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4. Very Little Good

— Não é louco pensar que você está em Munique por três dias e já conhece mais da cidade do que eu?

Fernando estava encostado em um mesa, com uma mão escondida no bolso do sobretudo enquanto a outra segurava um copo de café que ainda estava tão quente que era possível ver a fumaça sair dele.

Bebericou mais uma vez o copo que tinha em mãos com a aproximação de Diego, que tinha um sorriso no rosto e oferecia um Muffin de chocolate para o mais velho.

— Não é tão difícil, você acha praticamente tudo no Google — Diego respondeu ao irmão, colocando as duas mãos no bolso do sobretudo que vestia. — Ou só pergunta a Senhora Ana algo que está acontecendo em Munique e que pode ser interessante o suficiente para tirar o filho mais velho dela de casa. Você sabe como a mãe é.

De onde os dois irmãos estavam, conseguiam ver que todo mundo que entrava no conforto da cafeteria Das Versteck balançava os guarda-chuvas e as botas antes de fechar a porta de vidro, provavelmente preocupados com o rastro que a água da chuva que escorria pelos seus corpos deixaria no chão daquele lugar. Era perceptível que o sistema de aquecimento do lugar tornava-o bem mais agradável que Munique, com sua usual chuva inesperada em outubro e temperaturas que variavam de quatro a zero grau, dependendo da hora do dia.

Não tinha sido só a fama que o bolinho de chocolate daquele lugar ou da busca de um lugar quente que tinha levado os irmãos Navarro até ali.

Primeiro, era culpa de Diego Navarro.

Havia prós e contras de ter o irmão como companhia em Munique por alguns dias.

Fernando tinha companhia para as noites viradas no videogame, ainda escolhendo o Barcelona no FIFA toda vez que Di permitia que ele fizesse a escolha primeiro.

Também ficava aliviado em ter alguém para conversar na sua língua materna. Tinha Moncho e Xavi a sua disposição sempre que precisava, mas jurava que estava prestes a ficar louco com o alemão que, em sua modesta opinião, era mais complicado que chinês.

Mas isso também significava que tinha alguém literalmente no seu pé do ouvido dizendo que ele precisava deixar o sofá que já começava a ter a sua forma. Além de acrescentar que sua barba devia crescer há seis semanas e que sua aparência estava deprimente. De longe, Nando pelo menos podia finalizar as ligações enquanto o irmão falava ou ignorar as mensagens que eventualmente chegavam. Com Di ao seu lado, ainda estava desenvolvendo um método que não envolvesse tortura para fazê-lo calar a boca.

Segundo e principal, estavam ali pelo panfleto que Ana enviara ao e-mail do filho mais velho, notificando-o de um bazar anual que aquela cafeteria em Munique promovia, abrindo espaço entre as mesas para diversas araras que exibiam roupas seminovas em ótimo estado de conservação, destinando o dinheiro das vendas para instituições espalhadas pela Alemanha.

E a mãe deles estava certa em pensar que ajudar o próximo seria algo que tiraria Fernando de casa.

— Você sabe lidar com mudanças muito melhor do que eu — Fernando comentou, desviando o olhar para o copo de café em suas mãos. — Não é irônico que eu tenha sido o que foi para longe?

— Oh, pare com isso Fernando — Di o repreendeu, negando. — Você está indo bem aqui!

— Então por que você veio? — questionou, arqueando as sobrancelhas e engolindo em seco. — Por que minha mãe te pediu para vir?

A pergunta pegou Diego de surpresa, fazendo-o abrir e fechar a boca algumas vezes sem resposta antes que Nando suspirasse, como se tivesse acabado de provar o seu ponto.

As coisas estavam indo bem em Munique em âmbito profissional.

A estréia oficial do jogador espanhol só seria na semana seguinte, no primeiro jogo do campeonato alemão. Durante o primeiro mês em Munique, porém, Nando já tinha disputado três amistosos com o time roxo e saído vitorioso dos três. Seu primeiro gol só viera no último, mas fora suficiente para levantar toda a torcida que parecia animada para ver o talento espanhol de perto.

Fora dos campos e dos treinos não havia muito a ser dito.

Fernando sentia mais falta da família do que achava que poderia e apesar de Moncho e Xavier sempre estarem ao seu lado, ele sentia falta de uma companhia. O primeiro tinha aproveitado os últimos dias de folga para viajar com a namorada e o segundo estava recebendo tratamento em Berlim, graças a sua lesão no quadril.

Tinha recebido os mesmos quatro dias de recesso como Moncho, mas optara por não deixar Munique. Não quando ele ainda tinha aulas de alemão para frequentar e uma cidade para se adaptar.

No fundo, talvez fosse mais um receio de que se pisasse em Barcelona novamente, se sentisse pior ainda para voltar, e desconfiava que sua família tinha noção disso.

— Eu vim porque eu quero passar um tempo com você e eu quero estar aqui na sua estreia — Diego falou, oferecendo um sorriso de conforto ao mais velho. — Entenda. Eu também sinto falta de você.

Os papéis estavam invertido entre os irmãos porque era daquela forma que funcionava com os dois. Sempre que um precisava de um puxão de orelha, o outro estava lá.

O mais novo pareceu firmar sua atenção em algo atrás de Fernando, deixando um sorriso crescer em seu rosto à medida que ele puxava o irmão pelo braço.

— E justamente quem eu estava procurando — Diego murmurou para si mesmo, fazendo com que Nando arqueasse as sobrancelhas. — Quero que você conheça uma pessoa.

— Diego, eu não preciso que você me apresente a ninguém para passar a noite — murmurou, rolando os olhos. — Eu te disse que estou bem e que...

— Não estou querendo te apresentar uma one night stand dessa vez, bro — Diego respondeu, juntando as sobrancelhas. — Não pense isso de mim.

Fernando ainda teve tempo de rolar os olhos mais uma vez, já que aquele assunto era algo que o irmão insistia há algum tempo, só se desfazendo da sua usual grumpy face quando eles pararam de andar.

— Nando, essa é a Summer. Ela é a responsável pelo bazar e pelo lugar — Diego frisou ao apresentar a mulher a sua frente, fazendo-a ganhar cor nas suas bochechas. — Summer, esse é Fernando, meu irmão.

Summer, como apresentada, colocou uma mecha dos seu curto cabelo loiro atrás da orelha antes de voltar o olhar diretamente para Fernando e estender sua mão em forma de cumprimento.

O jogador encarou a mão dela por alguns segundos antes de sair do transe que estava, apertando a mão da clássica alemã.

Ele nem falava isso pelo clichê dos cabelos loiros, dos olhos claros e da pele que parecia não ver sol há anos. Falava pelo frio e sem muito contato aperto de mão, que seria facilmente substituído por um abraço ou dois beijinhos se estivesse na Espanha.

Glückwünsche, é uma boa ação — Fernando falou, pigarreando para recuperar a voz que tinha sido perdida. — E o lugar também é muito agradável.

Danke — Summer agradeceu, sorrindo em seguida. — Era do meu avô, eu só fiz uma reforma ali e aqui... o Bazar também foi ideia dele, eu só costumava bagunçar as roupas e misturar as etiquetas quando ele foi criado.

Fernando assentiu quando ela terminou de falar, guardando para si a vontade de perguntar se ela não era muito nova para gerenciar um lugar como aquele. Tinha certeza que era uma pergunta que facilmente seria classificada como rude pelo irmão ou por qualquer outra pessoa.

— É ele que está morando aqui em Munique, como eu te disse antes — Diego falou, variando o olhar entre o irmão e a mulher. — Ele que precisa de dicas de lugares para ir e de companhia como eu te falei.

Diego... — Fernando repreendeu o irmão com o olhar, fazendo-o levantar os braços em rendição. — Ele...

— Está tudo bem — Summer desconversou, rindo. — Mudanças são difíceis e você veio da Espanha... Deve estar sendo duro pra você.

— Um pouco, na verdade — assumiu, relaxando os ombros. — Munique é fria.

Teve certeza que Summer entendeu que ele não falava só do clima quando ela o ofereceu o sorriso de conforto, seguido de um leve aperto no braço para transparecer confiança.

— Você se acostuma e quando menos esperar vai estar chamando esse lugar de casa.

Ele assentiu levemente, olhando para os olhos da mulher a sua frente e subitamente sentindo que ela estava sendo sincera e não como metade das pessoas que apertavam seu ombro e falavam a mesma coisa.

— Eu vou olhar as araras mais um vez, quem sabe algo interessante passou despercebido? — Diego falou alto, fazendo com que ambos olhassem para ele. — Não deixe essa oportunidade passar e não estrague tudo.

A última frase fora dita em espanhol, antes dele apertar o ombro do irmão em incentivo e oferecer mais um sorriso para Summer, deixando-os sozinhos.

— Eu sinto muito por ele — Fernando falou, apontando de longe para o irmão. — Eu não sei o que ele te disse, mas...

— Ele não me disse nada demais — Summer se apressou para cortá-lo, dando de ombros. — Só se apresentou quando eu estava no caixa, disse que veio de Barcelona e que tinha um irmão em Munique. E talvez disse uma ou outra coisa sobre você.

— Oh, ele não fez isso... — Nando negou com a cabeça, fazendo-a rir. — Ele é impossível.

Ele é um bom cupido — falou sem pensar, o sorriso do seu rosto sumindo no momento que Fernando a encarou, sorridente. — Eu não quis dizer isso, ele... Ele falou coisas boas e... Oh, Entschuldigung!

— Está tudo bem — o jogador riu, piscando para ela. — Seus avós são envolvidos com visitas beneficentes além do bazar? Eu li algo sobre isso no panfleto de anúncio.

Ja, eles visitavam todos os lugares que são beneficiados com o dinheiro do bazar e me incentivaram desde cedo — respondeu, apontando para a parede lotada de fotografias a sua frente. — Esses são eles dois, em uma das primeiras visitas que nós fizemos juntos.

Seu dedo apontou para uma fotografia específica, com um casal de mais idade no centro e duas meninas loirinhas abaixo deles, sorridentes. Ao seu redor, vários idosos, alguns médicos e cuidadores de jaleco que deviam ser os responsáveis pelo lugar.

O olhar do jogador foi para a placa explicativa que estava posicionada embaixo do quadro: Casa de Repouso — München Stift Pflegeheim (1998)

— É você — Nando falou, apontando para uma das duas meninas da foto, voltando o olhar para Summer em seguida. — E eu aposto que essa é a sua parede favorita do lugar.

Summer deu de ombros antes de concordar, com um sorriso envergonhado nos lábios.

Se algumas pessoas guardavam troféus em estantes para exibição, aquela parede era o espaço dourado de Summer Kaufmann, onde ela guardada tudo o que ela considerava mais importante que formas de bacias enormes que só serviam para juntar poeira, como os troféus de competições de tênis que ficavam na casa dos seus pais.

Havia uma foto para cada visita beneficente que tinha feito com os sem seus avós até ali. Ela e Lilie ocupavam a posição central em quases todos os quadros, rodeadas por idosos, crianças, mulheres ou homens, dependendo da instituição que visitavam. Abaixo da moldura, havia um pequeno papel indicando o lugar e a data em que a visita fora feita.

Ela não sabia dizer quando seu espírito humanitário ficou mais evidente. Talvez porque fora criada com o lema de 'ajudar o próximo', bem repassado no Bazar Anual que seu avô costumava fazer em sua cafeteria e que Sunny se lembrava bem desde que tinha seus cinco anos. Gostava de ajudá-lo, ou atrapalhá-lo com a idade que tinha, colocando as etiquetas cuidadosamente nas peças que seriam repassadas.

Teve a certeza que tudo era mais sobre o mundo e não sobre ela quando trocou a viagem para a Disney por uma a Moçambique, quando tinha quinze anos. Provavelmente foi quando ele viu o mundo de verdade pela primeira vez, longe do véu de perfeição que tinha em Dresden e bem diferente do que costumava ver quando visitava os avós em Munique.

Ela cresceu pintando os países que já tinha visitado nos mapas que encontrava a sua frente nas aulas tediantes de geografia, a professora só ganhando sua atenção quando mencionava qualquer caos que ela sentia que podia ajudar de alguma forma.

A profissão óbvia era médica, seus pais tinham dito desde que perceberam sua característica. E provavelmente teria sido, se ela não tivesse passado todas as férias desde o seus seis anos em Munique, na casa dos seus avós.

Os dois, médicos. Genevieve Kaufmann, sua avó, trabalhou até poucos anos antes de falecer, mas seu avô, Frederich Kaufmann, largara a profissão anos antes quando resolveu abrir a própria cafeteria.

Foi em uma das tardes com a companhia do avô, quando ele a confidenciou que ela não precisava de um jaleco para mudar o mundo, que ela desistiu da profissão que tomaria boa parte do seu tempo.

Com vinte e um anos, Summer Kaufmann agora tomava conta da mesma cafeteria, com um currículo sendo preenchido lentamente conforme ela finalizava a faculdade de administração.

Sendo, pela primeira vez, a anfitriã do 'Frederich Bazar', como ela tinha escolhido manter o nome mesmo com a ausência do seu criador.

Fernando percebeu que ela parecia longe ao voltar a encarar cada quadro que ali estava exposto, não sabendo dizer com certeza se seus avós eram um assunto delicado para ela. Passou os instantes seguintes que ela parecia alheia a qualquer outra pessoa a admirando de perfil, observando como a covinha na sua bochecha aparecia a cada movimentos que seus lábios faziam.

Ele estava completamente imerso na imagem dela quando Summer voltou o olhar a ele, sentindo as bochechas ganharem cor ao perceber que tinha a atenção do jogador.

— Eu conheço você.

A frase fez com que Summer estreitasse as sobrancelhas em direção a Fernando, com um pequeno sorriso nos lábios.

— Desculpe?

— Você. Do Englischer Garten — Nando explicou, fazendo-a rir. — Era um domingo, eu acho, um mês atrás. Você esbarrou em mim.

Summer demorou mais tempo que ele para entender do que ele falava, já que ela costumava visitar o parque de Munique todos os domingos. Foram os olhos deles, castanhos queimando em seu rosto, que a fizera se recordar.

Ele não era facilmente esquecido.

— Eu lembro — falou após um tempo em silêncio, mordendo o canto dos lábios enquanto o observava. — Você pediu desculpas em inglês e eu achei engraçado.

— Agora você sabe o motivo — Nando riu junto a ela, trocando o peso entre as pernas. — Estou tentando, mas o máximo que sei em alemão até hoje é 'alles gute' e 'bitte', que é usado pra tudo.

Quase tudo.

Ela o corrigiu e os dois deram risada, caindo em um silêncio que não era incômodo, mas que implorava para ser quebrado.

— Seu irmão me disse que você costuma fazer visitas à instituições de caridade também...

Summer quebrou o silêncio, levando o olhar da parede para o homem parado ao seu lado, com as mãos escondidas nos bolsos do sobretudo escuro e o maxilar travado.

— Pelo menos uma vez ao ano — Fernando concordou, suspirando. — Com toda a mudança, eu acho que esse ano terei que me contentar com as fotos que ele me enviar.

Summer pareceu pensativa por um instante, mordendo o lábio inferior com alguma força e encarando os olhos castanhos de Fernando antes de continuar.

Ela tinha curiosidade de questioná-lo porque tinha vindo de tão longe, mas preferiu deixar de lado, sabendo que ele deveria ter ouvido aquela questão pelo menos outras dez vezes.

— Nós sempre fazemos uma visita no natal — a loira falou, apontando para algumas das imagens a sua frente. — Nós levamos presentes e passamos o dia em alguma instituição. Eu sei que ainda é cedo, mas eu gosto de convidar algumas pessoas para me ajudar e...

— Se você não me convidar, eu vou considerar uma ofensa — Nando brincou, vendo-a ganhar cor nas bochechas enquanto sorria. — Ou que não me perdoou pelo esbarrão.

— Aquilo não foi nada — Sunny desconversou, colocando uma mecha dos cabelos atrás da orelha antes de grudar seus olhos azuis nos dele. — Mas sim, isso é um convite.

— Eu adoraria — sorriu, verdadeiramente animado. — Você pode me ligar quando acertar todos os detalhes da visita.

Ja ja, só preciso anotar seu celular em algum lugar.

Summer tirou uma caneta azul que tinha certeza que tinha colocado no bolso enquanto terminava de preencher as etiquetas, procurando qualquer pequeno pedaço de papel em seguida nos bolsos da justa calça jeans que usava.

— Uma caneta é suficiente — Fernando falou, sorrindo ao tirá-la das mãos da loira.

Summer pareceu confusa por um instante, mas entendeu o que Nando fazia assim que ele pegou uma de suas mãos e usou a caneta que tinha em mãos para escrever seu nome e telefone ali.

Ela leu os dígitos algumas vezes antes de voltar o olhar para ele, sorrindo.

— Eu te mando uma mensagem — murmurou, dando de ombros. — E você pode dizer ao seu irmão que está finalmente saindo de casa e conhecendo Munique.

Fernando jogou a cabeça para trás enquanto ria e ela fazia o mesmo, tendo certeza que Summer podia perceber suas bochechas coradas mesmo com a cor de bronze de sua pele que costumava esconder essas reações.

— Só por curiosidade, você fez alguma grande mudança também? — ele perguntou, desviando o olhar para o copo de café que já pedia calor para suas mãos. — Parecia segura de que vou me acostumar com a cidade.

— Não de tão longe, mas deixei minha família em Dresden há cinco anos — explicou, dando de ombros. — Eu tinha meus avós perto de mim aqui, mas o começo foi difícil, como sempre é. Eu sei o que estou te falando quando digo que você vai se acostumar.

— Eu espero...

Passaram mais algum tempo calados, com a atenção dela nos clientes que andavam pelo seu café e a dele dividida entre observar suas reações e procurar o irmão no meio das pessoas. O achou com alguma dificuldade, na fila do caixa do lugar, entregando as camisas que tinha escolhido no bazar para que pudesse efetuar o pagamento.

Foi só ai que ele se lembrou que tinha escolhido um sobretudo e estava com ele pendurado no seu ombro, mas pelo intuito de ajudar do que por realmente ter visto algo de diferente da peça.

E após conhecer Summer, tinha certeza que não poderia deixar o lugar sem contribuir com a ação.

— Posso ter aquela caneta de novo? — Fernando pediu, arqueando uma das sobrancelhas.

Summer assentiu antes de entregá-lo, vendo-o abrir a carteira e tirar o talão de cheques de um banco que ela não conhecia dali.

Bastou alguns riscos serem feitos antes dele destacar o papel, entregando-o para ela assim como a caneta.

— Para pagar o sobretudo — ele apontou para a peça de roupa do bazar que tinha pendurado nos ombros.

Ela nem teve tempo de agradecê-lo antes dos seus olhos perceberem o valor que estava escrito no cheque que tinha em mãos. Teve que verificar a etiqueta amarela presa no sobretudo que balançava de um lado para o outro para ter certeza que ela não indicava o valor absurdo que estava escrito pela caligrafia corrida de Fernando.

— Ei, eu acho que tem um erro de vírgula aqui — Summer murmurou, levantando o papel para que ele pudesse ver.

— Errei a data de hoje?

— O valor.

Ela percebeu que não tinha sido um erro pelo sorriso de ele dava, antes de dar de ombros como se estivesse tudo bem.

Como se ele não estivesse acabado de dar três mil euros em um sobretudo surrado, mesmo enquanto usava um da Armani que devia valer o preço de todas as roupas do bazar juntas.

— Ele não vale isso tudo, não é justo...

— Só pelo seu evento, me parece bem justo — murmurou, piscando para ela. — É um bom trabalho, Summer. Você merece.

Ela sentiu o rosto esquentar, desviando o olhar para o chão e logo em seguida voltar para Fernando, sentindo que o espaço tinha ficado mais mínimo por ai e o ar mais rarefeito.

— Você vai me mandar mensagem? — o jogador questionou assim que percebeu o irmão ao seu lado, já com as roupas que tinha comprado em sacolas, pronto para ir. — Para a visita?

— Vou — assentiu, olhando uma última vez para os dígitos escritos nas costas da sua mão. — Danke.

— Não por isso.

Eles trocaram um último olhar antes do jogador se virar em direção à saída e Diego acenar em sinal de despedida, oferecendo um sorriso orgulhoso para os dois.

Ele não era mesmo um bom cupido?

Antes de terminar o segundo passo, porém, Fernando parou e voltou a olhar para a alemã, que ainda olhava petrificada para o papel que tinha em mãos.

Só conseguia pensar que o valor era quase um terço do que eles costumavam conseguir anualmente. E em como aquele cheque iria fazer diferença no número de lugares que iriam visitar.

— Ah, Summer? — Fernando chamou, fazendo-a voltar a olhar para ele. — Es war ein Vergnügen, Sie zu treffen.

(Foi um prazer te conhecer).

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