Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 2

                                 SELENA


Havíamos passado a manhã e a tarde inteira na estrada, passamos pelas planícies verdes e por diversas fazendas unseelies com plantações mortas devido a uma epidemia que tem assolado as plantas.

Por que não basta a invasão e a guerra que está acontecendo no norte, também precisa de uma epidemia que acabe com a comida para colocar mais um prego no caixão desse país.

 Enquanto seguimos estrada eu olhei para cima e pela posição do sol, eu diria que agora eram umas três da tarde, e segundo Willow estávamos nos aproximando da cidade mais próxima.

— “...Onde nós voaríamos dançariamos por nossa terra abençoada” — cantei enquanto seguimos caminho.

— Que música é essa? — Willow perguntou.

— É só uma canção de ninar que eu gosto. Eu canto... cantava pras crianças lá em Aine.— respondi.

— É de Tirnanóg?

— Sim, é... Era de lá.

— Tendi, bom o garoto estava certo, você tem uma voz muito bonita.

— Obrigada. — Anos aperfeiçoando meu timbre valeram a pena e como açúcar é muito caro, ele nunca foi um problema para as minhas cordas vocais, é um hobbie idiota, mas quando você passa tempo demais levantando sacos de grãos pesados colina a cima, cantar é uma boa distração.

— Você fala Anduriano? — Willow perguntou.

— Perfeitamente. — respondi na língua deles, algo que eu aprendi é que unseelies odeiam Faes que tenham sotaque na fala, geralmente é um sotaque anasalado que puxa o R.

— Os humanos vão gostar de você. — era como eles se chamavam, e como alguns faes os chamavam, humanos, eles amavam essa palavra pois destacava que eles eram pessoas, eles eram seres conscientes e civilizados e nós éramos o resto, eramos “criaturas mágicas”.

— Eu não me importo com o que eles pensam.

— Mas devia, eles vão ser seus chefes afinal de contas, mas de qualquer forma você vai ser querida lá na capital. Você tem peitos bonitos e os humanos gostam de peitudas.

— Quer que eu te derrube da carroça?

— Calma, eu não tô dando em cima de você só tô contando um fato, se o trampo de costureira não der certo pode cobrar para eles pegarem nos seus peitos. — comentou irônico e dei um tapa em sua nuca.

— Pode cobrar para costurarem a sua língua.— respondi.

— Espero que não responda assim os humanos que falarem merda contigo, vai acabar enforcada em praça pública. — ele afirmou e seguimos em silêncio, eu não tinha mais ânimo para cantar nada.

Willow falava apenas lusitano, não sei se por opção ou se apenas nunca lhe foi ensinado a língua dos goblins, mas sei que essa é a realidade de uma nova geração de crianças fadas também. Ele era relativamente simpático apesar de misógino em alguns momentos, e sempre era encarregado do transporte em Aine, já que seus unicórnios apesar de pequenos eram muito resistentes.

Os equinos a nossa frente tinham seus chifres cortados já que o marfim de unicórnio era um material considerado precioso. A pelagem branca dos animais estava suja pela terra e seus corpos magros caminhavam em uma velocidade surpreendentemente veloz considerando sua aparência desnutrida.

Eles passariam por equinos unseelie perfeitamente se não fosse seu tamanho menor, suas causas longas, seus chifres ou no caso a falta deles e suas feições achatadas e pequenas que lembravam a de lebres... Talvez não tão perfeitamente assim.

Enquanto eu me perdia na paisagem de campos vastos, vazios e as casionalmente mortos, Willow chamou minha atenção.

— Chegamos. — ele indicou a placa a nossa frente, um retângulo de madeira com pintura amarelada e letras vermelhas escrita em alfabeto lusitano.

“Santo Cipriano: População: 50 mil habitantes

 — Não era cem mil? — perguntei a Willow, eu tinha certeza que era isso o que a placa dizia desde a última vez que vim aqui.

— Você acha mesmo que é a única indo ter uma nova vida na cidade grande? Há! Praticamente todo mundo do interior de Avalon está indo pras capitais especialmente agora com essa guerra dos Astorianos e a praga ferrando com as plantas.

— Caramba.

— Pois é, fazendas estão no passado o futuro agora são as fábricas, bem vinda a idade do ferro!

Após essa fala entramos no município e mesmo eu sabendo que era uma cidade relativamente pequena e agora com menos habitantes, ainda era um grande salto se comparado a Aine.

Havia casas e prédios de madeira perfeitamente enfileirados, um chão de pedras alinhadas e diversos estabelecimentos comerciais que faziam meu estômago roncar já que não comi nada desde o café da manhã.

Embora percebi que mesmo que pudéssemos fazer uma pausa para o almoço, não seria possível aqui já que a grande maioria dos estabelecimentos comerciais tinha placas escritas.

Não atendemos fadas”

Nos recusamos a dar atendimento a qualquer criatura não-humana

Proibido seres mágicos

Não é como se estivessem cometendo alguma infração, a lei permitia negar atendimento a um de nós.

Chegamos finalmente a estação ferroviária, a faixada era feita de mármore branco e havia uma placa de bronze indicando o nome do local. Diversas mulheres unseelie usando suas roupas estranhas com corpetes desconfortáveis, mangas bufantes, saias volumosas e pequenos guarda-chuvas de bordados acima de suas cabeças, já os homens unseelie usavam paletós e cartolas enormes tendo suas botas engraxadas por elfos de pele roxa e cabelos brancos.

Desci da carroça, peguei a mala dando uma última olhada em Willow.

— Obrigada pela carona.

— Disponha madame Selena. — ele fez uma reverência irônica e eu revirei os olhos, acho que eu sentiria um pouco de saudade dele.

— Me deseja boa sorte?

— Acho que eles é que precisam de boa sorte ao terem que lidar com você. — ele deu um sorriso sarcástico como se soubesse o que eu estava planejando, e foi embora sendo levado pelos unicórnios.

Respirei fundo e subi as escadas de mármore, e os unseelie, me encararam, mas ignorei os olhares e abri as portas da estação.

Lá dentro vi a grande locomotiva soltando fumaça nos céus e vi diversas pessoas (a maioria humanos) andando para lá e para cá enquanto o local se perdia em um mar de vozes falando.

— Você é Selena Morrigan Ris? — uma voz grossa perguntou por trás de mim e encarei o homem que me chamou.

Ele tinha a pele preta em um tom ébano e o cabelo de tranças estava preso em um coque, suas roupas eram de um azul indigo  com detalhes de vermelho ao redor do colarinho e nas mangas, também havia emblema de dragão em seus ombros.

 Ele até que era atraente para um unseelie, apesar de que eu nunca vou conseguir achar essas orelhas redondas deles minimamente atraente.

— Sim sou eu mesma e você é...?

— Arion Del Taine, mago real e estou aqui para acompanha-la na sua viagem.

— Mago real? Pensei que bruxaria fosse crime.

— Posso lhe assegurar que o que eu faço não é bruxaria, agora se já se contentou em questionar meu ofício, estamos...— tirou um relógio de bolso e o analisou. — cinco minutos atrasados, nosso trem já está para sair senhorita Ris.

O segui pela multidão, não era difícil o perder de vista com aquela vestes. Mago real? Isso só comprovava minha teoria, nossas práticas consideradas sagradas são apelidadas de magia, nos proíbem de faze-las por serem perigosas e “bruxaria”, mas colocam um deles para realizar as mesmas práticas e isso faz dele um mago.

Algo que aprendi sobre os humanos, é que eles amam culturas diferentes das que eles estão acostumados, eles só odeiam os donos dessas culturas.

Arion entregou minha passagem com nossa localização escrita, a minha dizendo minha “Espécie:” e com “fada-fêmea” escrito na frente, será que também está escrito se eu sou adestrada?

Entrei na fila para o vagão de faes que ficava alguns vagões mais atrás, havia uma mãe sereia na minha frente segurando seu filho, a mulher apenas mantinha seu olhar na fila, mas a criança de pele azul e brânquias que não devia ter mais do que três anos olhava para mim fixamente, mostrei minha língua para o garotinho que riu imediatamente.

— Senhorita Ris, vamos no outro vagão. — Arion chamou minha atenção. Eu não devo ter ouvido corretamente, e tenho certeza que os outros faes devem ter tido o mesmo pensamento.

— Mas é um vagão unse... humano. — ele mantinha uma expressão entediada em relação a minha fala como se fosse a situação mais normal possível.

— Eu fui encarregado de não tirar os olhos de você durante toda a viagem e receio que não posso entrar no seu vagão. — agora todos os olhos da fila estavam em nós dois e pude ouvir alguns sussurros mais a frente.

— Vamos então? Não temos o dia todo.

— S-sim. — gaguejei de surpresa e sai da fila ainda sendo acompanhada pelos olhares curiosos.

Andamos mais a frente passando pela multidão e quando chegamos ao vagão designado aos unseelie, percebi que não tinha fila, apenas a escada e o um homem bem vestido esperando receber os passageiros.

Quando subimos as escadas de ferro o homem arregalou seus olhos indiscretamente.

— Senhor, este vagão não é para o tipo dela.

— Ela está me acompanhando em serviço da coroa. — ele respondeu novamente sem mudar sua expressão de tédio.

— M-mas os outros passageiros podem...

— Questionar a ordens reais é questionar o rei em pessoa, o que é traição, o que por sua vez é um crime.

O homem se calou imediatamente, suspirou e aceitou a passagem de Arion e relutantemente a minha.

— Tenha uma boa viagem senhor. — ele falou para Arion e nós entramos na locomotiva.

O corredor era enorme tendo cabines privativas com dois bancos de couro de frente para o outro e uma porta lateral de madeira.

Minha presença não passou despercebida pelos outros passageiros mesmo assim, conforme andávamos até nossa própria cabine, ouvi suspiros, comentários nada discretos além de diversas cabeças saindo de suas cabines para ter certeza do que estavam vendo.

Depois dessa caminhada... desagradável para dizer o mínimo, finalmente entramos em nossa cabine e me choquei com o quão espaçosa era.

Sentei-me perto da janela no banco de couro e tive vontade de me deitar nele devido a sua maciez.

— Vou conversar com o maquinista rapidamente, acha que vai ficar bem sozinha? — apenas acenei com a cabeça e o mago saiu do espaço que dividíamos.

Encarei a vista do lado de fora, devido ao trem estar parado tudo que via era os trilhos, a fumaça branca sendo jogada no céu e um matagal ao lado da estação.

Como estava sozinha no vagão, meus pensamentos voltaram para aquela noite, o sangue em minhas mãos parecia nunca ter saído mesmo tendo acontecido a cinco anos, mas meus pensamentos foram interrompidos por uma voz aguda:

— Ei! Você aí aberração! — olhei na direção da voz e vi uma mulher unseelie de cabelos castanhos, pele branca, quer dizer eu não sei porque eles chamam essa pele de branca, é mais um bege feio com feições cor de rosa quando branco de verdade era a minha pele que tinha o exato mesmo tom do leite ou da neve.

Ignorei a mesma e voltei a olhar o nada pela janela, e ela continuava a falar.

— Quem você pensa que é? Tem crianças nesse vagão sabia?!

“A sua espécie é lá atrás, sai daqui antes que você infecte alguma criança humana saudável com alguma doença de fada.” Que horas será agora? Umas três e meia talvez?

— Algum problema aqui? — Arion voltou e encarou a mulher com uma sobrancelha arqueada.

— É melhor tirar o seu mascote daqui, isso aqui é um vagão cheio de famílias, as crianças podem se assustar ao olhar para a cara dela. — É. Definitivamente três e meia.

— Senhora, gostando ou não os nativos também habitam Avalon, e no momento esta nativa em específico foi contratada para trabalhar no palácio Anduriano pelo rei Lúcio II em pessoa.

— Mas ela não é...

— Ela é uma funcionaria real, isso é o suficiente, agora se a senhora e sua família tiverem algum problema com outros passageiros, sugiro que se isolem em sua própria cabine.

Ela parecia que ia estrangular alguém, mas com a autoridade de Arion, tudo que fez foi bufar e se retirar e por um momento tive certeza que ela ia bater os pés porém não foi o caso.

Rei Lúcio II, a autoridade máxima do lado Anduriano (e suspeito que também do Astoriano) de Avalon junto com sua esposa a rainha Joanna. É um nome que está escrito na história deste país, se tudo ocorrer bem tenho certeza que o meu também estará e nossos nomes estarão eternamente entrelaçados.

Seria marcante e sem dúvidas prazeroso passar minha lâmina em seu pescoço, mas meu prêmio são os filhos. Príncipe Marco, dezenove anos, influente, ainda que não realize nada de relevante na corte e definitivamente nem próximo de assumir o trono.

Princesa Beatrice, filha do meio e o motivo para eu estar neste trem agora, ouvi dizer que ela ajuda em alianças geopolíticas devido ao seu “charme natural” que provavelmente se deve a sua opulência excessiva. Constantemente são divulgados cartazes oferecendo oportunidades para algum fae que tivesse habilidades com costura e desenhos para trabalhar seu ateliê pessoal de vestimentas luxuosas que são invejadas nas duas metades de Avalon.

Eis que precisei ir até Santo Cipriano para comprar vegetais e vejo um desses cartazes, eu vi a oportunidade perfeita para realizar algo que eu planejava a tempos, depois disso só bastou enviar meus desenhos e responder algumas perguntas sobre costura e pronto, meu destino estava traçado.

Na visão do meu pai e de todos de Aine era a oportunidade perfeita, quem não trocaria uma vila pobre no meio do nada por uma vida servindo em um palácio luxuoso, mas nenhum deles imaginava que o que eu queria era cortar a jugular dos três e especialmente do mais velho.

Príncipe Nathaniel III, o herdeiro do trono. Veio para Avalon com treze anos e serviu por um curto período de tempo na guerra do norte. Ele era um demônio de olhos azuis e cabelos da mesma cor das penas de um corvo, ele era o mais influente e a jóia da coroa Anduriana, eu queria que eles tivesse uma morte lenta e dolorosa, não, eu queria lhe causar uma dor tão intensa que ele me imploraria para morrer.

— Senhorita Ris, está me ouvindo?

—... Desculpa, o que?

Arion revirou os olhos e notei que ele segurava um cardápio em suas mãos e que havia um humano de roupas pretas e brancas com um avental na porta de nossa cabine.

— Eu perguntei se a senhorita gosta de lagosta?

— O que é isso? — o homem na porta deu uma risada mal disfarçada e o mago a minha frente apenas bufou e disse:

— Lagosta será para nós então, acompanhada de um vinho verde. — ele entregou o cardápio para o homem que se retirou fechando a porta.

— O que é essa lasg...lagossta?

— Lagosta. — corrigiu ele — é um animal marinho, a carne é bem doce.

— Eu nunca vi o mar, então não teria como comer esse tipo de coisa. — o máximo de carne que tínhamos em Aine era bode, galinha e se fosse um data especial como o solstício talvez um porco ou um peru se o dinheiro permitisse.

— Se acostume, eles servem muito no palácio.

— Os passageiros do vagão fae também comem lagosta? Eles recebem comida aliás?

— Nunca estive neste tipo de vagão para lhe responder. — e com essa fala ele abriu um livro que estava ao seu lado com a capa vermelha e o título de “Princípios Arcanos”.

Me pergunto como este homem se sentia sobre os impérios unseelie e qual seria sua função exatamente? Para que um mago seria necessário na corte real?

Acho que no final das contas não fazia diferença, eu só precisava focar nos meus três alvos, se eu desse fim aos herdeiros da coroa um abalo na aristocracia unseelie seria feita.

Eu sei que muito provavelmente serei executada, e sei que os colonos não irão magicamente embora por causa de algumas mortes, mas só de saber que meu nome estará atrelado ao deles e que mesmo que eu morra eu terei levado eles junto comigo, vai ter válido a pena.

Tomara que eles tenham lagol...lasg... Aquela droga no pós vida.

________________________________________________________________________________________

Sim eu me inspirei na revolução industrial para construir um pouco desse mundo, isso vai ficar mais óbvio no próximo capítulo e se preparem que vai ter mais referências históricas ainda.

Obrigada aos que leram e não se esqueçam de votar ;)

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro