Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo XXXI

Nota da autora:

O capítulo é bem longo, por isso prestem atenção nos detalhes. 

Está liberado pra vocês sonharem com alguns possíveis romances. ♡


Boa leitura.

*

O solo lodoso vibrava com o presente caminhar do soldados de Zayn, a lua iluminava a madrugada no ponto mais alto do céu e quase ao seu lado já era possível ver a estrela do amanhã.

O comandante sorriu ao observá-la, para os muçulmanos mais fervorosos e assíduos da religião aquela estrela era um sinal da presença de Allah. E para ele significava que tudo daria certo.

O tecido da longa capa se umedecia pelo contato com o lamaçal ao redor da parte sul do castelo. Uma porção de  musgos e plantas rasteiras adornavam aquela parte, tornando o caminho cada vez mais escorregadio.

Nos grandes portões de ferro negro e enferrujado haviam dois guardas. Um deles dormia sentado em uma cadeira enquanto o outro vigiava e protegia aquela parte do castelo na alta madrugada.

Um assobio foi ouvido pelo guarda, chamando sua atenção para os arbustos que rodeavam as montanhas a poucos metros a frente deles. E então pequenos pedregulhos rolaram pelo chão fazendo o soldado franzir o cenho sem entender o que acontecia. Olhou para o seu companheiro que continuava a dormir profundamente e deu de ombros saindo da guarda dos portões a fim de descobrir o que causava aqueles barulhos.

Foi a chance que Zayn e mais alguns de seus soldados tiveram para entrar no castelo. Amarraram o soldado dorminhoco e seguiram pelo corredor escuro da ala sul.

Poucas tochas iluminavam o lugar, e um vento gelado corria pelos vãos inacabados do castelo. Zayn observava cada detalhe do lugar, memorizando para que conseguissem voltar quando resgatassem a criada.

O silêncio jazia e proseguiram pelo que parecia outro corredor tão escuro e úmido quanto o anterior que os levou até a escadaria subterrânea. Próximos dos portões que dividiam as duas alas se depararam com mais quatro guardas, todos postos lado a lado impedindo qualquer entrada ou saída do calabouço.

O comandante deu um passo atrás antes que fosse visto por eles e olhando de relance para seus soldados pediu com gestos que ficassem em silêncio. Seria mais difícil do que ele pensava e só tinha um jeito de passar por aqueles homens.

Respirou profundamente buscando em sua mente possíveis maneiras de resolver aquele impasse. E embora não quisesse, seu arco e flechas pesaram em suas costas o lembrando que estavam ali prontos para uso.

Um, dois, três segundos foram o suficiente para a primeira flecha ser lançada.

Um dos guardas viu quando em seu lado esquerdo o colega caíra com uma flecha de pestanas longas e negras em sua testa. E assim olhando atordoado sem entender o que acontecia e de onde vinha o armamento, viu os outros dois guardas também serem derrubados. Então este último só teve tempo de levantar seu olhar para frente,  encontrando Zayn prestes a atirar mais uma vez. Tentou dizer algo, mas já não havia mais tempo. Duas flechas foram lançadas rapidamente atingindo  o meio da testa plana e centro do coração, fazendo o guardar cair como um saco de areia no chão.

Assim eles desceram ao calabouço, sentindo o cheiro de carne podre e urina impregnar em seus narizes. A escadaria não tinha qualquer segurança e seus degraus - a maioria - estavam incompletos, se desfazendo a cada pisada que recebiam.

Do topo da escada até o chão iam mais de quinze metros, e Zayn entendeu porque tudo ali era úmido demais. Da escavação que fizeram ao construir o calabouço ultrapassaram os lençóis freáticos fazendo com que as gotas de água do solo passassem pelas pedras do castelo, a falta de iluminação e a escassez de oxigênio contribuíam para que aquele lugar fosse um verdadeiro cemitério.

Zayn duvidava que metade dos prisioneiros ainda estivessem vivos naquelas condições.

*

O frio da madrugada entrava por entre os vãos das pedras, uma fina névoa pairava pelo ambiente baixando consideravelmente a temperatura.

A jovem de cabelos dourados batia os dentes com frio e seu estômago parecia ter uma infestação de animais famintos, pois estava a dias sem comer. Virava de um lado para o outro no tapete fino sentindo suas costelas baterem nas pedras frias.

- Sei que está com fome, menina - A velha disse - Aguente mais um pouco... eles virão.

- N-ninguém virá.. - Ela respondeu com a voz fraca - Nós vamos todos morrer aqui... já fazem muitos dias.

- Você precisa ter fé - Ela disse se ajeitando em seu tapete - Agora durma... ajuda a passar a fome e a sede.

Nazira sorriu sentindo que tudo acabaria antes do que todos pensavam. Allah estava do lado deles.

Suas visões haviam ficado mais frequentes durante o tempo naquela cela e sorriu ao olhar para a jovem ao seu lado. Era de fato jovem demais para entender os desígnios da vida e compreender que os caminhos tortuosos onde se encontrava a levariam enfim ao seu destino.

Uma característica de família  - Ela pensou - Destinos de caminhos traiçoeiros que levam à felicidade.

*

Descendo a escadaria íngreme, Zayn e os soldados se depararam com mais uma dúzia de guardas que cuidavam das celas. O odor fétido estava impregnado no ar, causando uma onda de ânsias nos homens. O comandante atravessou a camada espessa de ar frio forçando a visão para enxergar o outro lado.

Logo os guardas perceberam a movimentação e foram para cima dos soldados. Toda calmaria que Zayn havia planejado acabava de ir por água abaixo, os turcos berravam furiosos com a repentina invasão do calabouço chamando a atenção de outros guardas e então em poucos minutos mais de cinquenta homens lutavam contra eles.

- Rubens! - Zayn chamou um dos soldados - Mudança de planos, cuidem dos prisioneiros, vou para a ala norte. Não deixe que me sigam.

E assim dando uma última olhada para o calabouço em completa anarquia subiu novamente as escadas rumo ao outro lado do castelo.

Os corredores do castelo eram muitos, repletos de entradas sem saídas, dificultando a chegada do comandante a escadaria que levava ao andar superior. Um vento gélido entrava pelas janelas escancaradas fazendo a capa de Zayn voar e o arrepiar de seus pelos logo foi sentido em seu corpo.

Aquela parte estava silenciosa, os guardas que ficavam de guarita haviam saído em direção ao calabouço logo após a confusão começar, dando a oportunidade dele passar sem grandes problemas.

Depois do que pareceram muitos minutos finalmente havia localizado a escada que levava ao anexo onde estava a criada. Zayn subia sorrateiramente degrau por degrau com sua espada em mãos já preparado para atacar se fosse preciso.

Parado em frente a única porta do andar estava um guarda e rapidamente o comandante foi pra cima dele, mas antes que pudesse o atingir o homem fez um sinal com a mão pedindo que ele parasse.

- Veio resgatá-la? - O soldado perguntou

- Não é da sua conta, soldado. Me deixe passar e pouparei sua vida. - Zayn informou

- Estou em paz, o senhor pode entrar - Ele respondeu - Lhe darei cobertura.

- Por quê está traindo o seu povo? - O comandante perguntou desconfiado

- Gosto dela... - ele suspirou - Leve-a daqui antes que o pior aconteça. - Disse abrindo a porta do quarto para Zayn

- A criada vale a sua vida, homem? - Ele perguntou enquanto adentrava o cômodo.

- Todas as que eu tiver, vale até mesmo o paraíso.  - Respondeu, recebendo um olhar surpreso de Zayn - Agora faça o que veio fazer comandante, eu cuido do resto. Tira-a daqui.

- Não deixe que o imperador e a rainha saíam de seus aposentos. Vá até o andar superior assim que eu sair com ela. - Disse para o guarda

Zayn então se aproximou do anexo, mexendo na maçaneta ao ver que a porta se encontrava trancada. Bateu então na porta esperando que a criada abrisse, e logo uma lâmparina iluminou as frestas da porta e o destrancar da porta foi ouvido.

- Vamos criada, não faça perguntas. Te levarei até a Índia - Ele informou sério, recebendo apenas acenos assustados de Soraia.

