16.
— Só fica atenta, tá?
E um beijo.
Parabéns Luan Rafael Domingos Santana. Você sabia me deixar louquinha. Se a intenção dele era me fazer pirar, ele estava conseguindo.
Já foi uma prova de fogo conhecer os pais deles, que eram exatamente como eu pensei. Amáveis, adoráveis, humildes. Do jeitinho que eu sempre sonhei. Marizete Santana tinha dito que eu já era como uma filha pra ela. E me tratava como uma. O sonho de toda fã. E de toda nora. Não que eu seja nora. Pelo menos, oficialmente não.
Eu esperava que o Luan não fosse louco o suficiente pra me assumir e pedir em namoro num palco. Tudo que eu queria, era curtir a gente com o pouco de normalidade possível. Sem imprensa, sem fãs, sem fama. Só a gente. Como tinha sido desde o dia que eu enviei a primeira mensagem.
— Beijo de boa sorte antes do show? E vale isso? — A Bruna falou assim assim que saímos do canto que ele tinha me levado pra falar comigo. O Luan fingiu que não ouviu, e eu mostrei a língua pra ela. Ele se virou, sorriu pra mim, e foi em direção ao palco, enquanto eu esperava uns minutos pra assistir depois. A Bruna nunca ia na primeira música.
— O que ele te disse pra você estar tão nervosa, Jade?
— Que minha surpresa era agora no show. Eu juro pra você, Bruna, se seu irmão me pedir em namoro na frente da plateia toda, eu vou matar ele. Eu quero algo só nosso. E não é só o pedido. Eu quero momentos só nossos. - Eu falava que mal respirava. A Bruna olhava com um olhar de divertimento nos olhos.
- Jade, ele não é nem louco pra isso. Ele pode estar só brincando. Você sabe como ele é. Adora uma pegadinha.
- Espero que seja isso mesmo.
Fomos para o palco, e o Luan estava cantando com o violão, assim que percebeu que chegamos, abriu um sorriso maior. Ele sentou no piano e fez um discurso.
— Comecei escrever a próxima canção há um mês e pouco. Não sabia que direção ela ia tomar, e não sabia o porquê. Mas quando a conclui, há 15 dias mais ou menos, eu entendi muito bem o porque a escrevi. Essa é pra alguém, que mudou a minha vida. Espero que vocês gostem dessa música, assim como eu gostei quando a terminei.
Ele se ajeitou no piano, disfarçando olhou pra mim e piscou. Então começou a cantar.
"Eu sei que já não tenho idade
Pra ficar tão dependente
Mas eu mudei quanto te olhei
Você me fez pensar pra frente
Por mais que eu tente desviar
'To sempre em sua direção
Parece que eu soltei do mundo
E segurei só na sua mão
'Tava pensando em te roubar
Fugir pra longe do país
Morar num lugarzinho em Cancún
Não é o que você sempre quis?
Sem precisar me preocupar
Em te levar pra casa cedo
Enquanto eu 'tiver do seu lado
Não precisa mais ter medo
Porque se me perguntar
Quem eu respiro é você, você, você
Se for pra escolher
O céu ou a Terra, respondo "você"
Se quiser saber
Minha alegria é te ver, te ver, te ver
Quem sabe eu te quero
Tanto assim porque esqueci de te esquecer "
A cada frase que ele cantava, eram lágrimas que escorriam pelo meu rosto. Ele tinha escrito uma música pra mim? Ele sorria, e parecia emocionado cantando. Eu tinha certeza, que se pudéssemos, correriamos um para os braços do outro, mas os gritos ao meu lado não me deixavam focar só nele.
Assisti o show todo, ainda mais apaixonada. Quando estava na última música, Bruna já me puxou pro camarim.
×
Estávamos sentados já no jato, Luan ao meu lado, segurando a minha mão. Chegaríamos ao amanhecer. Os pais do Luan já estavam dormindo, a Bruna com fones de ouvido, e mexendo no celular.
— Luan?
— Oi.
— Você escreveu aquela música pra mim?
— Foi. Comecei a escrever no dia que nos encontramos. Antes de trombar com você, eu não tinha noção nenhuma do que estava escrevendo. Mas voltei a ela no dia que você me beijou. E terminei. Entendi que aquela música era pra você desde o princípio. Eu só não sabia disso.
— É tão linda.
— Linda como a pessoa que me inspirou a escrever ela.
— Luan, se você quiser manter uma conversa comigo, vai ter que parar de me elogiar assim. Eu não sei como reagir.
— Tá bom, mas acho bom você aprender a reagir. Porque você é sim a coisa mais linda.
Então só fiz o que sabia, que era beijá-lo. Nos beijamos por um bom tempo, até o sono apertar. Os remédios não me permitiam ficar até tão tarde acordada.
— Dorme, Ga. Não vou aproveitar pra dormir também.
— Ga?
— É, Jade. De GAtinha.
— Você e seus apelidos, Luan...
Ele me puxou pro peito dele, e ali adormeci. Ouvindo seu coração, sua respiração, sentindo seu cheiro. E tendo um sonho, que nem eu sabia que queria.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro