Eu não sou como eles
Ben encarava uma parede de seu quarto, ele não sentia a menor vontade de ir a escola. Se ele pudesse, ficaria as três semanas em casa, ou até mais. Mas sua mãe não lhe daria esse luxo, não se um médico disse que estava tudo bem, e ele não tinha certeza, que o que eles veriam hoje, lhe daria esse prazer. O castanho se vira, dando de cara com uma camiseta do Batman, com um cheiro muito bom, ele enterra o rosto contra a camiseta, sentindo uma mão mexendo em seu cabelo.
- Seu cabelo tá crescendo rápido. - Diz Heitor, a voz grogue de sono.
- Acha que eu devia cortar?
- Nem pensar.
Ben sorri e enterra mais seu rosto, contra o dorso quente.
- Temos que levantar, coalinha.
- Temos mesmo?
- Temos, eu posso te carregar.
Ele se senta na cama, e sorri para o castanho, passam a mão pelo seu cabelo e depois pelo rosto. Fazendo o menor se sentir derreter ao seu toque.
- Tudo bem.
Heitor o carregou para o banheiro, Ben não pode evitar sentir as bochechas queimavam de vergonha, quando o moreno tirou suas roupas.
- Você é tão lindo. - Sussurra Fortescue.
- Você também é.
- Eu adoro suas pintinhas.
- E eu as suas.
O moreno leva os dois para o chuveiro, ajudando o outro a se banhar, as mãos firmes passando com delicadeza pelo corpo alheio. Ben suspira com a sensação, estranhamento não era excitante, mas sim...inocente, aconchegante. O jeito cuidadoso que seu parceiro cuidava de si, fazia seu corpo queimar, mas não de uma forma ruim, pelo contrário. Ele queria mais, Ben queria muito mais, ser cuidado, amado...protegido. Só que não da maneira que uma mãe cuida de um filho, não não, ele queria ser a donzela em perigo de alguém, ser tratado com toda aquela delicadeza, como se ele fosse frágil, feito de vidro. O castanho não queria aquilo de qualquer um, Ben queria as mãos de Heitor em si, cuidando dele, lhe dando toda essa atenção, o tempo inteiro.
- Quase posso ver e ouvir seus pensamentos, pretty boy.
- Gosto da gente.
O moreno pareceu surpreso, então ele sorriu.
- Eu também gosto da gente, baby.
O resto do banho foi mais silêncio, com excessão das músicas da Legião Urbana, que Heitor cantarola. Saindo do banho, vestidos e de café tomado, eles caminharam até a escola, com o moreno apoiando Ben, ele conseguia a andar melhor hoje, mesmo com uma leve dor.
- Você vai medico hoje?
- Vou sim.
- Tudo bem, quer ir dormir lá em casa?
- Pode ser.
Os dois caminharam devagar até a aula, por sorte do destino ou qualquer divindade, eles haviam saído cedo, para não precisarem se apressar e Ben não se esforçar tanto, então Harry e sua turminha não estavam lá. Os dois sentaram em seus lugares de costume, conversando baixinho, até o professor entrar na sala.
- Bom dia turma, hoje iremos dar continuidade na matéria da aula anterior.
* * *
- Eu vou ao banheiro, já volto tá bem.
- Tá bom, vai lá.
Heitor sorriu e saiu correndo, deixando Ben sentado sozinho na mesa. O castanho começou a mordiscar uns pedacinhos de queijo, quando Harry Greene se sentou a sua frente, ele precisou de muita força de vontade, pra não revirar os olhos.
- Como está o pé?
- Doendo, não que você se importe.
- Só quis ser educado.
- Sei bem.
Os dois ficaram em silêncio por alguns segundos, até o outro voltar a falar.
- Então, direto ao ponto.
- Uh!? - Ele não queria ir direto ao ponto, mas tinha certeza que isso não impediria Harry de continuar. Ben pegou um palitinho com cenouras.
- Você...é igual a ele né, e o Spring.
- Defina, igual a ele, e o Spring.
- Bicha.
- Gay, é a palavra correta no caso do Charlie, e o Heitor é pansexual.
- Tanto faz, não sei o que é isso, e nem quero saber. E não foi isso que eu te perguntei.
- Qual a tua em Harry ?
- Eu que te pergunto, qual a tua? Uh !?
- Você é um babaca intrometido.
- Você tá evitando a minha pergunta.
- Minha vida não te diz respeito.
- Isso é só medo.
- Medo de que, de você? Fassa-me rir, Greene.
O outro garoto se levantou, apoiando as mãos na mesa e se inclinou pra frente.
- Medo de admitir, que você é bicha...ops, gay. - O desgraçado riu. - É, que você gosta de pau, qual a tua em ? Diz pro seu amigo Harry, você gosta de ter um cara te pressionando. Deixa eu pensar, já sonhou com alguém do time de rugby né ? Quem o Nelson, que é igual vocês...ou eu, ou o Gaby.
- Cala a boca.
- É o Gaby ?
- Vai se fuder, cala a boca seu maldito.
- Então sou eu ? - Ele se inclina mais pra perto. - Já teve um sonho molhado comigo, Banny. Talvez eu te fudendo!? Uh, me diz vai, sua aberraçãozinha.
- Urg.
- Ou você prefere o Fortescue? É né, você tá dando pra ele. Ele é seu namoradinho?
- CALA A BOCA SEU MERDA, EU NÃO SOU IGUAL A ELES, E EU NÃO ESTOU COM O HEITOR.
A atenção de todos se virou para Ben, Heitor parou a alguns nuestros de distancia, o sorriso que tinha no rosto, ao ler uma mensagem, havia sumido. Ele enfiou o aparelho no bolso e marchou até Harry e o castanho.
- Você de novo, seu imbecil?
- Calma, eu só vim fazer uma visita.
O moreno rosnou e segurou ele pela camisa.
- Escuta aqui, a minha vida não diz respeito a você, nem a do Ben. Sim, eu gosto de homens, de mulher e de qualquer pessoa, não importa os pormenores, e eu não tenho medo de merdinhas como você. Porque é o seu ser desprezível me incomodar, eu parto a sua cara em duas. Mas Ben não tem nada a ver com isso, então deixa o meu melhor amigo em paz, seu filho do puta.
Heitor empurrou o Greene que cambaleou, depois levantou as mãos em sinal de rendição.
- Calma cara, eu só estava brincando.
- SOME.
Harry riu e deu meio volta, enfiando as mãos nos bolsos e indo embora. Heitor sentou e esfregou o rosto.
- Tor...
- Não.
Ben se encolheu com a rispidez do amigo.
- Okay.
Eles não se falaram desde então.
* * *
- Vocês viram aquilo? - Sussurra Tao.
- É, o que será que Harry disse pro Ben, que o deixou naquele estado? - Pergunta Nick.
- Provavelmente tocou no possível relacionamento dele com o Heitor...e a sexualidade dele. - Pondera Isaac.
- O eles...somos nós, não é ? - Charlie indica ele mesmo, o namorado e Heitor.
- E você tem dúvida? É inacreditável, o Harry é simplesmente ridículo. E o Ben...enfim né.
- A Tao, nada de bom se pode esperar do Harry. Quer dizer, o Ben era "amigo" dele, e nem assim ele da um tempo.
- O Heitor não parece feliz.
- Não Isaac, quer dizer. Se ele estão ficando, era de se esperar que ele ficasse chateado, o Ben gritou a planos pulmões, que eles não estão juntos. - Nick suspira e desvia o olhar, quando o castanho olhou pra eles.
