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Capítulo Dezoito

O ônibus da escola me deixou na parada mais próxima da casa do Ben, o que era no bairro vizinho. Não havia rota para o condomínio dos Leicester porque as crianças que moravam lá frequentavam escolas particulares, Ben e Olívia eram exceções. Foi uma caminhada de trinta minutos, quase me arrependi de não ter pegado um táxi, mas andava economizando ao máximo.

Ben havia ligado e mandado mensagens durante todo o dia que estive grudada na minha cama, eu o ignorei como a todo mundo. Depois que Will conseguiu me fazer tomar banho, decidi ler tudo, o que foi uma péssima ideia. Ben se desculpou de todas formas possíveis e assumiu toda a culpa pela briga. Cinquenta por cento de suas mensagens eram pedindo pra gente se encontrar. Acontece que ele era a última pessoa que eu queria ver naquele momento, não por conta da briga, aquilo nem importava mais, mas porque eu sentia que ele veria na minha cara tudo o que havia acontecido com Luke. Enviei uma única resposta, dizendo que precisaria trabalhar até tarde. Ele respondeu quase imediatamente, perguntando se poderia passar no Comic's no meu intervalo ou se poderíamos conversar no almoço na escola. Só a ideia de encará-lo em público me deu um frio na barriga. Enviei outra mensagem, dizendo que passaria na casa dele depois da escola. Phil ficaria bravo pelo atraso, mas eu precisava de privacidade caso começasse a chorar ou Ben quisesse gritar comigo.

Por sorte não tínhamos aulas juntos, e eu poderia me esconder na biblioteca durante a hora do almoço. Não o vi o dia todo, mas a cada final de aula meu nervosismo aumentava. Quando o último sinal tocou, marchei para o ônibus que nunca havia pegado antes, me sentido a maior covarde do universo.

Entrei no condomínio, o porteiro me cumprimentou pelo nome, tentei sorrir de volta. Mais quinze minutos, passando por aquelas casas absurdamente grandes, até chegar na dele. O segurança acenou com a cabeça e me acompanhou para abrir a porta.

Ben estava no sofá, sua mochila aos seus pés, como se ele estivesse ali desde que chegara do colégio, deveria estar mesmo, ele era ansioso. Quando me viu, levantou.

- Oi, Jay. Que bom que você veio.

- Oi.

Ficamos ali parados, incertos sobre o que fazer.

- Você quer que eu pegue algo para você? - ele perguntou.

- Não, obrigada.

- Você quer sentar?

- Na verdade, podemos conversar lá fora?

Ele percebeu que aquilo não era um bom sinal.

- Claro.

Passamos pelas portas laterais, cruzamos o jardim e sentamos em um dos bancos de ferro. Ben pegou minha mão, eu deixei.

- Eu sinto muito, Jay. Muito mesmo. Eu fui um idiota.

Precisei fazer um esforço para lembrar de toda a briga. Parecia que havia acontecido há tanto tempo.

- Por que você agiu daquele jeito?

Ele brincava com meus dedos, evitando meu olhar.

- Eu não queria que você se metesse em problemas.

Lembrei de suas palavras, seus gritos.

- Não foi só isso. - falei, observando seu rosto. - Há algo errado?

Ben suspirou.

- Olivia... não deve ser provocada.

- Por que não? Ela mexe com todo mundo.

- Mas com a gente é diferente, Jay. Comigo é diferente.

- Por quê?

Ben soltou minha mão e usou as suas para esfregar o rosto. Ele se virou para me olhar, bem nos olhos, mas depois se desviou, parecia envergonhado.

- É o meu pai. - falou, por fim, em um tom baixo.

- O que tem ele?

Ben baixou a cabeça, ficou encarando a grama.

- Ele está tendo um caso. Outro.

Eu não soube o que falar, estava surpresa e, após um minuto, enojada.

- Tem certeza?

- Tenho. Há meses. Eu vi algumas mensagens no celular dele e quando ele liga para ela da varanda do quarto, se a minha janela estiver aberta, eu consigo ouvir.

Eu fiquei muda. Não fazia a menor ideia do que falar. Então lembrei de como chegamos ali.

- O que a Olivia tem com isso?

- Ela sabe.

- Como? Você contou pra ela?

- Não, claro que não. Eu não contei nem mesmo pra Jacky.

- Então?

Ben se virou para mim, ele estava bravo agora, com lágrimas nos olhos.

- Ela sabe porque é a mãe dela. Dá pra engolir essa merda, Jay?

A mãe da Olivia era família da sra. Leicester. Aquilo tornava tudo ainda pior. Senti vontade de vomitar. Ben continuou falando.

- Olivia me contou que voltou da casa de uma amiga mais cedo e viu o carro do meu pai na entrada. Procurou na casa toda, mas não havia ninguém. Até que subiu e ouviu os dois no quarto. Ela me contou no dia seguinte, claro que não acreditei, mas quando peguei o celular dele...

- Sua mãe sabe?

- Acho que ela desconfia, eles não são tão cuidadosos, ou não se importam, não sei. Minha mãe vive de aparências. Ela nunca vai pedir o divórcio. É por isso que eu não posso provocar a Olivia. Os pais dela são divorciados, ela não tem nada a perder caso isso venha a tona, mas minha mãe... Isso vai ser o fim do mundo pra ela, entende? Eu tenho medo que ela fique doente.

Ben não se importou em secar as lágrimas em seu rosto. Ele estava magoado, um tanto bravo. Passei meus braços ao redor dele e o abracei.

- Eu sinto muito, Ben.

Ele se moveu, para me abraçar de volta. Beijou meu cabelo e deitou sua cabeça nele.

- Eu sei que você veio até aqui para terminar de vez. - falou, depois de um minuto.

Meu coração se apertou.

- A gente não precisa falar sobre isso agora.

- Não, tudo bem. Meus pais estão vivendo uma farsa, não quero cometer o mesmo erro.

Saí de seu abraço para olhá-lo, mas minha vista estava embaçada.

- Oh, Ben, me desculpe.

Ele ergueu um canto da boca e enxugou minhas lágrimas.

- Por que não me contou antes? Que já não me amava?

- Eu não sei, eu só... Eu sinto carinho por você, não quis te magoar.

Ele balançou a cabeça. Me apressei em dizer:

- Eu não quero me afastar de você, principalmente agora. Você esteve lá no pior momento da minha vida. Deixa eu ajudar você.

Ben me olhou, com um sorriso triste.

- Não dá, Jay. Não posso estar perto de você sem estar com você. Pelo menos não agora.

Baixei o olhar, passando as mãos no rosto. Lágrimas estúpidas.

- Tudo bem, eu entendo. Mas se você precisar conversar...

- Eu ainda terei o seu número.

Levantei e olhei para o ponto do jardim onde costumávamos fazer piqueniques. Eu quase podia nos ver ali, tomando chá gelado e comendo tudo antes que as formigas chegassem. Aquilo não voltaria a acontecer nunca mais.

- Tchau, Ben.

Ele me olhou, seguia sentado, e meu coração se apertou ainda mais. Aquele era o rosto do abrigo onde eu me escondi em tantas tempestades. E eu o estava deixando para trás, em um momento no qual sua estrutura estava frágil.

Trabalhei em modo automático. Não tentei ser simpática com os clientes, não me esforcei para manter alguma conversa que Patrick insistia em começar e acabei levando três pedidos errados. Phil precisou me levar para um canto e chamar minha atenção. O único ponto positivo do dia foi não ver Luke Hemmings.

Ajudei a fechar o Comic's e Patrick esperou comigo até que eu conseguisse um táxi. Ele estava mais quieto, finalmente havia percebido que eu não estava com humor, mas não fez perguntas.

Em casa, quis ir direto para o meu quarto, mas o sofá da sala foi muito convidativo. Me joguei nele, sentindo a exaustão em cada osso do meu corpo. Calum estava assistindo um episódio de Game of Thrones.

