▪ O GLOBO DE OURO DE 2019 VAI DAR INÍCIO A TEMPORADA DE PREMIAÇÕES COM UM ESTRONDO, COMEÇANDO PELOS INDICADOS.

▪ 'THE FAVORITE' RENDEU A PRIMEIRA INDICAÇÃO AO GLOBO DE OURO PARA JAMIE HARINGTON, DE 26 ANOS, E A GAROTA DE LONDRES NÃO PODERIA ESTAR MAIS FELIZ. 

▪ JAMIE HARINGTON E RACHEL WEISZ FORAM INDICADAS AO GLOBO DE OURO DE MELHOR ATRIZ COADJUVANTE POR SEUS PAPÉIS EM 'THE FAVORITE', E AQUI ESTÃO AS RAZÕES PELAS QUAIS ACHAMOS QUE O PRÊMIO É DE UMA DELAS. 

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— Eu te vi em The Favorite — disse o garoto com sotaque forte, sentado ao lado de Jamie na pequena sala de espera, de um prédio minúsculo no centro de Londres.

Charlie tinha enviado aquele endereço para Jamie, dizendo que o teste que tinha marcado para ela tomaria lugar ali. Ela tinha lido o suficiente para entender que era uma adaptação de um livro que tinha saído há pouco tempo, mas que apesar disso tinha feito barulho o bastante para garantir a adaptação pelas mãos da BBC.

Jamie mal tinha trabalhado com produções direcionadas para a televisão, como séries ou minisséries, mas parecia uma boa oportunidade, e lendo parte do roteiro que fora disponibilizado para si, ela entendeu sobre o que Charlie falava. A história tinha muito potencial se adaptada da maneira correta.

— Oh — Jamie se surpreendeu, ainda que não devesse realmente. O filme vinha fazendo barulho nas sessões limitadas que estavam sendo disponibilizadas apenas pelos cinemas do Reino Unido, enquanto a estreia mundial tomaria espaço apenas em janeiro — E o que você achou? — ela puxou o assunto.

— Legal — o garoto deu de ombros — Hm, você provavelmente não me conhece, mas temos o mesmo agente — ele disse.

— Temos?

— Sim — ele acenou — Charlie. Eu assinei com ele no último ano, e não fiz realmente nada grande no cinema ou na televisão, mas consegui uns bons papéis no teatro. Ele me falou bastante sobre você, fiquei curioso para te conhecer.

— E ele te mandou aqui? — Jamie perguntou, ainda que parecesse claro.

— Na verdade, eu soube sobre o papel e como a história é de longe uma das mais delicadas que já li, eu implorei para ele me conseguir um teste — explicou o garoto — E você?

— Ele me enviou parte do roteiro e apenas avisou que eu deveria estar aqui no primeiro horário.

— Marianne? — ele perguntou.

— Aham — Jamie acenou, respondendo a questão, de que aquele era o papel que buscava — Connell?

— Você me imagina fazendo ele? — o garoto fez uma expressão brincalhona, imitando uma falsa tristeza e então riu de leve, na companhia de Jamie.

— Qual o seu nome? — Jamie perguntou.

— Paul — ele respondeu e estendeu a mão, para que pudesse apertar a de Jamie, e assim eles fizeram — E caso não tenha ficado claro eu sou irlandês — ele brincou.

— Se você não tivesse falado eu provavelmente não saberia — Jamie apresentou com ironia e Paul riu levemente.

— Eu tenho uma entrada para Summer and Smoke, amanhã — Paul comentou — Se eu soubesse que te encontraria aqui eu tinha me poupado de comprar as entradas para tentar alguma de graça — ele disse brincando.

— Não seria tão fácil — Jamie manteve o clima leve — Mas talvez valesse a tentativa.

— Paul...? — a voz doce de uma das diretoras de elenco tomou o espaço, no tempo que Jamie e Paul viraram o rosto apenas para ver que a hora do teste do garoto havia chegado. Ele acenou para Jamie, não sabendo se teria tempo de fazer aquilo quando saísse, e seguiu pela porta até sumir de vista.

Jamie voltou a atenção para a janela frontal em direção a onde ela estava. Ela viu como o tempo parecia aberto, e o sol brilhava forte. Batendo o pé apreensiva no chão, em um compasso apressado, foi assim que Jamie ficou até depois do que parecia ter sido pelo menos quarenta minutos, quando Paul deixou a sala de testes sorrindo, conversando com a mesma diretora que tinha o chamado. Ele teve tempo para acenar uma última vez na direção de Jamie, quando essa foi chamada para o seu teste.

A garota entrou um pouco mais ansiosa que o esperava, mas deu o seu melhor. Ela estava preparada, apesar de tudo, porque sabia que como primeira audição, aquele momento não podia demorar mais do que alguns segundos para ela apenas dizer seu nome para uma câmera de vídeo. Se acharem que o caminho era correto, ela seguiria, e foi exatamente o caminho tomado.

Jamie causando uma boa impressão leu linhas adicionais, tomando um bom tempo até ser dispensada, com uma quase certeza de que provavelmente receberia uma resposta do teste.

Ela deixou aquele prédio velho no centro sem pressão, e assim que colocou os pés na rua viu que Paul ainda estava ali. Parado em frente a um Ford Fiesta em tom acinzentado. Ele acenou na direção da garota, essa que se aproximou sentindo o sol em seu rosto, e então o irlandês perguntou como tinha sido o teste.

— Bom — Jamie respondeu — Eu provavelmente estava muito mais nervosa do que achei que estaria, mas e o seu?

— Acho que fui muito bem, mas vou tentar não pensar tanto porque se não der certo eu não quero ficar tão decepcionado — ele disse — Hm, você está indo para algum lugar?

— Para casa — Jamie respondeu.

— Aceita uma carona?

— Eu vivo em Kensal Green — Jamie falou — Não é exatamente perto daqui.

— Bem, eu vivo em Chiswick, meio que é caminho — Paul deu de ombros — Mas se você achar que o tubo é melhor, eu não vou discordar — ele disse, mantendo o clima agradável.

Jamie considerou por um momento, porque realmente não se importaria de pegar o metrô de volta para casa, mas também não queria dispensar Paul - e ela tinha gostado mesmo da energia do garoto - então, educadamente Jamie aceitou a carona, e embarcou com ele no pequeno Ford Fiesta em direção a Kensal Green.

Ele ligou o rádio, e como um anúncio do universo, a música que saiu e tomou o carro foi "Call It What You Want". Jamie acabou deixando um sorriso de lado e escapar, e Paul inevitavelmente percebeu.

— Isso é sobre você? — ele perguntou virando na Harrow Road, apenas para fazer o mesmo até a College Road.

— A música? — Jamie devolveu a questão, querendo ter certeza.

— Sim.

— É estranho dizer que sim... — Jamie apresentou — Porque é realmente esquisito ter uma música sobre você tocando no rádio... mas sim.

— Isso é muito legal, sabe — ele deu de ombros — Ela ter escrito isso e tal...

— É, eu também acho.

— Vocês estão há dois anos juntas?

— Sim.

— E a coisa toda sobre o MET Gala é verdade?

— Eu estou começando a pensar que você vai montar uma matéria sobre mim — Jamie brincou.

— Ah, que merda... — Paul fingiu descontentamento — Você me descobriu. Mas não, eu só fiquei realmente curioso. Vocês duas são tipo o casal mais comentado nesse momento e ainda sim ninguém sabe nada sobre.

— A ideia é essa, Paul.

— Privacidade?

— Algo assim — Jamie deu de ombros — Os últimos relacionamentos de Taylor foram bem expostos, e não só ela não queria isso para a gente, como eu também não estava buscando nada disso.

— Isso parece ser complicado.

— Bem, é literalmente a vida dela — Jamie deu de ombros — E é realmente o que vem quando se tem esse tipo de sucesso.

— Você fala como se não fosse tão conhecida quanto ela.

— Ah, eu não sou.

— Você é o rosto de três grandes filmes do próximo ano — Paul pontuou — E tem um outdoor iluminado enorme com o seu rosto em Piccadilly Circus, anunciando Summer and Smoke.

— Mas isso é outra coisa. O parâmetro é outro — Jamie tentou explicar — Se eu andar por Los Angeles desacompanhada ninguém vai nem mesmo se importar. Se Taylor fizer isso... Bem, ela não vai nem mesmo sair do lugar.

— O nível de exposição é diferente? — Paul perguntou — Estou perguntando isso honestamente. Acho que nunca parei para pensar sobre.

— Totalmente. Eu acho que nunca conversei sobre isso diretamente com alguém, mas ser uma estrela pop, como Taylor, é completamente insano. Como atriz, há um nível de anonimato que consigo ter, o que é realmente legal — Jamie disse — E eu consigo resolver minhas coisas, seja lá o que for, sem que ninguém precise saber disso.

— Sendo uma estrela pop os limites meios que se perdem, então?

— Sim, algo assim. Limites — respondeu Jamie — Hoje eu consigo entender o que é para mim, e gosto disso, enquanto que Taylor está começando a atingir um momento em que consegue sair dos olhos de todo mundo para viver certas coisas, mas ainda sim as pessoas comentam sobre ela, e é só... Isso reflete um pouco sobre o nosso relacionamento, mas eu sei como seria mil vezes pior se eu estivesse no mesmo ramo de trabalho que ela.

— Bem, parece que eu escolhi o ramo certo — Paul deu de ombros — Mas não é como se eu soubesse cantar de qualquer forma, então... — ele brincou, fazendo Jamie sorrir levemente.

— Você está trabalhando em alguma coisa?

— Nesse exato momento? — Paul perguntou, e Jamie respondeu com um murmuro positivo — Não exatamente. Eu não estou em cartaz com nada, e nenhum teste que eu fiz me deu um callback, mas eu ainda pago minhas contas, então estou trabalhando em um bar perto de onde moro.

— Qual o nome?

— Bell & Crown — Paul respondeu — É um lugar super divertido às margens do Tâmisa. Você deveria passar lá qualquer dia desses.

— Talvez eu arraste alguns amigos nestas próximas semanas.

— Seria legal — Paul disse, e Jamie acenou levemente antes de deixar o espaço cair em um silêncio, que só não fora completo porque "Saturday Sun" tomou conta do carro, com a voz de Vance Joy soando calma.

O trajeto não seguiu por tanto tempo, quando minutos depois Paul estacionou em frente a igreja renovada seguindo a indicação de Jamie. Ela se despediu, dizendo que esperava o ver de novo, e que ele recebesse o callback do teste que tinha feito naquele dia. Paul agradeceu, e respondeu algo muito parecido, então acenou uma última vez e seguiu seu caminho na direção de Chiswick.

Jamie não passou tanto tempo em casa, quando logo precisou sair para ir em direção ao Duke Of York's Theatre. Por mais uma noite de Summer and Smoke, e foi no fim do espetáculo que ela acabou descobrindo sobre algo muito particular que tinha acontecido naquela tarde - ela não tinha tido conhecimento antes, por ter estado totalmente imersa em outros assuntos. Matthew, sua co-estrela, sorriu em sua direção e a desejou "parabéns", se referindo a indicação que Jamie tinha recebido no Globo de Ouro. As indicações haviam sido anunciadas naquele início de noite - ainda início de tarde em Los Angeles, e aparentemente era tudo sobre o que estavam falando pelo sites de cinema, pelas redes sociais e todas aquelas coisas.

O elenco de Summer and Smoke a parabenizou, e alguns insistiram para que saíssem para comemorar aquilo, mas Kit estava esperando Jamie na entrada do teatro, com seu Infiniti Q60, o cupê de luxo esportivo de 2 portas em tonalidade escura, dizendo que Deborah, David, Rose, John e Kate estavam os esperando no Nando's, para um jantar de comemoração, como nos velhos tempos, com wrap de frango e batatas fritas.

Kit então dirigiu na direção do Nando's em West Hampstead e chegando lá, em uma das mesas da frente com vista para a janela que seguia de uma parede a outra, a família de Jamie parecia mergulhada em um assunto leve.

Deborah foi a primeira a se levantar, abraçando a filha e dizendo o quão orgulhosa ela estava. David fez o mesmo, seguido de Rose, Kate e John, esse último que parou por mais um momento para falar com a mais nova. Logo os sete se sentaram, e pedindo bebidas para acompanhar o assunto a noite se seguiu realmente leve. O restaurante estava cheio, como sempre se mostrava naquele horário, e Kit chamou a atenção, assim como Jamie, mas ninguém se atreveu a cortar o espaço e se aproximar, por conta do clima familiar disposto na mesa, ainda que houvesse quem tentasse tirar fotos despercebidamente.

Lá pela metade da noite, o celular de Jamie tocou, e como uma surpresa foi o nome de Taylor que apareceu na tela, indicando uma solicitação de chamada de vídeo. Jamie pediu licença se levantando, acenando que tinha uma ligação para atender, e ela terminou em frente ao restaurante, sorrindo na direção da tela ao ver Taylor na área externa da casa em Los Angeles, com o sol dando um tom ainda mais bonito aos seus olhos.

— Ei, Jamie Harington, indicada ao Globo de Ouro — Taylor sorriu levemente.

— Hey, Mrs. Taylor Swift — Jamie devolveu.

— Como é ser, agora, uma indicada ao Globo de Ouro? — Taylor perguntou.

— Meio que ridículo — a mais nova disse. Ridículo para os britânicos era mais como uma gíria, que queria dizer inacreditável ou mesmo incrível, e ainda que de início Taylor havia demorado a entender aquilo, pela quantidade de vezes que tinha escutado Jamie falar, ela mesma tinha incorporado aquele significado da palavra para si.

— Você saiu para comemorar?

— Na verdade, Kit passou para me buscar no fim do espetáculo e nós viemos para o Nando's.

— Ah, claro. O que é uma coisa normal na Inglaterra — Taylor acompanhou, com o tom calmo na voz — Hm, eu realmente sinto saudades do Nando's agora. Aqui nós estamos privados dos wraps de frango com manga e milho grelhado.

— Queijo halloumi grelhado e o arroz picante — Jamie lembrou

— E as batatas fritas também são incríveis.

— Sempre.

— Bem, eu só queria te parabenizar. Austin me mandou a notícia por mensagem, e eu... eu fiquei realmente sem reação, então imagina você.

— Parece loucura, admito. Eu não pensei que fosse receber uma indicação, mas definitivamente não estou reclamando.

— Definitivamente não. Ei, eu preciso ir agora, mas eu espero que você tenha uma boa noite, ah, e manda um beijo para os seus pais — ela fez questão de dizer.

— Claro — Jamie sorriu com cuidado — Até depois, Teffy — ela disse.

Taylor não pôde deixar de sentir um sorriso se espalhando em seu rosto ao ouvir a voz de Jamie do outro lado da tela. Apesar da distância entre elas, ela sentiu uma sensação de proximidade que só aumentava enquanto conversavam. Não importava que não fosse na mesma sala ou na mesma cidade; apenas ouvir a voz de Jamie e compartilhar um momento juntas fazia Taylor se sentir mais feliz do que nunca.

— Até depois, Jamie.