Capítulo Cinco
Não tomamos nem dois minutos para alcançar o corredor do dormitório de Pietro, certos de que era exatamente ali que ele estava. Havia uma pequena multidão se formando ao lado de seu quarto e eu senti o estômago embrulhar bem de leve. Ao tocar na maçaneta que nos separava dele, minha garganta estava quente, pela falta de costume que tinha de me exercitar assim, tão vigorosamente, e eu tentei recuperar o fôlego, disposta a não passar mal quando visse o que quer que tivesse estivesse do outro lado.
Se algo tivesse acontecido com Pietro...
Um olhar para Lucien e foi o suficiente; empurrei a divisória de madeira, ainda não preparada, e entramos, juntos.
Todos os olhares se voltaram para nós: éramos os últimos faltando naquela pequena e inesperada reunião. A indecisão nos tomou ― ao menos a mim ― e permanecemos parados, com a porta aberta atrás de nós e os olhares curiosos para saber o que se passava ali. Se não fosse por Amanda, que nos empurrou e fechou, gentilmente, na cara deles, teríamos estagnado naquela indecisão eterna. E assim, quando ela o fez, a realidade atingiu em cheio e eu lembrei que não podia deixar que nada me paralisasse ao ouvir a voz de minha mãe repetindo incessantemente cuide, cuide, cuide.
Dele.
Ignorei as palavras quase palpáveis de Amanda, sequer entendi o que ela falava para me focar no que havia de importante naquele lugar. Como num pedido silencioso, os sacerdotes se afastaram do canto onde estavam e abriram espaço para que eu e Lucien víssemos o que estava acontecendo.
Ele estava encostado na parede, sentado no chão, encolhido, como uma criança com medo. Os braços cobriam o seu rosto e o barulho daquele choro baixo que me doía, podia ser ouvido fracamente por quem estava ali. Sangue cobria a pele, tingindo em escarlate a alvidez da neve e eu quis gritar; era seu próprio sangue?
― Caramba... ― afastei-me dela, cambaleando na direção do filhote de pássaro.
Ajoelhada ao seu lado, estava Helena, procurando uma forma de fazê-lo falar, consolar, eu não sabia. Mas os dedos buscavam a mão dele e eu me juntei a ela nessa iniciativa; os outros, sequer tentavam ajudar no que quer que fosse. Estavam parados, observando um menino ensanguentado aos prantos sem esboçar uma reação apropriada. Engoli a raiva que estava começando a sentir dos três e o coloquei sob a minha tutela, puxando-o para perto do peito, em um abraço que esperava ser acalentador o bastante.
Eu não me importava se sujaria as roupas de cavalgada ― como poderia alguém deixar uma pessoa chorando sozinha naquele estado?
Foi então que ele esboçou uma reação: me envolveu a cintura e acomodou o rosto na minha clavícula, abafando o som do choro, que aumentava. As lágrimas começaram a molhar o tecido e eu acariciei aqueles cabelos avermelhados de sangue; Helena fez o mesmo.
― Não vai... ― ele fungou. E parte da atmosfera pesada pareceu se dissipar ao menos um pouco. ― Não me deixa...
― Shhhhh... ― sussurrei próximo ao seu ouvido. Meus olhos encaravam os de Helena, preocupados. ― Eu estou aqui. Não vou a lugar nenhum, não se preocupe. Se acalma... O que houve? ― Sibilei, sem som algum nas palavras, para ela.
Sua resposta foi um dar de ombros, tal como todos os outros três, para quem olhei depois.
― Ele está histérico desde que me convocou. Não falou nada até agora e trancou a porta do banheiro, como se tivesse escondendo algo ― Helena franziu a testa, esfregando o rosto com as mãos. ― Faça-o falar, por favor, Kate. Isso já está me assustando. Não estou com um bom pressentimento sobre... tudo.
Assenti, antes de me voltar para ele e lhe beijar o topo da cabeça.
― Eu preciso que vocês saiam ― falei com os lábios semi colados à pele.
Nem ao menos fui contestada, eles obedeceram meu pedido de imediato e logo, não havia ninguém ali além de Pietro e eu. Ainda podia ouvir as vozes misturadas de Lucien e Amanda ecoando no corredor, parecendo tão distantes...
Há pouco menos de um ciclo eu não precisava fazer aquilo e por tanto tempo esperei que demorasse ainda mais. Não era fácil ter que lidar com os sentimentos confusos e obscuros dele; nunca era.
Com um único respirar, puxei as energias que julgava necessárias para fazer o que precisava ser feito. Minha mão, deslizou do topo da cabeça ao queixo do rapaz, e eu ergui aquele rosto tão infeliz para que ficasse na direção do meu, os olhos grudados, fixos. Rentes um no outro, sem qualquer interferência.
Fazia um tempo que eu não precisava usar a Inatia, a arte de conexão das handark.
― Você confia em mim? ― questionei.
O garoto confirmou com a cabeça e eu não fui capaz de evitar soltar um suspiro.
Parecia tão quebrado...
― Eu quero que você estique os braços ― sorri, tentando fazer com que se sentisse mais confortável. E assim que Pietro o fez, ajudei-o a tirar a camisa que ele vestia.
Também soltei a parte de cima do meu traje, que pendeu em minha cintura.
Tudo fazia parte da Inatia.
Continuamos a nos encarar sem desviar os olhares uma vez sequer. Primeiro, levantei a mão direita e ele fez o mesmo com a sua esquerda, depois de tirar a atadura que a cobria, ― havia um belo corte bem no meio e ainda sangrava um pouco. Nossas palmas se tocaram, gentilmente, e uma pequena carga de energia pareceu me atingir, mas eu não me surpreendi... acontecia. Depois, fizemos também com as outras mãos, deixando com que elas ficassem paradas. E fomos levantando devagar, no mesmo ritmo, até que ficássemos de pé. Os corpos colados e os rostos bem próximos um ao outro, de modo que eu podia sentir o seu hálito bater em minha boca e vice-versa.
Então, fechei os olhos e pude sentir minhas handark soltando-se de minha pele e percorrendo livres pelo corpo. Subiu o tronco, passou também por meus braços e fixando-se nos locais onde nossos corpos se tocavam.
― Te filatti an bordia, an handark te geratti. An karonav petia sevaena. Elia Inatia, tera Inatia (numa tradução livre: Tocam os corpos, as handark absorvem (sugam). Os sentimentos ruins se vão. Essa conexão, nossa conexão).
Então, eu comecei a sentir a dor.
No início, foi apenas uma pontada em meu coração. Logo, as handark começaram a arder num fogo que não me pertencia e eu senti uma vontade imensa de chorar. Mas não o fiz, por que aquelas não eram emoções minhas. Não havia motivo para chorar.
Não sei por quanto tempo ficamos naquela troca de emoções.
Quando acabou, ele parecia aliviado. A tranquilidade voltara e não mais chorava, e nem sentia vontade, eu consegui ler em seu rosto. Sua respiração estava baixa e relaxada; havia mudado completamente. Já eu, encontrava-me a ponto de vomitar, como uma reação completamente comum para a massa de negatividade que meu corpo absorvera. No entanto respirei fundo, sempre lembrando que aquilo não era oriundo de mim, e sim dele, e controlei o enjoo.
Nós havíamos feito isto antes. Algumas outras vezes; as visões eram horríveis para todos, especialmente quando vinham para Pietro. Como alguém que era só uma criança poderia aguentar essas coisas sem se partir no percurso? Pelo menos ele ainda tinha a mim para realizar rituais daquele tipo e que ajudavam a dissipar a confusão mental ― mas e quando eu fosse embora, para tomar meu posto de Sacerdotisa? Quem cuidaria ele?
Eu vivia me perguntando isso sempre que coisas do tipo aconteciam e não saber a resposta era o que mais me preocupava.
Nós sempre teríamos visões e elas eram o que realmente autenticavam os nossos cargos; um Sacerdote ou Sacerdotisa que não era capaz de ver o futuro, não era destinado realmente a isso. Todos nós já havíamos passado pelo menos uma vez por esse mesmo tipo de terror, ninguém lidava muito bem com isso, mas a maioria estava começando a se acostumar, de alguma forma. Elas faziam parte de nossas vidas, assim como os dons especiais que recebíamos dos deuses: eu, por exemplo era capaz de praticar uma inatia com perfeição e ainda tinha outras habilidades...
A vidência sempre foi muito importante para o povo ambrosi, especialmente durante os tempos difíceis e de guerras. E a inatia era a melhor forma de organizar os pensamentos, tirar toda a confusão do coração.
Ela era a conexão que fazíamos.
Pietro e eu já havíamos nos conectado mais de dez vezes, porque ele, infelizmente, sempre tinha as visões mais confusas e terríveis. Embora não merecesse esse fardo para si.
― Está pronto para me contar o que aconteceu?
Antes de nos afastarmos, enfim, ele selou os lábios nos meus durante alguns segundos; aquela era a única maneira de trancar uma inatia... buscando o lugar onde as handark não alcançavam.
Senti-me aliviada quando elas retornaram às suas ondulações de origem. E quando ele sorriu e me abraçou... eu sequer pude esboçar qualquer reação, boa ou ruim.
― Kate, eu quero que você veja primeiro.
― Ver o que? ― franzi o cenho, enquanto se afastava. Eu arrumei meus trajes, apropriadamente, e ele caminhou na direção da porta do banheiro.
Tinha lindas costas bem torneadas; realmente estava crescendo...
Pietro também se vestiu e logo, destrancou a porta, abrindo-a para revelar o que eu já esperava: banheiro imundo... de sangue. Estava em toda parte, desde o chão, nas paredes, na pia ― um milagre que ele não tivesse desmaiado com tanta perda. O cheiro de ferrugem forte penetrou as narinas, fazendo com que eu, instintivamente, levasse as costas da mão até o nariz. Aquilo não impediu o cheiro de sumir, para minha infelicidade.
― O espelho ― ele indicou, encostando-se ao lado da porta, ainda no quarto. Levantei, parando ao seu lado, mais temerosa impossível. ― Entre e olhe. Eu não sei o que significa... estava em transe quando escrevi.
Não pude evitar respirar bem fundo, antes de dar um passo adentro, ainda que estivesse enojada com o cheiro e a vermelhidão. Tomei o máximo possível de cuidado para não escorregar, cair e ficar mais suja do que já estava; o odor costumava se impregnar nas roupas e demorava a sair. Ao parar, virada de frente ao espelho, podia ler claramente a mensagem escrita em sangue:
a Lua mais brilhante
a primeira a partir
O cheiro estava me deixando nauseada e não tinha capacidade de entender aquilo.
― Você sabe o que isso significa? ― sai daquele lugar, com pressa, por culpa do nojo. Meu estômago revirava e eu encontrei alivio na janela aberta do quarto, respirando fundo e expirando.
Só ouvi Pietro fechar a porta e quando me voltei novamente para ele, era encarada por seus olhos azuis e vermelhos.
― Não faço a menor ideia. Mas quando eu vejo e releio, algo aperta o peito. Uma sensação ruim. Só não sei o quê. ― As mãos ainda pingavam sangue pelas ataduras, que ele também havia recolocado. Não dava para descolar meus olhos daquilo. ― Eu vou à enfermaria depois se isso te fizer feliz, não se preocupe.
As gotas caiam espessas no chão e eu engoli a seco, reprimindo as memórias que aquilo me causava.
― Você podia pedir para... ― comecei a falar, no entanto, ele negou com a cabeça.
― Não, não quero ficar pedindo as coisas à eles. Deixe estar ― dois passos e estávamos frente a frente. Quando Pietro crescera tanto?, a pergunta rodopiava na minha cabeça e então, fui pega desprevenida no instante em que ele me acariciou o rosto, sorrindo; fez um pedido. ― Mas eu não faria objeção se você cuidasse.
Ele era adorável, isso eu jamais poderá negar.
Suspirei, no encontro de sua mão, com a minha. Estava úmida, manchada em tons rubros e eu quis chorar ao desembalar aquela atadura mal colocada.
― Isso foi um pedido a um deles, mas... eu não me importo que o faça.
― Porque você é a Kate. ― deu de ombros. ― E da Kate eu gosto...
Mas eu não pude fazer nada por ele: era um corte profundo demais e eu não queria nem pensar em como Pietro o fizera. A única coisa possível era sentar na cama com ele e limpar aquilo com o que tinha, para que, por hora, não começasse uma infecção ou algo do gênero.
― Obrigado ― ele falou... um pouco antes de me beijar.
Definitivamente, eu não esperava por isso.
Seus dedos traçaram o caminho por meu maxilar, provavelmente me sujando mais ainda com o sangue. Eu segurei aquele pulso magro, disposta a afastá-lo, e contudo, não o fiz, indecisa sobre o que eu queria naquele momento.
A sensação de ser beijada por ele soava diferente, de certa maneira. Era calmo, ao contrário de todos os outros beijos que recebi e dei antes: eu era uma criança do fogo e não tinha culpa se aquele era um dos meus combustíveis... Ainda assim, nós nunca havíamos nos beijado antes, talvez fosse este o motivo. Aliás, ele nunca havia tentado nada antes. Principalmente de tal forma ― até ontem era um menino, certo?
A porta se abriu com uma brusquidão desnecessária e nos levando a descolar nossas bocas rapidamente. Ao virar para ver quem estava ali, segurando a droga da maçaneta, eu perdi o ar ― e não de uma maneira boa...
Era Frederick.
― Essa cabecinha desse menino é muito... intensa ― ele falou, balançando a cabeça de um lado para o outro. Seu olhar era devastador e eu me assustei; nós nos olhamos por longos segundos. ― Eu acho melhor você vir conosco.
― Não. Não dessa vez. ― meu olhar era firme e assim permaneceria.
― Já ficou aqui o suficiente, não acha?
― O mesmo para você. Por que não vão embora de uma vez? Eu estou ocupada. Isso é importante ― comecei a limpar o sangue seco que havia nas mãos do garoto.
Pietro fez uma careta de dor e eu parei.
― Ele pode ir para a enfermaria ― desta vez a voz que ouvi foi a de Jason. Não demorou muito para que aparecesse atrás do companheiro. ― Você está toda suja de sangue, precisa se limpar. Vamos, por favor. E eu só vou ser educado dessa vez.
Eu quis queimá-lo, entretanto, engoli as chamas e me concentrei no que tinha de realmente importante ali.
― Eu posso fazer isso depois, eu já estive mais coberta de sangue outras vezes ― comentei. Meu sorriso para Pietro, fora honesto e uma tentativa de reconfortá-lo mais uma vez. Os olhos azuis permaneciam em nossas mãos.
Para minha sorte, enquanto eu me ocupava com o rapaz, Helena tratou de expulsar os ahnkalov e devolver a privacidade para nós. Ao menos até certo ponto, porque o resto dos sacerdotes e sacerdotisas entraram e ficaram esperando que nós terminássemos em silêncio. Também não demorou muito para isso, e eu logo estava colocando uma nova atadura em sua mão, o que ajudaria enquanto ele não fosse para a enfermaria ser costurado. Ergui-a e beijei no local machucado com muita ternura; recebi um sorriso em retorno.
― O casal acabou? ― Amanda perguntou, entediada e parada ao nosso lado; os outros estavam atrás dela.
Ela me irritava, mas eu me limitei apenas a levantar da cama e caminhar em sua direção, ainda que minha intenção fosse a de fechar a porta, finalmente. E eu não precisei fazê-lo, como se notasse o que pretendia, Caleb fez as honras e nos deu a privacidade que merecíamos.
― O que vocês precisam ver e entender está lá dentro ― suspirei, indicando o banheiro. ― Cuidado com para não escorregarem.
Candice abriu a porta para entrar, mas quando viu o sangue no chão, ficou tão enojada quanto eu, e por isso, acabou desistindo. Sentou ao lado de Pietro na cama, tentando regular a respiração, ao que observávamos, nós três, os outros adentrarem no local e analisarem o estado em que o cômodo estava; eles pareceram assustados. E nem ficaram por muito tempo lá dentro, logo já saíram... Menos Amanda, que pareceu imune ao cheiro insuportável e permaneceu por longos e intermináveis minutos.
Ela olhava fixamente para o espelho e repetia sem espaço para tomar fôlego, a frase ali escrita. Com toda certeza estava tentando desvendá-la sem precisar sujar os dedos com o sangue (um dos dons que ela recebera dos Deuses era a habilidade de tocar e "ler" o que estava escondido nas entrelinhas) e suspeitei que só atrapalhávamos, já que ela logo fechou a porta. Ao me voltar para os outros, foquei no que faziam... Candice balançava a perna, puro nervosismo: devia sentir falta da sensação da fumaça em seu pulmão, afinal, ela fumava uma mistura de ervas calmantes sempre que podia; Helena parecia irritada ― era sua reação esperada quando alguém tinha uma visão, especialmente Pietro... Odiava ter de lidar com os enigmas (terríveis, na maioria das vezes) que saiam de sua cabeça; Caleb parecia o mais centrado e se eu estivesse certa, estava tão entediado que com tudo que fugiria pela janela na melhor oportunidade; Pietro só demonstrava querer que aquilo acabasse de uma vez. Talvez fosse chorar novamente, eu esperava que não; e por fim, em Lucien havia um tipo de sentimento negativista em toda sua expressão corporal e no olhar ― ele sequer me encarava, focado demais em qualquer outra coisa que não fosse um de nós.
Não sei quanto tempo nós ficamos naquela, incomoda, apreensão.
Nós sabíamos que Amanda era inteligente e tinha toda capacidade para decifrar as mensagens escondidas que Pietro nos trazia.
Então, um grito.
O que ela tinha descoberto ali?
O susto deu lugar à busca pelo apoio no olhar de quem estava ao nosso lado. Helena se aproximou de mim, pegando em minhas mãos; agora ela parecia não brava, mas com um medo genuíno que me apavorou. Na minha mente gritava incessante andora andora andora andora, e eu não soube se aquilo vinha de mim, ou dela. Ainda assim, não era nada bom e eu quis irromper o magma que aquecia e borbulhava na minha pele. E aquele não era o tipo de calor que eu queria expor.
Respirei fundo. Uma, duas, mil vezes, tentando baixar a temperatura para que não queimasse a sacerdotisa que buscava algum tipo de conforto em mim.
Por um bom tempo, Amanda ficou lá, em silêncio, por mais que parecesse ter desvendado o que a mensagem significava. Quando apareceu no vão da porta, os olhos estavam sujos com o negro da maquiagem que usava ao redor deles; ele ocultava um pouco do inchaço e vermelhidão que se assimilava a de Pietro. Ela permaneceu ali, estática, tentando limpar as lágrimas, sujando os dedos e nos assustando mais ainda.
― É horrível ― ela irrompeu o silêncio e fungou, abraçando a si mesma. ― Eu nunca pensei que isso poderia significar... morte.
O vulcão provavelmente entrou em erupção, porque em um estralar de dedos, Helena me soltara, como se tivesse sido queimada. A reação dela me tirou da estagnação depressiva que estava começando a se apoderar de mim e ao encarar minha pele, ela incandescia, vivaz: quase no tom de laranja das minhas handark. Ao mesmo tempo, um calafrio subiu pela minha espinha e eu tive absoluta certeza de que eu não fora a única ter aquela como resposta.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro