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Capítulo Trinta e Três

As luzes dos postes lá embaixo começaram a acender. O sol descia no céu, entre dois prédios a minha frente. Levei o fim do cigarro para os lábios e dei o último trago antes de jogar ele fora. Soprei a fumaça lentamente.

Eu queria que aquela sensação de vazio fosse embora. Estava olhando para outro dia que terminava e sentia que havia sido mais um desperdiçado. Aquela rotina foi a minha vida por anos, mas não se encaixava mais em mim. Já se haviam ido várias semanas, mas nada de significativo havia acontecido. Eu estava em uma inércia fodida.

Cuspi por cima do parapeito e voltei para dentro. Meus olhos encontraram a garota na cama, quase havia me esquecido dela. As cobertas enroladas em suas pernas deixavam suas costas nuas à vista. Pensei em despertá-la para que continuássemos de onde havíamos parado, mas acabei desistindo. Ao invés disso, peguei o celular na mesa de luz e disquei o número de Ashton. Ele não atendeu na primeira vez, deveria estar dormindo, não sabia onde ele estava, talvez o fuso horário fosse bem diferente. Sentei na cama e disquei outra vez.

- Mas que inferno. Quem é? – resmungou do outro lado.

- Olá, querida.

- Hey, Luke. – sua voz ficou mais clara.

- Saudades?

- Você desaparece por dias, faz uma ligação de cinco segundos, apenas para avisar que está vivo, desliga, troca de número e some por mais alguns dias. É, eu sinto sua falta, e vontade de chutar o seu saco também.

Fiz uma careta.

- Foi mal, cara, eu só...

- Eu sei.

Esperei que ele começasse com suas perguntas, tentando descobrir por onde eu andava, ou tentar me convencer a voltar, mas Ashton também ficou em silêncio.

- O que foi? – perguntei. Algo não estava certo.

- Preciso contar uma coisa.

Aquilo me fez perder uma batida do coração. Tentei lembrar da última vez que havia falado com a minha mãe.

- Aconteceu algo? – esperei, mas ele não falou nada. – Porra, Ashton, cospe logo.

- Não é nada grave, é que... eu...

Suspirei e passei as mãos no cabelo.

- Você está me matando, cacete.

- Espera, eu vou falar. É só que, ah, merda, Luke. Merda. Onde você está?

- Nevada. O que foi? É o Rivers?

- Não, não, não. Eu estou cobrindo você com ele.

- Então?

- Eu estou em San Mateo.

Meu corpo congelou por um segundo. De todas as coisas, aquilo não havia passado pela minha cabeça.

- O que merda você está fazendo aí?

- Eu pensei que você poderia, sabe, ter voltado.

- Eu não estou aí, você já pode ir embora. – grunhi. – Eu ligo outro dia.

- Não! Espera, não desliga, não era isso!

- Fale logo.

- Eu cheguei há alguns dias, procurando por você e, claro, perguntei para o Ben e para a...

Fechei os olhos.

- Eu não quero saber, Ashton.

- Cara, você precisa.

- Aconteceu alguma coisa com ela? – outra vez Ashton não respondeu. – Fala, porra! - minha voz saiu mais alta do que eu planejei, acabando acordando a garota.

- Qual o problema? – ela perguntou, sonolenta. Eu a ignorei.

- Não, não aconteceu nada... recentemente.

- Mas alguma coisa aconteceu. Fale, agora. – eu estava nervoso, não sabia que estava tão sedento por notícias dela até aquele momento. Ainda mais se as notícias não fossem boas.

- Merda, Luke, você é tão burro cara!

- Ashton...

- Você entendeu tudo errado. Sobre aquela noite. – ele estava sério. – Aquele filho da puta a forçou, Luke.

Juntei as sobrancelhas, ainda o encarando.

- o quê?

- Você não a viu. Ela foi até o seu apartamento, estava assustada, haviam marcas em seus braços.

Meus pensamentos estavam vazios. Eu não conseguia entender bem o significado daquilo. Patrick... Patrick havia...

- Você está dizendo...

- Que o bastardo passou dos limites. Julia não teve nada a ver com aquilo.

- Filho da puta! – levantei e chutei o criado mudo, derrubando o abajur e outras coisas mais. Estava andando em círculos, pensando naquela noite, vendo tudo com outra perspectiva. – Filho da puta! Você é um fodido filho da puta! – gritei, sem saber se estava xingando Patrick ou eu mesmo. – Não saia da cidade. Eu chego aí em algumas horas. – falei no celular. Ashton ficou calado por alguns segundos, então respondeu.

- Eu vou descobrir onde o bastardo está.

Desliguei, reprimindo a vontade de jogar o celular contra a parede.

- O que aconteceu?! – a garota estava ao meu redor, tentando me segurar. Olhei-a por meio segundo, vendo sua nudez lembrei que também estava sem roupas. Rapidamente procurei o que havia usado antes e vesti.

- Eu preciso... eu vou... ah, eu vou matar aquele... – procurei minhas chaves e a carteira. A garota tentou me segurar enquanto eu abria a porta. Parei, lembrando que não havia pagado. Puxei uma nota qualquer e a amassei em sua mãos.

- Aonde você vai? – ela perguntou, desamassando o dinheiro.

- Matar um desgraçado.

Horas mais tarde eu estava sentado no carro alugado de Ashton, em frente a casa de Patrick, já sabendo de tudo. Eu sentia tanta raiva do bastardo, mas principalmente de mim mesmo. Como eu havia sido tão burro?

- Merda. – soltei, apoiando a cabeça no porta luvas.

- É, você foi um imbecil. Mas agora você sabe o que realmente aconteceu e está bem aqui. Só precisa encontrá-la e conversar com ela. – Ashton me deu alguns tapinhas no ombro. Eu havia sentido sua falta.

- Não é tão fácil. – ela não vai me perdoar. Nunca. Aquilo já parecia um círculo vicioso. Eu sempre fazia merda. Precisava falar com ela, precisava explicar. Eu precisava, acima de tudo, deixar de foder a minha felicidade sempre. – Mas antes, vou resolver essa questão.

Ficamos em silêncio o resto do tempo, encarando a rua. Levou ainda quase uma hora até que vimos Patrick aparecer. O cretino assobiava alegremente, conferindo algo no celular.

Saí do carro, caminhando até ele com passos longos, ele nem mesmo me viu chegar.

- Hey. – chamei. Quando ergueu a cabeça, eu o acertei com um soco no rosto.

Patrick tropeçou um passo, segurando o rosto virado.

- Mas que porra...

Agarrei seu ombro com uma mão enquanto socava seu estômago uma e outra vez. Ele se dobrou ao meio, recebendo os impactos. Prendi sua cabeça entre minhas mãos e acertei seu nariz com o joelho. Consegui ouvi o osso se partir.

Quando o soltei, Patrick desabou no chão. Ele arfava, a parte inferior do rosto e seu pescoço estavam cobertas de sangue, o nariz jorrava aquilo como se fosse uma torneira aberta. Sentei sobre suas pernas, agarrei a frente de sua blusa e o ergui um pouco, para que me olhasse na cara.

- Então você gosta de brincar de gato e rato, não é? – falei, em um tom baixo, e soquei outra vez sua cara. – O que você acha de ser o rato dessa vez? – mais um soco.

- Eu não... Eu não sei do que você está falando! – Patrick falou, enquanto tossia. Uma bolha de sangue estourou em sua boca e ele engasgou.

Me inclinei até sua orelha e sussurrei.

- Julia.

Eu senti o corpo dele tremer.

- Cara... Eu não...

Não o deixei terminar. Prendi meus dedos em seu cabelo e bati sua cabeça contra o asfalto, repetidas vezes.

- Luke! Você vai... Merda! – Ashton estava ao meu redor, mas não prestei atenção nele. – A gente precisa ir! – ele segurou meu ombro e eu o empurrei, antes de voltar a socar Patrick. Minha mão gritava, protestando. – Alguém chamou a polícia! Merda! A gente precisa ir.

- Eu ainda não acabei. – falei, meu tom estava frio, baixo. Me recusava a tirar os olhos do rosto do bastardo enquanto assistia meu punho acertar uma e outra vez.

Ashton passou os braços por baixo dos meus e me puxou de pé grunhindo. Tentei me soltar, mas ele aguentou firme. Comecei a chutar as costelas de Patrick e pisotear sua barriga. Notei vagamente que ele não estava mais se mexendo.

De repente sirenes que eu nem havia notado se aproximando explodiram em meus ouvidos. Parei de lutar contra Ashton e olhei para trás, vendo a viatura parar ao lado do nosso carro. Dois policiais desceram de lá, apontando as armas para nós e gritando ordens. Ashton me soltou e colocou as mãos na cabeça, eu fiz o mesmo.

- Merda, Luke, merda. – Ashton grunhiu.

- O que está acontecendo aqui? – um dos policiais perguntou, enquanto colocava uma a algema em meu pulso, desceu meu braço e o prendeu junto ao outro. Foi feito o mesmo com Ashton. Nenhum de nós dois abriu a boca. – Ok, temos dois mudos aqui, Charlie.

O outro policial estava checando Patrick.

- Eles vão cantar como passarinhos para o delegado. Leve eles, eu cuido desse aqui. – falou.

- Vamos, caminhem.

Quando fomos jogados no banco de trás da viatura e a sirene voltou a gritar enquanto nos movíamos, comecei a pensar em como estávamos fodidos.

Entramos na delegacia e o tumulto ali dentro me distraiu um pouco. Algo estava acontecendo. Algo grande. O chefe de polícia parecia bem ocupado, apenas pegou nossos documentos e mandou nos jogar nas celas para “esfriar a cabeça”. Havia tanta gente ali dentro, deixava o ambiente claustrofóbico.

Na cela, eu sentei no colchão, tão fino que conseguia sentir a cama de cimento por baixo. Ashton estava na cela ao lado, separado de mim por barras de ferro.

- O que acha que vai acontecer? – perguntei, olhando para ele.

- Como eu vou saber? Porra, Luke, você...

- Eu sei, eu sei. Eu só... Não consegui parar.

Ashton suspirou e passou a mão no cabelo.

- Ele mereceu. – concluiu. – Você não sabe como foi difícil esperar por você. Eu mesmo queria ir lá acabar com aquele filho da puta.

Antes que eu pudesse responder, dois guardas entraram, trazendo um cara com eles. O homem parecia um morador de rua, estava sujo e com roupas bem velhas. O jogaram na cela em frente a minha.

- Eu já falei que não sei de nada! Inferno! – o cara gritou, enquanto era trancado. – Eu fico naquela esquina todos os dias!

- E não viu nada? Precisa visitar um oculista, amigo. – um dos guardas falou.

- Eu estava dormindo! Eu não vi acontecer! Por que não acreditam em mim?!

- Por que encontramos você com um celular cheio de fotos da garota.

- Olhem para mim! Eu tenho cara de alguém que tem um celular? Eu mal tenho o que comer! Colocaram aquilo nas minhas coisas! Inferno! Precisam acreditar em mim!

Os guardas o ignoraram e saíram.

- O que está acontecendo lá fora? – Ashton perguntou para o cara.

O homem chutou as grades.

- Onde você estava, garoto? Tá todo mundo falando disso!

- A gente estava fora. – falei.

- Deveriam estar em Marte para não saberem, já está no noticiário nacional. Sequestraram uma garota e algum filho da puta está colocando a culpa em mim.

- Sequestraram uma criança? – Ashton perguntou.

- Não, era uma garota, uma colegial. Eu já a vi em algum lugar, ao lado dos Leicester. A família deve ter dinheiro.

Levantei da cama e fui até as grades, agarrando o ferro frio.

- Leicester? Você falou Leicester?

- É, mas não era filha deles.

Perdi a sensibilidade do meu corpo.

- Julia. Julia Evans? – foi Ashton quem falou.

- Sim! Essa garota mesmo! Você conhece?

Eu só encarava o homem do outro lado. Havia um zumbido em meus ouvidos.

Rivers.

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