- Você acha que vai dar merda, quero dizer, entre eles dois ? Porque o carinha não parece se importar em manter em segredo. Mas o que acabou de acontecer...bom, obviamente que o chateou. - Diz o asiático, olhando por cima do ombro.
- Uh. - Charlie suspirou. - Não sei. Eu ainda não perdoei o Ben, ele é um babaca. Mas sinceramente, eu torço pra eles ficaram juntos e ele finalmente sair do armário, se entender com sigo mesmo.
Todos ficaram em silêncio, apenas observando os motivos da conversa.
* * *
Saindo da escola, Ben evitava olhar para o menino mais alto. Ele se sentia envergonhado, de ter negado o relacionamento deles, mas ele ainda não estava pronto pra isso.
- Tor, me desculpa.
- Tá.
O castanho mordeu os lábios e encolheu os ombros.
- Tudo bem.
O mais velho esfregou o rosto e gruniu.
- Eu entendo que você está com medo, tá legal!? Mas eu tenho meu direito de estar chateado.
- Eu sei.
- Ótimo, vamos.
Eles seguiram para a casa do castanho, Heitor acompanharia ele até o médico, junto de sua mãe. Lá, o médico disse que ele usaria uma muleta pra auxiliar, e teria que fazer o máximo de repouso possível, nada que já não fosse suspeito. De volta a casa dos Hope, Ben estava em dúvida se ainda estava de pé, o programa deles.
- Não vai pedir sua mãe?
- Ah, eu...eu não sabia se você...
- Vai logo.
- O-okay.
Ben sumiu por alguns minutos, voltando com um sorrisinho.
- E ?
- Ela deixou.
- Vai buscar umas roupas.
* * *
Os dois estavam no quarto de Heitor, estava um silêncio desconfortável.
- Então...
Heitor se virou e puxou o outro contra si, calando o garoto com um beijo áspero. Suas mãos possessivas na cintura fina, o corpo magro de Ben em cima do seu, para acariciar e apertar. O castanho gemeu baixinho, completamente entregue, seu corpo em cima do outro menino, sendo explorado com avidez.
- T-tor...
- Shii.
Heitor distribui beijinhos pelo pescoço do garoto em cima de si, as mãos habilidosas invadem a blusa de Ben e acariciam seus lados, vai subindo até os mamilos, brincando com eles.
- T-tor...ai Deus.
- Menino bonito, você cheira tão bem..
Ben sentiu algo duro abaixo de sua bunda, e corou ainda mais, o moreno impulsionou os quadris pra cima.
- A-ah.
- Tá vendo baby, como me deixa? Eu tô com tanta raiva de você, e se você não fosse virgem, eu te jogaria nesse colchão e te foderia tanto.
- O-oh, Heitor. - Ele esconde o rosto no ombro do mais velho, muito envergonhado.
- Vendo você se contorcer, todo molinho, implorando por mim.
Ben choramingou, sentindo o membro do outro ser impulsionado contra seu traseiro, simulando penetrações. Sua mente não pode deixar de imaginar, o que o outro estava narrando.
- A-ah, s-sim.
Heitor desceu as mãos para a bunda do outro menino.
- Droga Ben, como eu queria...
- Faz.
- Baby, não precisa fazer isso pra me agradar. Eu não me importo de esperar seu tempo.
- Não precisamos... - O castanho se afastou do ombro do moreno. - chegar até o fim, só me toca.
- Tem certeza?
- Sim.
Heitor assentiu e virou eles na cama, puxando a calça e moletom e a box de Ben pra baixo, o mesmo colocou o braço no rosto, muito envergonhado.
- Você tem pernas bonitas.
- O-obrigado.
O Fortescue sorri e se abaixa entre as pernas dele.
- Eu não vou muito longe, prometo. - O polegar do moreno circulou a entrada alheia.
- A-ah.
- Relexa menino bonito, e tente não fazer muito barulho.
Ben só pode enfiar um travesseiro no rosto, quando Heitor começou a "brincadeira".
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