- Olha só quem chegou! - diz Crowley, ao ver Henry e Alastair entrando na sala de espera.

- Mestre, você veio! - Alastair não esconde a felicidade ao ver o seu velho tutor.

- Claro, eu não iria perder a oportunidade de ver o meu garoto Ally no momento mais importante da vida dele.

Ao estender o braço para cumprimentar o seu protegido, Crowley dá uma boa olhada em Henry.

- Henry Joseph Baum, você está cada dia mais velho.

- E você está cada dia mais gordo, John - responde Henry.

Os dois se encaram por uns segundos e depois começam a rir.

- Que bom que veio, velho amigo - Henry diz, apertando a mão de Crowley.

- Velho aqui é só você - replica Crowley, rindo - Venham, sentem-se.

Os três sentam em torno de uma pequena mesa de vidro.

- Como foi a viagem, mestre?

- Horrível, é a última vez que deixo um preto ser o meu motorista, parece que ele mirou em todos os buracos da estrada.

Henry e Alastair começam a rir.

- Aliás - Crowley continua - Se tudo der certo hoje, essa será a última vez que você poderá me chamar de "mestre", Ally.

Alastair fica surpreso.

- Espera, isso quer dizer que...

- Sim - interrompe Crowley - Se o seu projeto for aceito, Richard irá me promover a Monarca.

- Isso é incrível! - Alastair responde.

- Não sabia que Richard era tão idiota para te colocar no Conselho, John.

- Ele está querendo gente nova e confiável perto dele, já que a maior parte do Conselho são velhos que podem morrer a qualquer segundo.

- Isso faz sentido - Alastair concorda.

- Não é? O maior exemplo é o seu pai aí - ele aponta para Henry - Não duvido nada que, semana que vem, ele morra de velhice.

- Acho que você morre do coração antes disso - Henry responde.

John dá risada e faz uma continência para o velho companheiro de guerra.

- Você não parece nervoso, Ally.

- Acredite, mestre, eu estou.

- Não precisa se preocupar, tudo vai dar certo, seu projeto é arriscado, mas pode revolucionar o nosso trabalho. Sem contar que, o Conselho está realmente interessado na sua ideia, só tem que tomar cuidado com...

- Os Bispos, eu sei - interrompe Alastair.

- Esses desgraçados. Se acham os donos da razão só porque a Igreja é quem paga mais, nem parece que eles também são os que mais usufruem dos nossos projetos.

Henry concorda com a cabeça, Crowley continua:

- Aquele Bartholomeu é o pior de todos, fala tanto de gastos, nem parece que ele é o maior assassino de bonecas da...

- Eu não continuaria falando se fosse você, John - Richard diz, chegando no recinto - Lembre-se, as paredes tem ouvidos.

- Você é quem manda, meu patrão - Crowley responde, revirando os olhos, se levantando para o cumprimentar, Henry e Alastair também se levantam.

- Monarca Helms, é uma grande honra poder conhecê-lo pessoalmente - fala Alastair, estendendo a mão para Richard.

- O prazer é meu, garoto. Estamos todos ansiosos para ver o que você tem para nós, seu pai e John falaram muito de você.

- Espero que tenha sido coisas boas.

- Claro que foram boas, porque você acha que está aqui - ele pisca para Alastair.

Outros homens de terno começam a entrar na sala, todos se dirigindo a sala de reunião, atrás de uma grande porta de mogno que ficava num canto da sala de espera.

- Os membros do Conselho já estão chegando, é melhor você se preparar, garoto.

Alastair acena com a cabeça.

- Sim, senhor - ele responde, pegando sua maleta e seus papéis.

- Crowley e Henry não entram - Richard diz, indo em direção a sala - O garoto vai sozinho.

- Mas, Monarca Helms...

- Sem "mas", Henry - ele se vira em direção aos dois - Hora de ver do que seu garoto é capaz, fiquem aqui esperando.

Crowley se senta de novo na poltrona e acende um cigarro.

- É o jeito né.

- Eu vou ficar bem, pai - Alastair coloca a mão no ombro de Henry - Me deseje sorte.

- Boa sorte, Ally - Crowley estende o cigarro pro garoto.

- Obrigado, mestre.

- Boa sorte, filho.

- Valeu, pai.

Richard acompanha Alastair até a sala de reuniões.

- Hora de ver do que você é feito, rapaz.