Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

8 - PERGUNTAS DIFÍCEIS

A solidão sempre será sua fiel escudeira. Ela sobreviverásozinha; sozinha ela viverá.❞.

—𝕱𝖗𝖆𝖌𝖒𝖊𝖓𝖙𝖔𝖘 𝖉𝖔𝖘 𝕽𝖊𝖌𝖎𝖘𝖙𝖗𝖔𝖘 𝕯𝖗𝖚𝖎𝖉𝖆𝖘, 

533 ɗ. Ƈ 

Quando se vive em meio ao frio constante, é fácil se acostumar com o ele cortando a sua pele feito uma lâmina demasiada afiada, ou então se adaptar em sentir as articulações quase se atrofiando pela falta de calor, assim como se torna natural conviver com a dolorosa sensação das mãos tão geladas quanto um espesso cubo de gelo. Eu me adaptei ao clima gélido das terras nórdicas, no entanto, nem em mil anos convivendo com os vikings, eu seria capaz de me acostumar com o retorno dos homens em sua terra para passar o inverno junto aos seus familiares. Dessa forma, eu amava e odiava o período que antecedia o Yule. Amava porque ele fazia com que eu me recordasse de meus pais e as nossas antigas tradições; e odiava pelo fato de que todos os vikings ficavam, malditamente, concentrados no clã. Suas presenças me sufocavam e trazia à tona medos primitivos que eu nunca fui capaz de enterrar.

Todavia, os dias foram passando e a as noites começaram a se tornar cada vez mais longas. Não havia um só dia que Ragad não passava comigo. Mesmo que não mais treinássemos por conta do frio extremo, ele não deixava de me procurar, e seria mentira se eu dissesse que não apreciava sua companhia, já que, como todos mantinham-se longe de mim, tê-lo ao meu lado fazia com que eu me sentisse menos solitária.

Havíamos criado uma rotina que geralmente girava em torno de ficar dentro de casa, sentados na frente de uma fogueia, jogando conversa fora. Mas um dia, esse padrão se quebrou, foi na véspera do Yule que Ragad fez algo inesperado que atiçou todos os meus instintos.

— Erieanna, nós precisamos treinar. — exclamou, desesperado, pegando-me de completamente surpresa, logo após adentrar em minha morada como se estivesse fugindo de um exército saxão.

— Você está louco, homem! Recuso-me a sair lá fora com esse frio absurdo! — pontuei exasperada.

— Não precisamos sair para treinar. — E foi logo afastando a mesa, liberando o espaço naquele cômodo minúsculo.

Aquilo não era normal. Eu nunca tinha o visto em meio a tanto desespero.

— Porque essa urgência toda? — indaguei, intrigada e um tanto desconfiada de suas ações.

— Porque tive um sonho ruim. Um maldito sonho ruim! — rosnou entredentes. — Nele você estava morrendo, Erieanna! Os deuses haviam te arrancado de mim. Eu vi, nitidamente, uma faca cravada no meio do seu coração que sangrava enquanto o seu olhar sem vida permaneceu fixo ao meu. — explicou, nitidamente assustado, temendo que aquilo pudesse ocorrer a qualquer instante. — Não vou deixar que te levem de mim, então você precisa treinar, precisa ficar preparada para qualquer ataque. —Aproximou-se de mim e me abraçou apertado. — Tenho medo de te perder, pequena. — sussurrou contra minha cabeça.

Deixei que ele se sentisse acalentado por me manter em seus braços, e quando o ficou mais calmo, afastei-me de seu toque e disse resignada:

— Se isso te deixará mais tranquilo quanto a minha segurança, então treinaremos. — Dei de ombros, pois não havia outro modo de prosseguir com aquilo.

Pacientemente, troquei meu vestido por roupas de combate e regressei à cozinha onde Ragad já estava pronto para dar início ao treino.

Iniciamos o treinamento, que como de costume, eram repletos de movimentos de ataque e defesa, bem como os sons dos impactos dos machados no escudo. Tornava-me a cada dia mais habilidosa na luta corpórea e até Ragad admitia que eu era uma combatente a altura.

— Você não está dando tudo de si! — ele rosnou furioso, atacando-me com fervor.

Não respondi, apenas me mantive concentrada em seus ferozes ataques.

— Maldição, Erieanna! Eu sei que você pode fazer mais! Mostre-me tudo que tem! — bradou, com fúria, intensificando os ataques.

— Dane-se Ragad! Estou dando meu melhor, raios! — gritei, enraivecida, ao mesmo tempo em que me defendi dos golpes brutais do machado.

Ragad soltou um urro furioso e distanciou-se de mim praguejando contra tudo e todos.

Fiquei observando, em estado de alerta, ele se afastar. Como o viking demonstrou sinais de que estava se rendendo, baixei minha guarda, o que foi uma péssima ideia... Sem qualquer aviso, Ragad virou-se de forma abrupta e jogou o machado em minha direção. Meus olhos se arregalaram ao notar a arma vindo girando e cortando o vento, pronto para ser cravado no meio da minha face.

Não tive tempo de pensar, apenas agi. Instintivamente, lancei uma camada protetora a minha volta e com outra rápida ação, interrompi o movimento do machado que ficou suspenso no ar, a poucos centímetros do meu nariz. Também fui rápida ao conjurar um círculo de fogo ao redor de Ragad, impedindo que ele me atacasse novamente.

— Agora sim está dando tudo que tem! — O guerreiro sorriu satisfeito.

Por um curto período de tempo, fiquei tentando entender o que ocorrera, e quando notei que o viking não me atacaria novamente, ordenei que a magia assentasse em meu interior. O fogo em torno do meu oponente se apagou de imediato.

Furiosa, caminhei até ele pisando duro e espalmei seu rosto com tanta força que as marcas de meus dedos se assentaram em sua pele.

— Você poderia ter me matando! — rosnei entredentes.

— Mas não a matei! Sabia que se defenderia. — expressou, massageando o lado do rosto que eu esbofeteara.

— Desde quando sabe sobre meus dons?

— Desde sempre, pequena. Ou você se esqueceu que eu estava em sua casa quando seu pai, usando esse tipo magia, incinerou cinco de meus homens? — Arqueou a sua sobrancelha loira. — Sempre soube que praticava magia, mas nunca trouxe o assunto à tona, pois isso é muito perigoso, Erieanna. Nós somos um povo de mente aberta, acreditamos nos deuses e também em magia. No entanto, ninguém nesse clã já viu alguém com os seus dons. — Fez uma breve pausa, antes de prosseguir: — Isso seria assustador para todos, pequena, pois as pessoas temem aquilo que elas não conhecem. — afirmou, encarando-me seriamente.

— Não compreendo... Se seu povo pode me temer pelos meus dons, por que, ainda assim, incitou-me a usá-los hoje?

— Porque se for preciso, quero que os use. Se sua vida tiver correndo perigo, use seus dons sem pestanejar. Assumiremos as consequências depois. — Fixou seus claros olhos azuis nos meus, não deixando dúvidas de que aquilo era uma ordem e não um pedido.

Acenei com a cabeça indicando que compreendera o recado. Assim, demos o treinamento por concluído.

***

Era meio do dia, quando ambos sentamos a mesa para nos banquetear de um delicioso e quente ensopado. Ficamos um na frente do outro, à medida em que a sopa nos aquecia de dentro para fora.

— Diga-me, pequena, você é uma feiticeira como seu pai? — Ragad indagou, antes de levar uma colherada de sopa a boca.

Aquele questionamento me pegou desprevenida novamente. Fazia muito tempo que eu não me lembrava de meu pai. Meu coração se afundou em meu peito em uma tristeza iminente. Eu sentia tantra falta de casa; mais do que eu poderia pôr em palavras.

— Meu pai era um druida poderosíssimo, estou longe de ser como ele. Leva-se muitos anos para chegar em um grau de druidismo como o que ele alcançou. Quando vocês o mataram, também colocaram um fim em anos de conhecimentos sobre magia e as forças da Natureza que regem a todos nós. — respondi em tom de acusação.

Ragad não se deixou afetar pelo meu comentário, apenas prosseguiu com os questionamentos:

— Se não é como ele, como consegue manipular todos elementos a sua volta? — Franziu o cenho demostrando que não entendia meus dons. Eu também ainda não os compreendia de fato.

— Não sei te responder com toda certeza. Talvez isso tenha nascido comigo... ou sei lá... — Dei de ombros. — Só sei que despertou quando vim para cá. O que quer que seja, encontra-se dentro de mim desde então.

— Talvez isso seja um presente de seus deuses. — ele sugeriu vagamente, mantendo a atenção em seu ensopado.

— Eu não tenho deus algum, por qual motivo eles presentearam alguém que sequer acredita neles? — Aquela conversa estava me deixando irritada.

