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6 - LEMBRANÇA DE UM SONHO

Aindaque os deuses a encontrem, no íntimo do seu coração ela saberá a quem sualealdade pertence.❞.

—𝕱𝖗𝖆𝖌𝖒𝖊𝖓𝖙𝖔𝖘 𝖉𝖔𝖘 𝕽𝖊𝖌𝖎𝖘𝖙𝖗𝖔𝖘 𝕯𝖗𝖚𝖎𝖉𝖆𝖘, 

533, ɗ. Ƈ.

𝒜́S VEZES OS SONHOS podem ser um aviso, outras não passam de meras imagens desconexas dos momentos vivenciados durante o dia. Contudo, nunca sequer pensei que eles poderiam nos ligar a outro mundo. No entanto, um dia sonhei que estava em um lugar diferente de tudo que já havia visto. Em uma noite tão gelada em que todas as articulações do corpo parecem se atrofiar por conta do extremo frio, eu vi um rosto que me causou tanto medo, da mesma maneira que instigou minha curiosidade.

Naquela gélida madrugada achei a morte finalmente me encontrara, pois mesmo que pareça inacreditável, sei que vi a face de um deus. A lembrança é tão real, que ainda hoje, quando a recordo, sinto todos os pelos de meu corpo se arrepiarem sem que eu possa os controlar.

No sonho eu me encontrava trajada com minhas vestes sujas, terrivelmente desgastadas que ficavam largas em meu corpo esquelético. Lembro-me que andava vagarosamente por uma floresta iluminada pelo Sol cujas árvores eram tão altas ao ponto de parecer ser impossível alcançar as suas longínquas copas. Ao longe ouvia os cantos dos pássaros, escutava o barulho das folhas graciosamente embaladas ao vento, e sentia a terra seca sobre meus pés descalços. O lugar esbanjava tranquilidade e a força da Natureza ali presente, era incrivelmente assombrosa.

Eu estava em paz no meio daquela magnífica mata, não queria sair dali, e desejava de todo meu ser, perder-me naquele lugar e jamais ser encontrada.

Continuei a caminhar lentamente por entre o emaranhado de árvores, até que bem no centro de uma clareira amplamente iluminada pela luz do Sol, avistei o vulto de alguém.

Senti os meus pelos se arrepiarem, à medida que me aproximava da silhueta da pessoa que estava de costas, olhando contemplativo para a vasta Natureza a sua volta. E quando cheguei perto o suficiente para que ele notasse minha presença, o belo homem virou-se abruptamente em minha direção.

Recordo-me que perdi o ar quando seus olhos tão verdes quanto as folhas que nos cercavam, fixaram-se em meu rosto. Observei, atentamente, cada traço do ser, desde seu definido tronco nu que esbanjava virilidade, até seus cabelos da cor de terra levemente ondulados, que chegavam um pouco acima dos ombros. Mas ele não era alguém normal, pois próximo de suas têmporas, despontavam sinuosos chifres que se pareciam com galhadas de cervos. Entretanto, embora seja difícil de acreditar, posso afirmar que o ser não se parecia com uma besta, ao contrário, era uma bela criatura de presença imponente, cuja postura austera deixava claro que nunca poderia ser domado.

Quando voltei a encarar seu rosto, encontrei em seu olhar uma selvageria que nem mesmo os vikings possuíam. E quando ele falou comigo, pareceu que até a terra tremeu sob meus pés.

Quem é você? perguntou-me, sem demonstrar qualquer emoção.

Faço-te a mesma pergunta. eu revidei, tentando parecer corajosa. Ou tão corajosa quanto poderia ser em determinada situação.

O se ser aproximou de mim e naquele momento notei o quanto ele era alto em comparação a minha baixa estatura. Seu rosto ficou a poucos centímetros do meu e eu prendi o ar em resposta a um medo primitivo que me espreitou.

Quem sou eu? ele enunciou com ironia Eu sou aquele que representa o início e o fim de tudo. Sou a própria selvageria. Sou a fertilidade em seu estado mais bruto. Sou aqueles cujos rugidos dos guerreiros clamam no meio da batalha. Sou a vida e o fim dela. Por causa de mim você vive e por minha causa, morre. Eu sou Cernunnos. pronunciou a frase sem desviar os olhos dos meus. Agora, ordeno que me diga quem és e o motivo da invasão ao meu espaço. comandou, ele, de forma ríspida.

