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Capítulo Um

Eu estava cansado, meus olhos já lutavam para ficarem abertos há um bom tempo, mas a rodada estava quente e eu não iria parar. Pedi mais whisky e, ao sentir a bebida descer ardendo, me despertei um pouco.

Os caras estavam com máscaras de serenidade, ou achavam que estavam, não eram bons jogadores e eu já havia sacado suas oscilações há tempos.

- Hora do show, rapazes. – falei. Minha voz era uma mistura de arrastada de cansaço e grogue de álcool.

Mostramos as cartas e, por um minuto, gelei ao ver que o homem à direita havia feito um Full House, mas então percebi que meus valores eram mais altos. Bati palmas.

- Adoro esse som. – falei, deslizando as fichas para meu lado.

- Você está com sorte hoje, garoto. – o desdentado comentou, de cara feia. Bufei. Sorte era algo que me evitada.

- Estou tentado a continuar, mas sei que vou dormir e vocês vão me roubar. – aquilo já havia acontecido uma vez. – Então, vou dar o fora.

Troquei as fichas pelo dinheiro correspondente e procurei a saída. Assim que coloquei os pés do lado de fora, minha cabeça quase explodiu por causa da claridade.

- Merda! – gritei puxando os óculos escuros para proteger os olhos. O whisky não me deixava pensar claramente. Olhei ao redor, procurando o ponto de táxi que ficava em algum lugar por ali. Levei todo um minuto para lembrar que não estava no Colorado.

É claro, Rivers mandou que eu resolvesse um trâmite para ele justo naquele lugar, em San Mateo, onde o velho morava. Não queria vir de jeito nenhum, mas não se podia dizer não para Rivers, então acabei pegando a droga do avião junto com Ashton. Havíamos chegado noite passada e no lugar de ir direto para o apartamento arranjado, decidi jogar algumas mãos. Ao olhar para o sol, percebi que devia ter ficado umas doze horas dentro do bar.

Um táxi virou a esquina, fiz sinal e ele parou. O motorista era tão gordo que sua barriga brigava com o volante. Perguntou o endereço me olhando pelo retrovisor. Siga em frente até encontrar uma mansão branca e cheirando a merda perfumada. Então pare.

- St. Vicent com a Grigore. 31. – respondi, apoiando minha cabeça no vidro. Sentia uma dor de cabeça se aproximando.

O carro entrou em movimento, balançando levemente.

- Você devia pegar leve, garoto. – o motorista falou, depois de um tempo de viagem. – Você está horrível. Veja, eu já fui como você e olhe para mim! O álcool me engordou e a falta de sono me deixou careca.

Algumas boas respostas surgiram, todas com humor ácido, mas estava tão casando que decidi ficar calado. O gordo que tagarelasse sozinho. Lembro de passarmos por um parque de diversões e então devo ter cochilado, pois quando senti o carro parar parecia não ter se passado nem cinco minutos. Olhei pela janela e fiz uma careta.

- Eu não quero estar aqui. – reclamei, sentindo a amargura na boca.

- Este foi o endereço que me passou. – o motorista parecia confuso.

Estou bêbado e nem percebi. Não sabia que tinha aquele endereço de cabeça. E que merda eu estou fazendo aqui? Joguei algumas notas no banco da frente e saí para o maldito sol novamente. Aquele lugar era quente, mesmo no outono.

A casa dos Leicester estava exatamente do mesmo jeito que eu lembrava, como se qualquer mudança fosse leva-los à uma revista e serem criticados. A última vez que estive ali tinha onze anos. Fui recebido por uma empregada, sentei no sofá e recebi ordens de não me mexer nem tocar em nada. Não vi o velho naquele dia, mas a sra. Leicester teve o trabalho de descer para me lançar um olhar de desprezo. Jurei não voltar para debaixo daquele teto.

- Bom, não vai ser a primeira promessa que quebro. E ver a reação do velho vale a pena. – comentei comigo mesmo enquanto caminhava pela grama, até que um dos seguranças de terno barrou meu avanço no meio do jardim.

- Isso é propriedade privada. – falou. Ele também usava óculos escuros e parecia um mamute comparado a mim.

- Preciso ver o velho, digo, o sr. Leicester. – abri um sorriso debochado.

- E quem é você? Algum entregador?

- Vá lá e diga que sou quem saiu do meio das pernas que ele abriu por uma noite.

O segurança ficou tenso, se preparando para me enxotar do gramado, como se eu fosse um cão prestes a evacuar ali, mas pareceu lembrar de algo.

- Você não seria...

- O bastardo. Eu mesmo.

O homem se recompôs.

- Por aqui, por favor. – indicou o caminho, como se eu não pudesse ver a porta gigantesca a dez metros de distancia.

A sala da casa era do tamanho do apartamento da minha mãe. A iluminação era natural, vinda do lado de fora pelas janelas que substituíam as paredes. A mobília era pesada e clara, um piano de calda que parecia nunca ter sido tocado ocupava um bom espaço ao lado e as cores ficavam por conta da decoração minimalista. Sabia que Ben havia crescido ali, mas tentei imaginar o lugar com brinquedos jogados e manchas de dedos nas cortinas e não consegui.

Em meio minuto uma mulher jovem apareceu, usando uniforme. O segurança pediu que ela chamasse o velho e ela desapareceu por um corredor.

- Eu não vou roubar nada, pode voltar para o jardim. – falei dando duas tapinhas no ombro do segurança. Ele não se moveu.

O velho apareceu conversando com a empregada, quando seus olhos me encontraram ele paralisou por completo, a boca meio aberta e os olhos arregalados. Eram dez horas da manhã, estava calor e ele usava um terno completo, em casa.

- Luke? – perguntou, descongelando. Seu pomo de adão subiu e desceu quando ele engoliu saliva e depois tossiu. – Martha, Bennis, podem ir. – o pessoal do serviço saiu, nos deixando sozinhos. O velho apontou para o grande sofá em forma de L. – Vamos sentar. O que o trouxe até aqui?

Não você, nem Ben, com certeza.

- Trabalho.

- Ah, mesmo? Pensei que estivesse em alguma universidade...

- Universidade? Nossa, não. Eu nem terminei o colégio. – soltei uma risada.

Aquilo o surpreendeu, como se eu tivesse admitido que contrabandeava petróleo.

- Eu não sabia disso. - o que você sabe sobre mim, imbecil? – Não largou os estudos por ter que trabalhar, não é? Quero dizer, se precisar de dinheiro...

- Eu não quero seu dinheiro. – meu tom foi duro e eu não queria demonstrar aquilo, então me acalmei. – Eu trabalho, já disse.

- Com o quê?

- São... negócios. Lucrativos.

- Eu poderia conseguir algum bom posto em uma das empresas. É claro, primeiro teria que terminar o colegial, então se revezaria entre a faculdade e o serviço. Daria certo, você é um rapaz inteligente.

- Não é o que quero. Como disse, vim para resolver alguns assuntos e decidi passar por aqui. – dei de ombros. A verdade é que já que fui obrigado a estar naquela cidade, poderia aproveitar e ver a cara do velho ao me ver em sua casa, com sua família.

Antes que ele pudesse responder algo, uma mulher na casa dos cinquenta, bem conservada e ereta como uma prancha de surf apareceu. Sua visão me trouxe velhas lembranças, de olhares mau encarados, cheios de repulsa e raiva.

- Sra. Leicester! – cumprimentei sorrindo abertamente e acenando com a mão. Não sabe o quanto eu te odeio, velha.

- Andrew, o que ele faz aqui? Não disse que viria. – a mulher me olhava como se eu fosse algo mastigado e cuspido em seu sofá caro.

- Se eu avisasse a senhora viajaria para o Alasca e eu não teria a oportunidade de vê-la. Perdoe minha ousadia. – expliquei sorrindo.

- Margareth, por favor. – o velho a olhou suplicante.

- Apenas espero que ele não fique nesta casa. Seria um ultraje.

- Margareth, ele é meu...

- Não ouse... Andrew, eu não o quero aqui. – e então ela saiu o mais rápido que seus saltos altos e a elegância permitiram.

- Luke, desculpe, é difícil para ela.

- Deve ser realmente duro encontrar o bastardo do seu marido esparramado na sala. Eu entendo. – o velho quase engasgou ao ouvir a palavra bastardo. – Mas diga para sua senhora que eu não vou ficar aqui. Onde está Ben?

- Na escola.

- Ah, claro. Acho que vou visitá-lo depois. Onde fica mesmo o colégio?

- No centro, próximo a estação.

- Sou péssimo com direções. Pode anotar para mim? Estou sem GPS. – e sem carro.

- Claro, eu só preciso de uma caneta. Deve ter alguma no meu escritório. – o velho levantou e procurou novamente o corredor.

Olhei ao redor examinando mais uma vez o lugar. Nada havia mudado, até o jardim através das janelas era o mesmo. Um acendedor de charuto sobre a lareira feito de ouro chamou minha atenção. Levantei e caminhei até ele, testei seu peso e o guardei no bolso.

- Aqui está, Luke. Ele sai às quatro.

Peguei o papel que o velho me ofereceu e guardei no bolso.

- Obrigado.

- Ainda vou ver você antes de voltar para casa?

- Provavelmente não.

- Então, hum, até logo. – ele me ofereceu a mão e eu a apertei brevemente. Esperava não vê-lo nunca mais.

Não tive problema em encontrar a escola. O prédio parecia antigo, como se os avós dos atuais alunos também tivessem estudado ali, mas estava reformado, e em alguns pontos se notava traços da atualidade. Caminhei até um canto do estacionamento cheio e esperei. Isso é uma escola pública, pensei ao ver os detectores de metal na entrada. Por que o filhinho do velho não está em uma instituição particular? O sr. Leicester está ficando mais velho e mais pão duro?

- Ei você. – um garoto moreno e mascando um chiclete falou, acompanhado de um outro com uniforme de futebol.

- E aí? – falei.

- Você não é aluno. – o mesmo garoto comentou.

- Estou esperando alguém.

- Alguma garota? Espero que não seja a minha. – os dois riram.

- Meu irmão. Leicester.

- Ben Leicester?

- Conhece?

- Ele é meio famosinho por aqui. – o da equipe de futebol falou, mostrando não ser muito fã do garoto. – Eu sou o David, ele é o Nicholas. 

- Luke.

- Não sabíamos que Ben tinha um irmão. – Nicholas comentou.

Dei de ombros. O sinal tocou lá dentro, em um minuto crianças jorraram das portas. Nicholas e David começaram alguma conversa, mas eu não prestei atenção. Estava focado nos alunos que saiam do prédio, procurando por Ben. Eu o reconheceria? Não o via há anos. Os garotos começaram a trocar socos e risadas, xingando um ao outro. O fluxo diminuiu gradativamente, até que o estacionamento ficou quase vazio, mas nem sinal do garoto. Estava a ponto de perguntar se os dois o haviam visto lá dentro, pensando que talvez ele tivesse matado aula, quando a vi. Nem mesmo sei porquê meus olhos não desgrudaram imediatamente. Ela não era o tipo de mulher que me atraía, não era nem mesmo uma mulher, era uma menina, uma colegial. Então, por que meus olhos seguiram seus movimentos até ela parar junto ao grupinho dos idiotas?

- Ei, Julia! – o idiota chamado Nicholas gritou. A garota pareceu assustada, até que o reconheceu. Julia, testei o nome em minha cabeça.

- Oi Nicholas. Você viu o Ben? – ela tinha uma voz melódica, do tipo que era fácil imaginar cantarolando.

O idiota do futebol soltou alguma gracinha, que ela não correspondeu. Precisei segurar o riso quando ela me notou e o espanto tocou sua cara. Eu já estava acostumado, filhinhas de papai como ela se assustavam com minha aparência. Estranhamente, seu alarme me atraiu. Eu queria me aproximar, apertar sua cintura contra a minha e mostrá-la que tinha toda razão em querer sair correndo. Oh, menina, eu sou um fodido problema.

David seguiu provocando. Colegiais estúpidos, não conseguiam ver um par de peitos e não virarem selvagens. Pensei em dar uma mão para a garota, e depois assustá-la eu mesmo antes de deixá-la ir. Ou, talvez, tentar fazê-la ficar um pouco comigo... Inferno, Luke, é uma menininha!

- Ei, Jay! – alguém chamou de longe. Meus olhos desgrudaram dela e encontraram meu irmãozinho, o filho legítimo do velho.

A garota caminhou para os braços de Ben e ele a apertou de volta. Era esse Ben que ela estava procurando? Ah, garota, você acaba de me dar um motivo para persegui-la.

Ergui as sobrancelhas ao ver o beijo dos dois.

- Preciso ensinar ao meu irmão como se beija uma garota. Vejam, aposto que o tio avô dela a beija com mais tesão. – comentei, fazendo os idiotas rirem. O som fez Ben se afastar e nos olhar, sua cara despencou ao me ver. Olá, irmãozinho!

Não era que me odiasse, Ben e eu até nos levamos bem na infância, mas os anos que fiquei longe e o modo que tratava seu pai haviam deixado ele indeciso, sem saber se deveria gostar de mim ou não. Ele pegou a mão da garota e se aproximou, saudando os idiotas antes de se concentrar em mim.

- Eu não sabia que você viria. – falou.

- Resolvi buscar meu irmãozinho na escola, mas lembrei tarde demais que é você quem tem um carro.

Por sua cara, ele não parecia muito feliz. Foi por tratá-lo como criança na frente dos amigos? Foi por ter usado a palavra "irmãozinho"? Ou simplesmente por eu estar ali? Não sabia e queria que a resposta se fodesse.

- Preciso deixar a Julia em casa. Você quer dar uma volta?

Mais uma vez, testei o nome dela, mexendo os lábios. Estranhamente soava bem para mim. Nunca havia conhecido uma Julia, mesmo sendo um nome comum.

- Não. Tenho alguns assuntos que melhor não adiar. Eu só vim ver você. – meus assuntos se resumiam a beber e tirar dinheiro dos velhos locais, mas gostava de parecer misterioso e ocupado.

- Nos vemos depois, então? – Ben acenou e levou a garota para o carro. Ela entrou, mas não saiu do meu campo de visão. Eu conseguia enxergá-la pelo retrovisor, apenas um rosto, mas que me manteve encarando até o carro descer a rua.

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