Creio que Ragad também estava desgostoso do rumo em que estávamos trilhando, pois logo indagou:

— Afinal de contas, no que você acredita, Erieanna? — Seu semblante demostrou toda sua impaciência.

— Eu acredito em mim, assim como só temo a mim. — respondi como se fosse óbvio.

Ragad soltou um riso curto antes de expressar:

— Curioso. — Percorreu a barba clara com os longos dedos. — Quer dizer que não confia nem em si mesmo? — Arqueou, novamente a sua sobrancelha claramente desconfiado.

— Não! — respondi sem nenhum resquício de dúvida. — Somente eu sei das milhares de insanidades que passam em minha mente, portanto estou certa de que sou um perigo para todos, até mesmo para mim. — Fixei meu olhar nos dele. — Desconfie de todos, Ragad, inclusive de si mesmo e jamais será surpreendido. — conclui a frase com um belo conselho que eu esperava que ele seguisse.

— Ah pequena, Erieanna! Sempre me surpreenderei contigo. — Esboçou um curto sorriso. — Já invadi centenas de terras, conheci vários povos, várias culturas, pessoas de todos os tipos... e de toda essa gente, és aquela que me proporciona as conversas mais inteligentes e os melhores conselhos. — Passou suavemente a mão em meu rosto. — Dizem que os maiores líderes são aqueles que têm mulheres fortes e astutas ao seu lado, dessa forma, fico grato pelos deuses terem a colocado em minha vida. Seja como for, tu me faz forte. — constatou em um misto de conforto e melancolia.

— Sua esposa é Lanyr. Eu sou apenas a sua consorte. — Afastei sua mão de meu rosto e o encarei de cara amarrada.

— Algum dia será capaz de me amar? — Ragad questionou em uma espécie de sussurro sofrido.

— Quantas perguntas difíceis me fez hoje! — exclamei consternada.

Ele continuou a me olhar silenciosamente, deixando claro que ainda aguardava por minha resposta, e que, portanto, não sairia dali sem ela.

Fiquei o fitando à medida em que refletia sobre a resposta que lhe concederia. Por fim, soltei um longo suspiro e disse:

— Creio que não, Ragad. Se eu tivesse um coração, talvez eu poderia te amar. Entretanto, não sei se seria capaz de amar a pessoa responsável por tudo que odeio em mim. Você é o culpado por todas as cicatrizes que eu carrego em meu corpo e alma, assim como por todas vezes que fui estuprada, maltratada e espancada. Não sou capaz de te amar, porque quando de fato paro para pensar em ti, eu só sinto dor e ela é mais forte do que todo o bem que vêm me fazendo. — Fitei-o com uma frieza inabalável que assombrou a ambos.

Pela primeira vez em muito tempo, vi lágrimas surgirem em seus olhos azuis que ficaram tão claros quanto o céu em um dia ensolarado. Porém, não querendo admitir algum resquício de fraqueza, ele logo as conteve.

— Sinto muito por todo mal que eu lhe fiz, Erieanna — pronunciou em tom lamento. — Entretanto, não posso te deixar livre. Mesmo que eu deseje que sejas feliz, não posso te libertar, pois sei que jamais voltaria para mim e eu não suportaria conviver com a possibilidade de que esteja feliz com qualquer outro homem que não seja eu. — Houve tristeza em seu semblante, quando ele me transmitiu aquelas palavras cheias de desesperança.

— Vá embora, Ragad. Não existe mais a possibilidade de continuarmos essa conversa que tomou caminhos tão espinhosos. — Apontei o dedo em direção a porta, porém ele continuou imóvel, observando-me atentamente sem esboçar qualquer reação. — Vá! — berrei furiosa — E leve seu egoísmo consigo.

Ragad nada disse, apenas levantou-se, deu-me as costas e partiu porta a fora, onde adentrou no frio das terras nórdicas.

Já eu, fiquei sentada na companhia da minha solidão, pensando que de todos os sentimentos que carregamos, talvez o egoísmo seja o mais humano e também o mais assustador.

Apesar de tudo que acontecera e de tudo que fora dito, eu não tive tempo de refletir em toda a pesada conversa que tive com Ragad, pois logo chegou o Yule e com ele meu destino começou a ser traçado. Infelizmente, nada eu pude fazer para evitar, por ele, a ser surpreendida.

Hey gente!

Agradeço muitissímo quem está acompanhando a história de Erieanna! Espero que estejam gostando.

É isso, fico por aqui.

Até amanhã e não se esqueçam de votar!

Erieanna muito abalada porque você não clicou na estrelinha: :D

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro