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Capítulo VII

O jantar se desenrolava ao seu redor como uma peça de teatro em que Safira não sabia mais qual era seu papel. O ambiente opulento, com lustres de cristal cintilando e mesas arrumadas com perfeição, parecia desprovido de sentido. Ao redor dela, risos e conversas se misturavam, mas tudo soava abafado, como se o tempo tivesse desacelerado e ela estivesse presa em um momento suspenso.

—"É assim que a perfeição se apresenta?" pensou, observando os rostos ao seu redor, todos imersos em conversas despreocupadas, cumprindo os papéis que o destino e as convenções sociais haviam determinado. Ela sentia como se fosse uma figura que havia se perdido dentro daquela composição, como se sua verdadeira essência já tivesse se dissolvido na expectativa de ser algo que não era.

A voz de sua mãe ecoou em sua mente, sem piedade: —"Lembre-se, Safira, você é o reflexo da nossa família. As pessoas estarão sempre de olho em você." — Essas palavras estavam profundamente enraizadas em sua alma, um lembrete constante de que ela não era dona de seu próprio destino, mas apenas uma peça dentro de um grande jogo de aparências e conveniências.

Mas o que ela realmente queria? O que poderia ser ela fora da imagem de filha perfeita, de símbolo de uma família respeitada? 

"Perfeita. Graciosa. Elegante."  

Essas palavras tornaram-se um eco interminável em sua mente, como um mantra sufocante. Mas, nesse momento, algo dentro dela gritava: — "Não, eu sou mais que isso!

Seus olhos se fixaram no movimento ao seu redor, mas a visão se embaçou, como se o peso de suas memórias estivesse se sobrepondo à realidade. As lembranças de sua infância invadiram sua mente com a força de uma onda. Viu-se correndo pelos jardins do palácio com Layla, as duas compartilhando risos e segredos. Layla não era apenas sua irmã, mas sua confidente, seu refúgio. Juntas, eram inseparáveis, desafiando as normas e criando uma liberdade que parecia infinita.

—"Se eu pudesse voltar a esses dias... se ao menos a vida fosse simples assim." — Pensou.

A lembrança de Layla trouxe consigo um misto de saudade e amargura. Era como se, naquele momento, ela tivesse perdido não só a juventude, mas também o alicerce que a sustentava, a cumplicidade que sempre existiu entre elas.

E então, a imagem de Soraia apareceu, como um farol de carinho em meio ao caos. Soraia, a mulher que não era apenas uma criada, mas uma mãe em tudo, menos no nome. 

— "Soraia me ama de uma forma que ninguém mais ama." — Isso a confortava, mas ao mesmo tempo a entristecia. A mulher que a havia tratado com tanto amor não podia estar ali, a criada não pertencia àquele mundo de riquezas. 

O olhar de Safira vagou pela sala, mas tudo parecia irreal. Os risos ao seu redor, as conversas vazias, tudo parecia uma cortina que ela não conseguia atravessar. 

—"O que esperam de mim?" — O pensamento surgia com clareza, cortante. Seus olhos se fecharam por um breve momento, como se tentar bloquear o mundo à sua volta fosse uma forma de encontrar um pouco de paz.

Foi nesse momento de introspecção que a porta do corredor se abriu. Safira não percebeu de imediato, mas quando levantou os olhos, viu Said parado no limiar da entrada. Ele a observava em silêncio, como se tentasse decifrar algo em seu rosto. Ele sabia que ela estava afastada, imersa em seus próprios pensamentos. Algo nela o fascinava, uma fragilidade que ele ainda não compreendia, mas que o atraía de uma maneira que ele não conseguia explicar.

Ele hesitou por um momento, mas a vontade de saber mais sobre ela, de entender o que estava por trás de seus olhos, o fez se aproximar.

Você está bem? — A pergunta foi suave, mas carregada de uma preocupação genuína.

Safira o olhou por um instante, como se estivesse voltando de um longo e solitário devaneio. Sua resposta foi simples, mas carregada de um peso que só ela parecia carregar.

Eu... não sei. — Ela balançou a cabeça levemente, sem conseguir olhar diretamente nos olhos dele. — Não gosto muitos desses jantares — Confessou, embora a verdade do que sentia não chegava a seus olhos. — Esperam uma perfeição que não possuo, uma sutileza com as palavras que já não me agrada, uma princesa que eu talvez nunca seja. 

Aquela resposta, tão sincera, tocou Said de maneira inesperada. Ele, que também sentia o peso de expectativas sobre seus ombros, entendia mais do que ela imaginava. A obrigação de agradar, de seguir um caminho pré-determinado, oprimia ambos, mas ele ainda não sabia como quebrar esse ciclo. Ele ficou em silêncio por um momento, refletindo sobre suas próprias emoções antes de se atrever a perguntar algo mais.

— Seu pai está procurando por você. Ele gostaria que você voltasse aos anexos. — A voz de Said foi mais firme agora, como se fosse uma maneira de quebrar a tensão que pairava entre os dois. — Se quiser, posso acompanhá-la.

Safira ficou quieta por um momento, pensativa. Ela sabia que tinha que voltar, que não podia fugir daquela noite. Mas algo na presença de Said a fazia hesitar. Não era um sentimento claro, mas uma sensação vaga de que, de algum modo, ele a compreendia mais do que ela gostaria.

Com um suspiro profundo, ela finalmente olhou para ele, aceitando sua proposta com um gesto simples, mas que parecia carregar mais significado do que palavras poderiam expressar.

— Nós não deveríamos ficar sozinhos. — Ela ponderou ao perceber aquele fato. 

Não contarei a ninguém se não contar também — Said respondeu. — Vamos? — Insistiu para que saíssem.

Sim, vamos. — Se deteve em responder.

E, com isso, os dois seguiram em direção aos anexos, mas dentro de Safira, o dilema permanecia. A vida continuava a se desdobrar diante dela, e ela não sabia o que o futuro reservava. Apenas sabia que, naquele momento, não podia mais fugir.

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