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Capítulo XXIV

Semanas depois

O sol quente castigava qualquer um que se atrevesse a caminhar pela areia desértica. Ao longe não se via nada, nem flores ou plantas, muito menos água ou terra firme. A fina camada de areia se espalhava pelo ambiente sendo carregada pelo vento forte, se tornando cada vez mais insuportável e difícil a viagem.

A travessia já durava mais de uma semana e o fim parecia nunca chegar. O escaldante calor da estrela pelo dia e o frio invernal do satélite a noite, os obrigava a usar pesadas roupas e armar acampamento durante as madrugadas. Uma viagem que castigava até mesmo os mais experientes viajantes do deserto.

Safira puxava com toda a força que tinha um pesado baú, suas mãos ardiam pela fricção com o objeto de madeira maciça e inevitavelmente pequenas bolhas se formavam em suas pequenas e delicadas mãos.

Said não estava muito melhor, o dobro do peso era carregado por ele, além de dois baús, levava ainda alguns camelos amarrados atrás de si.

A princesa havia se recusado a usar a carruagem e quis poupar os animais para que fossem montados apenas ao fim da viagem. Safira quis atravessar o deserto andando, assim como todos os criados fariam. Ela não se sentia melhor do que eles para que os deixasse sofrer sozinhos.

Said não ousou questiona-la.

O sol queimava a pele dela e o vento batia sobre seus ombros fazendo seus cabelos voarem rebeldes e descontrolados. O véu que a protegia se soltava a todo instante, fazendo Safira parar e arruma-lo várias e várias vezes.

O deserto castigava.

*

Tiveram que adiar a viagem para aquela semana, os dias em Kuwait se tornaram nebulosos e mesmo Said insistindo que deveriam ir embora, a pedido de Haya ficaram mais um tempo no palácio.

Safira se lembrava de cada detalhe dos momentos de terror que vivera com Khalid e durante suas noites de sono tinha pesadelos constantes com ele. Era difícil pra ela. Muito difícil.

Era difícil para Said também.

O sheik não sentia culpa por ter tirado a vida do próprio irmão, mas sentia culpa por mentir para Safira, por deixar que ela pensasse que o príncipe ainda estava vivo.

Todas as noites que ele era acordado pelos gritos dela sentia o peso de suas ações. E mesmo assim Said não tinha coragem de lhe contar a verdade.

No entanto, algumas coisas não precisam ser ditas. A verdade sempre se faz aparecer.

Ele não sabia, mas naquela noite fatídica, a princesa acordara ao sentir que ele havia saído da cama. O clima seco de Kuwait fazia poeira entrar pela janela do quarto devido as fortes rajadas de vento. Safira foi até a extensa janela do quarto para fecha-la, e no mesmo instante viu quando a sombra de Said era marcada pelas luzes noturnas saindo pela lateral do palácio. Ficou ali pelo que pareceram horas, embora tenham sido poucos minutos, observando ele ir em direção ao litoral e ficou parada - em absoluto transe - ao ver o momento em que ele jogou Khalid ao mar.

Ela não contaria, ele também não.

A família toda pensou que Khalid, com medo, fugira mesmo estando machucado. Pensaram que ele caíra em si e ao perceber as besteiras que havia feito, se envergonhara e  procurara o exílio.

Pensariam isso até o fim de suas vidas.

Suas cunhadas andavam abatidas pelo palácio, o sogro havia retomado seus compromissos e Haya passava os dias em seus aposentos, chorando e se lamentando. Pouco conversaram, pouco se abraçaram. Não havia mais nada a ser dito, apenas a presença parecia importar. A princesa entendia ela, perderia mais um filho quando fossem embora.

O Sheik se ausentou de seus deveres e passou a seguir Safira para todos os cantos, no café da manhã, no aconchego do quarto, nas leituras durante a tarde e principalmente durante as madrugadas acordada. Ele estava sendo bom pra ela, um bom marido. Mas em seu coração Safira sentia que ele fazia tudo por se sentir culpado, o que a entristecia um pouco, pois não era culpa dele e ela não queria sua pena.

