11. Bésame
Mais um da série: capítulos novos que entraram na lista das minhas coisas favoritas que já escrevi na vida. Espero que gostem <3
— Nós podemos falar na quantidade de dinheiro, paciência e tempo que é preciso para planejar uma festa que vai durar uma noite?
Lilie falou enquanto deixava uma pilha de folhas preenchidas em cima do centro de madeira da sala, apertando a ponte do nariz em seguida.
— Podemos falar como tudo parece ainda mais difícil quando além de planejar um casamento também temos um enxoval para providenciar? — Pia falou, analisando a primeira folha na mesa. — Mas você está se saindo bem, Lilie, vocês já tem até a banda e o espaço definido. Eu e Sven ainda não entramos em consenso nem em relação ao buffet.
— Isso porque você como chef é muito exigente — Summer falou enquanto se levantava, negando. — Deve estar sendo difícil para ele.
— Você pode apostar nisso. A novidade da semana é que minha mãe tem certeza que o bebê tem meus traços após ver a última ultrassom e a mãe do Sven fala a mesma coisa em relação a ele e elas estão quase se atacando por causa disso. — Pia deu de ombros, rindo. — Eu juro que controlo minha risada na frente das duas, mas ele fica tão nervoso que eu aposto que terá muitos cabelos brancos até o final da gravidez.
— Eu quase estou com pena dele, Pia — Lilie falou enquanto ria, suspirando. — Como vão os preparativos? Vocês já escolheram a igreja? Eu tenho um monte de sites de ideias para decorações, se você precisar...
Summer viu o começo do assunto a que ela desconhecia como uma abertura para ir até a cozinha, buscando entre os armários o pó de café descafeinado que tinha ganhado de presente de uma delas.
A companhia de Pia e Lilie para assistir os três últimos episódios de The Bachelor e colocar a conversa em dia espalhadas pela sua pequena sala de estar após a aula de ioga era o ponto alto da sua semana, mas Sunny não podia dizer que tinha muito a falar enquanto a irmã e a melhor amiga discutiam sobre uma parte da vida que era comum as duas e diferente a ela.
Adorava acompanhar Pia na busca de coisas para o bebê, ouvir histórias sobre o súbito noivado e ajudar a irmã a se decidir entre branco gelo e branco neve para a cor das toalhas da mesa da sua festa de casamento. Mas era o máximo que podia ir, já que nunca nem tinha se pegado pensando como seria quando fosse a sua vez.
— Então... Como vão as coisas com Fernando?
Ela estava de costas para as visitantes do seu apartamento, mas nem precisava se virar para perceber que o olhar das duas estava em si.
Apesar disso, fingiu indiferença com a pergunta feita, desligando a cafeteira e despejando todo o líquido em três xícaras de porcelana que sempre tirava do armário quando sabia que teria convidados, deixando sua caneca com decoração infantil de lado.
— Boas — Summer respondeu a pergunta de Pia enquanto levava duas xícaras para a sala, voltando para pegar a sua em seguida. — Ele está no treino.
— Nós sabemos que ele está no treino, Sunny, é basicamente só o que ele faz — Lilie respondeu, sentindo-se a vontade para colocar os pés na pequena mesinha da sala da irmã, sentada no sofá. — E boas? Só boas?
Sunny pareceu não entender a pergunta, sentando no sofá ao lado das duas visitas e cruzando as pernas, um segundo antes de José colocar as duas patas em seu colo.
Ela acariciou o labrador marrom com as duas mãos por algum tempo antes de arremessar a bolinha de tênis dele para o meio do seu apartamento, em uma estratégia que pudesse ganhar tempo para tomar seu café.
Percebeu, assim que relaxou no sofá, que tinha a atenção de Lilie e Pia, que a encaravam esperando uma resposta.
— O que? — perguntou, dando de ombros. — As coisas estão indo bem.
— As coisas estão indo muito bem pelo visto, sunshine — Pia falou, deixando a sua xícara de volta ao pires. — O cachorro dele já está tão acostumado com você que parece que te conhece pela vida toda. E o que mesmo ele está fazendo aqui?
— José Cuervo é um cachorro dócil, não é como se isso significasse alguma coisa... E eu gosto da companhia dele e pedi para Nando deixá-lo por alguns dias comigo.
— Isso significa alguma coisa, o cachorro dele já está em sua casa, Sunny — Lilie cortou a irmã mais nova, fazendo-a revirar os olhos. — E Mein Gott, quem coloca o nome do cachorro de José Cuervo?
— O do irmão dele se chama Johnnie Walker, isso não é a coisa mais genial do mundo? — Sunny riu enquanto observava o cachorro brincar com a bolinha, balançando o rabo de um lado para o outro.
— Você gosta dele não é, Sunny?
— Eu já fiz essa pergunta uma vez — Pia falou, sorridente. — E eu tenho quase certeza que já tinha uma resposta positiva daquela vez.
Summer abriu e fechou a boca repetidas vezes em busca de qualquer coisa que pudesse refutar o que as duas falavam, mas preferiu por deixar que o silêncio se fizesse presente.
Porque talvez ela ainda não tivesse feito essa pergunta a si mesma.
Era óbvio que havia algo com Fernando Navarro.
Ele era o responsável por bagunçar a sua rotina, encher seu vocabulário com palavras em espanhol, preencher suas playlists do Spotify com músicas latinas. Era responsável por fazê-la esquecer de todo o resto do mundo quando está ao seu lado, por tirar um sorriso do seu rosto com seu senso de humor e bagunçar sua cabeça.
Fernando Navarro tinha se tornado seu chão no mundo de incertezas que vivia. No meio de todo o caos, de todas as situações que tinha que enfrentar diariamente, da preocupação com o dia seguinte, com a semana seguinte, com o futuro que parecia estar a um passo de distância, ela o tinha ao seu lado.
Com um sorriso no rosto, dedos entrelaçados com os seus e um brilho nos olhos que sempre estava ali.
Summer Kaufmann gostava de Fernando Navarro.
Estava claro para ela e para todo o resto do mundo que tivesse estado em contato com ela no último mês.
Não sabia onde está se metendo, em que eles iriam se tornar e, pela primeira vez, não temia o futuro.
Não estava olhando para frente e imaginando trinta desfechos tristes diferentes como ela costumava fazer nos seus antigos relacionamentos.
Pela primeira vez, ela estava feliz e gostava exatamente de onde estava.
— Eu gosto dele — Sunny assumiu de vez, vendo as duas mulheres se entreolharem com um grande sorriso nos lábios. — Não faço ideia se isso vai dar certo ou o que eu estou fazendo com minha vida, mas eu realmente gosto dele.
— Eu esperei tanto tempo para ouvir minha irmãzinha falando isso — Lilie falou olhando diretamente para Sunny, fazendo-a rolar os olhos. — E eu não sei como Fernando está fazendo para que isso aconteça, mas é bom te ver se entregando assim.
— Ele deve ser uma pessoa muito especial — Pia completou, fazendo Sunny sorrir sozinha antes de dar de ombros.
A simples menção do nome do espanhol fazia seu coração acelerar e suas bochechas ganharem cor, levando-a a lembrar dos seus olhos escuros, da sua risada cativante e da maneira que ele a fazia se sentir como a pessoa mais especial que existia no mundo.
Aquilo era algo que só Fernando Navarro tinha conseguido na vida.
— Ele é — murmurou baixinho, sorrindo ao levar os olhos em direção as amigas. — Ele definitivamente é.
♡♡♡
— E lá vem Fiorentini pela esquerda, deixando todos os adversários no chão. Três contra um e o atacante deixa todos no chão, puxa para a esquerda mas chuta com a direita e TOOOOR! Tor für Fiorentini, camisa dez! Sem chance para Navarro!
Fernando apoio as duas mãos na grama verde enquanto caiu sentado no chão, vendo o pequeno garotinho correr em sua direção e jogar as mãozinhas ao redor do seu pescoço, abraçando-o.
— Você não deveria estar comemorando com o goleiro adversário Niko, mas acho que posso aceitar o abraço — Nando brincou com o pequeno, levantando-se e suspendendo-o em seus braços. — O que seu pai falaria se soubesse que eu estou te influenciando a ser um atacante e não um goleiro como ele?
Falou alto o suficiente para que o italiano, Greco Fiorentini, escutasse, dando risada enquanto se aproximava dos dois com as luvas de borracha ainda nas mãos.
— Eu iria incentivar, apesar de achar que ele leva bem mais jeito como zagueiro — Greco respondeu, vendo o filho dar risada enquanto olhava para o pai, ainda com as mãos bem apertadas ao redor do pescoço do espanhol. — Se ele estiver dando muito trabalho...
— Trabalho nenhum, mi amigo — Nando desconversou, olhando para o pequeno de relance. — Nós estamos nos divertindo muito, não estamos, Niko?
O pequeno loirinho assentiu antes de pedir para ir para o chão, correndo assim que tocou as chuteiras no campo de treinamento, indo em direção a Stephen Knight, que o chamava do outro lado da grama.
— Ou talvez não — brincou, tocando o ombro do mais velho antes de passar por ele, caminhando tranquilamente até as arquibancadas, mantendo seu olhar nas suas chuteiras coloridas enquanto sabia que o dela estava nele.
Estava suado, com as bochechas levemente vermelhas pelo esforço do treino que tinha acabado de ser finalizado e seus cabelos já caiam despenteados pela sua testa, mas nada o preocupava em vê-la assim. Talvez já tivessem passado daquele ponto, apesar de nunca tê-la visto menos que espetacular, desde o momento que acordava até quando ficava acordada até tarde da noite com algum trabalho da faculdade.
— Então, é esse o plano de vocês para ganhar o campeonato?
Sunny brincou assim que ele parou a sua frente, amassando uma garrafa d'água que estava em suas mãos enquanto apertava os olhos azuis por causa do sol que incomodava sua visão. Mas estava com eles abertos o suficiente para ter visto o grande sorriso que apareceu no rosto de Fernando Navarro, junto com uma piscadinha que a fez rir junto a ele.
— Descobriu nosso grande segredo, acho que não é mais confiável te deixar livre por aí.
Fingiu uma cara de preocupação, olhando para trás para que pudesse ter uma visão ampla de todo o campo de treinamento do Eintracht Frankfurt. Afonso Reina conversava com seus dois assistentes embaixo de um grande toldo roxo, fugindo do sol que brilhava no céu azul de Munique. Greco Fiorentini fingia querer roubar a bola de Paulo, seu filho mais velho, que se esforçava para tocar bola com Emem Okafor. Stephen Knight e Milo Pawlowski brincavam de bobinho com Niko, que parecia contente apenas pelo fato de poder correr de um para o outro sem parar, sem chegar nem perto da bola. Moncho Ramírez e Marek Stawski já estavam sentados na grama, exaustos, enquanto o filho de Maxine Laurent corria ao redor dos dois e o francês conversava com a mulher, apenas alguns passos dali. Leon Thalberg tinha a filha mais nova de Maxine no colo, sorrindo enquanto a deixava segurar uma bola menor que tinham do time, tendo cuidado para ela, como estava acostumada, não colocá-la na boca como fazia com tudo o que tinha nas mãos.
Era assim que um treino aberto para familiares funcionava, só acontecendo uma vez por mês ou no começo de cada temporada. Reina achava que era importante ter aquele momento de integração entre os jogadores e os que estavam com eles em Munique, já que a maioria do elenco não eram alemães e tinham encontrado, nos seus companheiros de time, uma família.
Era exatamente esse ambiente que ele queria, independente do lugar que estavam ocupando na tabela.
— Talvez eu possa vender as informações táticas para alguém do Bajuwaren, você não deveria confiar tanto em mim, Navarro — Summer murmurou, apertando os lábios rosados em um fina linha. — O que você vai fazer a respeito?
— O que eu vou fazer a respeito? — ele repetiu, levantando uma das sobrancelhas. — Eu vou ter que te levar comigo para casa, Summer. Você meio que me deixou sem escolhas por aqui.
Ela juntou as sobrancelhas em curiosidade, não prevendo o próximo movimento do espanhol até ele segurá-la pela cintura e colocá-la em cima de um dos seus ombros, ignorando o grito de susto que saiu pela sua garganta e chamou atenção de metade dos jogadores que ainda estavam no campo.
— Fernando Navarro, me coloque no chão! — ela pediu, tentando soar autoritária mesmo que sua crise de riso denunciasse que ela não estava chateada, segurando forte em sua cintura da forma como conseguia. — Você é inacreditável, Navarro.
— Você quem provocou — respondeu rapidamente, atravessando parte do campo antes de colocá-la no chão, sorrindo assim que viu suas bochechas vermelhas e seus cabelos loiros completamente bagunçados por estarem para o alto segundos antes. — Saiba que eu levo muito a sério o sigilo em minha vida.
Summer sorriu com a fala dele, fechando os olhos assim que ele aproximou seu rosto do dela, deixando um beijo delicado nos seus lábios.
— Você leva? — Sunny perguntou, vendo-a assentir lentamente. — Então o que exatamente foi isso?
Nando não tinha entendido o que ela queria dizer até o momento que a alemã passou os olhos por todo o centro de treinamento, parando para acenar rapidamente para Xavier Noguerra, que fez o mesmo em sua direção.
Até o momento, Xavier e Moncho eram os únicos que ela conhecia, por estarem sempre por perto de Fernando. Tinha recebido os dois algumas vezes no seu café e oferecido alguns cookies de framboesa como cortesia que tinha ganhado os dois na primeira mordida. Nando tinha dito a ela que ela deveria deixar aquele hábito para trás ou acabaria falida por dois jogadores que acumulavam contas bancárias milionárias, mas ela não deixava de agradá-los vez ou outra.
Mas não conhecia nenhum outro dos jogadores, que agora encaravam os dois com curiosidade ou com um grande sorriso no rosto. Isso, junto com o calor que fazia no dia, tinha sido suficiente para deixar suas bochechas vermelhas, questionando se tinha feito a escolha certa de roupa para o dia e o que eles deveriam estar falando sobre ela.
— Eu sabia que você ficaria receosa se eu te falasse que todo mundo estaria aqui, então eu escondi essa pequena parte quando te falei da visita ao campo de treinamento — Fernando respondeu, apertando os lábios um contra o outro. — Mas é um dia importante para o time e eu achei que você deveria estar aqui, por mim.
— Conhecer todo o seu time de uma vez só não é uma pequena parte, cariño — ela murmurou de volta, sorrindo. — Mas se é importante para você, então eu estou feliz que você me quis aqui.
— Oh cariño — ele devolveu o apelido, que soava instintivamente mais irresistível com seu sotaque, fazendo-a sorrir. — Você sabe que eu te quero em todo lugar. Aqui, na minha casa, na sua casa, na minha cama...
Summer tentou fingir que não tinha notado o tom de malícia expressa na frase do jogador, mas fora traída por suas bochechas extremamente rosadas após ele terminar de falar. Ele sorriu com a falta de jeito dela, apoiando a mão no seu rosto antes de beijá-la, contando que todo mundo ao seu redor estaria ocupado demais para notá-los.
— Você é tão inacreditável — Sunny murmurou assim que o empurrou pelo peito, não mostrando resistência assim que ele entrelaçou seus dedos. — Então, o que mais você tem para me mostrar hoje?
— O vestiário — Nando respondeu, olhando de perfil para ela. — Não se preocupe, eu já avisei que iria fazer isso e nós não vamos nos deparar com nenhum dos meus companheiros de time sem roupa.
— Bom — ela apertou os olhos, sorrindo. — Por favor, use todo seu talento como guia para me apresentar o resto do lugar.
— Seu desejo é uma ordem, Dame Kaufmann.
Eles trocaram um longo sorriso antes de entrassem para a parte coberta do centro de treinamento, que tinha suas paredes preenchidas por várias fotos históricas do time, incluindo uma do jogo que os colocara para disputar a Champions League.
Fernando apresentava cada nova sala que eles entravam com detalhes, desde o departamento médico até o lugar que eles recebiam massagens após os jogos, parecendo que conhecia o lugar pela sua vida toda.
Sunny sabia que ele gostava de lá pelo pequeno sorriso que o espanhol mantinha em seus lábios enquanto falava, orgulhoso do seu time.
— E esse é o meu armário — ele apontou para sua própria foto e o número dez, onde sua camisa geralmente ficava, junto com suas chuteiras e o calção. — Die Nummer zehn.
Fernando sorriu enquanto observava, vendo Summer se aproximar para que pudesse ver com mais clareza a foto desgastada que ele tinha pregado no seu armário. Era da sua família, provavelmente de muitos anos antes, pela falta de rugas de expressão e a feição de criança que ainda havia em Navarro. Naquela, porém, ele também usava uma camisa de número dez, com um sorriso brilhante que se destacava na fotografia desbotada.
— Como é vestir a dez? — ela questionou, levando os olhos azuis até ele. — É muito diferente?
O jogador não respondeu de imediato, apertando os olhos castanhos em direção ao número antes de dar de ombros e olhar para Sunny, com um pequeno sorriso nos lábios.
— Ela é pesada — confirmou, engolindo em seco enquanto juntava as sobrancelhas. — Quando você está vestindo uma dez, você sabe qual é a sua obrigação. Eles querem gols com ela, cariño. E eles contam com você para isso.
De longe, a temporada de Fernando Navarro estava indo bem.
Não tinha números grandes, mas para o time que estava em quarto na tabela e carregava um saldo de gols positivos, a contribuição do espanhol estava sendo o diferencial para a temporada. Era nítido que o rendimento do time caia quando ele não estava em campo, ou por ser poupado ou por algum problema muscular.
Mas para Nando, aquilo não era suficiente.
Não era porque eles não estavam bem na Champions League. A fase de grupos estava prestes a acabar e o Eintracht München ocupava o terceiro lugar do grupo C, um pouco longe de estar entre os dois que iriam para a fase de mata-mata.
Era isso que ele queria. Era ser desafiado e conseguir corresponder, colocando o time lila de Munique para a próxima fase como era o objetivo deles, que entrara na competição para fazer história.
— Você não deveria se cobrar tanto, Nando — Sunny murmurou ao desviar o olhar para ele, apoiando as duas mãos no seu ombro enquanto ele continuava com as suas na cintura. — Vocês são um time. Se as coisas não estão dando totalmente certo, a culpa não é só sua.
— Eu sei, só... — ele negou, engolindo em seco. — Obrigado, cariño.
Ele sorriu sem mostrar os dentes, abraçando-a e deixando um beijo demorado no topo da sua cabeça, levantando o olhar novamente para a camisa dez exposta enquanto tinha Sunny em seus braços.
— Você não gosta de falar sobre isso, não é? — a alemã insistiu, levantando a cabeça para que pudesse vê-lo.
— Sobre o que? — fez-se de desentendido, vendo-a negar. — Não é meu assunto favorito. Reina sabe disso e enche meu saco desde o Barça, Diego diz que um dia eu vou explodir e que ele tem pena de quem estiver perto, meu pai... é igual.
Desvencilhou-se de Sunny, vendo-a olhar para ele com repreensão.
Não adiantaria muito, já que muitas outras pessoas já tinham tentado antes dela. A verdade era que Fernando Navarro ainda era fechado demais quando se tratava a algo que o incomodava e nenhum esforço era suficiente para fazê-lo falar.
E, exatamente como Diego falava toda vez que ele parecia estressado, sempre acabava com um dia ou outro de temperamento explosivo que já o rendera problemas.
— Só acredite em mim quando eu falo que você não precisa se preocupar, cariño — repetiu e Summer apertou o olhar em desconfiança em sua direção, recebendo um beijo do jogador na bochecha. — Agora me diga, depois dessa visita guiada por esse guia sensacional, qual sua opinião sobre o Eintracht München?
— Vocês são os melhores, seus companheiros de time fazem as crianças mais lindas da Bundesliga e vocês vão ganhar o campeonato — ela enumerou com os dedos, tirando um grande sorriso dos lábios do jogador. — E você, Fernando Navarro, vai ser o artilheiro da temporada. Trinta e dois gols.
O jogador não conseguiu conter a risada, jogando sua cabeça para trás enquanto sorria. Summer colocou as mãos por trás do seu pescoço, olhando diretamente para seus olhos escuros enquanto falava.
— Eu estou falando sério.
— Em algumas semanas nós chegaremos na metade da temporada e eu não tenho metade dos gols, Sunny.
— Então você terá muito trabalho pela frente, Fernando Navarro — sorriu travessa, piscando para ele. — E se isso realmente acontecer, você vai me ver no estádio com a sua blusa. Gritando por você.
— O que aconteceu com o 'na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, na vitória e na derrota'? — brincou, vendo-a sorrir. — Você está querendo dizer que só estará comigo se nós ganharmos esse campeonato?
— Eu estou dizendo que você é uma estrela, Nando e que você vai brilhar muito ainda aqui em Munique — ela falou, séria. — Nem por um momento duvide disso.
Fernando assentiu, entrelaçando seus dedos com os dela e os levando até a boca, deixando um beijo na parte de cima da sua mão, enquanto olhava diretamente para seus olhos brilhantes azuis e o sorriso que ameaça crescer nos seus lábios.
— Eu preciso dizer que sou louco por você, Summer Kaufmann? — Nando murmurou baixinho, vendo-a sorrir. — Completamente louco por você.
— Você pode me lembrar disso — ela sussurrou em resposta, aproximando seu rosto do jogador. — Quando quiser.
Nando sorriu maliciosamente e passou as duas mãos pela cintura dela, pronto para juntar seus lábios quando as duas portas do vestiário se abriram simultaneamente, enchendo o lugar com jogadores suados e desesperados por um banho, que mal perceberam a presença da alemã ali.
Ela deu uma última olhada em Fernando antes de deixar um beijo no seu maxilar, piscando ao tirar suas mãos da cintura dela.
— Talvez mais tarde — falou enquanto se afastava, sorrindo simpaticamente para os jogadores que cruzavam seus caminhos. — Eu vou esperar por você lá fora.
E foi só ela sair para Fernando Navarro passar uma mão pelo cabelo bagunçado, engolindo em seco antes de se livrar da camisa suada que tinha usado no treino e apoiar as duas mãos atrás da sua cabeça, ainda encarando a porta que Summer tinha acabado de sair.
— O que elas não fazem com a gente, uh guapo? — Pedro Antunes falou ao notar que ele ainda encarava o vazio, passando um braço pelas costas do amigo. — Não tem mais volta para você.
Ele não estava exagerando nem um pouco ao falar que estava louco por aquela mulher.
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