Dançando no escuro
🛑 Atenção, podem aver alguns gatilhos para você nesse capítulo.
Discussões com pai, homofobia, transfobia, bifobia e agressão física e verbal.
🍁 🍁 🍁
Heitor segurava Ben em seus braços, eles estavam naquela posição a uns quarenta minutos, e a apenas quase dez, o Hope havia parado de chorar. O moreno os balançava de leve, fazendo carinho nos cabelos castanhos e sussurrando garantias e palavras carinhosas. As vezes cantarolando uma melodia calma.
- Eu estou aqui, ele não vai machucar você, baby.
Heitor sabia da história do tio Arthur, Ben havia lhe contado quando tinham mais oi menos treze anos, lhe psrtia o coração, ao saber dessa história. E por mais que o pai dele fosse...do jeito que é, o Fortescue não podia julga-lo por ter tentado agredir o irmão, mesmo que não fosse só o pai protetor agindo.
- E-eu via tudo, mas não podia fazer nada.
- Shii, tá tudo bem agora meu amor. Ele está preso, e eu estou aqui com você.
Ben lhe agarrava como se ele fosse uma tábua de salvação, e ele não negaria isso ao castanho.
- Eu molhei sua camiseta.
- Não tem problema.
O menor coloca a mão em cima no coração do moreno, sentindo o coração de Heitor bater contra seus dedos.
- Eu não quero dormir, não quero sonhar com ele novamente.
Heitor olhou para fora, mordeuo lábio inferior e então sorriu.
- Vamos dar uma passeio, baby.
- M-mas...agora ?
- Agora.
O castanho ficou olhando para o mais alto, como se para confirmar se ele estava falando sério. E sim, ele estava.
- Ai meu Deus, Heitor. São... - Ben se esticou e pegou seu celular. - 01:10 da madrugada.
- E ?
- E que são 01:10 da madrugada.
Heitor riu e beijou a testa do menor.
- Relexa baby, só relexa e confia em mim.
E Ben confiava, com toda a sua vida.
* * *
Os dois sairam devagar da casa, quando alcançaram a rua, Heitor agarrou a mão de Ben, e começou a correr.
- Por que estamos correndo? Eu estou descabelado, de pijama.
O moreno riu e continuou correndo, enquanto puxava o amado. Ele sussurou algo que soou como :
"Lindo de qualquer jeito".
- Eu não fasso ideia, do estamos fazendo, baby.
Ben riu e negou com cabeça, se deixando ser puxado. Eles pararam num grande quintal aberto, Heitor abraçou o menor.
- Você é louco, Tor.
- E você me ama, assim mesmo.
O moreno enfiou a mão no bolso da calça e colou em uma música, depois tornou a abraçar o Hope, e conduzi-lo em uma dança.
- Amo...o que você tá fazendo?
- Estamos dançando.
- Aqui!?
Heitor não respondeu, enquanto Ed Sheeran cantava, ele cantava sua própria versão.
- I found a love for me.
O moreno colocou as mãos na cintura do menor, as testas juntas.
- Baby, jump right in and follow me.
Ben encostou a cabeça no ombro do mais velho, os braços jogados frouxamente em seu ombro.
- Well I got a boy, beautiful and sweet.
O castanho riu, ele não era exatamente o sinônimo de doçura.
- I never knew you were the someone waiting for me.
Heitor virou o menor, abraçando-o por trás, o queixo em seu ombro.
- Cause we were just kids, when we fell in love.
O moreno conseguia se lembrar, quando pos seus olhos no menor, quando eram crianças. Sentiu uma imensa vontade de protege-lo, ali ele sabia, faria qualquer coisa por aquele garoto. Já Ben, sentiu como se estivesse encontrado algo, que estava procurando a muito tempo, mas não sabia que estava.
- Not knowing what it was.
Não, eles eram muito jovens quando se conheceram, e não sabiam o que era aquilo. Mas sabiam que não queriam se separar, estavam sempre juntos.
- I will not give you up this time.
E não, Ben não iria mais se acovardar, não iria fugir novamente de seus sentimentos, porque agora ele os conhecia. O Hope se lembra, quando tinha treze anos, se descobrindo e com medo das descobertas que estava fazendo. E quando se deu conta, de que gostaria de beijar Heitor, como via Kevin beijar Gwen...bom, ele teve medo. Mas ele não poderia e nem conseguiria se afastar, então era mais fácil sufocar tudo aquilo, era errado, era pecado. Mas então não demorou muito, para ver e ouvir Heitor falar sobre garotos, depois garotas. Se Heitor gostava, não poderia ser errado, porque não havia nada de errado em seu melhor amigo.