Zayn não era conhecido por ser a pessoa mais delicada do mundo, muito pelo contrário, a frieza de suas palavras era uma de suas características mais marcantes e muitas vezes era vista de forma ruim.

Passaram pelo soldado que se demorou trocando olhares com Soraia, fazendo o comandante bufar impaciente pela singela troca de afeto.

Segurando-a pelos braços, saiu correndo com ela atravessando rapidamente pelos coredores indo em direção a saída dos fundos, o mesmo local por onde haviam entrado. Soraia o acompanhava quieta com os olhos atentos a todos os ruídos vindos do castelo.

Ao atravessarem o último corredor, viram as chamas de um fogo ardente se alastrarem pelas cortinas e pelas paredes. A fumaça já era alta e vinha diretamente do calabouço, causando um desespero interno em Zayn.

- Por Allah... - Soraia disse - Os prisioneiros estavam ali? - Perguntou com os olhos repletos de água.

- Sim... - Zayn parara estático, observando as chamas como se não pudesse acreditar que aquilo estava acontecendo.

"Onde eu errei?" - Ele se perguntava.

- Eu-u acho melhor irmos... - Soraia falou colocando a mão no peito - Acho que estão todos mortos - Falou olhando para o céu invisível no teto do castelo. - Precisamos ir... senhor? - Tentou chamar sua atenção.

- Socorro! Aqui!

E então ao que parecia muito longe aqueles gritos foram ouvidos por eles. Finalmente Zayn pareceu acordar de seu transe.

- Corra em direção aquela porta - Ele disse apontando para a saída  - Há soldados aguardando lá, entre em uma das carruagens e não sai em hipótese alguma.

- Mas.. você? O que você vai fazer? - Perguntou desesperada - Você vai entrar lá? Não há mais o que fazer... as chamas estão muito fortes... não há mais nada ou alguém lá...

- Senhor?! - Um dos soldados vindos de fora o chamou  - Temos que ir, salvamos todos que podíamos. Os turcos incendiaram o lugar, já não haviam muitos vivos. Nossos homens estão bem, estamos todos prontos pra ir.

- Leve a criada. E sigam para a Índia, não parem por nada. - Ordenou.

- Mas senhor..

- Agora, soldado! Obedeça! - Bravejou - Tira-a daqui! Vão!

E assim o soldado fez, levando Soraia para fora enquanto o comandante sumia em meio as chamas do calabouço.

*

As pedras mais finas caíam escorregadias pela repentina mudança de temperatura. A escadaria já havia perdido vários degraus fazendo com que Zayn pulasse de uma altura considerável para chegar o mais rápido possível ao andar de baixo.

O fogo continuava a se espalhar pelo recinto, levantando fumaça tóxica que invadia os pulmões de Zayn fazendo-o tossir e tampar os olhos para se proteger das faíscas que saltavam das chamas.

- Tem alguém aí? - Ele gritou esperando ouvir novamente o pedido de socorro.

Mas nada veio, o que fez seu coração acelerar imaginando que havia chegado tarde demais. Prosseguiu o caminho passando pelo primeiro corredor de celas, procurando por qualquer sinal de vida.

Os corpos estavam jogados no chão, muitos deles já tomados pelas chamas. Homens, mulheres completamente carbonizados. Continuou procurando, passando então pelos segundo e terceiro corredores e tudo que encontrava eram mais e mais corpos sem vida.

E só então quando colocou seus pés no último corredor, ouviu:

- Aqui! - Uma voz muito fina chamava - Estamos aqui! Ele veio! O homem de longe veio.

Zayn correu em direção a cela de onde vinha a voz e chegando lá avistou no chão duas mulheres. De vestes negras e olhos vividamente azuis próximos da coloração branca, uma senhora o chamava em súplica segurando nas barras da cela.

- Estamos aqui.. - ela disse fraca e tossindo muito por conta da fumaça - Você veio..

A senhora parecia delirar e Zayn já procurava algo que o ajudasse a arrebentar as correntes que trancavam a cela e também as algemas que mantinham as mulheres presas e imóveis.

Logo um machado foi encontrado e com ele partiu as barras e correntes de ferro, abrindo a cela e consequentemente segurando a senhora que logo caiu em seus braços.

- Consegue andar? - Ele perguntou

- Não querido... - Ela respondeu com um sorriso triste - Você não veio me salvar.

- O que?! - Perguntou confuso - Não temos tempo pra isso, vamos antes que isso se torne pó conosco aqui dentro.

- Não, não, não! - Ela disse em desespero - Leve ela - Apontou para a jovem que estava desacordada no chão.

- Essa mulher já está morta senhora, por favor, temos que ir. - Falou mais uma vez

- Ela ainda respira... - Disse tentando soltar as algemas - Vamos me ajude homem! Me ajude a solta-la.

Zayn bufou não entendendo o que acontecia, mas estranhamente não questionou mais e ajudou a velha a libertar a jovem desmaiada.

- Agora leve-a - Ela disse apertando o ombro dele - Salve ela, vá.

- Não consigo levar as duas em meu colo, não me faça escolher entre esta que parece morta e a senhora que está claramente viva.

- O meu tempo já acabou, querido. - Ela riu mais uma vez - Salve a moça, ela é o seu destino.

E então mais pedras começaram a cair, fazendo com que eles se esquivassem do local. O fogo aumentou e a nuvem de fumaça já pairava escura e incomoda.

- Vá! Salve-a! - A velha gritou assim que uma pedra caiu em sua frente separando a parte de dentro da cela onde estava e a parte de fora onde Zayn carregava a jovem nos braços. - Salve-a! Ela é o seu destino.

O comandante então sem ter mais saída correu, se esquivando das pedras e das barras de ferro que começavam a cair do teto. As chamas queimavam levemente seus pés e pernas, causando tremendo desconforto e dor. A respiração começava a ficar difícil e a visão quase nula.

Zayn pulou os últimos degraus da escadaria antes que tudo desmoronasse.

*

10 dias depois

- Homens! - Zayn gritou - Chegamos a Índia. - Disse com um sorriso no rosto quase nunca visto. - Bem vindos de volta para casa.

As carruagens e os muitos soldados adentravam os jardins do castelo de Said e Safira. Dez dias depois de uma longa e extremamente cansativa viagem, repleta de homens e mulheres feridos, eles finalmente poderiam descansar.

Nas pernas do comandante pequenas bolhas haviam se formado e novas cicatrizes apareciam em seus braços. Zayn respirava aliviado depois da tormenta que passara naquele resgate e jurou a si mesmo que não voltaria a lutar tão cedo.

A lealdade de seus homens foi o que de fato o salvou quando conseguiu sair das chamas do calabouço. Embora tivesse dado a ordem para que seguissem a viagem os soldados o esperaram, salvando-o de uma morte eminente.

Soraia estava em uma carruagem juntamente com outras prisioneiras resgatadas e sorria com a possibilidade de rever sua princesa Safira, mas seu coração não deixava de ficar apertado ao pensar nas pessoas que haviam ficado para trás e também no turco que certamente se vingaria deles mais uma vez.

O turco virá atrás dela... ele virá - Pensou.

Zayn já havia descido da carruagem e observava atentamente a movimentação acontecer. Os prisioneiros foram libertos e muitos já se encaminhavam para os abrigos indianos onde começariam uma nova vida.

- Senhor? - Um dos soldados o chamou

- Sim, homem. O que quer?

- O que faremos com a prisioneira que o senhor resgatou? Ela ainda dorme em sua carruagem.

- Não toque nela - Ele ordenou - Eu mesmo cuidarei disso. Vá até o castelo e mande chamar Said, diga que a criada da princesa está aqui.

Zayn respirou fundo, tentando manter a calma e serenidade que haviam aprendido no tempo que morou na Europa, embora quase nunca desse certo.

Voltou a sua carruagem e sentou-se no banco vazio, observando pelo que lhe parecia a milésima vez a jovem dormir. As vestes floridas estavam rasgadas e sujas de lama, os cabelos claros carregavam um tom amarronzado nos fios embaraçados e a pele alva estava pintada de foligem negra desde os braços até o rosto todo.

Ela é o seu destino.

Aquelas palavras ditas pela velha durante a noite do incêndio não saíram da cabeça dele por todos aqueles dias e mesmo acreditando que a moça não sobreviveria, colocou-a na carruagem e cuidou dos pequenos ferimentos que ela tinha, mesmo desacordada garantiu que o mínimo de água fosse ingerido por ela, só assim talvez ela um dia acordasse.

Onde foi que eu me meti? É só uma prisioneira... não deveria me importar tanto.

Foi quando no seu rompante de indignação, ouviu a moça tossir. Os efeitos da fumaça inalada eram visíveis mas felizmente ela havia acordado e ao se apoiar no banco para se sentar ela finalmente abriu os olhos e Zayn jurou que por instantes se sentiu no céu.

Azul, cintilante e vívido azul que pintava as esferas da face angulosa da jovem. Um constraste perfeito com as manchas pretas que marcavam o rosto delicado dela.

- Onde eu estou? - Ela tentou perguntar, sentindo a voz falhar.

Zayn logo adquiriu sua postura de comandante e respondeu.

- Aqui eu faço as perguntas. Quem é você, mulher?

Não ouve tempo de resposta, pois logo ela desmaiou novamente e ele perdeu o vislumbre do céu que havia em seu olhar.

*

Said ao ser avisado pelo criado que o comandante e a tropa haviam chegado respirou aliviado. De dentro de sua sala de reuniões correu até a janela para observar a movimentação que ocorria em seus jardins e sorriu animado e feliz por ver que tudo havia terminado bem.

- Senhor? - O criado disse

- Sim, fale - Respondeu observando ainda os prisioneiros se retirarem das carruagens.

- O comandante Zayn deseja a sua presença lá fora e pediu que informasse que a criada da princesa está viva e com ele.

Graças a Allah - Ele pensou - Safira ficará feliz

- Pode se retirar, eu já estou a caminho. - Disse para o criado. - Avise para a criada da princesa que a leve até o salão principal.

O sheik suspirou, embora parte de seus problemas tivessem sido resolvidos haviam ainda muitos outros percalços pela frente. Pensou em Safira, no dia que  havia se embebedado de vinho e no arrependimento de ter dito a ela palavras que a magoaram, mesmo que no fundo não sentisse nada daquilo em seu coração. Não podia culpa-la de não ser feliz ao seu lado.

Saiu então em direção aos jardins, caminhando diretamente até a carruagem de Zayn. O cheiro da areia molhada grudada nas rodas pairava no ar seco da Índia, trazendo lembranças do seu tempo na guerra. Balançou a cabeça tentando afastar aqueles pensamentos, chegando a tempo de ver o amigo acarinhar com os dedos uma cabeleira dourada dentro da carruagem.

Por poucos segundos Said pensou que havia visto uma miragem.

Zayn demonstrando afeto? Não é possível - Ele pensou

No entanto ao chegar mais próximo conseguiu ver com mais clareza a cena em sua frente, e ouvir ainda que em partes o amigo dizer.

- Donzela... por favor acorde. Não me deixe sem respostas. Eu preciso saber quem é você.

- Zayn? - O sheik perguntou não querendo interromper o momento do amigo, embora fosse preciso.

Imediatamente o comandante retomou sua costumeira postura fria e seria e destinou seu olhar para Said.

- Deu tudo certo -  Ele disse - A criada está na outra carruagem. Não tem ferimentos físicos e acredito que esteja mentalmente bem também. Avise sua esposa, Said. - Falou com um breve sorriso.

- Shukram, meu amigo. - Said agradeceu e logo seus olhos pousaram na jovem que dividia o mesmo ambiente que Zayn. - Quem é a moça?

- Não sei - respondeu descontente - Estava junto com os outros prisioneiros, a resgatei de um incêndio no calabouço dos turcos. Ela não acorda. - Olhou a moça com o semblante triste.

- Que Allah lhe dê saúde - Said desejou - Vamos, traga a moça com você. Quero que fique no castelo o tempo que for necessário... será bom afinal ter você aqui para me auxiliar.

- Said... isso não é realmente preciso - Zayn contestou - Não gosto de incomodar, sabe disso.

- Olhe o tamanho deste castelo - Disse abrindo um sorriso e elevando o olhar para o grande monumento de tons claros - Mesmo que queria não conseguirá me incomodar. Somos amigos, Zayn. Preciso que fique aqui... e além disso essa moça precisa de ajuda  - Falou enquanto o comandante já acomodava o corpo delicado da donzela em seus braços.

- Está bem - Concordou por fim

- Vou chamar a criada - Informou Said - Pode ir na frente.

*

Said bateu levemente na porta da carruagem que logo foi aberta por uma Soraia visivelmente cansada. Os olhos amendoados da criada brilharam ao ver o sheik.

- Senhor Said... - disse fraca - Shukram... shukram por ter enviado seus homens para me resgatar.

- Não me agradeça... Minha esposa seria capaz de me matar se não fizesse nada para te salvar, senhora. - Disse achando graça, o que também arrancou um riso de Soraia.

- Eu tenho certeza que ela faria - Soraia respondeu - Me leve até ela, por favor.

- Vamos - Respondeu, dando a mão para que ela descesse da carruagem em segurança. - Seja bem vinda à Índia, Safira está no salão... ainda não sabe que está aqui.

Seguiram para os portões principais do salão do castelo onde Zayn já os aguardava com a jovem em seus braços.

Soraia observava tudo maravilhada com a beleza do lugar, mas seus olhos logo bateram nas vestes floridas que havia visto dias antes quando fora presa no castelo turco. Ao chegar mais perto do comandante seu coração falhou.

Não é possível.. - Ela pensou

Soraia não demorou muitos segundos para se aproximar do corpo da jovem, recebendo olhares confusos de Zayn e de Said.

Não conseguia falar, estava em choque e tudo que fazia era tentar tocar a face da moça com as mãos trêmulas.

Logo as portas se abriram e de longe sentada em umas das muitas poltronas coloridas do salão Safira se levantou e os avistou.

Primeiro, seus olhos viram Said e logo depois a sua boa e velha amiga. Colocou as mãos na boca não acreditando que era real. E não se conteve, correu em direção a Soraia impedindo que a distância as separasse.

- Minha menina - Foi tudo que a criada disse ao receber o abraço apertado e familiar de sua princesa - Eu estou aqui... não chore - Disse ao sentir as lágrimas de Safira molharem suas vestes.

- E-eu estava tão preocupada - disse em soluços  - Graças a Allah você está aqui... eu nunca mais te deixarei, eu prometo, minha Sô - A princesa disse recebendo um sorriso feliz da criada.

Então sem se preocupar com as pessoas presentes no ambiente, abraçou também o marido, agradecendo pelo que fez. Mesmo que ele não tivesse lhe dito nada, sabia que ele era o responsável por Soraia estar ali.

Safira já se recuperava do momento de alegria quando seus olhos fitaram as últimas duas pessoas ao lado deles. Primeiro Zayn, de quem recebeu um aceno e logo soube que ele era o comandante do exército deduzindo por suas vestes, e então desceu seu olhar e a surpresa se apoderou dela mais uma vez.

- Layla... - Ela exclamou - Minha Layla, o que aconteceu?

- Você a conhece? - Foi a vez de Zayn perguntar. E juntamente dele Said também esperava uma resposta.

- É minha irmã. 

*

Não sei vocês mas eu tô ficando doidinha com essa história hahaha

Deixem seus comentários! Quero saber o que estão achando, têm algum personagem preferido? Alguma teoria sobre o que vai acontecer?

Como eu disse no aviso do capítulo anterior teremos continuação da série, provavelmente mais quatro livros, sendo que um será Spin-off da princesa Layla.  (eu amo, rs).

Bom meu amores, é isso. Espero que tenham gostado! O livro está entrando em reta final... mas ainda tem muitas surpresas e muitas emoções pela frente. Obrigada pelo carinho e todo esse feedback que vocês têm dado. Beijos. ♡

P.s: Estou programando nossa maratona pra semana que vem, correndo pra preparar os capítulos 💋

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro