you believed you loved me
▪ SUMMER AND SMOKE VAI AO DUKE OF YORK'S THEATRE EM TRANSFERÊNCIA PARA O WEST END.
▪ JAMIE HARINGTON FARÁ SUA ESTREIA NO WEST END EM 'SUMMER AND SMOKE'
▪ SUMMER AND SMOKE TEM UMA ESTREIA BRILHANTE COM A PRESENÇA DE KARLIE KLOSS, ANDREW SCOTT E KIT HARINGTON, MAS O QUE CHAMA MESMO A ATENÇÃO É A AUSÊNCIA DE TAYLOR SWIFT NO DEBUTE DE JAMIE HARINGTON EM WEST END.
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Parecia muito difícil imaginar "Summer and Smoke" em melhor forma do que aquela construída e apresentada na noite de 10 de novembro no Duke Of York's Theatre, em St Martin's Lane, Westminster, Londres. A excelente encenação sob o comando de Rebecca Frecknall conseguiu levar uma pequena peça de Tennessee Williams para revelar o grande drama em sua essência - uma fábula devastadora de amor não correspondido, momentos perdidos e as maneiras como as pessoas parecem desperdiçar a pouca vida que têm. Marcando uma estreia no West End, o projeto teve duas performances fenomenais: Jamie parecia entregar um tremor de antecipação como Alma; enquanto o John de Matthew Needham era um puro rio de desespero.
Lendo a peça, Jamie sentiu que queria sua personagem e o de Matthew juntos, sabendo muito bem que eles pareciam condenados a se separar. Foi quase agonizante dar vida a isso. Especialmente quando sua própria vida parecia em uma resolução como essa. Traduzindo a angústia do palco para o mundo real, ela e Taylor pareciam comtemplar muito a ideia de que talvez estivessem fadadas a se separar, pelo menos os dias indicavam tal resolução.
Independentemente disso, a ideia de talvez cair em um lugar ruim ao compor a vida deu a Jamie uma profundidade diferente para interpretar Alma. Desde sua primeira imagem impressionante - Jamie, iluminada, ofegante - em "Summer and Smoke", ela parecia certa para o papel. Tanto que, com base nessas evidências, parecia difícil entender por que aquele texto não era rotineiramente considerado um dos melhores trabalhos de Williams. Frecknall defendeu isso ampliando seus personagens e desfocando o fundo. Seu elenco de apoio desempenhou vários papéis, mais como arquétipos do que como indivíduos - mães e pais, amantes e fofoqueiros - e, à medida que a comunidade da pequena cidade começou a diminuir, o foco total da peça recaiu sobre seu par central: uma beleza frágil, sulista, e um cara que se apresentava como uma fera. Parecia o jeito de Williams, a fórmula que ele ajustou jogo após jogo: Stanley e Blanche; Maggie e Brick; Laura e o Gentleman Caller que partiu seu coração. Em forma destilada, "Summer and Smoke" soou como um tiro direto de seu autor.
Na história, Alma Winemiller parecia obcecada por seu vizinho, Dr. John Buchanan. Ela era uma alma frágil, a filha de um ministro cuja mãe enlouquecera, e ele não era nada disso, o filho de um médico que começara a beber. Criada em uma família espiritual, Alma não era mundana, pelo contrário, uma professora de canto de voz pura que se mostrou delicada demais para a vida. John, em contraste, foi atraído pelos prazeres terrenos: abandono, luxúria, crueldade e, apesar de seus instintos mais básicos, a imagem de Alma. A doçura dela parecia uma salvação de sua autodestruição deprimente, mas ele não pôde evitar. Quanto mais ela a adorava, mais cruelmente ele a afastava.
O par não poderia ser mais perfeitamente lançado. Jamie começou tão tímida quanto Alma; Needham era um lobo como John desde o início. Ela estava sempre na ponta dos pés e ele estava sempre olhando para ela. Engolindo ar e soluçando com risadinhas nervosas, Jamie usou seu coração durante tudo isso, de modo que tudo o que ela sentia passava a metros de distância, bem visível, em seu rosto. O John de Matthew estava vigilante, rondando Alma como um coiote perseguindo uma presa fácil. Você nunca podia ter certeza do que ele estava fazendo ou mesmo se ele estava sendo sincero. Ele era atencioso em um segundo, um médico dedicado, depois implacável no seguinte, e a Alma de Jamie sempre ficava perplexa e surpresa pela malícia não provocada, confiando demais para não se machucar repetidamente.
Parecia uma terrível tragédia - duas pessoas unidas por um amor que não podiam suportar, destinadas a arruinar uma à outra repetidamente.
Enfatizando a eternidade invocada no roteiro de Williams com metrônomos e hinos flutuando no alto, Frecknall procurou elevar seu relacionamento a um assunto metafísico. Alma e John tornaram-se forças opostas, dois lados da natureza humana: claro e escuro, santo e pecaminoso, espírito e carne. Mas ainda era absolutamente um drama humano.
Jamie e Matthew fizeram com que o público de pouco mais de seiscentas pessoas se preocupasse profundamente com a dupla que representavam, quaisquer que fossem suas feridas e falhas.
Apropriadamente, para uma peça que mostrava o lado oposto da beleza e do desejo, ela parecia arrebatadora. O design sobressalente envolvia o palco com sete pianos verticais, seus estojos abertos, suas entranhas à mostra. À medida que a orquestra pontuava a ação ao vivo, às vezes com notas tilintantes, às vezes tortas, a atmosfera era arrepiante. Belos sons vinham desses objetos mecânicos - uma refutação direta da visão reducionista de John que via apenas corpos e não deixava espaço para a alma - sendo esta a parte imaterial do homem, dotada de existência individual, e que subsistia após a morte do corpo; o espírito, a alma. Ou mesmo Alma, a figura tímida de Alma, a jovem garota.
Em vez disso, tudo puxava em duas direções: piedade e maldade, escuridão e luz. Com o palco sempre sugerindo um ringue de briga, mesmo quando os tijolos nus atrás dele se erguiam como paredes de catedral. A iluminação engrossava o ar com fortes tons dourados e o profundo calor do sul, mas o atravessava com feixes de luz branca fria e nítida. Como se a luz e a escuridão seguissem travando uma batalha no alto enquanto dois opostos se atraíam, apenas para se repelirem repetidamente.
Em conclusão, tudo parecia muito... estranho, do ponto de vista de Jamie. Esse estranho paralelo permaneceu, de encontro ao mesmo tempo com sua vida. Seu personagem era tão exigente, e a história, de algum modo, tão próxima, que estava forçando Jamie a direcionar um olhar para si mesma, de perto.
E aquilo era bastante desconfortável.
Mas ela deixou o palco aliviada. Aliviada de que tinha dado seu melhor. Suspirando em descompasso, ela chorou um pouco quando abraçou Deborah no Backstage. Então o choro aumentou quando foi a vez de David a envolver. O fato de que John, Kit, e mesmo Birdie e Kyle, com o pequeno Leo, também estavam lá acrescentou a ela um "quê" de familiaridade, e a garota se sentiu melhor, mesmo com a clara ausência de Taylor.
Três semanas atrás a mais velha tinha pegado um voo em direção a etapa da Oceania de sua turnê. No dia anterior ela tinha feito seu último show antes do encerramento no Tokyo Dome, com os dois concertos na Ásia, e ainda que tivesse deixado claro que tentaria seu máximo para aparecer na estreia de Jamie no glamoroso e movimentado West End, que todos conheciam como o coração da cena cultural de Londres, Taylor tinha falhado com o compromisso, mas não por querer realmente falhar.
Ela tinha estado treze horas à frente de Londres, e com o voo tomando um dia por completo, quando Taylor colocou os pés em Londres, foi para se encontrar com a casa de Jamie, em Kensal Green, em um silêncio total. Enquanto isso no início da manhã, depois de sua noite de estreia, Jamie estava em um café no Regent's Park, o Broad Walk, que se encontrava em um cenário encantador no lado oeste do Broadwalk, a meio caminho entre a Chester Road e a Ready Money Fountain.
O lugar era como um snack-bar clássico que servia uma variedade de cafés, wraps e saladas, para além de batatas fritas e alguns pratos cozinhados. Os assentos eram principalmente do lado de fora, com grandes árvores que forneciam sombra sobre muitas das mesas que acomodavam até 10 pessoas, mas existiam algumas pequenas mesas dentro e sob a varanda ao redor, para até quatro pessoas, e foi em uma delas em que Jamie se acomodou, depois de uma corrida com Cenric e Karlie. A modelo que, por grande parte do ano dividia o tempo entre New York e Paris, estava em Londres com cada vez mais frequência, por uma razão clara - Cenric - e no dia anterior, foi com o garoto de Bristol que foi ver a estreia de Jamie.
Nos últimos dias elas vinham conversando, por causa de Taylor, mas também por razões que envolviam Cenric, e com o final de ano se aproximando, e a maioria do círculo social de Jamie extremamente ocupado, ela vinha passando as manhãs com Cenric. Primeiro só os dois, correndo no Regent's e parando para um café costumeiro, depois Karlie fora adicionada a rotina, e tudo vinha parecendo muito familiar.
Para Jamie era como uma boa arrumação, para Cenric também, e Karlie - mesmo adorando os momentos - era quem carregava a terrível graça de ser o ponto único que nos últimos tempos vinha mantendo a conexão entre Jamie e Taylor. Claro, como arranjo óbvio, as duas se falavam, mas nunca diziam muito, então pelas manhãs Jamie perguntava se Karlie tinha conversado com Taylor, no que durante à noite, Taylor mandava mensagem perguntado como tinha sido a leve corrida da modelo com Jamie, em desculpas para saberem uma da outra.
Naquela manhã, Jamie perguntou se Taylor tinha mandado uma mensagem para Karlie, mas ela não tinha, então lá estava a resposta. De modo que quando chegou em casa, cansada pelo esforço, foi andando pela escadaria, com a luz que passou pelo vitral sobre si, que teve uma surpresa completa ao encontrar Taylor dormindo em seu quarto.
Com os olhos azuis descansando, o cabelo dela estava solto e alguns fios caíam pelo seu rosto, enquanto ela estava de bruços, se agarrando ao travesseiro maior, onde Jamie dormia. Naquela posição, onde o pescoço e a coluna não ficavam de maneira neutra, sobrecarregando a musculatura dessas duas regiões, parecia bem claro como Taylor acordaria incomodada, e Jamie ponderou se despertava a mais velha, para que ela pudesse se deitar direito, ou não. Mas acabou deixando isso de lado e caminhou na direção do banheiro para tomar seu tempo embaixo do chuveiro.
Jamie se perdeu completamente no tempo, demorando mais que o esperado, ao ponto de que quando deixou o chuveiro, Taylor já tinha acordado, e estava com uma xícara de café nas mãos enquanto acompanhava algo na televisão, encostada na bancada da cozinha.
Nenhuma das duas queria discutir, ou mesmo dar início a uma conversa que vinham enrolando há tempos, e Jamie nem mesmo se mexeu para ser a primeira a falar qualquer coisa. Taylor foi a que fez isso, mas sem tato algum, o assunto que puxou foi o que se refere ao dia anterior. Sem desculpas, sem palavras frisando que sentia muito, nada.
— Tree me mandou uma matéria sobre a estreia de ontem — a mais velha acompanhou — Parece ter sido incrível.
— É... — Jamie acenou, se apoiando no lado contrário da bancada. Ela sorriu levemente — Eu achei que te veria lá.
— Eu não consegui chegar a tempo — Taylor disse, o que já era mais que claro — Eu sinto muito — ela fez questão de se desculpar, mas no seu tempo.
— Eu também — Jamie considerou, dizendo o óbvia. Ela sentia muito, não por ter feito algo, mas sentia muito por toda a situação, e isso permaneceu implícito — Seria legal te ter lá ontem.
— Eu prometo que vou te ver amanhã — Taylor garantiu — Hm, como foram os últimos dias?
— Nada realmente aconteceu — Jamie deu de ombros.
— Certo... — Taylor se mostrou sem palavras. O clima tão estranho, que parecia que ela estava conversando com uma pessoa totalmente estranha a si, e não a garota com a qual tinha se acostumado a se abrir. Mas ela não podia continuar daquele jeito, então parecia claro o arranjo de que postergar a conversa que tinha se previsto em silêncio da última vez, parecia uma decisão horrível — Precisamos conversar — ela comentou.
— Você quer fazer isso agora? — Jamie perguntou.
— Fazer isso agora ou depois... — ela deu de ombros — Mesmo assustada eu sei bem o que quero dizer, e estender isso, ou empurrar para frente não vai mudar a direção das minhas palavras — a mais velha comentou, e Jamie quase comentou: "não vai mudar a direção das minhas também." Mas ela optou pelo silêncio breve seguido daquilo, para só então concordar.
— Certo — a inglesa entendeu, então acenou positivamente. Mantendo aquela distância, com a bancada em tom escuro da cozinha entre elas, Jamie acenou, para que Taylor começasse o que queria dizer.
— Eu disse que não quero me casar agora, o que não significa que não pretendo fazer isso em algum momento — ela disse, tendo ensaiado aquilo milhares de vezes no caminho de Auckland para Londres — Há uma parte de mim que parece ter 57 anos, com todas as coisas que gosto de fazer, e de gostar da estabilidade que é estar em um relacionamento como esse — explicou Taylor — Mas há uma parte de mim que definitivamente não está pronta para ter filhos e definitivamente não está pronta para todas essas coisas de adulto. Eu quero continuar sendo sua noiva, mas simplesmente não sinto que preciso mais impressionar ninguém neste momento, falando sobre o futuro e o casamento. Eu só- — Taylor se interrompeu, suspirando levemente — Não quero ter um prazo definido para que essas coisas aconteçam.
— E eu entendo — Jamie disse simples, surpreendendo Taylor. Mas Jamie era sempre compreensiva, então não deveria ter surpresa, a mais velha se pegou pensando.
— Mesmo?
— Sim... o que não deixa isso realmente mais fácil — a mais nova adicionou.
— O que você quer fazer? — Taylor perguntou, porque era aquela a forma como resolviam. Não era sobre o que ela queria fazer, mas sobre o que as duas podiam fazer respeitando os próprios limites.
— Sendo honesta? — Jamie soltou de maneira retórica, seguindo para despejar sua resposta — Parece que isso não está indo a lugar nenhum e por mais que eu queira agir como em todas as outras vezes em que passamos por situações complicadas, eu não consigo descobrir como seguir em frente.
— Então... você quer terminar? — Taylor sentiu a própria garganta se fechando, e aquela sensação incômoda que aparecia junto das lágrimas, mas ela se conteve e se esforçou muito para não deixar claro que qualquer palavra mínima confirmando sua questão terminaria em choro, da parte dela.
— Claro que não, Taylor — Jamie falou — Mas acho que precisamos de um tempo, para então voltar ao relacionamento com um senso renovado de compromisso. Eu não quero te forçar a nada, mas também não quero esmagar minhas questões em detrimento das suas — ela foi honesta — A questão é... esse tempo é algo que pode ajudar nosso relacionamento a longo prazo.
— Ou pode acabar com o relacionamento completamente — Taylor pontuou, quase irritada.
— É sempre um ponto — Jamie disse — Mas você não gostaria de saber se isso é realmente algo? Se não estamos perdendo tempo?
— Você acha que está perdendo tempo?
— Eu não tenho ideia, Taylor. A realidade... acho que se tornou comum ter nossa relação oscilando entre algumas situações de idas e vindas, e isso é cansativo.
— Isso aconteceu uma vez.
— Nosso relacionamento começou com você fugindo — Jamie pontuou.
— E agora estamos lembrando disso? — a mais velha despejou no ar a pergunta — Eu admito, eu fugi, e em momento algum implorei para que você corresse para me buscar — ela soltou sem pensar, estragando completamente as coisas, o que deixou Jamie visivelmente chateada.
— Muitas vezes, é fácil pensar que nos distanciar de alguém é sempre como um ato sem amor e contrário a tudo que um relacionamento implica — Jamie falou, tentando ignorar a reação de Taylor. Ela realmente não entraria dentro daquilo, dando corda para uma briga que talvez enxergasse um fim. Taylor soltava muita coisa irritada, e se Jamie fosse tirar um tempo e pontuar tudo, elas não sairiam dali nunca mais — A distância é uma parte muito importante da intimidade, e eu acho que é o que preciso. Um momento de distância. Eu preciso entender quem sou como pessoa, e então entender onde estou, e acho que você precisa do mesmo.
— Entender quem você é como pessoa? É isso que você vai usar?
— Você espera que eu diga o quê? — Jamie se irritou, mas não estava usando o tom alto, pelo contrário, ela manteve a voz baixa, o que deixou a situação ainda mais tensa — Eu sinto que absolutamente todos os meus passos estão ligados a você, e eu estava disposta a relevar isso levando em conta para onde parecíamos estar seguindo, mas com uma perspectiva nova parece apenas idiotice entrar de cabeça nisso sem antes pensar em mim.
— O que isso quer dizer? — Taylor balançou os ombros, com incredulidade, sem entender realmente o ponto.
— Quer dizer que minha vida se tornou essa constância atrelada a sua, e tudo que eu faço ressoa ao seu redor, e vice-versa. Acho que desaprendi a ser minha própria pessoa, e qual a razão disso quando a pessoa com a qual estou , me entregando, nem mesmo tem os mesmos planos que eu?
— Se eu soubesse que o casamento era tão importante-
— Nesse ponto isso é mais do que só o casamento, Taylor — Jamie a interrompeu — E essas últimas semanas me deram esse olhar.
— Estar comigo te incomoda?
— Você já reparou como distorceu completamente o ponto do que eu disse? — Jamie perguntou, tentando não se chatear — Claro que estar com você não me incomoda. Eu te amo, Taylor. Não tem maneira mais clara de dizer isso se não essa, é só que... Você precisa de espaço, e eu também — ela disse, mas então se corrigiu — Na verdade, não vou falar por você. Isso é sobre mim, pela primeira vez em toda essa relação. Eu preciso de um tempo meu, e não quero que isso seja um fim, mas um recomeço, e eu- — Jamie se interrompeu, tentando formular aquilo da maneira certa — Eu também não posso te forçar a nada, então se isso não for o que você quer, se um tempo parece demais, e-eu vou entender se terminarmos por aqui.
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