E ai veio Charlie, Ben decidiu experimentar, porque ele não podia ter seu melhor amigo. Seu melhor amigo tão corajoso, que não tinha medo de fazer e falar o que pensava, Ben não se sentia digno de ter tal pessoa, mesmo que doesse. Então ele ficou com Charlie, doce, ingênuo e...gay. Hoje ele via, o quão filho da puta foi. Covarde, filho da puta, um completo idiota. Seu pai estava errado, seu avô estava errado. Amor um garoto não era nojento ou pecado, não importa o que seu tio tenha feito. Seu amor por Heitor não podia era errado, assim como o amor de Nick e Charlie, Tao e Ell, Tara e Darcy. Amor era amor, não tinha essa de "Menino fica com menina", você fica com quem você ama, independente de quem seja.
- But baby, just kiss me slow.
E enquanto Ben tivesse esse amor, bastava. Enquanto seu coração pertencesse a Heitor, ele sabia que estaria seguro.
- And in your eyes, you're holding mine.
E ele cuidaria do coração do outro menino, porque isso é o amor. Cuidar um do outro, proteger. Agora ele entendia.
- Baby, I'm dancing in the dark.
Heitor o virou para si, levantou ele e o girou, causando risadinhas no castanho.
- With you between my arms.
Eles se separaram, ainda de mãos dadas, girando. Depois o moreno puxou o castanho pra mais perto novamente.
- Barefoot on the grass.
Ben riu ao notar que eles estavam realmente descalços.
- Listening to our favorite song.
Eles juntaram as testas novamente, trocando um beijinho de esquimó.
- When you said you looked a mess. I whispered underneath my breath, But you heard it.
Heitor abaixou a cabeça, sussurrando para o mais novo :
- Baby, you're perfect tonight.
Ben abaixou a cabeça, sorrindo.
- I found a man, stronger than anyone I know.
Eles sussurram juntos, um para o outro.
- He shares my dreams, I hope someday I share his home.
Os olhos no castanho se arregalaram. Ele sabia que era só uma música, mas...mas o jeito que Heitor cantava, era tão sugestivo.
- I found a lover to carry more than just my secrets.
Ele não se repreendeu, quando imaginou ele e Heitor, casados, com filhos. Parecia um sonho, um lindo e adorável sonho.
- To carry love, to carry children of our own.
Ben se preguntou como seriam filhos deles. Talvez um garotinho e um garotinha, gêmeos.
- We are still kids, but we're so in love.
Sim, eles ainda eram jovens, mas não tinham dúvidas quanto a esse amor. O quanto precisavam um do outro.
- Fighting against all odds.
Eles lutavam e lutariam contra o preconceito, provavelmente boa parte da família de Ben e de Heitor. Mas não iriam abrir mão um do outro.
- I know we'll be alright this time.
Sim, eles ficariam bem.
- Baby, just hold my hand.
Ben baixou uma mão, segurando a de Heitor, apertando.
- Be my boy, I'll be your man. I see my future in your eyes.
"Futuro" prensou Heitor, tudo o que ele mais queria, era um futuro com seu garoto.
- Baby I'm dancing in the dark. With you in my arms, barefoot in the grass.
- listening to our favorite song. - Ben sussurra baixinho.
- When I saw you like that, looking so beautiful.
- I do not deserve this.
Heitor negou com a cabeça, e levantou o rosto do outro.
- Baby, you're perfect tonight. Baby I'm dancing in the dark, with you in my arms. - Ele olhava nos olhos de Ben, com tanto amor.
- Barefoot in the grass, listening to our favorite song. - O Hope retribui da mesma intensidade. - I have faith in what I see, now I know I met an angel personally.
- And he looks perfect...
- I do not deserve this.
- You are perfect...tonight.
Heitor selou os lábios com os do garoto mais novo, mas logo foram interrompidos pela luz sendo acesa, os dois saem correndo e rindo. As risadas aumentaram, quando a chuva começou a cair.
- Meu Deus, Heitor.
O moreno riu mais e os puxou para um árvore, o beijando apaixonadamente.
- Vamos subir.
Ben negou com a cabeça, mas subiu na árvore, Heitor em seu encalço. Os dois sentados num galho, de mãos dadas, semi-encharcados e rindo igual dois bobos.
- Você é doido.
- Eu sei.
Ben deitou a cabeça no ombro do maior, que circundou sua cintura com o braço. É, as coisas estavam bem.
* * *
Na manhã seguinte, Heitor precisou sair mais cedo, porque teria uma consulta de rotina, que o treinador do jui jitsu exigia uma vez por mês, ele e Ben se despediram com um selinho, e o moreno foi embora.
- Uuh, namoradinhos que não namoram, ui ui ui.
Ben revirou os olhos, para Molly, mas não pode deixar de rir. Ele chegou as mensagens, tinha algumas de seu pai se desculpando. O adolescente as ignorou. Virginia o deixou na escola, ele e Molly se despediram dele, a garota foi com as amigas, e Ben ficou na calçada, mexendo no celular.
- Ben.
O adolescente ergueu os olhos, vendo o pai descendo do carro, seu corpo irrigeceu.
- P-pai.
- Por favor filho, vamos conversar.
Ben negou com a cabeça e se afastou.
- Eu não quero conversar, não por enquanto.
- Ben, me desculpa se eu te assustei, filho. Eu só estava tentando te ajudar.
Richard tentou se aproximar do filho, que se afastou ainda mais.
- Eu não preciso de ajuda, eu preciso da sua conscientização.
- Eu estou consciente, você está doente.
- EU NÃO ESTOU DOENTE.
O grito do castanho chamou atenção dos adolescentes lá atrás.
- Sim, você está. É tudo culpa do maldito do Arthur.
- Pai, eu não sou bissexual porque meu tio tentou abusar de mim.
- Não fala isso, não defende ele.
- Não estou defendendo, eu só quero que você entenda. Gosto de meninas, mas gosto mais dos meninos.
- Não, não gosta. Isso é só...
- Só o que, pai ?
Ben já estava cansado daquela conversa.
- Isso é sua uma tentativa inconsciente sua, de reparar sentimentos de inferioridade.
Os olhos do garoto se arregalaram, com a frase que acabara de ouvir.
- Eu não acredito nisso, de onde você tirou essa merda?
- Linguagem. E eu procurei um amigo terapeuta.
A não.
- Terapeuta?
- Sim, ele faz terapia de conversão.
O adolescente riu amargurado.
- Eu não tô acreditando, no que eu estou ouvindo. O senhor está se escutando falar?
- Ele disse que pode te ajudar.
- AJUDAR COM O QUE?
- A te concerta. Eles chamam isso de terapia reparadora. De acordo com Eliott, se consertamos sua auto-estima, você se dará conta de que não s nada de errado com você, e que é perfeitamente heterossexual.
O adolescente riu, riu de verdade. De raiva, tristeza, ódio, decepção.
- Eu já sei, que não tem nada de errado comigo. Nem comigo, nem com Heitor...ou Ell.
- Não fala dessa aberraçã...
- NÃO FALA DELA DESSE JEITO.
- OLHA COMO FALA COMIGO, JÁ CHEGA DE GRITAR.
- VOCÊ TAMBÉM ESTÁ GRITANDO. MAS QUE MERDA, O QUE TEM DE ERRADO COM VOCÊ?
- VOCÊ ACHA ISSO CERTO, NORMAL? ELES SÃO TODOS...
Ben interrompeu o pai.
- ENTÃO PRA VOCÊ, EU TAMBÉM SOU UMA ABERRAÇÃO?
O adulto arregala os olhos, se afastando devagar.
- O-o que?
A essa altura, tinham vários alunos reunidos, observando a confusão.
- Pra você, eu sou uma aberração?
- Claro que não, Ben. Você é a coisa mais preciosa que eu tenho.
- Pois não parece, do jeito que você se refere as pessoas da comunidade, não parece fazer diferença se é seu filho ou não.
- Você não é assim.
- CHEGA, CHEGA PAI. PORRA, SÓ ACEITA LOGO DE UMA VEZ. QUEM PRECISA DE TRATAMENTO É VOCÊ, QUE ESTÁ DOENTE É VOCÊ. - O garoto já tinha lágrimas em abundância, descendo por seu rosto. - Você não é mais o meu herói, se tornou um babaca homofóbico...não, você sempre foi. Era eu que nunca tinha visto.
Richard levantou a mão.
- Eu sou seu pai, você tem que me respeitar.
- Engraçado, eu sou seu filho, e não estou vendo você me respeitando.
O homem iria dar um tapa no garoto, mas alguém puxou Ben e o colocou atrás de si. Harry Greene.
- Acho que não, tiozão. - O adolescente tinha um sorriso debochado no rosto.
- Sai da frente, garoto. Isso é assunto de família.
- Engraçado eu sempre pensei que família devia ser um ambiente seguro.
Richard tentou se aproximar, mas Harry segurou Ben mais perto.
- Sai, da frente.
- Sai você, eu não tenho medo de bater em velho.
- É meu filho.
- Vê-se que você não é um bom pai, você conhece Alfred Greene?
O homem arqueou uma sombrancelha.
- Ah, você é filho do Greene. O bom homem, pensaria-se que tivesse dado alguma educação ao próprio filho.
Harry riu.
- Ele deu sim, mas Nick me fez perceber, que a edução dos meus avós são mais produtivas. Respeitar o próximo, independente de quem seja. Agora cai fora, coroa.
Richard rosnou e avançou, Harry o empurrou.
- A eu já entendi, você precisa dos seus amiguinhos para lidar com os seus problemas. Ou talvez o seu namoradinho.
- Eu ? - Harry tornou a rir. - Sai dessa cara, o namorado dele é ciumento.
- Aquele desgraçado do Fortescue.
- Não fala assim dele. - Ben diz, atrás se Harry.
- Você sempre foi igual seu tio. Sonhador, e covarde, sempre colocando os outros para resolver as merdas que vocês fazem.
- EU NÃO SOU IGUAL A ELE, EU NÃO SOU IGUAL A VOCÊ.
- EU SÓ QUERO TE AJUDAR, SEU GAROTO BOBO.
- EU NÃO PRECISO DA SUA AJUDA.
- EU PENSEI QUE VOCÊ SERIA O MEU ORGULHO, NÃO UMA DECEPÇÃO. - O olhar quebrado e assustado do garoto, fez Richard se dar conta do que disse. - F-filho.
- Não, não fala mais comigo, não me procura mais. Eu não sou mais seu filho.
Ben saiu correndo, Charlie não sabia bem o que estava pensando, mas ele foi atrás. Imogen e seus amigos o seguiram.
- Seu filho da puta.
Harry se virou para dar um belo soco no pai de Ben, mas Heitor foi mais rápido. Ele virou o homem pra si e deu um forte soco no rosto do cara.
- Sim, eu concordo com você Greene. Seu filho da puta nojento.
Richard se levantou, limpando o sangue da boca.
- Achei que nunca ia aparecer.
- É, que bom que apareci, pra quebrar essa sua cara.
Por mais que quisesse ver Heitor quebrando a cara daquele bacaca, Nick não ia deixar isso acontecer, Ben precisava do...namorado !?
- Heitor, não. Ben precisa de você, e acho que é bom o senhor ir pra casa.
Richard olhou pra Nick de cima a baixo.
- E quem é você?
- Alguém que também quer quebrar a cara do senhor, mas está sendo sensato.
- Eu quero ver meu filho, e bater nesse desgraçado aqui.
- Lamento, não será possível. Configura agressão de menor e lgbtfobia. O que lhe renderia dois processos. E quanto a ver seu filho, o senhor não acha que já o magoou demais, em uma só manhã?
- Eu quero me desculpar, e fazê-lo pensar direito em toda essa merda.
Nick revirou os olhos.
- Deixa eu bater nele. - Pede Harry.
- Eu vou bater nele.
- A gente bate, Fortescue.
- Saiam da minha frente.
O Nelson fez um sinal, e equipe de Hugby bloqueou a passagem.
- Vá pra casa, Sr Hope. Heitor, vá atrás do Ben.
O moreno assentiu e saiu correndo.
- VOCÊ VAI ME PAGAR POR CORROMPER MEU FILHO, SEU MOLEQUE MALDITO.
Heitor ignorou, e continuou correndo.
* * *
Ben estava encolhido num cantinho do vestiário, quando Charlie entrou, por mais que ainda tivesse suas reservas quanto ao mais velho, sentiu um aperto no coração.
- Ben.
O menino de olhos verdes levantou o olhar, e o desviou quando viu que era Charlie.
- O-oi.
- Posso...chegar perto de você?
O mais velho deu de ombros, Charlie se aproximou e sentou a sua frente, a uma certa distância. Os dois ficaram em silêncio, os demais parados na porta esperando.
- Me desculpe.
Foi tão baixinho, que Spring mau conseguiu ouvir.
- O que disse?
- Me desculpe, não não. Me perdoa, por ter sido um babaca, por ter te usado, por te manipular. Me perdoe por ser abusivo, por ser um idiota. - A essa altura, o Hope já estava soluçando horrores. - Perdão por tudo, Charlie. Eu não tive um pingo de empatia com você, e nem se compara o que você passou, m-mas...mas agora eu sei um pouco como é se sentir um merda, quando alguém que você confiava te diz que você não é o suficiente pra ela, que você é uma decepção.
O mais novo suspira, e se aproxima mais.
- Eu já superei isso, tenho amigos e um namorado fantástico ao meu lado.
- Fico feliz que não te afeta mais.
- Não é mais uma ferida aberta.
- Certo, eu não espero que você me perdoe, ou que sejamos amigos, Charlie. Porque eu tenho consciência do que te fiz. Mas eu só precisava dizer, eu precisava que você soubesse que eu sinto muito, e que eu me arrependo.
- Eu perdou você, mas acho que você também tem que se perdoar. E ter consciência de que não de trata ninguém, da maneira que você me tratou.
Ben desviou o olhar envergonhado.
- Eu sei.
- Quem sabe em algum momento, possamos ser amigos, ou algo próximo disso.
Charlie virou o rosto do mais velho e limpou as lágrimas dele.
- E-eu...eu adoraria.
O mais novo sorriu docemente.
- Certo.
Ben suspiro e olhou para os amigos de Charlie e Imogen, parados na porta. Ele e Imogen costumavam ser amigos, mas quando ele se distanciou do grupo de Harry, ele se distanciou dela também.
- Não somos aberrações, não é? - O Hope pergunta, se voltando para o menino mais novo.
- Você acha que eu sou uma aberração?
- Não, claro que não.
- Tara e Darcy?
- Não, elas são fofas juntas.
O casal sorriu.
- Nick?
- Não, ele parece um golden retrivier.
Todos no vestiário riram.
- Isso é verdade. Você acha que a Ell é um aberração?
- Não, ela é... - Ben corou com o pensamento em sua cabeça.
- Ela é!?
- Muito bonita.
Elle riu, quando Tao arfou indignado.
- Escuta aqui, evil. Tire os olhos da minha garota.
Os demais olharam para Tao.
- Sou sua garota? - Pergunta com um sorriso travesso.
- N-não é que...eu...eu quis dizer nossa garota, isso. Nossa garota.
- Não foi o que pareceu. - Tara cutuca a lateral do asiático. - O que você acha Darcy?
- Com certeza não pareceu.
- A calem a boca, cuidem da vida de vocês.
Ben sorriu, eles pareciam um grupo agradável de se ter por perto. Então o de olhos verdes se deu conta de um detalhe.
- Ai meu Deus.
- O que ? - Pergunta Charlie preocupado.
- Eu sai do armário na frente de todo o Truham e várias pessoas do Higgs. Quem não sabia agora está sabendo.
- É, você saiu.
Ben ergue os olhos ao ver Heitor parado na porta.
- Tor.
O Hope saiu correndo e pulou em cima do garoto, que o abraçou.
- Oi, honey.
- Você e meu pai não se encontraram lá fora, não é?
- Ah encontramos sim, até minha mão participou do encontro.
Heitor sorriu sapeca.
- Tor, o que foi que você fez?
- Ele deu um soco no seu pai. - Diz Nick Nelson, entrando no vestiário.
- A convenção dos gays. - Diz Darcy rindo.
- Mais Imogen, Tao e Isaac. - Completa Tara.
- Obrigado lá fora, Nelson.
Nick apenas balançou a cabeça e sorriu.
- Obrigado. - Sussurra Ben.
- De nada.
Eles ficaram em silêncio.
- Por favor, sem aplausos, sem gritaria, sem desmaios ou empurrões. O herói chegou.
Tao revirou os olhos.
- Harry.
- E ai Ben, eu vim ver como você está.
- Estou bem, eu acho.
O Greene balançou a cabeça.
- Legal, nós colocamos seu pai pra correr. Eu queria bater nele, mas o apressadinho ai foi mais rápido. Enfim, eu vou indo.
- Obrigado Harry, de verdade.
- Não por isso.
Ele enfiou as mãos no casaco e foi embora.
- Ele me chamou pra sair.
Todos se viram pra Imogen.
- E você vai aceitar? - Pergunta Ben.
- Não sei, talvez. Mas eu estou de olho é no melhor amigo dele, Otris.
- Garota. - Diz Ell rindo.
- O que !?
Todos acabaram rindo, até a própria Imogen. Ben sentiu-se confortável e feliz. Então era assim, estar num grupo de pessoas que te entendem, ou mesmo que não entendam, não te julgam?
Parecia um sonho.
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