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Capítulo IV

Said estava sozinho em seu aposento, deitado na poltrona com os pés descalços sobre o tapete macio. O dia estava quente, e o silêncio do quarto parecia amplificar a confusão dentro de sua cabeça. A reunião daquela manhã havia sido um tédio absoluto, uma sequência interminável de papéis e palavras que ele mal escutava. Sentado ao lado do Sultão, ouvindo sobre o acordo nupcial e os detalhes do casamento que se aproximava, ele mal conseguia se concentrar. Não estava interessado no que estava sendo discutido. Não sentia a necessidade de questionar nada. O que ele mais queria era que tudo terminasse logo, para que pudesse voltar à sua rotina, ao menos por algumas horas.

Era uma repetição cansativa: os mesmos rostos, as mesmas palavras, as promessas de uma união que ele não havia escolhido. Ele nem sequer se lembrou de fazer perguntas, embora soubesse que deveria. Algo dentro de si o impedia, como se a própria ideia de questionar fosse uma forma de resistência à inevitabilidade do que estava acontecendo. Ele simplesmente assentiu, concordou com tudo e, ao final da reunião, apenas queria escapar. As palavras do Sultão ainda ecoavam em sua mente, mas ele as empurrava para o fundo de seus pensamentos, tentando se afastar delas.

Agora, enquanto aguardava o jantar, seus pensamentos se dividiam entre o vazio da reunião e a imagem vívida da dançarina. Seus olhos se fecharam, e ele viu o movimento gracioso de seu corpo, os gestos fluídos e a forma como ela se entregava à dança. Não conseguia esquecer a leveza com que ela se movia, como se fosse parte do ar, como se o mundo ao redor dela desaparecesse. A sensação de ter observado cada detalhe, a maneira como ela o encarou com aqueles olhos profundos e enigmáticos, não saía de sua cabeça. Havia algo inusitado naquela mulher, algo que o atraía de uma forma inexplicável.

Mas ele não queria se permitir pensar nisso. Ele estava prestes a se casar com alguém que mal conhecia, e sua mente não devia se perder em devaneios com uma dançarina desconhecida. Mas, por mais que tentasse afastar a ideia, algo nele se recusava a deixar de pensar nela. A lembrança de seus olhos, daquele olhar que o havia encarado diretamente, continuava a assombrá-lo. Ele sentiu um aperto no peito ao se dar conta de que, no fundo, ainda não sabia ao certo por que se sentia assim. Por que ela tinha esse efeito sobre ele? E o pior de tudo: ele não queria que isso fosse verdade. Ele não queria estar sentindo isso.

A imagem da dançarina se misturava com os flashes da reunião, criando um turbilhão de confusão em sua mente. Ele não conseguia distinguir o que era real e o que era fruto de seus próprios pensamentos desencontrados. As palavras do Sultão, os acordos sobre o casamento, as promessas feitas, tudo isso parecia irrelevante agora. Ele se sentia perdido, como se estivesse preso entre dois mundos: o que lhe era imposto e o que sua mente desejava. Não sabia o que fazer com essas emoções que surgiam inesperadamente.

Ele se levantou da poltrona, tentando espantar os pensamentos confusos, e foi até a janela. Olhou para o horizonte, buscando algo que o fizesse sentir alguma clareza. Mas o que viu não foi um alívio. O céu estava nublado, e o vento quente balançava as cortinas do quarto, trazendo consigo o cheiro de terra quente. Ele não estava em paz. Sentia-se inquieto, incomodado com a ideia de ter sido arrastado para essa situação sem nunca ter pedido.

O som da porta se abrindo o fez voltar a atenção ao presente. Um criado entrou no aposento, anunciando que o jantar estava servido. Said suspirou, passou a mão pelos cabelos e deu-se conta de que precisaria colocar sua máscara de príncipe, esconder os pensamentos que o atormentavam e, por mais que o fizesse com indiferença, desempenhar o papel que lhe foi dado. Ele sabia que seria um bom marido, isso não estava em questão, mas em seu interior algo gritava que não estava pronto para aquilo. Ele havia aceitado sem questionar, e agora, mais tarde, se arrependeria por isso. Mas, por enquanto, apenas se levantou e seguiu o criado.

Enquanto andava pelos corredores do palácio, os pensamentos sobre a dançarina ainda o perseguiam, e ele se pegava refletindo sobre uma pergunta que, sem querer, surgira em sua mente: quando verei novamente aqueles olhos?

Safira

— Vamos, Soraia, me ajude a tirar isso! — disse a princesa, irritada, enquanto puxava o véu preso em seus cabelos. — Essa porcaria de véu está engancha—ai! — ela fez uma careta, frustrada.

— Por Alah! Não fale palavrões, princesa! Se sua mãe ou seu pai escutam isso, vão achar que eu não a eduquei como deveria! — disse Soraia, sua voz tremendo de leve. Ela tentava, com urgência, soltar as moedinhas do véu que estavam presas aos fios dourados de Safira, mas a tensão no ar estava visível.

— Aposto que, se vissem, iriam reconsiderar o meu casamento. Certamente um sheik não irá querer se casar com uma mal-educada como eu — disse Safira, zombeteira, soltando um risinho, mas seu olhar distante traiu uma ironia amarga. — Certamente, nem Alah quer esse casamento.

— Que Ele não escute as blasfêmias que sua boca impura diz... — Soraia suspirou, tentando não demonstrar a ansiedade crescente em seu peito. As palavras de Safira estavam cortando mais do que o fio do véu. Ela tentava não pensar no que as consequências disso poderiam ser. — Esse véu não vai mais servir. Uma pena, ele é tão bonito.

— Soraia? — Safira disse, tentando se virar para olhar a serva, o cabelo agora preso em uma posição desconfortável. — Aí!

— Me desculpe, princesa, está muito preso... Talvez seja necessário cortar um pouco. — Soraia segurou o riso ao perceber o desespero estampado no rosto de Safira, mas o medo de que algo mais estivesse por trás daquele pedido tornava sua voz tensa. — Mas o que você ia dizer mesmo?

— Quem era ele? — Safira perguntou de maneira séria, seu olhar agora fixo, investigativo, buscando algo nas palavras de Soraia.

— Ele? Quem? — Soraia perguntou, tentando desviar o olhar. Seu corpo inteiro parecia tenso, como se estivesse em alerta.

— O homem que estava no quarto de dança. Quem era ele? — Safira insistiu, a expressão no rosto agora mostrava uma curiosidade genuína, mas havia uma pitada de desconfiança. Soraia evitava seus olhos, e isso não escapou a princesa.

— Ah, menina... Bem, deve ser algum dos servos que acabou se perdendo pelo palácio. Com certeza não era ninguém importante — respondeu Soraia, tentando manter a calma, mas o medo de que Safira descobrisse a verdade deixava suas palavras um tanto vacilantes.

— Tem certeza? — A princesa se virou, agora a dor no couro cabeludo já não era a única coisa incomodando-a. Ela sentia que algo estava errado, mas não sabia exatamente o quê. — Tem certeza que não sabe quem era aquele homem? Por favor, não minta para mim.

— Habib, olhe para mim. Eu juro que não era ninguém importante, esqueça isso. — Soraia olhou-a nos olhos, sentindo seu coração bater forte no peito. Sabia que mentir era o único caminho, mas uma parte de si mesma se culpava. — Prontinho! Consegui tirar essa belezura.

— Obrigada, Sô... — Safira disse, bocejando, suas palavras saindo atropeladas. — Estou cansada de tanto dançar.

— Você já dormiu demais hoje. Não se esqueça que te deixei na cama por mais horas do que o normal? Venha, vou pegar um traje novo para você. Logo mais desceremos para o jantar. Seu pai insiste que sua presença é importante.

— O que eu não faço por você, não é mesmo? — Safira sorriu com ironia. — Pegue meu vestido verde, aquele com bordados dourados no busto.

— Boa escolha, menina.

— O que haverá de bom nesse jantar?

— Não sei, não me disseram.

— Você sabe sim... — disse Safira, desconfiada, franzindo a testa.

— Pois bem, eu sei. Mas isso não significa que irei te contar. Apenas fique bonita e seja educada com todos. Por favor.

A princesa deixou seu sorriso se transformar em uma longa gargalhada.

— Ora, Soraia, desse jeito até parece que meu noivo estará nesse jantar e eu tenho que impressioná-lo — disse ainda achando graça, mas havia algo de desconforto em seu tom. — Eu sou educada, com quem merece. E afinal, o que poderia haver de tão importante?

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