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▪ A NAMORADA DE TAYLOR SWIFT, JAMIE HARINGTON, PODE GANHAR SEU PRIMEIRO GRAMMY POR SEU TRABALHO EM "FOLKLORE". OU DEVO DIZER QUE WILLIAM BOWERY PODE GANHAR SEU PRIMEIRO GRAMMY?
▪ TAYLOR SWIFT E JAMIE HARINGTON NÃO SÃO MAIS UM CASAL. TAYLOR SWIFT COMEÇOU A NAMORAR A ATRIZ JAMIE HARINGTON EM 2016. ATUALMENTE, ELAS SEGUEM CAMINHOS SEPARADOS, DIZ REVISTA
▪ TAYLOR SWIFT E JAMIE HARINGTON SE CASARAM EM UMA CERIMÔNIA PRIVADA ENTRE ELAS, DISSERAM FONTES PRIVILEGIADAS À PEOPLE, APESAR DA ESPECULAÇÃO SEM SENTIDO DE ALGUNS TABLÓIDES SOBRE UM ROMPIMENTO.
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Realmente não havia como adoçar o processo diante de um aborto espontâneo. Além da manifestação física do que aconteceu, era preciso adicionar o estresse, a dor e as emoções, e isso poderia ser complexo e confuso, compreensivelmente.
Foi desgastante e devastador, e embora Jamie e Taylor estivessem lidando com a perda de maneiras diferentes, a situação de alguma forma as aproximou. Não parecia justo, não, a questão ainda era difícil, mas pelo menos a preocupação de não estar à beira de perder o relacionamento junto com a perda do bebê parecia bastante reconfortante.
Nos primeiros dias foi muito difícil. Jamie recusou algumas ligações de sua mãe e quando Kit tentou falar com ela, a garota inventou uma desculpa de trabalho. Paul a cobriu quando surgiram perguntas sobre por que Jamie estava mais distante do que o normal, e isso continuou na semana seguinte até que ela e Taylor entenderam que era hora de seguir em frente, da maneira que elas pudessem.
Elas decidiram crescer juntas porque, embora o corpo de Jamie estivesse passando por isso fisicamente, emocionalmente, a dor, a mágoa e a perda também eram de Taylor. Para seu relacionamento, elas optaram por se abraçar naqueles tempos devastadores e confiar uma na outra. Taylor segurou Jamie em seus dias difíceis e ela, por sua vez, segurou-a quando a viu quebrar.
A chave para superar isso parecia estar na comunicação. Sim, converse e converse, e depois converse um pouco mais. Também havia muitos lugares para obter apoio e, embora Taylor tivesse interrompido suas sessões com o psicólogo há pouco mais de um ano, Jamie nunca interrompeu suas reuniões semanais. Ela fazia as sessões online, algo a que estava acostumada por conta da pandemia, e com a psicóloga estando em Londres, foi pela manhã, ainda bem cedinho, que conversaram.
Jamie ouviu muito. Trabalhar através da dor, dar espaço através da raiva e oferecer apoio através do medo deveriam conectar ela e Taylor, e não o contrário, e elas pareciam no caminho certo com esses arranjos se unindo.
— O que você quer fazer hoje? — perguntou Taylor, na manhã anterior à viagem que faria para Los Angeles.
Ela e Jamie tinham se limitado a ficar em casa, e Taylor resolveu tudo o que pôde remotamente. A americana já se tinha habituado a isso, devido à pandemia, mas nas últimas semanas tinha voltado um pouco à normalidade, e depois, com tudo o que aconteceu, o "quê" da normalidade abalou-se completamente.
— Podemos ir ver Ryan e Blake e as meninas? — Jamie perguntou. Encostada no balcão, de costas para o vidro com vista para a paisagem, ela segurava uma xícara de chá preto, com apenas um pouco de leite, e essa era a primeira vez em tempos que ela conseguia comer alguma coisa pela manhã. Taylor tinha feito uma panqueca de banana para ela e o prato estava vazio.
Com certeza foi uma boa vitória.
— Claro, querida — Taylor concordou — Vou avisar, hm, podemos ir à tarde?
— Aham — ela assentiu.
— Você está melhor? — Taylor terminou de perguntar, não querendo deixar o silêncio cair sobre a sala. Quando isso acontecia, não era estranho, mas também não era exatamente confortável. Era difícil de explicar, mas a sensação era única - de um jeito não exatamente bom.
— Um pouco — respondeu Jamie — É apenas uma situação estranha. Acho que estou evitando olhar para mim mesma, mesmo tentando manter as coisas de uma forma que não me afunde em um lugar onde não consigo sair — explicou ela — Como você está?
— Um pouco confusa — Taylor foi honesta. Ela estava do outro lado do balcão que dividia a cozinha, sentada em uma das banquetas altas. A única coisa que ela comeu no café da manhã foi uma xícara de suco de laranja com ovos e espinafre, e mesmo não tendo o apetite certo, ela não queria cair nos velhos hábitos, então ela estava mantendo as coisas como estavam. Ou como costumavam ser - mesmo que não fossem.
— O que você tem feito para lidar com isso?
— Bem... — Taylor suspirou pesadamente, tentando colocar em palavras o que tinha feito, pois parecia um pouco difícil de exemplificar ou falar. Mas se havia alguém que entendia isso, esse alguém era Jamie, então ela apenas continuou — Tenho escrito algumas músicas, provavelmente músicas que as pessoas nunca irão escutar... — ela sorriu sem tanto ânimo — Porque parece mais honesto do que qualquer coisa que eu já escrevi, e então... Às vezes me pego chorando fazendo coisas simples ou apenas rezando porque acho que não fiz isso o suficiente, e porque, não sei, acho que de alguma forma isso pode me ajudar a entender por que algumas coisas acontecem, mas ao mesmo tempo... — Taylor se interrompeu, ao perceber que se não fizesse isso acabaria chorando, e mesmo já tendo feito isso na frente de Jamie, não quis perder tempo caindo para aquele canto — Falo palavras em que nem acredito, porque deixei toda a ideia de um "Deus" para trás há um tempo, mas agora me pego tentando achar respostas para questões que apenas não as tem, e rezando para algo que nem sei se existe.
— Você sabe que pode fazer essas coisas na minha frente, certo? — Jamie quis ter certeza — Eu sei que- bem, talvez pareço que eu estou no limiar de quebrar e não me recuperar, mas isso não deveria ser algo que você precisa passar sozinha. O que dissemos?
— Que precisamos conversar e conversar.
— E conversar mais um pouco.
— Eu só não queria te encher de preocupação — Taylor disse — Por algum tempo tudo que eu fiz se voltou para isso, te encher de preocupação. Quebrar enquanto você ia lá e juntava os pedacinhos, eu só- não sei, acho que é a hora de fazer isso por você. Dói em mim, claro, mas eu mal imagino como seja do seu ponto de vista.
Jamie acabou não dizendo nada depois disso, e não precisava. Ela sabia o que Taylor queria dizer, e Taylor sabia a resposta quanto aquilo. Algumas coisas pareciam diferentes, e Jamie sabia que Taylor não estava errada em querer assumir um papel que por algum tempo tinha sido dela.
Mais tarde, quando chegou o momento de visitar Blake e Ryan, Jamie terminou desistindo de uma última hora, depois que Blake enviou um áudio agitado dizendo que a casa parecia uma bagunça por conta das garotas e que ela e Ryan poderiam usar um pouco de ajuda já que Inez e James pareciam estar sempre em seu melhor comportamento com a "tia Jamie" por perto.
Blake estava alheia ao momento, e o comentário talvez não devesse ter batido da maneira como bateu, mas Jamie terminou chorando na porta do quarto, enquanto se livrava do cardigã que mal tinha colocado para sair. Ela terminou se embolando na cama, e Taylor - depois de enviar uma mensagem para Blake dizendo que um compromisso de trabalho tinha surgido de uma última hora - apenas parou na entrada do quarto, até tomar coragem e se deitar ao lado da mais nova.
Ela ainda não sabia o quanto de contato era contato suficientemente não invasivo. Jamie parecia mais sensível do que nunca, e tirando o momento no sofá e na banheira, dois dias depois que tudo aconteceu, ela vinha evitando o toque de Taylor.
As conversas estavam ali, mas tudo foi feito com alguns passos de distância, e Taylor não podia nem mesmo dizer nada quanto aquilo, porque ela entendia.
— Você quer falar disso? —Taylor perguntou.
— Não realmente — Jamie foi sincera. Então um silêncio tomou o espaço, até que Taylor viu a mais nova se voltando para o seu lado, e sem um aviso ela a abraçou, passando os braços por sua cintura e escondendo o rosto em seu pescoço — Mas acho que preciso.
Taylor terminou apoiando o rosto em seu cabelo, sentindo o cheio característico do shampoo que ela tinha o costume de usar, com notas de pétalas de jasmim, baunilha, caramelo e sândalo.
— Podemos apenas ficar em silêncio, se for melhor.
— Podemos falar sobre algo... — Jamie sussurrou, então se lembrou de algo que tinha conversado com sua psicóloga no dia anterior — Hm, Miles pensou sobre como deveríamos falar do bebê, apenas conversar sobre ela, para que isso não se torne um assunto estranho ou proibido. Ela disse também que, bem, a dar um nome deixaria tudo mais real, e que isso é importante.
— Eu não tinha nem mesmo pensado nisso — Taylor foi honesta — Mas acho que faz sentido. Você está pensando em algo?
— Eu estive pensando em Mae.
— Oh, é um bom nome.
— É o segundo nome da irmã de William Wordsworth — Jamie disse — Os dois foram próximos durante toda a vida adulta, mas ela não tinha ambição alguma quanto a ser uma autora pública, e ainda sim deixou para trás inúmeras cartas, entradas de diário, imagens topográficas e poemas. E... Não sei, significa algo para a gente — ela se referiu a Lake District, e Taylor entendeu.
Ela não tinha objeções.
— Parece perfeito — a mais velha terminou sussurrando.
No dia seguinte, Taylor deixou Bedford com Jamie, e juntas seguiram para Los Angeles. Parecia bagunçado, mas elas tinham o Grammy, e enquanto Taylor tinha deixado claro de um lado como Jamie não precisaria a acompanhar se não se sentisse bem o bastante para o fazer, a mais nova também deixou claro como queria estar lá.
Era um momento importante, e elas deveriam ter o gosto dele.
Em meio a isso, diante da semana que teria - e de tudo que já estava - Tree ligou exasperada, dizendo que estava indo para Los Angeles, e que elas tinham muito a resolver.
O The Sun terminou publicando uma matéria com falsas alegações de que Jamie e Taylor haviam terminado. Um artigo extenso sobre como a atriz parecia não estar se dando bem com toda a agitação que começava voltar a se aproximar da americana. Segundo a publicação, Jamie também tinha ficado irritada com a falta de privacidade que vinha com estar naquele relacionamento.
Taylor precisou respirar fundo. Então, com calma ela se sentou junto de Jamie, Lizzie e Tree, e a decisão de tudo foi que além de negar os rumores de separação elas soltariam a notícia do casamento através da People. Não seria direto, como tudo que envolvia a vida pessoal de Taylor, mas a conexão da equipe de imagem dela com a publicação, por todos aqueles anos, daria as pessoas o que era preciso saber.
A notícia veio alguns dias depois, como um choque. Os detalhes não foram muitos, mas a "fonte próxima", que não era mais ninguém se não Tree, fez questão de dizer que o casamento tinha sido reservado ao curso da pandemia e que elas estavam muito felizes.
A notícia terminou se espalhando de maneira positiva, e enquanto havia aquela parcela ainda descrente, com comentários como "só acredito se a Taylor falar sobre", havia aqueles mais sabidos, que estavam há tanto tempo acompanhando a garota que sabiam bem que ela não falaria sobre aquilo, não como uma notícia direta.
Quatro dias depois de tudo isso, depois de uma semana agitada de Taylor, Aaron e Jack em ensaios para uma apresentação no palco do Grammy de 2021, Taylor seguiu para a recompensa da equipe de Folklore e de Jamie.
A atriz terminou evitando o tapete vermelho, mas ela estava lá junto à mesa de Taylor, com a mão entrelaçada a da garota quando o Álbum do Ano seguiu para o "Folklore". Jamie também não acompanhou a equipe até o palco, ainda que ela estivesse creditada não apenas como compositora, mas também produtora, e aquele projeto fosse tão dela quanto de Taylor. Ela não subiu no palco porque não estava na energia certa, e tudo parecia demais. Ela sabia que não queria tanta atenção naquele momento, e estava tentando evitar aquilo.
Taylor já tinha ganhado aquela mesma categoria duas outras vezes antes, por Fearless em 2009 e 1989 em 2015. Mas ao contrário dos álbuns anteriores, e mesmo da maioria dos álbuns concorrendo com o dela, "Folklore" tinha sido um produto de uma colaboração que aconteceu completamente após o início dos bloqueios, em um espaço de tempo mínimo. Taylor terminou subindo no palco no Grammy para receber o prêmio em uma mistura de diversos sentimentos. Parecia até difícil dizer ao certo o que ela parecia estar sentindo ou pensando.
Por fim, foi um breve discurso o que ela deu - menos de um minuto de duração. Mas marcou um momento muito público no relacionamento dela e Jamie. Ela falava da garota, e nos últimos dois anos tinha aprendido a ter um bom balanço diante da privacidade e da exposição, e aquilo estava ali, presente.
— Quero agradecer- quero agradecer a James, Inez e Betty e seus pais que são a segunda e a terceira pessoas para quem interpreto minhas músicas novas, além disso, queremos, e digo "queremos" em nome desse grupo... — ela acenou para as pessoas atrás de si, entre Aaron, Jack e Laura — Queremos agradecer aos fãs. Vocês nos conheceram neste mundo imaginário que criamos, e não podemos dizer o quanto nos sentimos honrados por isso. Muito obrigada, e obrigada à Recording Academy. Nunca esqueceremos que vocês fizeram isso por nós. Muito obrigada — ela reforçou — Bem... Jamie, que é a primeira pessoa para quem toco todas as músicas que escrevo, alguém com quem me diverti muito escrevendo músicas na quarentena, eu te amo e quero apenas que você saiba disso. Isso não é algo que costumo fazer, mas estou dedicando isso a alguém... — Taylor terminou levantando minimamente o prêmio, olhando para o gramofone por um segundo — Me lembrando de algo que escrevi há um bom tempo, essa é a época de princesas e navios de piratas e sete anões, mas no caso eu sou esperta e você é o anjo mais lindo de todo o mundo, Mae. Eu me diverti muito conhecendo você, da nossa maneira... Nossas conversas às três da manhã? Ah, as melhores de todas! Eu só- e-eu espero que saiba o quanto te amamos.
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