. Desejo-lhe segurança e felicidade, Hermione. — ela não conseguiu se conter então. Ela beijou Hermione na testa antes de se virar e seguir seu caminho, lágrimas brotando em seus próprios olhos.
Enquanto ela andava, ela viu Harry e Ron lá. Ron olhou para ela com um pequeno sorriso. — Deanna, você está...
— Por favor, cuidem de Hermione. — Deanna sorriu para eles antes de passar por eles, deixando os dois olhando para ela com confusão. Harry e Ron decidiram voltar para onde Hermione estava e seus olhos se arregalaram quando a viram no chão, chorando muito. Eles correram para sua amiga leitora imediatamente.
— Mione. — Harry disse preocupado. — O que aconteceu?
Mas Hermione não conseguia falar. Ela só continuou chorando pelo relacionamento dela e de Deanna. Ela sabia que não era verdade. Deanna era boa em falar, mas seus olhos nunca conseguiam esconder suas verdadeiras emoções. No entanto, as palavras ainda a machucavam. Ela sabia que Deanna estava fazendo isso por um bom motivo, mas ela ainda não conseguia evitar sentir dor.
Harry e Ron se entreolharam, imaginando por que ela estava chorando, mas se lembraram das últimas palavras de Deanna para eles e assentiram, abraçando Hermione com força. Deanna tinha algo a ver com isso. Eles não sabiam o que aconteceu, mas só esperavam que o casal ficasse bem logo.
O que mais a machucou foi o fato de que Deanna estava sozinha agora. Ela não tinha Dumbledore, ela não tinha Hermione. A grifinória tinha Harry e Ron e seus pais, mas quem Deanna tinha? Outros poderiam pensar que ela era estúpida. Pensando em Deanna quando era seu próprio coração que estava partido, mas ela conhecia Deanna. Ela a amava também, e depois de hoje, ela se recomporia e continuaria. Continuaria amando Deanna Dumbledore e mantendo sua promessa de que ela nunca deixaria a fênix.
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Deanna saiu do quarto com os olhos vermelhos e a bolsa na mão. Aberforth e Ariana olharam para ela preocupados enquanto ela descia. Eles não sabiam o que aconteceu com ela algumas horas atrás. Tudo o que sabiam era que ela voltou com os olhos vermelhos, e eles pensaram que provavelmente era por causa do funeral.
— Vejo você em breve, tia Ari. — Deanna deu um abraço no retrato antes de sorrir para Aberforth. — Vamos, tio Ab?
— Tome cuidado, Dee. — Ariana gritou de seu retrato.
— Sim, amor. — Aberforth abriu a porta e ela saiu primeiro, mas seu queixo caiu quando ela saiu porque bem ao lado da porta estava a única fênix que ela estava esperando todo esse tempo. Fawkes estava lá, tão majestoso como sempre com suas penas vermelhas e douradas.
— Fawkes. — Deanna sussurrou. Ela caiu de joelhos e abraçou a fênix com força. — Você voltou.
Fawkes soltou um grito e levantou uma asa para enxugar uma lágrima solitária que caiu do olho de Deanna. Ela sorriu para ele agradecida antes de se levantar. Aberforth estendeu a mão para ela e Deanna a pegou, fechando os olhos para sentir a sensação da Aparatação. Em um momento, ela sentiu uma brisa bagunçar seu cabelo e abriu os olhos.
Deanna sorriu suavemente. — O velho Mould-of-the-Wold.
— Ah, eu tenho muitas memórias aqui. — Aberforth tirou sua varinha do bolso. — Deixe-me conjurá-la agora.
Deanna assentiu e sorriu para Fawkes que estava voando ao lado dela. — Você está bem? — Fawkes soltou um grito e acariciou a bochecha de Deanna. Deanna sorriu de volta e beijou o topo da cabeça dele. — Estou feliz que você esteja bem. — ela e Fawkes ficaram ali, observando Aberforth lançar o Feitiço Fidelius silenciosamente.
Depois de alguns momentos, Aberforth finalmente parou e sorriu para ela. — Está feito. — ele então olhou para Deanna com preocupação. — Tem certeza de que ficará bem aqui? Você pode viver comigo e com Ariana.
— Eu vou ficar bem, tio Ab. — Deanna deu-lhe um último abraço. — Obrigada.
Aberforth beijou o topo da cabeça dela e assentiu. — Vejo você em breve, amor.
Deanna acenou para ele enquanto ele desaparatava. Ela se virou para Fawkes e sorriu. — Vamos. — elas entraram na velha casa e Deanna olhou ao redor com um sorriso amargo. Era melhor para ela viver aqui durante o verão. Ela não queria colocar seu tio e sua tia em perigo, então decidiu ficar aqui.
Deanna caiu de volta no sofá e cobriu os olhos com o braço. Ela se lembrou de tudo que disse a Hermione e, sem saber, suas lágrimas começaram a cair. Ela soltou um soluço. — Eu a amo, Fawkes. Eu a amo.
Fawkes soltou um grito e acariciou Deanna, tentando confortar sua dona chorosa. Ele não sabia por que ela estava chorando, mas tudo o que sabia era que estaria lá para o humano ligado a ele até a morte.
Na noite em que Dumbledore morreu, Deanna percebeu exatamente o que sentia por Hermione. Que ela amava a Grifinória, mas não podia dizer a ela. Não podia dizer porque isso só colocaria Hermione em apuros, especialmente porque ela era uma nascida trouxa. Ela só esperava que, quando chegasse a hora, Hermione pudesse perdoá-la e entender as escolhas que ela fez.
Deanna prometeu a si mesma que pararia de lamentar e chorar depois desse dia. E ela chorou de todo o coração para Fawkes. Pode não ter havido ninguém para abraçá-la naquele momento, mas ela sentiu como se seu pai estivesse lá com eles, dizendo a ela que estava tudo bem. Ela ficaria bem.
E quando o amanhã chegasse, Deanna estaria pronta para lutar. A herdeira das fênix e a herdeira das cobras. Antes amantes e agora líderes de dois lados opostos da guerra. Ela lutaria até seu último suspiro e garantiria que eles vencessem. Por seu pai, por seus amigos e por Hermione Granger.
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