✧v i n t e e d o i s
— Pera aí. — Ela disse assim que K saiu do cómodo e eu voltei a me sentar. — Você disse que meu pai era japonês? Como que sabe disso? — Arregalei meus olhos. Eu realmente tinha me descaído quanto a isso? Droga.
— Eu falei? Não me lembro. — Disfarcei da melhor forma que pude, tentando não me descair em mais nada pois eu já tinha feito porcaria e se ela realmente fica com esse pensamento, eu descai-me é algo deste género nunca me aconteceu, tanto que à pouco eu consegui facilmente dar a volta, assim como todas as outras vezes.
Só que desta vez não notei que falei tal coisa.
— Eu tenho certeza que falou. Você sabe? Sabe realmente?
— Olha que realmente não estou recordado de dizer isso. E como eu saberia? Acho que você deve ter percebido mal.
— Ai, Yuta. Se você souber me fala logo! — Esbravejou, nem se sentando mais no puff como eu pensei antes, mas sim se aproximando do sofá onde eu estava, e até me assustei quando ela sentou ao meu lado.
— Eu estou falando sério.
— Não vai me dizer que estou ouvindo coisas! — Sua expressão já parecia um tanto irritada, porém eu não iria fazer com que isso piorasse, então mesmo que ela ficasse irritada comigo, eu tinha que escapar deste momento.
— Apenas acho que confundiu alguma palavra.
— Você diz nem se lembrar!
— Em nenhum momento me lembro de falar que seu pai é japonês. Acho que você ouviu realmente mal ou trocou alguma palavra. Erros acontecem, não se preocupe. — Ela cruzou os braços e encostou suas costas no sofá.
— Espero estar falando a sério.
— Acha que eu mentiria para você?
— Sinceramente... Você tem cara de quem mente muito.
— Está fazendo piada com o meu nariz?
— Exatamente. — Acabou soltando uma pequena risadinha. Minha cara era de um autêntico tacho, mas ainda assim não me senti ofendido ou algo do tipo.
— Não me senti ofendido. Dizem que mulheres acham atraentes homens com nariz grande.
— É muito atraente. Eu acho bastante atraente.
— Já ouviu falar da teoria do nariz?
— Sério isso? Eu duvido.
— Só porque sou asiático?
— Não é por ser asiático, e eu namoro um asiático, da mesma nacionalidade que você.
— Devo ser bem maior.
— Eu não quero saber, Yuta. É para de atazanar o garoto, ele só tem dezoito anos. Você já deve estar perto dos trinta.
— TRINTA? — Acabei gritando, completo estupefato pelo que ela disse. — Eu tenho vinte e cinco!
— Não lembro se você me tinha dito a idade, mas eu jurava que estava mais perto dos trinta.
— Agora eu estou ofendido.
— Você é bem velho.
— Só temos sete anos de diferença.
— Enquanto eu sou mais velha do que o meu namorado três meses.
— Você é mais velha? Pensei que ele fosse. Mas voltando a falar de nós. Não temos tanta diferença.
— Claro, são só sete anos.
— Sim! Só sete anos.
— Eu estava sendo irónica. — Acabei revirando os olhos.
— Mas agora a sério. Eu tenho cara de quem está próximo dos trinta?
— Tenho certeza que você pintou o cabelo de branco para esconder os cabelos brancos que tinha.
— Na verdade eu não tinha nem um cabelo branco. Apenas quis mudar seu estilo.
— Vou admitir, combina com você. Mas você mudou recentemente?
— Assim que pousei aqui.
— Você tem foto sua de antes? Na minha cabeça não te consigo ver com outro penteado, pensei que já o tivesse é apenas tivesse pintado.
— Não, eu tinha o cabelo um tanto longo. Não sei se você gosta, mas eu era assim. — Mostrei a tela de bloqueio do meu celular que era uma foto minha num espelho da minha casa no Japão num dia que eu estava me sentindo um puta gostoso e com certeza essa foto tem bastante tempo, mas dava para ver como meu cabelo era bem diferente.
— Nossa... Você mudou completamente com o corte de cabelo. Agora estou pensando que te ofendi mesmo, você parece mais novo com esse corte. Com este... — Apontou para a tela de bloqueio novamente ligada para ela ver. — até daria trinta.
— Eu ainda não tinha feito vinte e cinco. Você está me ofendendo ainda mais.
— Eu não sou boa com elogios.
— Estou vendo. Disse que eu parecia mais novo agora, mas logo me atacou falando que nesta foto eu pareço ter trinta. Quero até colocar uma nova. Vou me arrumar e tirar foto no espelho do quarto, amei aquele espelho.
— Agora quero ver a diferença. Vem. — Se levantou e me puxou para o meu quarto. Me sentei na minha cama encarando o espelho, tentando arranjar uma pose boa enquanto via meu reflexo, mas a pressão dela estar ali estava me deixando meio nervoso.
— Pode sair por um pouquinho? Só porque estou me sentindo nervoso com você me vendo ainda mais depois de me ofender ao me chamar de velho.
— Apenas não tire a foto nu porque eu quero ver.
— E se eu tirar sem camisa?
— Você deve ser magrelo, não irei ver nada demais.
— Você realmente não tem filtro, não? Credo! Só me ofende! Eu tenho músculo sim, ok? Posso ser "magrelo" — fiz aspas — mas eu tenho músculos. Meu trabalho me fez os ter.
— Tira a foto, quero ver a diferença de antes para agora. Vamos ver se continua com aparência de quase trinta. — Dito isso, riu e saiu do quarto. Bufei e encarei novamente o espelho, em seguida virei minha cabeça para olhar a porta que estava fechada no momento pois ela fechou.
— Você me odeia, só pode. — Comentei num tom baixinho e decidi realmente tirar a foto sem blusa. Meu físico estava impecável e eu estava com mais músculos que antes por mais que não se notasse nas vestimentas que estava usando. Aproveitando do bom tempo lá fora com o sol entrando pela janela, tirei uma boa foto e de tanto que gostei dela, coloquei-a logo em minha tela de bloqueio. Por mais que tenha tirado outra para colocar na tela de principal, o meme que eu tinha de um gato na tela acabou não me deixando trocar, então ficou apenas a primeira foto na tela de bloqueio.
Vesti a blusa e a chamei, e logo ela entrou.
— Deixa eu ver. — Mostrei-lhe a foto na galeria e vi ela arregalar os olhos. — Você tem tatuagens?
— Tenho duas. — Ainda de olhos arregalados, ela pegou meu celular e aproximou da zona das tatuagens, o que me fez rir.
— Você gosta de tatuagens?
— Eu estou querendo fazer uma desde que fiz dezoito anos e eu não tenho coragem. — Fez um biquinho. Me levantando, subi a minha blusa, puxando um pouco da cabeça até se notar o nosso da minha cintura, assim para ela ver melhor o início e o fim.
— Esta é a mais recente. — Apontei para a minha da direita.
— Eu sei que vai parecer muito estranho, mas eu posso tocar? É que eu estou falando sério, eu quero muito fazer, mas falta a coragem e eu também tenho receio. Além de que... A chance de ser deserdada... Nem falo. — Rio fraco, deixando meu celular em cima da cama. — Meus pais odeiam tatuagens. Eles não são essas pessoas que dizem que é coisa do Diabo, eles só acham feio e me pediram de pé juntos para não tatuar nada no meu corpo enquanto estivesse debaixo do teto deles, mas eu quero tanto. Vi pessoas da minha turma fazendo antes dos dezoito com a autorização dos pais e eu levei com um belo não.
— Meus pais são do primeiro tipo de pessoas que falou, então imagina quando eles me veem. Até hoje não aceitam que eu fiz isso. — Me aproximando um pouco mais dela, dando assim a liberdade para ela tocar, logo senti seu dedo passar por cima da tatuagem que eu falei ser mais recente. Sua mão estava fria relativamente ao meu corpo, e isso acabou me arrepiando.
— Acredito. Tem gente que realmente acha que é coisa do Diabo. Mas eu compreendo por um lado, eles viveram tempos diferentes. Mas agora já tem pessoas mais velha fazendo. E eu acho tão lindo. Tenho tantas ideias, mas falta a coragem.
— To pensando em fazer mais uma, mas não sei se faço aqui, ou se faço no Japão. Posso aproveitar, pois também o tatuador que eu ia mudou de local e eu não tenho como ir até ele lá no Japão. Mas depois eu vejo. — Trocando para a outra tatuagem, ela passou seu dedo, mas logo em seguida levou sua mão até meu umbigo, colocando o seu dedo em cima do furinho que eu tinha.
— Você tem furo de piercing? Esse eu posso dizer que tenho! Quase que matei minha mãe quando foi comigo? Sim, mas olha. — Levantando sua blusa, revelou seu piercing no umbigo. — Ignora a minha pança.
— É fofinha. Eu gosto de garotas fora dos padrões. Gosto de ter onde agarrar.
— Enfim, eu tenho piercing no umbigo. — Tentou voltar ao assunto anterior, mas também, a culpa era dela e eu apenas fui sincero, e desta vez eu iria falar, não me importando pois ela só tem me ignorado ou mesmo me chamado de talarico.
E eu nunca menti quando a elogiei.
— Eu odeio quando você ignora meus comentários te elogiando. Desta vez eu não fui com malícia. Eu fui sincero. Odeio estereótipos.
— Você elogia de formas muito diferentes. — Baixou sua blusa, cruzando os braços. Com isso, baixei a minha também.
— Pelo menos não chamei o próximo de velho.
— Mas no seu caso, você está ficando velho.
NOTAS FINAIS
depois de uma eternidade eu voltei, e com boas notícias! após acabar alguma(s) que estão bem pertinho do final, runaway será bem focada (pois plmds eles ainda não foram para o Japão aaaaaa, vocês não imaginam o que vem por aí e eu to ansiosa)
Espero que estejam gostando e como eu estive bem forinha, quero agradecer por todas as leituras que a fifoca já tem 🥺❤️ amo vocês !!
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