Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo VI

O grande salão era uma obra-prima da arquitetura e do requinte. O aroma do incenso de âmbar e sândalo se misturava ao perfume das especiarias, criando uma atmosfera envolvente. Lustres de bronze com lamparinas de vidro colorido espalhavam uma luz quente, refletida nas sedas e nos bordados dourados que decoravam o espaço. As paredes eram adornadas com tapeçarias que narravam feitos heroicos de reis e conquistadores, e a mesa principal, esculpida em madeira escura e entalhada com símbolos de linhagens antigas, estava farta de iguarias.

Pêssegos caramelizados repousavam em travessas de prata, junto a tâmaras recheadas com nozes e mel. O cordeiro, cozido lentamente em especiarias raras, exalava um aroma tentador, enquanto jarras de vinho e sucos adoçados com rosas completavam o banquete.

No entanto, o verdadeiro espetáculo não era a grandiosidade da mesa, mas sim as expressões dos que ali estavam reunidos. Olhares discretos, sorrisos contidos, gestos calculados. Para Safira, cada detalhe carregava um significado. Cada palavra parecia ditar seu destino.

O Sheik Farid, de postura imponente, ergueu sua taça em um brinde simbólico antes de se dirigir à jovem.

— Princesa Safira, muito se fala sobre sua inteligência e delicadeza, mas eu gostaria de saber mais sobre sua formação. Quais conhecimentos lhe foram ensinados?

Os olhos de Safira deslizaram rapidamente para o pai. Era uma pergunta estratégica, e ela sabia que cada resposta deveria ser dada com cautela.

— Fui instruída nas tradições e cultura de meu povo — respondeu com suavidade. — Aprendi a história dos nossos reinos, a arte da caligrafia, a poesia...

— Poesia? — O pai de Said arqueou levemente as sobrancelhas, interessado. — Que tipo de poesia aprecia?

— A que não apenas encanta os ouvidos, mas também ensina algo ao coração.

Houve um breve silêncio. O Sultão Al-Amin observava a filha atentamente, como se avaliasse cada palavra que saía de seus lábios.

O Sheik Farid inclinou-se um pouco mais à frente.

— E quanto às ciências? Matemática, astronomia? Há mulheres em seu reino que se dedicam a esses estudos?

Safira manteve a serenidade, embora soubesse que aquela era uma pergunta mais desafiadora.

— Sim, há mulheres que estudam as estrelas, que calculam rotas e traçam mapas. Eu mesma aprendi a observar o céu, a identificar constelações e compreender os ciclos das marés.

— Interessante — murmurou o pai de Said. — E além do conhecimento teórico, o que mais aprendeu?

— Aprendi a tocar alaúde e a bordar — respondeu. — Também aprendi a cuidar de plantas medicinais e a preparar óleos perfumados.

— E o que mais gosta?

Ela hesitou por um instante. Poderia dar uma resposta ensaiada, mas, por alguma razão, optou pela verdade.

— Gosto do sabor das tâmaras caramelizadas.

Khalid, sempre atento às oportunidades de se intrometer, inclinou-se com um sorriso.

— Por um momento pensei que sua resposta seria mais... filosófica.

Safira sorriu de leve.

— Às vezes, a simplicidade de um sabor pode carregar em si a mais profunda das verdades.

— Um pensamento bonito — comentou Farid. — Por que as tâmaras?

Os olhos de Safira brilharam suavemente ao recordar.

— Porque, como me dizia Soraia, são doces, mas também resistentes. Podem atravessar desertos e ainda assim permanecer suculentas.

Ao ouvir o nome da criada, a mãe de Safira lançou-lhe um olhar de advertência, rápido, mas afiado como uma lâmina. Um silêncio quase imperceptível pairou no ar.

Said percebeu. Ele notou o instante exato em que a tensão se instaurou entre as duas. Notou o sutil erguer do queixo de Safira, como se tentasse ignorar a repreensão silenciosa.

Ele guardou essa informação para si.

Os músicos iniciaram uma melodia suave, e, pouco a pouco, o salão se encheu de um murmúrio animado. Era o momento da dança.

Said observou Safira por um instante antes de se erguer.

— Em minha terra, a dança é uma forma de celebrar, de compreender o outro sem a necessidade de palavras. — Estendeu a mão para ela. — Me concederia esta dança, princesa?

Safira ergueu o olhar, encontrando o âmbar ardente dos olhos dele. Havia algo ali... Um fogo que a fazia se lembrar da manhã daquele dia.

Ela poderia recusar. Mas sabia que não o faria.

Deslizou a mão sobre a dele, sentindo o calor de sua pele. Said a conduziu ao centro do salão, e os primeiros acordes da música começaram a soar.

O ritmo era lento, marcado pelo suave tilintar dos alaúdes. Ele a guiou com destreza, seus passos firmes ditando o compasso da dança. Safira manteve a postura ereta, os olhos límpidos como águas cristalinas, tentando decifrar o que aquela noite significava.

Said, por sua vez, sentia o corpo vibrar com a lembrança da visão que tivera naquela manhã. Os movimentos dela, mesmo contidos, carregavam a promessa do que poderia ser. Ele imaginava a delicadeza das suas mãos adornadas com henna, a sinuosidade de sua cintura ao se mover em uma dança mais livre...

Algo nele apertou o maxilar.

Mas aquele não era o momento.

Outros casais se juntaram a eles na dança, suavizando a atenção sobre os dois. A música os envolvia, e pela primeira vez naquela noite, não havia tantos olhos sobre eles.

Era apenas ela e ele.

O calor do olhar âmbar.

A profundidade do oceano azul.

E uma dança que apenas começava

 *


O ambiente no salão estava mais caloroso agora, com o som da música se tornando mais envolvente. As conversas e risadas se misturavam ao leve tilintar das taças de cristal, cujos ecos suaves se perdiam no ar quente da noite. As velas, dispostas ao longo das paredes, lançavam sombras que pareciam dançar em sincronia com os corpos dos convidados. O murmúrio de risadas e conversas alheias não fazia parte do mundo de Safira naquele momento; seus pensamentos estavam muito longe da festa.

Ela se afastou discretamente para o anexo do salão. Os tapetes persas cobrindo o piso, as almofadas de seda em tons de vermelho e dourado, e o aroma doce do incenso que se misturava ao sabor de frutas exóticas a deixavam desconcertada. A estranheza do ambiente parecia se intensificar enquanto ela observava os outros, como se estivesse observando a cena de um teatro onde ela era a única sem papel. A opulência que a rodeava não parecia mais um refúgio, mas uma gaiola dourada.

Foi nesse momento que Khalid apareceu, com um sorriso travesso estampado no rosto. Ele parecia sempre à vontade, como se estivesse em casa, mesmo quando suas palavras se embrenhavam em uma provocação sutil. Seu olhar estava fixo nela, e ela não pôde evitar o incômodo crescente. Ele se aproximou, dando a impressão de que se divertia com o desconforto dela.

— Princesa Safira, com certeza uma mulher tão de espírito refinado não se sente à vontade em um salão como este, não? — perguntou Khalid, com um tom de voz repleto de malícia e leve sarcasmo.

Safira, sem dar mostras de que estava abalada, olhou-o com calma, mas seus olhos não esconderam o leve desconforto.

— Talvez o senhor tenha razão, príncipe. Eu não me sinto exatamente... em casa. Não tenho a mesma facilidade para falar sobre os outros como o senhor — respondeu Safira, com um sorriso frio, mas afiado.

Khalid riu, um som que parecia satisfeito com a forma como ela se defendia. Ele não era fácil de desarmar, mas isso só alimentava a chama da diversão em suas palavras.

— Oh, não se engane, princesa, não falo sobre os outros, apenas vejo — disse Khalid, dando um passo mais próximo. Seus olhos faiscavam de divertimento, como se estivesse enxergando algo que ela não queria revelar. — Vejo a curiosidade em seus olhos. Uma mulher tão bela e enigmática, com seus segredos bem guardados. Mas não me diga que a vida no palácio não tem seus encantos.

— Encantos? — Safira repetiu, com um toque de desdém. — Ou você quer dizer como ser observada como um objeto em exibição, príncipe? Ou quem sabe ser tratada como algo que deve agradar os caprichos dos outros?

A palavra "objeto" saiu de seus lábios com um peso doloroso. Ela sentia o peso da verdade naquilo, mas também sabia que suas palavras carregavam uma provocação arriscada. Khalid não era alguém fácil de desafiar, e ela sabia que não poderia ir longe demais sem causar um problema.

Khalid pareceu gostar da resposta dela, o sorriso se ampliando em seu rosto. Era como se estivesse encorajando aquela troca. Mas em seu olhar, havia algo mais profundo, uma intensidade que Safira não sabia decifrar.

— Ah, como é interessante ver uma princesa de língua afiada. Acho que você e eu temos mais em comum do que imagina — disse Khalid, com um olhar penetrante. — Mas, sinceramente, talvez eu tenha falado demais. É só que... imagino como sua vida de agora em diante será tão diferente. Afinal, é para isso que estamos aqui, não? Preparando-se para o grande dia.

A menção ao "grande dia" fez o coração de Safira acelerar, como se ela tivesse levado um golpe inesperado. Ele falava como se estivesse ciente do futuro de Safira, como se sua vida já estivesse sendo decidida. Não só isso, mas o modo como ele sugeriu que a vida dela fosse uma preparação para algo já acordado a fez sentir um calafrio.

— O grande dia? — repetiu ela, com uma calma tensa. — Eu não sabia que minha vida já havia sido planejada de antemão, príncipe. Pelo visto, você sabe mais sobre meu futuro do que eu mesma.

Khalid, vendo a reação dela, se deliciou com o desconforto que causou. Ele inclinou a cabeça para o lado, observando a princesa com um interesse renovado.

— Claro, princesa. Você não sabia? Está sendo preparada para ser uma boa esposa, assim como qualquer mulher de sua posição. E, cá entre nós, não acho que seja um fardo para você — disse Khalid, com um sorriso misterioso, que parecia esconder algo mais.

As palavras dele ecoaram na mente de Safira, e ela sentiu uma leve onda de choque. "Ser uma boa esposa"? Essas palavras, ditas de maneira tão casual, finalmente acenderam uma luz na mente dela. Ele estava falando sobre casamento. Ela não tinha considerado isso até aquele momento, mas agora não podia ignorar. A vida dela, como ela a conhecia, parecia estar se desintegrando aos poucos diante de seus olhos. O casamento, esse compromisso, era inevitável. Mas quem seria seu futuro esposo? Khalid... ou Said? Ou outro homem?

Ela tentou disfarçar a inquietação, mantendo o olhar firme em Khalid. Mas algo dentro dela se mexeu. Algo que a fazia se sentir como uma peça de xadrez, movida por mãos que não eram as suas.

— Parece que você está falando como se já tivesse visto o futuro, príncipe. Mas, cá entre nós, o futuro não é algo que podemos controlar tão facilmente — respondeu Safira, tentando se afastar do tema com uma resposta cortante.

Mas Khalid não parecia se incomodar. Ele estava se divertindo com a situação, aproveitando cada palavra como se fosse um jogo. Ele deu um pequeno passo atrás, mantendo o sorriso provocador.

— Ah, claro, princesa. Claro que o futuro é incerto. Mas há algo de irônico nisso, não acha? De todos os jogos que você teve que jogar, este é o mais inevitável. Seu casamento está decidido, você sabe disso. E, por mais que queira lutar, a roda da fortuna já começou a girar. A única coisa que posso te garantir é que, quando ele parar, você já estará onde deveria estar.

As palavras de Khalid deixaram Safira sem palavras por um momento. Ele estava certo em muitos aspectos, mas a frustração e a dúvida se apoderaram dela. Ela não queria aceitar que sua vida já estava traçada. Não queria ser mais uma princesa a seguir o que outros esperavam dela. O peso dessas palavras a incomodou mais do que ela imaginava.

— Está dizendo que não há escolha para mim? Que não posso... escolher meu próprio destino? — Safira indagou, tentando manter o controle da conversa. A pressão em seu peito estava aumentando, mas ela não queria demonstrar fraqueza.

Khalid deu uma risada baixa, como se tivesse prazer em ver a luta interna de Safira.

— Oh, princesa, não seja ingênua. Todos nós fazemos escolhas, mas algumas são mais inevitáveis do que outras. E, se for sincera consigo mesma, sabe que o caminho que você tem à frente não tem muitas opções — disse Khalid, com um tom cheio de significado.

Neste momento, Safira sentiu uma necessidade urgente de se afastar. A conversa estava tomando rumos perigosos, e ela já sentia o peso das palavras dele se infiltrando em sua mente, mexendo com seus sentimentos e certezas. Ela se virou para se afastar, mas Khalid a chamou mais uma vez.

— Não se preocupe, princesa. Eu tenho certeza de que você será uma boa esposa — disse ele, com um sorriso que parecia conter uma infinidade de segredos.

Enquanto Safira se afastava, a sensação de desconforto se intensificava. Ela não sabia se confiava mais em Khalid ou se desconfiava de suas intenções. O que ela sabia com certeza era que sua vida estava prestes a mudar. E ela não sabia o que o destino, nem os príncipes, lhe reservavam.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro