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18. All I Wanna Say

O silêncio da sala apenas era interrompido pelo som repetitivo que os botões dos controles faziam quando eram apertados e os murmúrios de frustração que os dois homens que a ocupavam emitiam vez ou outra.

Fernando, diferente do restante dos jogadores do mundo, não era um grande fã de FIFA, já que passava boa parte da sua vida nos campos e isso quase soava como fazer hora extra. Mas não negava uma partida quando estava na companhia de Diego, já que o irmão mais novo era extremamente competitivo e Nando sempre soltava ótima gargalhadas ao vê-lo perder.

Naquele dia, porém, nem uma enorme goleada em cima de Diego tiraria um riso sincero dos lábios de Fernando. E também não era como se ele estivesse conseguindo desenvolver alguma jogada para cima de Di de qualquer maneira.

— Você perdeu — Diego falou, esticando seu corpo no sofá. — De novo.

— Você jogou bem — Fernando respondeu, sem tirar os olhos da televisão.

O placar final de três a zero de Diego, usando o Barcelona, contra o Eintracht München de Fernando o não tinha sido resultado apenas das habilidades do primeiro, mas também da falta delas do segundo. Era como se os olhos de Nando estivessem na imagem a sua frente, mas sua mente estivesse bem longe dali.

Mais especificamente, em outra cidade da Alemanha.

— Outro? — Nando sugeriu, já apertando as teclas que o levaria de volta ao menu principal do jogo.

Já tinha perdido as contas de quantas partidas os dois já tinham jogado e não estava no clima para as provocações baratas de Diego , mas ou era mais uma partida ou sua mente ficaria vaga para se recordar de coisas que ele estava empurrando para baixo do tapete.

Ou, como ela atendia, Summer Kaufmann.

Aquela, por mais que fosse difícil, ele estava tentando manter longe da sua cabeça, pelo bem de sua sanidade.

— Outro — o mais novo concordou, deixando o controle de lado para esticar seus dedos.

Diego se levantou, metade porque estavam há quase três horas na mesma posição e a outra por causa do tédio que o atingiu, e seguiu para a cozinha, sem direcionar nenhuma palavra ao irmão, sendo seguido de perto por José.

Tinha algo errado com Fernando.

Ele poderia dizer isso com certeza desde que recebera a mensagem do irmão mais velho, um texto simples e sem maiores informações, apenas com um pedido para que ele fosse a Munique. Apesar de estarem em março e no fim da temporada, Diego estava dispensado naquela semana por pequenas dores musculares na coxa, o que o rendeu quatro dias de folga.

Dias que ele escolheu passar na companhia do irmão, na Alemanha.

— Cerveja? — Di perguntou, abrindo a geladeira.

— Passo.

— Refrigerante?

Nein, estou bem.

Diego fechou a porta da geladeira com mais força do que o necessário, fazendo Nando desviar o olhar da televisão pela primeira vez desde que tinham se sentado na frente dela.

— Pra que isso? — perguntou, arqueando as sobrancelhas. — Venha logo, o jogo já vai começar.

— Eu estou cansado de jogar FIFA, Fernando — Diego falou com a voz mais alta do que o normal, sentando-se ao lado do irmão. — Você me pediu, eu vim. Agora fale. O que tem de errado com você?

Diego olhava fixamente para Fernando que, por vez, olhava da mesma forma para a televisão. Como se não houvesse ninguém ao seu lado e, ainda, como se ninguém estivesse falando com ele.

O mais novo reconhecia aquele comportamento.

Acontecia mais quando eles eram pequenos e a maturidade ainda faltava aos dois. Mas todas as vezes que Fernando tinha um problema, que poderia ir de notas baixas na escola a um pé na bunda de um amor da infância, ele se calava.

Era muito difícil retirar uma palavra que fosse de Fernando Navarro e, quando isso acontecia, ele gostava de fingir com sua atuação barata que estava bem.

A terceira guerra mundial acontecia em sua mente, mas o sorriso continuava em seu rosto, como se não houvessem motivos para se preocupar.

— Vou de Real Madrid dessa vez — Fernando murmurou como se isso fosse o mais importante a ser discutido ali, soltando uma grande lufada de ar. — Escolha um.

Não precisava de muito para saber que era aquele mesmo jogo infantil que Nando estava jogando.

— Eu não estou jogando com você, Fernando — Diego respondeu, jogando o controle de qualquer forma no sofá em que estava sentado, se levantando novamente. — Nem FIFA, nem o seu joguinho sem palavras. Sinto muito.

— Eu sempre jogo quando você pede revanche — continuou, apertando os olhos. — Sente e jogue mais uma.

— Eu não vou jogar, Fernando — o mais novo aumentou ainda mais a voz, abrindo as mãos de frente a televisão. — E nem você.

Antes de perceber o que estava acontecendo, Diego já tinha puxado o videogame de qualquer forma da tomada, jogando o cabo que segurava no chão em seguida. Nando acompanhou todo o movimento do irmão com o olhar, deixando o controle de lado antes de apoiar seu corpo melhor no encosto do sofá.

— Muito maduro.

— Estou sendo criança se você também está — Diego falou, cruzando os braços. — Você está agindo estranho desde que eu cheguei, então eu quero que você fale comigo. O que aconteceu?

Fernando olhou diretamente para o rosto de Diego por alguns segundos, mordendo a parte de dentro da sua bochecha com força enquanto fazia isso. Puxou uma grande lufada de ar, sentando-se de forma que pudesse apoiar seus cotovelos em seus joelhos.

— As coisas não estão bem entre mim e Sunny — falou de uma vez, descendo o olhar para o chão. — Nós brigamos antes de ontem. Eu pedi para ela me ligar quando decidisse o que queria e não tenho notícias dela desde lá.

Diego relaxou seus ombros assim que Fernando terminou de falar, olhando para a cabeça baixa do irmão mais velho antes de voltar a sentar ao seu lado.

— Que merda, Fernando — murmurou, passando uma mão pelas costas dele. — O que houve? Alguma coisa séria?

Fernando levantou o rosto, negando. Ele nem sabia por onde começar.

Não tinha sido só uma coisa que tinha acontecido. A briga que ele tivera com Sunny no apartamento dela ia muito além daquela noite.

— Você se lembra quando me disse que em algum momento ela deixaria claro, usando palavras ou não, que queria estar comigo? — Fernando questionou, fazendo Di juntar as sobrancelhas. — Você não usou essas palavras, mas foi em Barcelona. Eu te disse que estava com medo de estar envolvido no relacionamento sozinho e você me disse que ela me deixaria saber, um dia, se também estava.

A memória de Diego não era das melhores, mas logo a vaga lembrança da noite de natal em Barcelona voltou a sua mente e ele pode se recordar de ter dito a Fernando algo do tipo.

— Nunca aconteceu — Nando continuou, pigarreando em seguida. — Eu fiz tudo o que podia para mostrar o quanto ela é importante para mim e nunca recebi nada de volta.

Pela primeira vez em muito tempo, Diego não soube o que dizer. Nem mesmo uma de suas brincadeiras sem graça ou uma piada pronta que provavelmente tiraria um grande sorriso do rosto do irmão mais velho.

Ele só soube ficar quieto, ouvindo as doloridas palavras que Fernando pronunciava.

— E eu juro que respeitei o tempo dela, Di, porque eu realmente gosto dela — falou, negando repetidas vezes. — E ela nem mesmo quer me apresentar a sua família... Você sabe o quanto importante família é para mim e ela... Ela nem me deixar conhecer a dela, Diego.

A fala de Nando ficava mais apressada e as frases mais desconexas, fazendo com que Diego precisasse de um esforço maior para entendê-las.

Não precisava de muito, porém, para saber que elas transmitiam o quão machucado Fernando estava.

— Então eu disse tudo isso a ela... Disse que ela precisava decidir se realmente queria estar nesse relacionamento para que as coisas funcionassem, e pedi que ela me ligasse quando tivesse a resposta. — Baixou o olhar para o chão novamente, dando de ombros. — E ela nem mesmo me pediu para ficar.

Por um lado, Fernando estava aliviado de conversar sobre alguém sobre Sunny e não reviver sozinho inúmeras vezes a briga que tiveram. Por outro, assumir em voz alta que as coisas estavam difíceis entre os dois eram mais angustiante do que parecia.

— Eu nem sei o que falar, irmão — Di murmurou baixinho, engolindo em seco. — Eu sinto muito.

— Não tem muito o que ser dito, uh? — Nando riu, respirando fundo. — Só me diga que eu não sou muito estúpido por ainda estar esperando por ela... E esperar o tempo que for.

— Você não é estúpido — Diego falou, apertando o ombro do irmão. — Você está apaixonado por ela, é diferente. E ela se sente da mesma forma por você, Nando. Qualquer um que visse vocês dois juntos na festa de ano novo poderia dizer isso.

— Então por que ela não pode me dizer? Ou ao menos me deixar fazer parte de sua vida?

Diego fora pego de surpresa e, mais uma vez, precisou de alguns minutos para formular em sua cabeça algo que fizesse sentido ser dito e soasse confortante o suficiente.

— Eu acho que não posso responder isso... Só ela pode. E você terá que esperar se quiser saber essa resposta.

— Eu vou — Fernando sussurrou mais para si mesmo do que para o irmão, sorrindo em seguida. — Só espero que ela não demore muito. Estou cansado de dias chuvosos.

Diego demorou um pouco para fazer a ligação, mas observou um sorriso crescente no rosto do irmão antes que ele mesmo soltasse uma risada.

— Essa foi uma péssima metáfora, Fernando — Di empurrou seu ombro, abraçando-o em seguida. — E eu vou dizer a Sunny que você disse isso assim que ela voltar para você.

— Você acha que ela irá?

— Ela irá, guapo — Diego tentou soar o mais firme que podia em sua fala, engolindo em seco. — E vocês vão ter toda a felicidade que merecem.

— Eu espero, irmão... Eu realmente espero.

❄❄❄

Olhando apenas pela janela do seu quarto, Summer não saberia dizer se já eram dez horas ou ainda nem passava das seis da manhã.

O céu de Dresden estava fechado com direito a finas gotas de chuva que não eram suficientes para estragar o dia de alguém que tinha planejado uma visita às margens do Rio Elba, mas fazia com que a cama parecesse mais confortável que o usual, estimulando uma preguiça inimaginável em Sunny.

Os barulhos de panelas e porcelana se chocando, porém, fez com que ela criasse coragem e finalmente se levantasse após vários minutos em claro, trocando de roupa e jogando uma água no rosto antes de se encaminhar para a cozinha.

A porta do quarto de visitas, ocupado por Lilie e Andreas, estava fechada, o que fez com que Sunny percebesse que definitivamente ainda não eram nem oito da manhã.

Guten Tag, Papa — Summer cumprimentou assim que entrou na cozinha, acenando para o pai assim que ele se virou para ela.

Guten Tag, Sunny — Viktor respondeu, voltando o olhar e a atenção para a massa a sua frente.

Summer fez questão de ir até o balcão para verificar o que o pai fazia, deixando um sorriso crescer em seu rosto ao perceber que ele se ocupava em rechear a massa de pão que amassava com precisão.

Seu amor pela cozinha viera todo pelos pais e desconfiava que o amor deles tinha vindo dos seu avós. Incontáveis eram os livros de receitas que ocupavam as prateleiras da casa em Dresden, e irresistível era o cheiro que subia sempre que eles decidiam entrar na cozinha.

Aprendera a amassar massa de pão quando tinha apenas treze anos e tinha levado a receita para a cozinha do Das Versteck, mas brincava que nenhum nunca chegaria aos pés do que Viktor Kaufmann preparava.

Provavelmente ali havia um ingrediente secreto que ele não contava.

— Precisa de ajuda? — perguntou, apoiando no balcão ao seu lado. — Cadê a Mama?

— Saiu para a feira, já deve estar voltando — Viktor respondeu, sem tirar os olhos do seu trabalho. — E nein, não preciso de ajuda. Tome um lugar na mesa, pegue algo para o café, isso aqui é para mais tarde.

Summer sorriu ao assentir, vendo em Viktor o espírito de eu-consigo-fazer-tudo-sozinho que era totalmente nato a ela também.

Roubou alguns cookies que descansavam no pote de vidro no centro da mesa, sentando-se em uma das cadeiras de madeira.

— Dormiu bem? — Viktor perguntou, ainda de costas para ela, indo de um lado para o outro na cozinha. — Essa noite foi muito fria.

— Dormi — Summer confirmou, apoiando o queixo na mão. — Nem parece que estamos em março, achei que a temperatura já estaria mais alta por agora.

— É um ano estranho, sunshine — Viktor murmurou e Summer assentiu, mesmo que ele não pudesse ver.

O silêncio se fez presente na cozinha nos minutos seguintes e Summer passou seu tempo apenas observando o pai cozinhar, como nos velhos tempos. Era o que ela tinha feito na maioria dos dias desde que tinha chegado em Dresden, aproveitando para acompanhá-lo em suas caminhadas diárias, assistir aos programas de culinária que sua mãe tanto gostava e rir de histórias da sua infância com os dois.

Por mais que sentisse falta do seu loft em Munique, do seu café e da rotina que tinha por lá, Summer sabia que precisava daquele tempo para colocar sua cabeça no lugar.

E foi exatamente o que ela vinha se ocupando a fazer.

— Sunny, e o Fernando? — Viktor perguntou, de costas, fazendo Summer arquear as sobrancelhas em surpresa. — Como as coisas vão? Você não falou uma palavra sobre ele desde que chegou. O rapaz está se destacando no Lila, uh?

Ela abriu e fechou a boca algumas vezes, pigarreando em seguida.

Sabia que a pergunta viria uma hora ou outra, mas não esperava que todas as palavras sumissem da sua mente quando ela fosse feita.

Por onde ela começaria?

— Ele está bem — respondeu, abaixando seu olhar para analisar a textura da mesa, agradecendo por não estar olhando diretamente ao pai no momento. — As coisas estão... Bem.

Viktor deixou a massa que mexia, lavando as mãos rapidamente na pia e secando em um dos panos coloridos que estavam pendurados ali, antes de se juntar a Sunny na mesa.

— Por que esse bem não me convence? — perguntou, fazendo com que as bochechas da filha ganhassem cor. — Algo aconteceu?

Sunny sorriu tristemente, dando de ombros em seguida.

Não queria falar a verdade para o seu pai, mas sabia que aquela vaga resposta não o convenceria.

E por mais que ela tivesse dedicando boa parte do seu tempo em Dresden para pensar em como lidaria com Fernando, ainda não tinha essa resposta.

— Eu acho que eu não estou pronta para um relacionamento agora — Summer murmurou, apertando os lábios em uma fina linha antes de continuar. — Eu não acho que sou a pessoa que ele precisa e merece ao lado dele.

Repetiu praticamente a mesma coisa que tinha dito a Pia antes, sentindo a garganta incomodar por ela mesma odiar o peso que aquelas palavras tinham.

Talvez ela realmente não fosse a pessoa certa para Fernando naquele momento.

Mas ela queria ser.

Titte, Sunny! — Viktor falou, dando um leve murro na mesa de madeira. — Você estava tão feliz as outras vezes que veio aqui, o que mudou?

Summer deu de ombros, abaixando o olhar no instante seguinte.

Ela queria falar, de novo, que não podia sonhar com uma vida feliz ao lado de Fernando em algum lugar aleatório do mundo que ele pudesse ser transferido nas temporadas seguintes enquanto assistia de longe seu pai perder o que ele tinha de mais precioso.

Summer nunca deixaria ele para trás.

— Não me diga que aquela ideia de voltar para a Dresden continua na sua cabeça... — falou, não dando tempo para que Summer respondesse. — Sua mãe me disse que você comentou algo sobre isso com ela. Quantas vezes eu preciso dizer a você, Sunny...

— Sinto muito, Papa — ela o interrompeu, sentindo os olhos começarem a encherem de lágrimas. — Eu não consigo. Eu não consigo seguir com minha vida sabendo que você está aqui e que essa doença maldita está piorando... Não é justo.

Antes que ela percebesse, as lágrimas já rolavam pelo seu rosto e seus reflexos não foram rápidos o suficiente para escondê-las do seu pai.

— Eu tenho escondido tantas coisas dele ultimamente e eu não consigo pedir para ele ficar — confessou, esfregando os olhos sem parar. — Eu não posso... Não sabendo que você precisa de mim aqui e que algum dia eu vou ter que deixar ele e tudo o que eu tenho lá para trás.

— Quem te disse isso, sunshine? — Viktor questionou, negando. — Quem disse que você vai ter que deixar tudo para trás? Eu nunca deixaria você fazer isso.

— Papa, você precisa de nós. Eu nunca te deixaria nesse momento.

A fala de Summer fez com que as palavras sumissem da boca de Viktor, que buscou a mão da filha com a sua, tendo seu coração quebrado incontáveis vezes enquanto a assistia chorar.

Nos últimos três dias, Sunny tinha perdido a conta de quantas vezes tinha acabado daquela mesma maneira. Era como se todas as lágrimas que ela tivesse guardado durante todo o tempo tivessem sido liberadas de uma vez só.

E ela precisava assumir que a sensação de deixar que elas corressem livremente pelo seu rosto não era de todo ruim.

Precisava disso.

— Você está certa — Viktor falou depois de um longo tempo em silêncio. — Eu preciso de você, mas não dessa maneira. Eu não preciso que você largue sua vida em Munique para viver a minha, Summer. Eu preciso que você seja feliz por lá, para que eu possa ser feliz por aqui. E quem se importa se eu já não me recordo a senha do meu computador ou a ordem que eu preciso tomar os remédios pela manhã? Existem coisas mais importantes que isso, como ver você crescer, viver, se apaixonar... Formar uma família em alguns anos, se esse for o seu desejo... Ser feliz, Sunny. Eu quero te ver feliz e não importa se for longe de mim.

— Mas Papa...

— Se coloque em primeiro lugar uma vez na vida, meine Engel — Viktor pediu, segurando a mão da filha por cima da mesa. — Se coloque em primeiro lugar, por mim. Se as coisas estão erradas com Fernando porque você acha que não pode ser a pessoa certa para ele por ter outras coisas em sua cabeça agora, isso não é verdade. Se você gosta dele e ele de você, sunshine, não existem motivos para vocês estarem separados.

— Eu gosto dele, Papa — Summer confessou, sentindo os olhos voltarem a se encherem de lágrimas. — E eu tenho medo de ter feito tudo errado...

— Ei, nunca é tarde demais para consertar as coisas — Viktor aconselhou, apertando a mão dela com a sua. — Ligue para ele, volte a Munique, não sei... Mas deixe-o saber como ele é importante para você.

Summer assentiu repetidas vezes, fechando os olhos e deixando que as lágrimas corressem pelo seu rosto, nem se preocupando em limpá-las.

Estava tudo bem em não conseguir carregar todo o peso do mundo sozinha, algumas vezes. Sunny estava começando a aprender isso.

Ich liebe dich, Sunny — Viktor murmurou, levantando-se para que pudesse abraçar a filha. — Eu vou estar sempre torcendo pela sua felicidade. E Fernando te faz feliz, eu sei disso.

Ich liebe dich auch, Papa — respondeu, passando os braços com força pelo pescoço dele. — Obrigada. Danke, danke...

— Agora, pare de chorar — Viktor pediu, limpando as lágrimas do rosto da filha. — Sua mãe está chegando e ela me disse que iria passar no mercado das flores para comprar algumas plantas. Você sabe o quanto as flores do começo da primavera são lindas e o quanto sua mãe gosta delas.

Summer assentiu, apertando os lábios trêmulos em uma fina linha.

— Vá tomar um banho e depois desça para ajudá-la no jardim, como nos velhos tempos — continuou a falar. — O trabalho vai te dar algum tempo para pensar com como resolver as coisas com Fernando e vocês vão ficar bem.

— Nós vamos — Summer concordou, sorrindo. — Papa, você sabe quando a Mama disse que ela escolheu meu nome porque queria que eu a mantivesse aquecida no inverno?

Viktor juntou as sobrancelhas, assentindo repetidas vezes. Aquela ainda era uma das histórias favoritas na casa dos Kaufmann.

— Isso é o que Fernando faz comigo — Summer confessou, sentindo os olhos voltarem a encher de lágrimas quando tornou a falar. — Ele me deixa aquecida e me faz acreditar que tudo vai dar certo. Ele me faz entender o que felicidade é... Esse é Fernando.

Aquele era Fernando.

A pessoa com quem Summer queria dividir tudo de bom que acontecesse em sua vida, mas também de quem queria ouvir palavras de consolo toda vez que as coisas saíssem dos trilhos.

A pessoa com quem ela queria compartilhar a vida, cada mínimo pedaço dela.

E ela se sentiu tola por não ter se dado conta disso antes.

— Então você sabe exatamente o que tem que fazer — Viktor murmurou com um grande sorriso no rosto, passando uma das mãos nos cabelos loiros da filha. — Diga isso a ele.

— Eu vou.

Summer falou, firme, recebendo em sua testa um demorado beijo do pai, antes dele se virar e voltar a trabalhar na massa que descansava em cima do balcão da cozinha.

Ainda havia diversas dúvidas que se passavam pela cabeça de Summer e ela duvidava que as lágrimas daquela tarde fossem as únicas que ela derrubaria pelos dias seguintes.

Uma coisa, porém, Sunny tinha certeza. Deixaria Fernando saber o quanto era importante para ela.

Ele merecia.

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