- Max já foi para a cama? - perguntei. Aquela era a regra para poder ver a série. Haviam cenas muito fortes para um garotinho de cinco anos rondando pela casa.

- Becky está com ele.

Olhei para a tela, me perguntando o que estava fazendo todas aquelas pessoas se matarem daquela vez.

- Cal?

- Hum?

- Nossos pais eram felizes, não eram? Um com o outro, quero dizer.

Ele me olhou, tentando ver de onde havia surgido aquilo.

- Eram, acho que sim.

- Eles tiveram sorte, sabe, por encontrarem a pessoa certa.

- Está vendo a Daenerys? - ele apontou para a TV. - Ela seria minha pessoa certa.

- Você deveria tentar construir um relacionamento com ela. Com a que está no wallpaper do seu notebook.

- Que engraçadinha.

- E você é nojento. Ela está nua.

- São só peitos, garota.

Revirei os olhos.

- Por quê você não queria sair do quarto ontem?

Deitei a cabeça no ombro dele e suspirei.

- Já passou, Cal.

- Problemas com o namorado?

- A gente brigou. Passei na casa dele antes do trabalho.

- Se reconciliaram?

- Não.

- Maus.

Assistimos algumas cenas em silêncio. Eu estava com fome, mas cansada demais para ir até a cozinha. Roubei algumas pipocas da tigela do meu irmão.

- Eu gostava do Ben. - Cal falou. Eu pensei que o assunto tinha morrido.

- Ele é um garoto legal.

- Melhor ficar um tempo sozinha, sabe. A fossa não é o melhor momento para encontrar um novo cara.

- Eu não vou sair e arranjar um novo namorado amanhã, não se preocupe.

- Tire um ano sabático.

Pensei no quanto o meu relacionamento com Ben tinha tudo para ser algo maior e acabou, e na cilada que me meti com Luke.

- Talvez eu tire dez. - conclui.

- Eu apoio totalmente.

Calum colocou uma mão cheia de pipoca na boca e, antes de mastigar tudo, falou:

- Ei, adivinha.

- Você conseguiu um emprego? - chutei, zombando. Quando ele não respondeu, lancei um olhar e ele estava sorrindo. - Tá brincando?! Oh, meu Deus, Cal! - pulei para lhe dar um abraço.

- E o melhor: É em uma loja de música.

- Jura? O que você vai fazer?

- Basicamente tudo. Eu vou ser tipo a Cinderela deles.

Nós rimos.

- Essa é a melhor notícia que eu poderia receber.

- É, eu também tô fe- - ele parou a frase no meio, olhando para a TV com a boca aberta. Segui seu olhar e vi algumas atrizes sem roupas.

- São só peitos, garoto. - dei um tapa em sua cabeça e levantei, indo para a cozinha. - Parabéns pelo emprego.

- Ei, Jay. - ele chamou.

- Hum?

- Eu preciso ter uma conversa com o Ben?

- Ah, não, que horror, Calum.

- Ótimo, o pai dele nos processaria e não temos dinheiro. - ele riu.

Por um segundo, pensei em perguntar se a oferta dele valia para um outro cara, mas caí em mim a tempo. Eu teria que contar tudo, e ver Luke machucado não valia a humilhação.

Eu sabia que Ben tinha treino de natação nas terças, então pude almoçar tranquila com Will. Na quarta, precisei ir para a biblioteca para terminar uma lição de química, mas na quinta foi inevitável, nos cruzamos na fila para pagar nosso almoço. Foi muito embaraçoso, mas não tanto quanto eu esperava. Decidi não fugir mais. Àquela altura até mesmo a fofoca sobre a gente já havia passado. Agora todo mundo estava focado em saber se uma garota do primeiro ano estava grávida ou não de um dos alunos chineses. Até mesmo Olivia me deixou em paz. Ao que parecia, ela só me queria me ver longe do seu primo.

Depois da escola, fui para o Comic's. As coisas estavam voltando ao normal por lá, sem Meggie e Luke trocando piadas sujas, Patrick marcando território por não ser mais o favorito e Sofia deixou de usar tanta maquiagem. Até mesmo Phil já havia superado a perda do novo funcionário, feliz até por ele não ter aparecido para o último pagamento.

Havia tido um jogo na minha escola, o que acabou trazendo vários adolescentes para o Comic's para comemorar a nossa vitória. Atendi e troquei conversas rápidas com meus colegas. Quando vi Michael entrar, fiquei um pouco nervosa, mas Ben não estava com ele. Fui atender a mesa.

- E aí, Michael. - cumprimentei ao me aproximar deles.

- Ei, Julia! - ele sorria abertamente para mim. Percebi que estava feliz em vê-lo. Os garotos que estavam com ele eram do time, um pouco da minha animação foi embora.

- David, Louis, grande jogo, não?

- O melhor do ano. - Louis concordou.

- Eu preciso frequentar esse lugar mais vezes. - David olhava minha fantasia e sorria.

Nojo.

- Já sabem o que vão pedir? - perguntei, olhando para Michael. Notei que a raiz de seu cabelo estava crescendo, empurrando o platinado para as pontas.

Anotei o pedido, parecia comida para todo o time e não para três garotos apenas. Levei para a cozinha e voltei para atender outra mesa. O lugar estava movimentado e barulhento, eu começava a suar por baixo daquela roupa idiota.

Quando todas as mesas ficaram cheias, passei a ajudar os garçons. Entreguei dois pedidos, reabasteci o ketchup de alguns lugares e ouvi o sinal de que mais um pedido estava pronto. Corri para lá e vi que era o da mesa de Michael. Carreguei a bandeja pesada até lá, eles estavam no meio de uma conversa, notei tarde demais que era sobre Ben, não deu pra voltar de maneira sutil.

- ... ele tem o campeonato de natação. - Michael ia falando.

- Quem foi o gênio que colocou esse campeonato idiota, no mesmo dia que o nosso jogo? - David reclamou. - As pessoas terão que se dividir e precisamos de todo o apoio.

Michael deu de ombros e pegou um dos sanduíches da bandeja antes que eu lhe servisse. Ele deu uma mordida imensa e mastigou com as bochechas cheias.

- Relaxa, cara, quem ia perder um jogo para ver alguém nadar? - Louis falou, pegando as batatas.

- As garotas, talvez. Não esqueça que Ben e os outros vão estar com aquelas sungas ridículas. - David resmungou.

- As garotas não!

- É disso que eu estou falando, Louis!

Eu continuava arrumando a mesa o mais rápido possível, querendo dar o fora. Cada "Ben" que eu ouvia era uma contorção no peito.

- E você Michael, vai ver o jogo ou o seu namorado de cueca aquática? - David perguntou, provocando.

Michael não deu a menor bola.

- A equipe do Ben vai ser a primeira a competir. Se sairmos depois da pontuação chegamos no intervalo do jogo.

- E por que você tem que estar lá? - Louis bateu em uma das Cocas e sujou a mesa. - Opa, foi mal, Julia.

Segurei um suspiro e comecei a secar com guardanapos.

- Eu vou dar carona pra ele. O maybach tá na oficina.

- E aquele irmão dele? - David perguntou. Se eu sentia torções com o nome do Ben, ao ouvir a menção de Luke senti um chute no estômago. - Ele não pode dirigir?

Michael balançou a cabeça enquanto engolia.

- Ele foi embora.

Minha mão esbarrou na mesma Coca, fazendo-a virar. Os garotos pularam em pé para não se molharem.

- Oh meu Deus, desculpem! - esvaziei o porta guardanapos, jogando os papéis sobre a bagunça. - Desculpem.

- Ei, tá tudo bem, Julia. - Michael me ajudou, afastando a comida.

Sequei tudo, avisei que iria pegar outro refrigerante e fui para o banheiro.

Luke havia ido embora. Era o que eu esperava, não era? Mesmo assim, saber que não haviam mais chances de ele aparecer por ali, ou em qualquer outro lugar, me deslocou.

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