Prólogo
Minha primeira memória é de ter acordado no meio da noite com minha mãe me agarrando da cama e me carregando desesperada enquanto meu pai levava o máximo de pertences que conseguia levar em uma bolsa.
Não houve explicação, não houve espera, não houve tempo para eu me recuperar do sono e vestir uma roupa para sair, houve apenas minha mãe me abraçando com toda força que podia e correndo pelas ruas de Tirnanóg me segurando em um braço e no outro uma mala sobrecarregada.
Dragões infestavam o céu jogando bolas de fogo sobre as residências feitas de pedra e diversos magos voavam ao redor dos dragões tentando combatê-los com suas varinhas mágicas... Exceto que não eram dragões cuspindo fogo, eram dirigíveis jogando bombas e ao invés de magos voando ao redor deles eram fadas no topo de torres de pedra, e ao invés de varinhas mágicas eram catapultas enormes atirando rochas maiores ainda.
O resto é apenas imagens borradas e sons, eu lembro de gritos, muitos gritos, havia chamas e explosões por todo lado. Nunca vou esquecer como aquela madrugada pareceu ter virado dia com todo aquele fogo e nunca vou esquecer a quantidade de corpos de fadas jogados nas estradas um dia brancas e brilhantes agora pintadas de vermelho.
A última coisa que me lembro é de ser jogada nos braços do meu pai subitamente, de estender os braços e mexer minhas pequenas mãos querendo que ela me segurasse novamente.
— Cuida dela por favor. — ela beijou papai nos lábios e em seguida beijou minha testa com a maior ternura possível.
— Seja forte por mim, pelo seu pai...
— Mamãe! — Eu chorava, mas ela limpou minhas lágrimas e segurou meu rosto firmemente.
— Seja forte por mim, seja forte pelo seu pai, seja forte pelo nosso povo e nunca deixe o medo te dominar, você ainda vai fazer história, meu amor. — ela me entregou um punhal enorme para minhas pequenas mãos.
— Ash por favor... — papai tentou falar com ela, mas ela apenas se afastou de nós e correu para as chamas.
Meu pai havia dito que minha mãe havia ficado para ajudar os sobreviventes e tentar participar do conflito, ela sabia que ia morrer, mas escolheu morrer lutando contra o sistema
Eu escolhi matar os filhos da puta que criaram ele.
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