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Capítulo X

A brisa quente de Omã carregava o aroma de especiarias e pétalas de laranjeira, misturando-se ao burburinho do mercado. O calor do sol penetrava através dos tecidos coloridos pendurados nas barracas, lançando sombras ondulantes sobre o chão de pedra desgastado.

Safira caminhava com passos ligeiros, desviando-se das mulheres que negociavam suas compras e dos comerciantes que exaltavam seus produtos. O perfume do incenso ardendo nas entradas das lojas misturava-se ao cheiro encorpado do café com cardamomo, despertando nela um nó de nostalgia.

— Safira, vá mais devagar! — Layla resmungou, ajustando o véu de algodão sobre os cabelos.

Mas Safira mal a ouviu. Sua mente estava carregada pelo peso de tudo o que aconteceria em breve. Estava ali para escolher os detalhes que fariam parte de sua cerimônia de casamento. Uma obrigação. Uma formalidade. Como uma prisioneira que, resignada, seleciona as correntes que a manterão cativa.

Ao se aproximar da loja de especiarias e tecidos do senhor Jefrey, passou os dedos sobre o letreiro de madeira entalhada. Era um local que, desde a infância, lhe trazia conforto. Empurrou a cortina de contas na entrada e foi imediatamente envolvida por uma mistura de aromas familiares — âmbar, sândalo, baunilha. O cheiro da loja era um abraço do passado.

— Princesa Safira! — A voz de Jefrey ecoou com alegria. Ele surgiu de trás do balcão, um homem de idade avançada, mas ainda com olhos brilhantes, carregados de afeto.

— Por favor, senhor Jefrey, sem formalidades. Hoje sou apenas uma mulher em busca do que precisa.

— Ah, então veio em uma missão especial? — brincou ele, com um sorriso afetuoso.

Ela assentiu de leve.

— Preciso de essências e também gostaria de ver os niqabs de Mahira.

A menção ao casamento fez Jefrey arquear as sobrancelhas.

— Niqabs… Ah, isso significa que…

Ela assentiu novamente, desviando o olhar.

O homem ficou em silêncio por um instante, como se buscasse as palavras certas. Quando falou, sua voz carregava uma ternura quase paternal.

— Que Alá abençoe sua nova jornada, minha menina.

O nó apertou ainda mais na garganta de Safira, mas ela apenas respirou fundo.

— Minha filha saberá exatamente o que lhe oferecer. Mahira! Venha, temos uma visita especial.

Pouco depois, Mahira surgiu do fundo da loja, movendo-se com a elegância natural de quem conhece bem seu ofício. Seu vestido azul-claro era simples, mas bem ajustado ao corpo esguio, e seus cabelos negros estavam presos em uma longa trança.

— Princesa! Há quanto tempo não nos honra com sua presença.

— Mahira, por favor, hoje não há títulos entre nós.

Mahira sorriu.

— Então, o que deseja?

— Estou me preparando para o casamento. Preciso de um véu… e algumas essências.

Os olhos de Mahira pareceram estudar a expressão de Safira por um instante antes de se voltarem para as prateleiras.

— Tem algo específico em mente?

— Quero algo elegante, mas sem excessos. Algo que combine comigo.

Mahira correu os dedos sobre os tecidos empilhados, deslizando a ponta dos dedos pelas sedas, cetins e musselines. Seus gestos eram precisos, como os de alguém que compreende não apenas os materiais, mas as histórias que cada peça poderia contar.

— E que tal este?

Ela puxou um véu de chiffon esmeralda, tão leve que parecia dançar no ar. O tecido era bordado com fios de prata, criando padrões florais delicados.

— O verde simboliza prosperidade e esperança. Muitas noivas escolhem usá-lo para atrair felicidade ao matrimônio.

Safira tocou o tecido com reverência. Macio. Frio. Belo. Mas nada daquilo a emocionava.

— É lindo.

Mahira sorriu e dobrou o véu cuidadosamente. Em seguida, caminhou até uma prateleira de vidro e pegou um pequeno frasco de óleo dourado.

— E isto… é algo especial.

Ela abriu o frasco, e imediatamente o perfume doce e envolvente se espalhou pelo ar.

— Óleo de rosas selvagens. Um segredo de beleza e sedução há séculos. Dizem que as mulheres da Pérsia o usavam para encantar o coração de seus maridos.

Safira observou o líquido âmbar dentro do frasco, girando-o levemente entre os dedos. "Encantar um homem…" A ideia fez seu estômago revirar.

Ela não queria encantar Said. Não queria seduzir ninguém.

— Acha que devo usá-lo?

— Se deseja marcar sua presença, sim. Seu perfume será inesquecível para ele.

Safira não respondeu. Seu olhar se perdeu entre as prateleiras de vidro e as sombras que dançavam na luz amarelada da loja.

Mahira a observou antes de perguntar casualmente:

— E quem é o homem de sorte?

— Sheik Said, do Kuwait.

Por um instante, os dedos de Mahira hesitaram. Sua respiração pareceu falhar por um segundo antes de retomar o ritmo normal.

Então, ao se virar para pegar um rolo de tecido, seu braço esbarrou nos véus empilhados. Os tecidos desabaram em um baque abafado contra o chão.

Ela congelou.

O silêncio que se seguiu foi breve, mas carregado de tensão.

— Perdão, estou desastrada hoje.

Abaixou-se rapidamente para recolher os tecidos.

Safira a observou com curiosidade. Algo na reação dela pareceu… estranho.

— Não se preocupe. Acontece.

Mahira forçou um sorriso, mas sua hesitação era evidente.

Enquanto dobrava os tecidos, murmurou:

— Sabe, muitos pensavam que um dia você se casaria com Mustafá.

A frase pegou Safira desprevenida. Seu coração deu um salto.

— Por quê?

— Vocês cresceram juntos… E havia carinho entre vocês. Seu pai o tratava como um filho.

Safira desviou o olhar. Não queria pensar em Mustafá agora. A simples menção ao nome dele fazia sua alma estremecer.

Para encerrar o assunto, perguntou:

— E você, Mahira? Nunca pensou em se casar?

Mahira continuou organizando as peças antes de responder.

— O casamento não é para todas, Safira. Algumas mulheres têm outros deveres.

— Que tipo de dever?

— Meu pai já não tem as mesmas forças de antes. Se eu não trabalhar, quem cuidará dele?

Safira sentiu um aperto no peito.

Mahira amarrou o véu esmeralda com uma fita dourada e lhe entregou.

— Que este véu traga bons presságios para seu casamento, Safira.

Mas Safira não acreditava em bons presságios.

E muito menos no perfume das rosas.

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