Ela queria mais. Safira queria amor.

*

- Podemos parar - o sheik disse buscando um pouco de ar - Está cansada.. e os camelos também.

- E você também - ela completou sorrindo por trás do véu.

Said sempre que podia a ficava olhando, como se quisesse dizer algo, como se esperasse por algo. Como se a todo instante aguardasse por mais sorrisos como aquele.

Durante aquelas semanas ele não a tocou, não insistiu pra que ela se deita-se com ele. Por vezes o sheik havia se oferecido para dormir no chão do quarto. Ele entendia sua dor.

Mas ela sentia o desejo dele pairar pelo ar, sentia a quentura vinda de seus olhos, no entanto Safira não conseguia ultrapassar aquela barreira. Aquela camada expessa, aquele muro que havia erguido entre ela e o resto do mundo. Tinha medo de nunca conseguir.

Afastou seus pensamentos importunos e foi ajudar Said a alimentar os camelos que mesmo com a reserva cheia de água pareciam tão exaustos quanto eles.

- Ainda falta muito? Já se passaram dias, não estamos perdidos? - ela perguntou.

- Chegaremos ao entardecer - ele respondeu - Não se preocupe, fiz esse caminho muitas vezes - Disse retirando o niqab que cobria sua boca para tomar água.

Safira gostava de observar o marido, a maneira como ele sorria e no quanto ele se sentia a vontade quando estava viajando. A pele bronzeada do sheik reluzia com a luz do sol e seus olhos castanhos tomavam um tom mais claro chegando ao âmbar.

- Podemos seguir? - ele perguntou com o sorriso que usava toda vez que pegava Safira o olhando, deixando a princesa totalmente envergonhada.

- Sim, podemos - ela concordou.

Dessa vez os dois foram em cima dos camelos, sendo seguidos por mais uma dúzia dos animais que carregavam seus pertences e uns poucos criados que se dispuseram a acompanha-los até a Índia.

*

Perto do entardecer já estava ao alcance dos olhos de Safira o grande monumento. Ao norte estavam as cordilheiras do Himalaia e ao noroeste o vasto deserto do Thar e ali ao Sul das montanhas cercado pelos rios Indo, Ganges e Brahmaputra estava o castelo, finalmente pronto, esperando pelo mais novo casal árabe. Dez anos foram necessários, uma longa década para que aqueles grandes muros de cor límpida e branca fossem erguidos.

Uma densa floresta de árvores frutíferas rodeava todo o império, enviando o ar fresco e arborizado que entrava no castelo pelas frestas das janelas em formato de losango. O esplendoroso palácio ocupava uma área maior do que os palácios de Kuwait e Omã juntos, conseguindo assim ofuscar a beleza de qualquer outro reino que ousasse copiar sua majestade.

Era um paraíso escondido nas terras áridas.

A entrada da propriedade era cercada pelas árvores que gentilmente abriam caminho relevando um ostensivo corredor de pedras brancas, que levava até grandes portões dourados que possuíam estátuas de leões em cada lateral.

Homens de vestes alaranjadas, usando turbantes do mesmo tom e com suas testas manchadas por tinta vermelha, abriram os portões. Reverenciando o sheik e a princesa.

O andar lento dos camelos que pisavam finalmente em ambiente firme e fresco fazia os corpos de Said e Safira chacoalharem, espalhando areia pelo caminho até o castelo.

Quanto mais perto ficavam, maiores as torres pontiagudas pareciam. Ao todo eram oito delas e mais duas com o dobro do tamanho, dispostas lado a lado e em diferentes alturas. Não havia uma muralha erguida em torno do palácio, deixando assim que a floresta fosse a única a protege-los. A luz do sol que batia na propriedade se refletia em mil cores ao encontrar com minúsculas partículas de cristais misturadas ao material que mantinha o castelo em pé.

Tudo brilhava, tudo ostentava.

Safira precisou colocar as mãos sob os olhos para não se cegar com a luz que reluzia. Ela e os criados olhavam para o castelo maravilhados. E não pode deixar de sorrir ao observar uma imensidão de passarinhos e borboletas sobrevoando o local, e os beija-flores nos canteiros do jardim.

O jardim por onde passavam formava um tapete de rosas e narcisos. No centro um chafariz feito de mármore decorado com estátuas dos mesmos leões que vira na entrada, trazia charme ao ambiente.

- Por quê leões? - Perguntou curiosa por ver diversas demonstrações do animal no castelo.

- Leões são o símbolo do reino de Kuwait, o desenho deles está pintado em cada escudo de nossos guerreiros. - O sheik respondeu recebendo um olhar de Safira que o incentivava a continuar - Quando as construções deste lugar estavam quase no fim eu pedi que fizessem uma homenagem ao meu reino pra que eu sempre me lembre de onde vim enquanto estiver aqui.

Safira ouvia admirada. Todos os dias descobria pequenos detalhes sobre Said e aquele era mais um dos muitos que ela considerava significativos.

- E o que eles significam? - perguntou interessada

- Significam força, grandeza e coragem. Virtudes que são ensinadas a nossos guerreiros, virtudes que foram ensinadas a mim. - Ele disse pensativo - Mas acima de tudo esses leões representam nobreza e proteção.

Até aquele momento a princesa não entendia nada sobre as guerras, nada sobre a formação dos guerreiros em seu reino e nem sobre as histórias que ouvia desde nova pelos arredores do palácio em Omã. Percebeu que durante sua vida a trancaram em uma bolha e esconderam dela o que acontecia no mundo a fora.

Mulheres não questionam. Não discutem, não falam sobre assuntos masculinos. - Sua mãe repetira aquelas frases muitas e muitas vezes durante sua vida, e a princesa deixou-se levar pela falta de conhecimento sobre seu próprio povo.

- Você foi para guerra? - perguntou curiosa enquanto desciam dos camelos na entrada principal

- Algumas vezes, guerras pequenas causadas pelas divisões de fronteira. Depois disso tivemos anos de paz.. até a última guerra...- Ele pareceu se preocupar com suas palavras e ficar mexido por suas lembranças  - Por quê não entramos e conhecemos o palácio? - perguntou mudando de assunto.

- Está bem - Safira concordou, se lembrando apenas de arquivar aquela conversa para outro momento.

*

A grandiosidade daquele castelo também era vista em seu interior, o salão principal era imenso. No piso desenhos de mandalas indianas se juntavam formando um verdadeiro espetáculo em tons dourados. Grossas pilastras erguiam um segundo andar destinado aos vários mesaninos distribuídos ao redor do salão, estes eram separados por lacunas espelhadas que refletiam o andar inferior.

- É magnífico, Said - a princesa disse deslumbrada, olhando ansiosa por todos os cantos do lugar.

- Sim.. é mesmo - o sheik falou, no entanto Said não se referia ao palácio.

Safira o olhou sorridente, mas logo sua face se fechou numa expressão duvidosa

- Quem vai limpar tudo isso? - ela disse colocando a mãos na cintura

O sheik há muito tempo não dava uma gargalhada como deu naquele momento, sendo acompanhado pelos criados que também estavam ali que riam discretamente.

- Creio que todos nós - ele disse dando ombros.

- Até mesmo você? - ela perguntou desconfiada da veracidade das palavras do marido.

- Farei o possível, Safira - ele respondeu ainda rindo do pico de bom humor da princesa. Balançando a cabeça em sinal de descrença.

Said esperava que ela continuasse assim.

*

Após conhecerem algumas poucas instalações do primeiro andar situadas na ala central,  se destinaram aos quartos principais enquanto os criados já se acomodavam em seus respectivos aposentos no andar inferior.

Um carpete de tom claro cobria todo o largo corredor, de um lado ficavam as salas ainda vazias e sem uso, do outro três quartos se situavam lado a lado e mais um finalizava o corredor com sua porta de madeira escura.

- Por quê tantos quartos principais? - A princesa perguntou mais uma vez curiosa ao abrir cada porta e encontrar esplendorosas decorações e muito colorido nos objetos e nas tapeçarias.

- Para os nossos filhos - o sheik disse enquanto caminhava em direção ao último quarto.

Os passos de Safira se cessaram, assim como suas inúmeras perguntas e elogios sobre o castelo.

- Você não vem? - Ele perguntou se virando ao ve-la parada no meio do corredor.

- Filhos? - Ela falou confusa, formando um enorme vinco em sua testa.

- Teremos filhos um dia, Safira. - ele afirmou não entendendo a reação dela

- Mas.. é.. nós não.. - Não conseguiu forma uma frase sequer - Filhos? - Perguntou de novo, mais para si mesma do que para o sheik.

Safira viu o sheik respirar profundamente, guardando seus pensamentos e palavras para si ao se voltar novamente para a porta e abri-la.

- Este é o nosso quarto - ele disse dando passagem para que a princesa entrasse nos aposentos.

O ambiente trazia o mesmo colorido já visto nos outros quartos, porém a suntuosa cama localizada no centro do cômodo chamou atenção dela.

O artefato tinha espaço para ao menos cinco pessoas, um dorsel alto em formato de tenda árabe cobria toda a parte de cima deixando longas cortinas brancas de tom quase transparente caírem nas laterais da cama.

Os lençóis eram de cor púrpura assim como as inúmeras almofadas e travesseiros, a colcha que cobria gentilmente os panos mais simples era de um tom beirando ao vinho e mesmo sem tocar no tecido a princesa soube que era quente.

Passeando os olhos sob o quarto, encontrou uma banheira que estratégicamente fora colocada na direção da cama. Toda feita de madeira clara e decorada com flores coloridas na borda mais aparente.

- Você gostou? - Said perguntou tirando ela de seus pensamentos.

- Sim.. é tudo tão.. - respirou fundo como se não tivesse palavras para expressar - tão.. colorido.. é lindo, Said. - Ela respondeu finalmente sorrindo.

Deixou-se então descansar o corpo deitando na cama, abrindo os braços se aconchegando no colchão macio. O sheik também se aproximou, tirando os sapatos e a capa grossa que usava os jogando no piso acolchoado, deitando ao lado dela com os pés para fora da cama.

Said percebeu uma lágrima fugitiva escorrer pelo rosto de Safira que estava com os olhos fechados, apenas aproveitando aquele singelo momento de paz.

Delicadamente limpou a lágrima molhada com a ponta de seu polegar aproveitando para deixar um tímido carinho nas bochechas róseas de Safira.

- Por quê está chorando? - Ele perguntou

Safira abriu seus olhos, parecendo a mesma princesa que um dia ele conheceu em Omã, mas logo o tom vivo do azul que enfeitava sua face tomou um tom mais escuro como o céu em um dia nublado.

- Estou feliz em estar longe de tudo, muito longe. - respondeu seria.

- Não sentirá falta de Omã?

Safira suspirou longamente

- Sentirei falta de minha irmã e de Soraia... - respondeu com um sorriso triste - Mas de Omã? Espero não ter que voltar pra lá. 

- Eu sinto muito... por tudo  - Ele respondeu, pegando uma das almofadas e repousando a cabeça nela - Eu não queria que fosse assim... acabamos de nos casar - Disse com o olhar deprimido - Tivemos emoções equivalentes a uma vida inteira.

Safira esboçou um sorriso contido quase não chegando a contagiar os olhos. Limpou novamente o rosto onde as lágrimas já estavam secas e afastou os cabelos que caiam teimosos sob sua face.

- Eu sei... não foi culpa sua, quero que saiba disso. - E fechou os olhos como se revivesse tudo outra vez - Acabamos de nos casar... - ela repetiu como se quissesse contestar aquele fato para si mesma - Eu nunca quis me casar. - Disse olhando para o marido sem emoção.

- Eu sinto muito - ele repetiu - Eu... eu..

- Você...? - Levantou a sobrancelha curiosa

- Também não queria me casar - disse sentindo aquelas palavras saírem com um gosto ruim de sua boca.

Não era verdade, no entanto também não era mentira.

- Oh sim... eu já sabia - disse soltando um breve riso.

- Sabia? Mas... como?

- Nenhum jovem quer se casar, ainda mais nessas condições - Repetiu as mesmas palavras que sua sogra havia lhe dito antes do casamento.

- É... você tem razão - disse o sheik com o olhar perdido, embora não se considerasse tão jovem aos vinte e oito anos não quis prorrogar o assunto. Desviando suas íris para o ponto de encontro do dorsel e das longas cortinas da cama, encerrou a conversa.

Passaram muito tempo em silêncio, apreciando aquela estranha sensação de se sentir em casa, quando na verdade estavam em um lugar totalmente diferente do que conheciam.

Safira acabou se levantando da cama ao mesmo tempo que o sheik, os dois assim se esbarraram um no outro, chocando os corpos. A princesa muito mais leve acabou perdendo o controle de seu peso e desequilibrou-se sendo -por sorte -  amparada pelos braços fortes do sheik antes que chegasse ao chão.

- M-me desculpe, não percebi que iria se levantar também  - ela disse já em tons rubros pintados na face.

Said não respondeu, apenas continuou segurando o corpo dela que estava próximo de si o suficiente pra que ele precisasse se conter.

Safira era alta ficando a poucos centímetros da altura do marido o que, naquele momento, fazia com que seus olhos, narizes e bocas quase se encontrassem em perfeita sincronia.

Ela fechou os olhos inalando o cheiro de cardamomo que se misturava com o odor inconfundível de areia desértica. Suspirou por estar tão próxima dele, próxima demais.

O sheik parecia inebriado pelas mesmas sensações que excitavam a princesa, seu coração batia em descompasso e as mãos firmes suavam e prendiam Safira com medo de que ela fosse escapar.

Ele não queria que ela escapasse. Nunca.

No entanto quando menos Safira  esperava ele a soltou parecendo voltar a si, recobrando seu instinto muito mais racional do que levado pelas emoções.

Safira tremeu de antecipação, sentindo que podia se desmanchar ao ser solta das mãos douradas de Said. E deixou-se cair sentada na cama mais uma vez.

- Tenho que conversar com os criados - ele disse afoito, pegando a capa e calçando os sapatos rapidamente - Fique a vontade para conhecer o restante do castelo... é tudo seu. - Falou olhando em seus olhos que o fitavam atentos.

A princesa apenas concordou com a cabeça, observando ele se retirar dos aposentos. Suspirou inconformada com a enchorrada de sentimentos que a invadiam. Uma chuva interna de emoções.

Tinha medo do toque, tinha pavor dos olhares. Mas era Said, e com ele tudo parecia vibrar. O coração acelerava, os suspiros eram mais profundos, os sorrisos se soltavam espontaneamente.

A boca...

... os lábios carnudos do sheik a convidavam o tempo todo.

Safira assim como o sheik já havia se dado conta dias antes, também  possuía sentimentos que desconhecia. Tinha sentimentos por Said.

Aquela constatação parecia surreal, assim como tudo que vivera até aquele dia. Seus pensamentos quase absurdos a levaram para a pergunta que ela mesmo tinha feito.

Filhos?

Nunca pensou em tê-los, porém nunca pensara em se casar também.  E lá estava ela em outro reino, do outro lado do mar, em um imenso castelo levando consigo outro sobrenome, um marido e um futuro que sequer tinha coragem de almejar.

Filhos? Dessa vez sorriu com o pensamento. Um dia quem sabe...

Não seria fácil. Ela sabia. Não seria fácil enfrentar seus medos, mas estava decidida a seguir em frente, mesmo quando os dias fossem sombrios.

Se retirou do quarto arrastando pelo piso a longa abaya suja de areia, muito mais leve e singelamente feliz do que antes.

Aquele era o início de uma nova vida.

*

Nota da Autora:

1° - Safira passou de 9,5k de leituras!!

2° - Muito muito obrigada por todo esse feedback positivo que vocês tem dado ao livro. Cada vez que leio os comentários me dá vontade de chorar pois nunca imaginei que alcançaria tantos leitores incríveis como vocês ❤

3° - Espero que tenham gostado, deixem seus comentários e apertem na estrelinha 🌟

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