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01. Era Melhor Ter Passado Vontade


Seria péssimo, se já não fosse trágico.

Jung Wooyoung já tinha problemas o suficiente, notas ruins o suficiente, uma alergia horrorosa entre os dedos do pé, e se não começasse a se prostituir nos próximos vinte minutos, não iria almoçar no dia seguinte. A vida estava mesmo uma merda, uma daquelas bem fedidas.

E como se já não bastasse tudo estar uma tremenda complicação, ainda era obrigado a suportar seu colega de quarto, um alfa. Mas claro que a vida não lhe daria um alfa qualquer fedendo o dia inteiro ao seu lado, fizeram questão de enfiá-lo naquele cubículo com alguém cujo ego era tão inflado que ocupava cada um dos espacinhos restantes, o que tornava ainda mais difícil respirar lá dentro.

Fedia muito mais naquele dia.

— Choi, o que está fazendo? — O Jung tapou o nariz com dois dedos, era sufocante, e característico demais. Por mais que fosse um beta, ele ainda podia sentir cheiros, e aquele definitivamente era o cheiro de um cio — Você não já deveria ter ido embora? Até marquei no calendário os dias que me veria longe de você, meus amigos já compraram as bebidas da festa que vamos dar aqui.

Se escorou na porta do banheiro, um pouco feliz em assistir seu "não amigável" colega de quarto se contorcendo ao lado da privada. Queria poder tirar uma foto.

— Sem piadas, Jung. — Sua voz era o puro suco do sofrimento, e Wooyoung estava adorando aquilo — Não é uma boa hora.

Estalou a língua no céu da boca, sua postura despreocupada e debochada estava começando a se desmanchar, San não parecia só estar com dor de barriga ou prestes a vomitar a bebida da noite passada, era como se fosse cuspir a própria alma a qualquer momento.

— O que aconteceu?

Alguma coisa lhe disse que era melhor não ter perguntado. Seus amigos sempre diziam que era muito bocudo, e que isso ainda resultaria em muitos problemas.

— O que está acontecendo, ainda. — San deixou a cabeça tombar para trás, respirando como podia — Sempre tomo dois supressores para o cio, quando não posso ir para casa, tomei o primeiro e o segundo caiu na privada, agora estou tendo a metade de um cio, e eu nem sabia que isso era possível.

Também era novidade para Wooyoung, e certamente para qualquer pessoa naquele andar. Era engraçado também, ao mesmo tempo que deveria ser trágico para um alfa ou até para um ômega. Como beta, nunca teve um cio, muito menos a metade de um.

— Tá, e agora?

— Agora é o momento que... — Precisou respirar mais fundo, o que só o deixava mais tonto — Que você se oferece para me ajudar.

San se apoiou na parede para se levantar, era bem mais confiável do que tentar se apoiar em Wooyoung, que chegou a dar pequenos passos para o lado só para garantir que não ajudaria em nada.

O alfa se jogou na primeira cama que encontrou pelo caminho, desejando que aquilo passasse, ou talvez pensando em se jogar da janela, qualquer coisa que amenizasse aquela sensação horrorosa que corroía sua vontade de continuar respirando, pensando, existindo.

Betas poderiam reclamar do que quisessem em suas vidas, menos de serem betas, San daria qualquer coisa para nunca mais ter um cio.

— Ah, não, essa é a minha cama!

— A sua cama tem um cheirinho muito bom. — San não estava apenas deitado, ele estava se esfregando, roçando seu corpo inteiro sobre a colcha e com a cara enfiada no travesseiro — Que shampoo você usa?

Odiava ter que lidar com alfas no cio, por isso nunca fazia amizade com eles, estar dividindo o dormitório com um era apenas uma brincadeira bem sem graça de seu karma, o fazendo pagar por ter cortado o cabelo de todas as bonecas de sua irmã quando eram crianças.

— Para de se esfregar aí, que nojo, vou ter que trocar tudo, vai ficar com o seu cheiro.

— Ah, cheiro! — Ele parecia bêbado, ficada ainda mais engraçado, mas naquela altura também demonstrava um certo perigo. Wooyoung deveria sair daquele quarto o quanto antes — Será que eu posso cheirar você? Você sempre usa uns creminhos muito gostosos, mexo neles quando não está aqui.

— Agora quero te ajudar menos ainda.

Era grotesco imaginar San mexendo em todas as suas coisas assim que desse as costas, ele deve ter julgado tudo o que viu, ou pior ainda, comentado com a corja que costumava chamar de amigos. Wooyoung se sentia um idiota só por continuar ali, já deveria ter colocado drogas na mochila dele e chamado a polícia desde o começo do ano, assim não teria que passar por aquilo.

— Tá, eu posso ir na farmácia comprar seus supressores, mas você paga, onde está sua carteira? Pretendo comprar uma pasta de dentes nova com seu dinheiro também.

— O que eu tomo precisa de receita.

— Não é como se o farmacêutico fosse a pessoa mais honesta do mundo, aposto que ele vende sem nem fazer perguntas.

[...]

— Já disse que não vendo sem receita.

Wooyoung queria chorar, sua mente maquinava muito bem o momento em que se jogaria no chão e choraria por meia hora até aquele velho calvo e barrigudo sentir dó. Seus amigos viviam dizendo que ele era digno de pena, talvez esse fosse o momento certo para usar isso a seu favor.

— Por favor! — Até agarrou a mão do farmacêutico para dar mais ênfase em seu desespero, viu algo parecido no refeitório na semana passada, quando um cara traiu a namorada e ficou implorando na frente de todo mundo para ela voltar com ele. Ela não voltou — Eu preciso muito disso, tem um alfa no cio no meu quarto, é terrível, horrível, ele está me ameaçando, ameaçou matar toda a minha família se eu não o ajudar! Fez minha prima de refém, implantou três bombas no meu bairro e disse que vai explodir todo mundo!

A cara do senhorzinho era impagável, que só puxou sua mão de volta e ficou encarando o beta desesperado com uma expressão descrente.

— Garoto, acha que é o primeiro beta que faz essa cena aqui? — O velho levou a caixa de supressores de volta para a prateleira, para Wooyoung era como ver seus sonhos voando pela janela — Não vendemos supressores para betas, se quer fazer uso de drogas recreativas, vá procurar em outro lugar.

Betas eram pessoas sensatas, ou pelo menos, era isso que todo beta crescia ouvindo. Mas não era bem verdade. Supressores para alfas funcionavam como alucinógenos no organismo de um beta, literalmente os deixava doidões, e foi assim que sua casta foi proibida de comprar esse tipo de medicamento sem uma receita em mãos, e as receitas sempre eram conferidas para ter certeza de que não eram falsas, o que também era comum de acontecer.

Malditos drogados! E agora?

— Tá bom. — Desistir foi uma tarefa dura, desistir significava que teria que pensar em outra maneira de lidar com o meio cio de Choi San — Mas eu vou levar a pasta de dentes, e uma pastilha.

Quando voltou para seu quarto, Wooyoung se arrependeu de não ter levado mais coisas, porque ele merecia.

San já havia tirado a camisa, as janelas estavam todas abertas e ele se esfregava com muita vontade na cama alheia. O Jung quis morrer, ou melhor, ele quis cometer um assassinato triplamente qualificado.

— Ah, não, para de ficar passando suas partes íntimas na minha cama! — Quis choramingar de novo, se soubesse que teria que viver um dia daqueles, nem teria levantado de manhã — Esse quarto todo agora está fedendo a alfa!

O meio cio de San era a coisa mais confusa do mundo. Ele parecia consciente, até bem normal, tirando a parte de estar se esfregando em tudo. O calor havia o dominado por completo, mas seus feromônios não estavam atraindo todos os ômegas do quarteirão, como normalmente acontecia.

Wooyoung soltou uma risadinha infantil e bastante fora de hora, era a sua grande oportunidade de agir como um filho da puta e não levar um soco no nariz por conta disso.

— Perdeu todas as vantagens de ser um alfa atraente, e ficou apenas com o fogo no rabo. — Continuou rindo — Ah, já sei, quer que eu saia divulgando nas salas de aula que você está no cio e precisa de um companheiro? Tenho certeza de que terá muitos candidatos, eles só não estão aqui agora porque não foram avisados.

San virou o corpo para cima, o que foi péssimo para Wooyoung, que precisou se virar de costas para não ter que ficar encarando aquela visão dos infernos.

— Cara, não faz isso, não quero ficar olhando para você de pau duro, não é agradável. — Reclamou — Por mais que eu ache que só deixei as coisas piores, alguma coisa me diz que você está olhando para a minha bunda.

Não era alguma coisa, era o espelho que estava dizendo isso. O reflexo mostrava San encarando seu rabo sem pudor algum, e praticamente salivando. As coisas estavam ficando cada vez piores.

— E se eu ligasse para alguém da sua família vir te buscar?

— Eles moram em outra cidade.

— Não tem problema, eu espero.

— Mas eu não espero! — Era o mais alto que ele conseguia falar agora, Choi estava tão sufocado pelo desejo fulminante em seu corpo que nem pensava direito, todas as coisas que saíam de sua boca saíam enroladas, exatamente como alguém fica quando precisa ir ao banheiro e tem alguém dentro — Wooyoung, eu só consigo pensar em uma coisa agora.

Wooyoung. Ele nunca o chamava pelo nome, era sempre Jung, e aquilo surgiu como um alerta, praticamente um aviso em letras garrafais para que fugisse dali o quanto antes, trancasse aquela porta e o deixasse preso no quarto até aquela porcaria passar.

Tudo bem, ele poderia dormir em um papelão na calçada, se os mendigos conseguiam, ele também iria conseguir.

— Por favor, não diz, não quero saber, tenho certeza de que é algo que eu não vou estar de acordo.

Não iria mesmo.

— Você não é um daqueles garotos virgens que só vão fazer sexo depois do casamento, é? — A primeira pergunta em si já era um grande problema, e o olhar sem paciência já servia como resposta — Ótimo. Das vezes que fez sexo, que parte do corpo você usou?

— Eu vou te sufocar com o travesseiro.

San ergueu seu corpo lentamente, já estava começando a puxar o cós da calça de moletom que vestia, outra bandeira vermelha avisando para Wooyoung ir embora dali o quanto antes.

No maior estilo A Fuga das Galinhas.

— Wooyoung, por favor, faça sexo comigo.

Sua reação foi soltar uma risadinha nervosa e exagerada. E por mais que não quisesse ficar de frente para aquilo, precisava olhar nos olhos dele e procurar qualquer resquício de que se tratava de uma brincadeira bastante sem graça. Mas infelizmente, não parecia ser.

Quando colocou os pés pela primeira vez naquele dormitório e descobriu que teria que dividir espaço com um alfa que já estava lá quando chegou, Wooyoung criou mil maneiras de evitá-lo, não que tivesse alguma coisa contra alfas, ele só não tinha nada a favor também. Choi San tinha sua própria vida, seus amigos e suas preocupações, gastava seu tempo com namoros que não iam para frente, e principalmente com o Basquete, especialmente agora que as classificatórias para o Campeonato Estadual estavam prestes a começar, era por isso que ele não havia ido passar o cio em casa.

Merda de Basquete! Queria enfiar aquela bola na garganta dele.

— Não, de jeito nenhum!

— Por favor, eu nunca te pedi nada. — Nunca tinha pedido porque pegava sem pedir, porque mexia em tudo, tirava as coisas do lugar e nunca pedia permissão, era esse o motivo — Vai ser só uma vez, aí eu me recupero o suficiente para ir ao médico, conseguir uma receita e tomar o supressor que falta, e te deixo em paz.

Wooyoung estava prestes a berrar muito com ele. Como poderia ser tão simples? Para Choi San se tratava da coisa mais banal do mundo, enquanto o beta estava quase jogando a si mesma pela janela. A vida não poderia ser mais sacana com sua cara, literalmente sacana.

— Nem vem! — O quarto pequeno não dava muitos lugares para onde correr, e por mais que estivesse o mais longe possível, ainda estava a ridículos quatro passos de distância, que seriam três nas enormes pernas do alfa — Além disso, eu sou um beta, betas não saciam alfas.

— Você sabe que isso é lenda urbana, não estamos em 1950.

Por um segundo quis que estivessem, assim poderia o chamar de atrevido, correr chorando e acusá-lo de ser um pervertido que o assediou. San iria para a cadeia e o beta viveria em paz pelo resto da vida.

— Eu não vou transar com você, Choi San, pode ir tirando o cavalinho da chuva.

— Eu faço o que você quiser. — Era ridículo assistir um alfa seminu implorando por sexo, e por mais que ele fosse mesmo bem bonitinho e tivesse um corpo relativamente atraente, não haveria nenhum argumento capaz de convencer Wooyoung a deixar a lógica e a sanidade de lado — Fico te devendo uma, não, eu fico te devendo duas, e pode ser qualquer favor... — O gemido esquisito que ele soltou jamais sairia da mente de seu colega de quarto, era praticamente um uivo de desespero — Enterro um cadáver para você, se precisar.

Será que San conseguiria enterrar a si mesmo? Porque era esse o cadáver que iria precisar enterrar. Wooyoung olhou para a sacolinha com sua pasta de dentes nova, se não tivesse comprado com o dinheiro do alfa, iria ter que roubar a pasta alheia no dia seguinte. Tudo bem que havia feito uma brincadeira dizendo que se não arrumasse um emprego novo rápido iria ter que se prostituir, mas aquilo já era demais.

Se sentiu no Programa do João Kleber, confessando ao vivo na TV que se prostituía para comer hamburguer.

— Tá bom. — Wooyoung não se lembrava de ter bebido, mas se um dia alguém ficasse sabendo daquilo, ele iria dizer que estava bêbado quando concordou, o suficiente para ter esquecido até o próprio nome — Mas você fica me devendo três.

O beta trancou a porta, sentia como se estivesse trancando a si mesmo dentro de um frigorifico com o Assassino do Caminhão de Gelo. Também fechou uma das janelas, a outra ficaria aberta para receber um pouco de luz e ar, não era como se alguém pudesse espiá-los dali, estavam no terceiro andar.

San estava sentado na cama, sem camisa, suado e com um pau duro estralando nada discreto. Aquilo era péssimo, terrível, horrível, e Wooyoung queria gritar consigo mesmo por não conseguir parar de ficar olhando. Mas que diferença fazia? Em breve estaria olhando com seu outro olho.

Credo!

Tudo bem, iria encarar aquilo como sexo casual, por mais que esse não fosse lá o seu forte, e por mais que nunca fosse dizer isso em voz alta, sempre guardou bem lá no fundo uma pequena curiosidade sobre o quão bom de cama seu colega de quarto era.

— Você tem camisinha, não tem? — O beta precisou enrolar mais um pouquinho enquanto media mais alguns prós e contras. A pior parte era se dar conta de que teria que continuar convivendo com ele depois daquilo, e lembrando todas as vezes que seus olhos cruzassem o caminho do quadril alheio.

Mas só se vive uma vez. Geralmente as pessoas diziam isso pouco antes de desperdiçar a única vida que tinham saltando de paraquedas.

Wooyoung se agachou ao lado da gaveta de quinquilharias de San, enfiando a mão bem no fundo, e puxando de lá um pacote já aberto, cujo rótulo o deixou muitíssimo indignado.

— Camisinhas para foder com betas? — Era exatamente isso que estava escrito no pacote — Mas que porra é essa?

— Facilita um pouco as coisas.

Wooyoung era a indignação em pessoa, e seu senso de orgulho próprio dizia o tempo todo que não deveria nem fazer amizade com alguém que tinha uma coisa daquelas na gaveta. Já por outro lado, aquela parte curiosa e um pouco maliciosa que cada pessoa tem dentro de si, dizia que era uma coisa interessante a ser experimentada.

Já tinha experimentado a que brilha no escuro, que mal teria aquela? O beta parou diante de seu colega de quarto, se ainda tinha dúvidas, só teria dois segundos para se livrar de todas elas. E puta que pariu! Como ele era bonito! Suado e o encarando daquele jeito só tornava as coisas piores. Wooyoung guardou para si o pensamento de que aquele alfa era mesmo um grande gostoso.

— O que eu quiser? — Perguntou apenas para ter certeza — Sem pestanejar ou se fazer de sonso?

— O que você quiser.

Wooyoung levou as mãos até o botão de sua calça, e enquanto descia seu zíper, a única coisa que se passava por sua mente era aquela maldita música da Pabllo Vittar, que repetia um milhão de vezes a frase "Melhor se arrepender do que passar vontade".

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