Estufei meu peito, inalando profundamente o ar, levantei meu rosto e respondi:

Sou Erieanna. Aquela a quem você não ouviu as preces. Aquela que você abandonou. Aquela que você jogou nas garras de um outro povo para ser destruída. Aquela que deixou de acreditar em você e em todos da tua gente. Senti meu rosto esquentar, devido a raiva que me apossou.

O deus ficou imóvel e completamente sem palavras. O impacto de minha resposta ficou evidente em seus olhos arregalados.

Se eu morri, leve-me ao meu destino. Leve-me a minha família, é o mínimo que eu espero. pedi, ainda furiosa

O deus, no entanto, tocou meu rosto com ternura, antes de falar brandamente:

— Você não morreu, mortal. Não sei a razão pela qual está aqui.

Dei dois passos para trás, afastando-me de seu toque e de sua proximidade. Não conseguia entender o porquê estava de frente para Cernunnos, o deus cornífero. Não compreendia o que o destino queria de mim.

Eu deveria estar com uma expressão de incerteza em meu rosto, já que, logo o ele emendou:

Nunca sequer vi seu rosto. Jamais escutei suas preces. Não posso ter te abandonado, quando nunca me procurou. Não havia, em sua face, qualquer traço de que indicasse uma mentira.

Só que eu não mais acreditava nos deuses. Dessa forma, a palavra de Cernunnos de nada valia.

— Eu implorei a todos os deuses. Todos, sem exceção! Implorei para que viessem ao meu socorro e salvassem minha família dos vikings. Continuei a suplicar por socorro quando eles me levaram como escrava. Prossegui com minhas preces desesperadas, até o dia que um dos bárbaros me estuprou. Depois, finalmente parei de recorrer minhas orações a vocês. Percebi, por fim, que todos haviam me abandonado e eu estava só nesse mundo. Trinquei o maxilar para evitar que as lágrimas viessem.

Cernunnos permaneceu me olhando com expressão de desentendimento, parecia que realmente não sabia do que eu estava falando.

Não sei te explicar a razão de nunca ter ouvido suas preces, muito menos o motivo de estar à minha frente, nesse exato momento. Porém, tudo me leva a crer que alguém a escondeu de mim, já que não consigo captar sua essência e nem rastrear seu paradeiro. Alguém se esforçou muito para que eu não a conhecesse. ele explicou, como se estivesse tentando juntar todas as peças de um enigma insolucionável.

Senti que Cernunnos estava falava a verdade, portanto, em um ato de completo desespero, comecei a pedir sua ajuda para que me auxiliasse a escapar das garras dos escandinavos. Todavia, não consegui terminar o pedido, já que, de repente, tudo foi se desfazendo ao meu redor.

Comecei a ficar apavorada... As árvores, a terra, o céu e tudo; exatamente tudo! Estava desvanecendo como fumaça ao meu redor. Abri a boca e tentei gritar, porém, nada saiu de meus lábios.

Cada vez mais me afastava de Cernunnos que também me olhava em completo desespero. Ambos esticamos as mãos, tentando permanecer juntos, tentando evitar que a ligação não fosse quebrada, mas já era tarde, o mundo me engolira. Tudo que restou daquela lembrança, foi a voz do deus ecoando em minha mente: "Eu te encontrarei, Erieanna! Eu prometo!"

Acordei desesperada. E mesmo que estivesse fazendo um frio de congelar os ossos, meu corpo estava ensopado de suor e minha respiração, assim como meu coração estavam acelerados.

Não sabia se foi só um sonho, ou se tal estranha situação realmente acontecera. Passei vários dias remoendo aquela lembrança, tentado compreender o significado de tudo que fora dito nas entrelinhas. Entretanto, logo ela deixou de ser importante, pois me manter viva se tornou minha maior prioridade.

Assim, os dias que vieram, acarretaram uma série de mudanças que me impediram de pensar nos deuses e no que o destino reservara para mim.

Eu precisava viver, por isso e por não mais suportar conviver junto a Lanyr sem a proteção de Ragad para amenizar a crueldade dos meus dias, eu decidi, por fim, fugir. Eu fugi do povoado, fugi das malditas garras de Lanyr e me escondi em minha caverna afastada de todos: a caverna que ficava próxima ao mar revolto, que sempre me abrigou e manteve-me a salvo da maldade do mundo.

Ficar na morada de Ragad estava me matando, tinha certeza de que estaria melhor sozinha. No íntimo do meu ser eu sabia que Natureza me protegeria, ela me daria forças e assim ela o fez. Foi por causa dela que sobrevivi em pleno inverno, sozinha, dormindo e acordando ao relento, até o dia em que Ragad finalmente retornou de sua missão além do Mar do Norte.

Quando o Jarl me encontrou em meu refúgio, eu não fui capaz de compreender às emoções que se agitaram dentro de mim. Não soube compreender se fiquei aliviada ou se senti raiva com sua presença, assim como não tinha clareza se devia correr para seus braços ou fugir de seu alcance, como um coelho foge de um lobo. Portanto, continuei imóvel ao lado da fogueira que se agitava ao balanço do vento que a embalava, enquanto encarava o maldito viking trajado em seu pesado casaco de pele que parecia tão quente.

— Erieanna. — ele sussurrou ao mesmo tempo que franziu o cenho.

Concentrei-me em seu olhar, era pena que refletia em seus olhos claros.

— Ragad. — eu respondi, em tom baixo, e tornei a olhar para as chamas da fogueira que me aquecia.

Ele caminhou rapidamente em minha direção, e subitamente me envolveu em seus braços grandes e quentes.

Inalei seu cheiro de terra úmida mesclado com fumaça, e permiti que o calor de seu corpo me aquecesse.

— O que fizeram contigo, querida? — Ragad perguntou, enquanto passava os dedos nos ossos de meu rosto que estavam sobressaltados por conta da extrema magreza.

— Seu povo está me destruindo desde que me tiraram de minha casa. E nessas últimas semanas, digamos que chegaram bem perto de acabar comigo. — respondi friamente.

Senti o pesar de sua respiração, bem como a força ira que se infiltrou em seu ser. Ironicamente, Ragad era meu salvador, na mesma medida em que era a minha ruína.

— Eu sinto muito. Juro que não imaginava que te tratariam dessa forma na minha ausência. — alegou, demonstrando inocência.

— Para um importante Jarl , sua ignorância me espanta. Até um tolo saberia que sua esposa não me trataria como uma realeza. Deverias saber que não se deve subestimar a vingança de uma mulher que fora trocada pelo marido. — retorqui rispidamente.

— Lanyr é quem deveria saber que eu ficaria furioso se te encontrasse nesse estado. — ele bradou entredentes. — Por Odin! Eu estou tão bravo que se eu olhar para face de Lanyr, sou capaz de fazer com que sua cabeça desprenda de seu maldito corpo. — sua voz estava carregada de fúria.

— Mas não fará isso porque ela é mãe de seus filhos. — pronunciei, de forma com que ficasse claro que ele não deveria tirar uma mãe de suas crianças.

Ragad ficou em silêncio e abraçou-me ainda mais forte.

— De agora em diante, tudo vai ser diferente. Eu te darei uma casa, você terá roupas, comida e principalmente, contará com minha proteção para viver em meu povo. Não quero que te façam mal. Desejo que seja feliz, minha pequena. — Suas palavras doces quase conseguiram derreter o bloco de gelo do meu coração. Todavia, já fazia muito tempo desde me permiti a ceder ao luxo de acreditar em promessas que poderiam facilmente ser quebradas.

— Nunca serei feliz enquanto estiver nessa ilha rodeada de pessoas que me fizeram mal. Jamais estarei em paz enquanto estiver com seu povo. — Olhei em seus claros olhos azuis e encontrei desapontamento neles refletidos.

— Não posso te deixar livre. Eu não suportaria voltar para casa se soubesse que não estaria aqui, me esperando. — Ragad deixou evidente, que se dependesse dele, eu nunca deixaria aquele lugar.

— Não sei se agradeço por sua sinceridade, ou te esmurro por seu egoísmo. — Inclinei a cabeça para o lado o analisando — Não tenho forças suficiente para causar estrago nessa sua cara de viking, então, por favor, apenas me leve daqui. Dê-me uma cama para dormir e uma coberta para me aquecer. É tudo que desejo por agora. — conclui, resignada.

Ele tirou o casaco de seu corpo e o pôs sobre mim.

—Te levarei para um local quente e seguro. Juro pelo meu sangue, que ninguém, nunca mais, lhe fará mal. Me dói ver o que fizeram contigo. Fico muito furioso quando vejo que quase te destruíram. — Plantou um beijo suave em minha testa.

— Fico contente que esteja se sentindo culpado. Nada disso teria acontecido se você não tivesse me tomado como escrava. — repliquei de um jeito um pouco duro.

Nunca vou deixar de pensar que você tem uma alma de cobra, pois sempre está pronta para atacar e desferir seu veneno. — ele retrucou, tentando, eu presumi, conter a raiva que lhe possuiu.

— Preciso que não se esqueça de sua culpa para que não pense que sua ajuda é benevolente. Não há diferença alguma entre me fornecer um abrigo ou não. Eu ainda serei uma escrava, ainda serei sua prisioneira e ainda estarei privada de minha liberdade.

Ragad bruscamente me tirou de seus braços, olhou para ao alto, soltou um longo suspiro e depois, disse:

— Vamos sair daqui. Daremos um passo de cada vez. Tenho esperança de que um dia me perdoe por tudo. — Em seguida, colocou-se em pé.

Pensei em dizer que jamais o perdoaria, entretanto, mantive as palavras em meus pensamentos. Por ora havia decidido que ter um teto sobre minha cabeça, era a principal prioridade.

Então nós seguimos silenciosamente por entre a floresta de pinheiros que parecia nos observar atentamente. O vento gelado uivava ao nosso redor e jogava meus longos cabelos escuros para trás, enquanto eu acompanhava as largas passadas de Ragad.

Ao chegamos no vilarejo, foi impossível não notar os olhares das pessoas intencionalmente direcionados a nós. Mas, como éramos dois orgulhosos, ambos levantamos a cabeça e enfrentamos com bravura todos os olhares acusadores.

Atravessamos o povoado e, um pouco antes de entrar no outro lado da floresta, Ragad me direcionou para dentro de uma pequena cabana que ficava afastada dos olhares curioso, no entanto era tão longe do vilarejo.

Assim que adentramos na singela casa que era tão simples como a de um fazendeiro, notei que ela possuía apenas dois cômodos, sendo eles um quarto e uma cozinha.

Ragad me direcionou até a pequena mesa de madeira disposta no meio do ambiente, e disse, por fim:

Erieanna, esse é seu novo lar. — Abriu os braços indicando que tudo ali, daquele momento em diante, pertencia-me.

Poderia ser egoísmo de minha parte, contudo eu não disse obrigada, apenas acenei levemente a cabeça em sinal de concordância.

Jarl que sempre esquecia o quanto seu egoísmo me feria, diminuiu a distância entre nós, levou suas mãos a minha cintura e beijou minha testa com delicadeza. Quando agia de tal forma, ele nem parecia ser um viking; era apenas um homem qualquer encantado por uma mulher que jamais o amaria.

— Logo que a noite chegar, mandarei que alguém a escolte até o grande salão. Farei um comunicado importante e necessito que esteja presente. — informou, com os lábios próximos a minha testa.

— Ficarei no aguardo. — respondi rapidamente, tentando me livrar de sua companhia.

O viking — para meu completo alívio — libertou-me de seus braços, despediu-se, e finalmente, partiu.

Quanto a mim, fiquei parada no meio daquela cabana, olhando contemplativa para o nada. Simplesmente não sabia o que fazer com aquilo que fora me dado. Fazia muito tempo desde que tivera uma casa; tempo suficiente para que não fosse capaz de lidar racionalmente com aquela situação.

Ainda em transe, caminhei até o quarto e por curiosidade, abri o baú disposto ao lado da cama. Fiquei surpresa ao encontrar vestidos limpos e cobertores. Ragad realmente tinha pensando em tudo. Talvez tivesse planejado me doar aquela casa há muito tempo.

Tudo estava perfeito, mas ainda existia algo que me cutucava; algo que não me permitia a ficar contente. Sentia que aquelas paredes de pedras e madeiras tentavam me sufocar. Aquele lugar não me proporcionava a sensação de estar em casa. No entanto, cheguei a pensar que talvez eu nunca mais me sentiria em casa em qualquer lugar. Era bem provável que meu lar fosse junto a Natureza, pois só me sentia bem quando estava em contato com a terra, com o ar, o mar, o Sol e tudo que dela viesse. Talvez não existisse mais uma casa para eu voltar. Por ora eu estava feliz em ter uma cama quente e um teto sobre a minha cabeça.

Todavia, no íntimo do meu ser, um medo primitivo crescia em meio a uma escuridão. Eu temia a tranquilidade daquele momento. Aprendi observando a Natureza, que um clima carregado de calmaria, sempre antecede as piores tempestades. Por isso não baixaria minha guarda. Pela primeira vez, tive a sensação de que tudo estava perto do fim.

Eu estava, definitivamente, pronta para partir.

Olá pessoal!

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Erieanna quando você esquece de clicar na estrelinha:

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